terça-feira, 31 de janeiro de 2023

A LETRA MATA: O LEMA DE QUEM NÃO LÊ NEM ESTUDA A BÍBLIA

A LETRA MATA: O LEMA DE QUEM NÃO LÊ NEM ESTUDA A BÍBLIA
Mizael de Souza Xavier

A razão da confusão

"E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Coríntios 3:4-6).

Certo dia, em um grupo de cristãos no Facebook, de uma determinada denominação evangélica conhecida por seu amor e sua dedicação ao estudo das Sagradas Escrituras, apresentei uma explicação teológica sobre um tema que ali estava em evidência. Para a minha surpresa - por ter partido de um membro daquela denominação, não pela declaração em si, que já é bastante conheciada - um irmão me repreendeu, afirmando que "a letra mata". O grande lema daqueles que não leem nem estudam a Bíblia - por não acharem necessário por causa de uma visão teológica equivocada, por não se enxergarem capazes, por falta de orientação pastoral, por pura preguiça ou por uma fé pragmática, mística e carnal - é este: a letra mata! Diante de qualquer esforço teológico para explicar as coisas de Deus, "a letra mata", afinal de contas, como diz certa canção (e não hino de louvor): "Ninguém explica Deus).

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O desdobramento desse lema e que pretende ofender aquele que ousa ler e estudar a Palavra de Deus é: "o saber ensoberbece". Além de desprezar toda a Bíblia, que é uma fonte inesgotável de sabedoria divina para o cristão e essencial para o nosso ensino na fé, esse tipo de declaração apenas revela que essas pessoas necessitam com urgência dessa sabedoria que tanto desprezam. Antes de explicamos devidamente o que significa dizer que "a letra mata", vamos analisar as intenções por detrás deste texto mal empregado.

1. Significa que estamos tentando explicar de forma racional os mistérios de Deus, abrindo mão do sobrenatural por causa do racional. Se não precisássemos fazer uso da razão na nossa fé, Deus não nos teria dado uma Bíblia. A nossa fé se baseia no conhecimento da Palavra de Deus, de modo que é impossível dizermos que cremos em Deus e não sermos capazes de apontar de modo racional as razões da nossa fé, mostrando na Bíblia cada uma das nossas declarações. Pedro escreveu: "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pedro 3:15).

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2. Significa também que estamos abrindo mão da atuação do Espírito Santo, procurando explicar as coisas de Deus de maneira racional, com o uso da sabedoria humana e carnal. Logo, nossas palavras e nossas explicações são mortas ou nós mesmos estamos mortos. Este pensamento equivocado não leva em conta que é o próprio Espírito Santo quem nos ilumina para que conheçamos as coisas espirituais (1 Coríntios 2:10-14). O Senhor Jesus disse aos seus apóstolos que o Espírito Santo os faria lembrar tudo o que Ele havia dito (João 14:26). O Espírito faz o mesmo por nós hoje, mas se não lemos nem estudamos a Bíblia, não temos o que lembrar.

O que acontece quando pressionamos essas pessoas a respeito de algum conhecimento da Palavra de Deus? Elas são incapazes de explicar de forma bíblica as razões da sua fé, que se baseia tão somente na experiência pessoal e de outros e naquilo que elas acham ou deixam de achar. O que o lema de "a letra mata" revela, na verdade, é uma aversão pecaminosa à doutrina e ao dogma. Há muitas igrejas em que as doutrinas bíblicas não são pregadas, deixando os crentes à mercê de profecias e revelações trazidas por seus líderes e a uma espiritualidade inteiramente mística e pragmática, como foi dito. A Palavra de Deus nada determina para essas igrejas, mas elas criam seus modos próprios de orar, de jejuar, de atrair bênçãos, sua própria ética e sua própria moral. O caráter de Deus, seus atributos e seus propósitos não estão fundamentados na Bíblia, mas nos achismos de quem não sabe o que diz.

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Explicando 2 Coríntios 3:6

Afinal de contas, o que o apóstolo Paulo quis dizer quando afirmou que "a letra mata"? Ele quis condenar severamente a leitura e o estudo da Palavra de Deus? De acordo com o que ele escreveu a Timóteo, em 2 Timóteo 3:16,17, com certeza não. Ele pretendeu afirmar que não se deve produzir livros (que contêm muitas letras impressas) com estudos da Palavra de Deus? Sendo ele próprio o maior escritor de livros do Novo Testamento, com certeza também não foi isso que ele quis dizer. Teria ele, então, ensinado que não devemos interpretar as Escrituras Sagradas, como muitos o fazem, já "interpretando" erradamente 2 Pedro 1:20,21? Também não. O significado de "a letra mata" está bastante claro no próprio texto em que a frase está inserida e nem precisa de muitos esforços exegéticos para a sua elucidação.

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A verdade é que Paulo apresenta um contraste entre o Antigo Testamento e a Lei mosaica, que trazia à luz o pecado e, por isso, gerava a morte (Romanos 7:7-25); e o ministério do Novo Testamento, onde a graça de Deus dá vida ao pecador, sem a Lei, mas pela justiça que vem da fé. Enquanto a Lei revela o pecado em nós e a morte consequente do pecado, a graça de Deus nos revela a vida que nos é dada pela fé em Jesus Cristo. Paulo escreveu:

"Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:19-26).

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Conclui-se que a falta da letra (conhecimento, ensino) é que mata, no sentido em que este texto é usado de maneira errada. Por não lerem nem estudarem a Palavra de Deus, essas pessoas padecem por falta de conhecimento (Oseias 4:6) e erram em tudo o que creem e praticam por não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus (Mateus 22:29).


A importância de conhecer as Escrituras

Em Mateus 22:23-33, os membros de uma seita judaica, chamados de saduceus, interrogaram Jesus a respeito da ressurreição dos mortos. Pouco se sabe sobre essa seita, porque nada deixaram escrito. A única informação que a Bíblia nos dá é que eles não acreditavam na ressurreição (At 23:6). Em outra ocasião (Mt 16:6-12), o Senhor já havia alertado seus discípulos sobre a doutrina dos saduceus. Mesmo sendo uma espécie de seita rival dos fariseus, ambos estavam sempre unidos para pegar o Senhor Jesus em alguma falta ou contradição. Neste texto, eles questionam Jesus sobre algo que Ele, inclusive, vinha pregando: a ressurreição. Talvez eles quisessem que Jesus caísse em contradição e percebesse que a ideia de ressurreição era absurda e impraticável.

👉🏻 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO REGRAS BÁSICAS PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

A resposta do Senhor mostra que a questão levantada por aqueles religiosos era fruto da sua falta de conhecimento: "Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (v. 29). Erravam por não conhecer e essa falta de conhecimento os fazia errar em suas formulações teológicas e, consequentemente, na sua fé e na sua prática. Ao longo dos séculos, esse erro se desenvolveu por meio de diversos ensinos teológicos equivocados, que jamais levaram em conta o conteúdo fiel das Escrituras e o poder de Deus, mas que floresceram de acordo com a maneira de pensar e as intenções de cada mestre e teólogo. Além da ressurreição de Cristo que sempre foi atacada pelos inimigos da cruz, a própria inspiração, infalibilidade e suficiência das Escrituras Sagradas sofreram e ainda têm sofrido duros ataques. O objetivo de Satanás é colocar a Palavra de Deus em descrédito e, por meio disso, o próprio Deus e a fé cristã.

Se não conhecer as Escrituras é um erro e se tal erro nos faz errar, segue-se a importância de conhecermos a fundo a Palavra de Deus. Esse conhecimento nos aproxima ainda mais do Senhor, pois passamos a conhecê-lo como Ele se revela a nós e nos tornamos imunes aos falsos ensinos. Além disso, por meio do conhecimento da Bíblia, somos aperfeiçoados e desafiados a uma vida santa, sábia e piedosa. O apóstolo Paulo escreveu aos Efésios: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Tm 3:16,17). O estudo sistemático da Palavra de Deus é fonte de vida, verdade, instrução, crescimento, avivamento, compromisso, fé, amor e serviço. E, é claro, deve gerar em nós um comportamento compatível com o Espírito Santo que a inspirou.

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Vamos ler e estudar a Bíblia!

Sabe quanto vale a nossa opinião sobre Deus? Absolutamente nada! Sabe o que a nossa visão de Deus e da Bíblia podem fazer pela humanidade? Igualmente nada! O que importa não é o que pensamos e qual a nossa opinião, mas aquilo que Palavra de Deus nos revela. Se o que falamos, pregamos e ensinamos a respeito de Deus não possui fundamentação bíblica, é o mesmo que nada, não importa o quão bonito e impressionante seja, não importa nem mesmo quantos sinais e milagres possa produzir. Conforme escreveu o apóstolo Pedro, se alguém fala, fale segundo os oráculos de Deus, ou seja, sua Palavra (1 Pedro 4:11), de onde nada deve ser tirado ou acrescentado (Apocalipse 22:18,19), transformando-a em outro Evangelho, tornando-se maldito (Gálatas 1:8,9).

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Deus não nos chama para viver segundo a nossa opinião, mas segundo a sua Palavra (Salmo 119:105). Não é o escutar da nossa visão pessoal acerca de Deus que levará o perdido à conversão, mas o escutar da pregação da Palavra de Cristo (Romanos 10:17). Nossa versão pessoal de Deus pode estar corrompida pelo pecado, pelas heresias, pelo mundo e por nossos interesses pessoais, mas a Palavra em si é viva e eficaz (Hebreus 4:12). A Escritura (Antigo e Novo Testamento) é divinamente inspirada e plenamente útil para a nossa vida espiritual (2 Timóteo 3:16,17). A Palavra de Deus é pura e escudo para os que nele confiam (Provérbios 30:5). É esta Palavra que precisa estar nos nossos lábios. Paulo escreveu a Tito: "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina" (Tito 2:1a; cf. 1 Timóteo  4:16). Se nossas ideias não convêm à sã doutrina, nada valem, não devem ser transmitidas e precisam ser transformadas.

👉🏻 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO SOMENTE A VERSÃO DE DEUS

Ler e estudar a Bíblia em espírito de oração e iluminados pelo Espírito Santo, leva-nos da expressão "eu acho...", para a certeza "de acordo com a Palavra de Deus...".  Ao discernir as coisas espirituais (1 Coríntios 2:10-14), alcançamos autoridade na pregação, no ensino e no discipulado. Tornamo-nos capacitados para evangelizar os perdidos, mostrando-lhes, dentro das Escrituras Sagradas, que somente Jesus Cristo salva. Então, não percamos tempo com as nossas opiniões tendenciosas, insuficientes e distorcidas: leiamos e estudemos a Palavra de Deus com afinco. Que ela transforme a nossa mente e sejamos arautos do Evangelho da graça de Deus no mundo, "Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus" (2 Coríntios 4:5).


Dez motivos para ler e estudar a Bíblia

Para enterrarmos de vez o herético lema "a letra mata", vamos apresentar dez motivos para que nos empenhamos em estudar a Palavra de Deus. Espero que você, leitor, faça a escolha certa e tenha o aprendizado das Escrituras Sagradas como propósito de vida.

👉🏻 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO CINCO CONSELHOS SOBRE A LEITURA DA BÍBLIA

1. Somos instruídos a respeito da verdade e libertos por ela (João 8:32).

2. Somos imunizados contra o vírus das heresias e os falsos profetas (2 Timóteo 4:2,3).

3. Alcançamos, pela fé, a salvação que vem por meio da pregação do Evangelho (Romanos 10:17).

4. Conhecemos a Deus: sua natureza, atributos, mandamentos, promessas e profecias (Oseias 6:3).

👉🏻 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO BÍBLIA: ENCONTRAR O EQUILÍBRIO OU BUSCAR A VERDADE?

5. Conhecemos a Jesus como as Escrituras o revelam (João 5:39).

6. Somos santificados (João 17:17).

7. Somos ensinados através da Bíblia pelo Espírito Santo (1 Coríntios 2:12-14).

8. Somos equipados com a armadura de Deus, tendo a Bíblia como a espada do Espírito contra o Maligno (Efésios 6:17).

9. Nos tornamos obreiros aprovados, que manejam bem a Palavra da verdade (2 Tm 2:15).

👉🏻 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO O VALOR DA BÍBLIA

10. Somos ensinados para perseverarmos firmes na esperança eterna (Romanos 15:4).

Você já tinha conhecimento destas coisas? Para firmar mais ainda a certeza de que você deve ler e estudar a Bíblia, transforme cada um desses 10 pontos em uma negativa, que mostrará as consequências de não ler nem estudar a Palavra de Deus. Por exemplo: "Não conheceremos a Jesus como as Escrituras o revelam". Imagine as consequências disso! A falta de conhecimento da Palavra de Deus mata!

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

COMO SUPERAR A PERDA DE UM GRANDE AMOR?

COMO SUPERAR A PERDA DE UM GRANDE AMOR?
Mizael de Souza Xavier

Há alguns anos, lancei no Facebook a proposta de que meus seguidores sugerissem temas para um novo livro. A maioria escolheu o "amor". Eu pensei em tudo que já havia escrito sobre o amor em tantos textos e poemas, que imaginei sobre o que mais poderia escrever a respeito do tema. Logo me surgiu uma pergunta na mente: como sobreviver à perda de um grande amor? Ótima pergunta! Como? Comecei a fazer algumas anotações e, por fim, escrevi um dos meus maiores e mais importantes livros, sob diversos aspectos: "Ninguém morre de amor". Para escrevê-lo, uma das minhas fontes de pesquisa e inspiração foi a minha própria história, além do testemunho de outras pessoas e de inúmeros aconselhamentos que dei ao longo dos anos. Na época (e ainda algum tempo depois, confesso), eu ainda lutava para superar a perda do grande amor da minha vida, uma história conturbada, que deixou grandes e boas marcas e cuja única tristeza foi o seu fim. A escrita do livro foi, para mim, uma terapia intensiva. Cresci e amadureci bastante com tudo que ensinei aprendendo e com tudo que aprendi ensinando.

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Como então sobreviver à perda de um grande amor? Como superar o que, no fundo do nosso coração, jamais deveria ter acabado? Como aceitar que não temos mais espaço na vida daquela pessoa que um dia prometeu que iria nos amar para sempre? Como se conformar com a ausência de tudo aquilo que fazia parte de nós, que nos fazia bem e nos trazia felicidade? Como suportar viver os dias sem ter do nosso lado a pessoa amada, a quem dedicamos dias felizes, com quem fizemos lindos planos e a quem ofertamos o nosso melhor? Eu sei que essas perguntas geram sofrimento para quem ainda está no início do fim, para quem ainda nem conseguiu acreditar nem aceitar que tudo acabou. Mas acredite: este é o primeiro e decisivo passo rumo à superação: reconhecer e aceitar a perda. Enquanto não fizer isso, você não estará pronto para dar os passos seguintes, para viver a resiliência e chegar ao ponto de se abrir para uma nova e derradeira história de amor. Enquanto insistirmos que a doença não existe ou não é tão grave assim, rejeitaremos todos os tipos de tratamentos.

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Não é fácil lidar com nenhuma perda, mas quando quem partiu deixou bastante claro que não mais voltará, superar transforma-se em uma questão de sobrevivência. Durante algum tempo, lutei para ter de volta o meu precioso amor; depois, parei de lutar, mas decidi viver sozinho, na esperança de que ela um dia voltasse. Se voltasse, eu não poderia estar com alguém, precisava estar só para recebê-la de volta. Então aprendi sobre o outro passo: deixar ir quem não quer ficar. A nossa vida é maior que um relacionamento, por mais maravilhoso que ele seja ou tenha sido. Não devemos existir em função dele, mas apesar dele e sem ele se houver a necessidade. Como diz o título de um livro: "Eu te amo, mas posso ser feliz sem você". Se não podemos ser felizes sem alguém, isso não é amor, mas um apego doentio, é dependência emocional. Precisamos lembrar que existimos fora da pessoa que não nos quer mais dentro da vida dela, que vivíamos antes de conhecê-la e continuaremos a viver agora que ela partiu.

 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO RAZÕES PARA NÃO DESISTIR DA VIDA

Não, nada disso é simples. Não creio na autoajuda e suas fórmulas mágicas de resolução de problemas. Eu creio no poder de Deus e no processo. Diz certo ditado que uma longa caminhada começa com um primeiro passo. Já eu prefiro achar que a caminhada começa antes disso, quando temos consciência de que precisamos partir e planejamos o caminho, com metas e objetivos claros. A nossa meta é superar o fim de uma relação amorosa e proteger nossa mente, nossas emoções e nossa espiritualidade. É enfrentar o processo sem carregar mágoas, frustrações ou qualquer outro tipo de sentimento negativo e autodestrutivo. Fazemos isso aprendendo a perdoar e a nos perdoar, a cultivar o amor próprio e a esperança, a permitir que o passado leve o que não tem mais espaço no nosso presente, muito menos no nosso futuro. Haverá momentos em que as lembranças nos arrancarão lágrimas, mas se formos fortes e sobrevivermos a elas, cada lágrima será como as mãos do oleiro e moldar o nosso coração, até que alcancemos a nossa verdadeira forma. Bem mais fortes seremos!

CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO O CRISTÃO E OS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

Na minha idade, já enfrentei muitos revezes nas questões do coração. Em cada uma delas, pensava: agora chegou o meu fim, nunca mais amarei novamente. E aqui estou contando esta história. Esta é uma lição importante: vamos esquecer! Da mesma forma que não creio na autoajuda, também desacredito de deixar que o tempo resolva tudo. Não, ele não resolve, ele apenas passa e não está preocupado com a nossa dor. O que resolve é atitude, é não alimentar lembranças, evitar coisas e lugares que remetam à pessoa amada, não afogar nossas mágoas nos vícios, buscar ajuda em pessoas amigas e idôneas, mudar antigos hábitos, preencher nosso tempo com atividades construtivas e, acima de tudo, confiar na graça e no poder de Deus. Se queremos nadar, não podemos fazer isso com um peso amarrado aos pés. Se desejamos voar, não podemos cortar nossas próprias asas!

 CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO AUTOCONHECIMENTO E ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

No livro que escrevi, falo sobre como lidar com a fera chamada solidão, o terror de muitas pessoas que, após o fim de uma relação e por não superarem ficar sozinhas, lancam-se logo em outra relação (ou em outras relações) sem antes haver superado a anterior. Além de muitos problemas e de iludir muitas pessoas, quem age dessa maneira esvazia-se cada vez mais, enquanto procura preencher seu vazio. Ao contrário do que tantos falam, não superamos um relacionamento que chegou ao fim mergulhando em outro, ao menos não imediatamente. É como usar a outra pessoa. E se, por fim, não conseguimos nos apaixonar por ela, mas ela se apaixonar por nós? Estaremos levando para a vida do outro o mesmo sofrimento que tentamos tirar da nossa. Como falei: acredito no processo, na resiliência, em dar os passos necessários e fazer com que as coisas aconteçam no tempo certo e da maneira certa, sempre agindo.

CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA NÓS

O momento da perda é um momento de fragilidade emocional e espiritual, por isso é preciso atenção com os erros que podemos cometer. Um deles é o mecanismo de sublimar a dor, de negá-la ou amenizá-la para não senti-la com tanta força. A dor faz parte de todos nós e se soubermos tirar proveito dela, sairemos da luta bem mais empoderados que entramos. A dor tem seu propósito, ela nos lembra que estamos vivos e nos indica as áreas críticas que precisam ser trabalhadas. Se a negamos, maquiamos ou abafamos, perdemos uma grande oportunidade de nos tornar pessoas melhores e mais assertivas. A dor dói, mas deixe que ela doa! Sinta-a até que ela consuma a si própria por inteiro. Mas não faça isso em um quarto escuro ou envolvido em coisas erradas, mas vivendo, caminhando, mantendo as tarefas cotidianas dentro da normalidade. Sinta a dor indo à igreja, gozando de bons momentos com a família e com os amigos. Sinta a dor caminhando na praia, orando e lendo a Palavra de Deus. Não sinta a dor sendo companheiro da dor, mas alguém que se despede dela aos poucos.

CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO DOR: SUA IMPORTÂNCIA E SUA CURA ETERNA

Enquanto passamos pelo processo da cura, é importante mantermos distantes da pessoa amada, o que nem nem sempre é possível quando há família e filhos envolvidos. Mas podemos manter uma distância emocional e aceitar apenas o contato que for essencial. Não deve haver espaço para perseguições, demonstrações de ciúmes nem concessões. Há pessoas que se submetem à humilhação de se tornarem amantes do ex ou da ex apenas para tê-los por perto, para promover uma possível reaproximação afetiva ou para se vingar de alguma forma. É como dar um tiro no escuro sem saber se a arma está apontada para a nossa própria cabeça. Veja bem: não estou falando de uma crise conjugal ou da separação de um casal que, no fundo, ainda se ama muito. Creio que Deus pode restaurar esse relacionamento. Falo de algo que está claro que chegou ao fim e não tem mais volta, além de certas relações abusivas que, pelo nosso bem e daqueles que amamos, precisamos nos libertar. Mas este é outro tema para uma próxima mensagem. Também falo sobre isso no livro.

CLIQUE AQUI E LEIA NESTE BLOG O TEXTO SER AMANTE: UM PÉSSIMO NEGÓCIO

Enfim, como superar a perda de um grande amor? Basta viver um milagre por dia, com fé em Deus, oração e convicção. E isso é uma decisão: decidimos superar e superamos. Não sei em que ponto da sua vida você está em relação ao fim do seu relacionamento, mas sei que em qualquer ponto é sempre uma oportunidade para se permitir dar a volta por cima. Não se deixe vencer pelo desânimo, não alimente recaídas; saiba dizer não às sanguessugas emocionais, que não te querem, mas não te deixam ir embora e te iludem com falsas promessas. Seja sempre humilde, mas não se humilhe por migalhas de atenção. O seu objetivo deve ser o de alcançar o nível mais elevado da superação da perda amorosa: dizer não se um dia seu ex ou sua ex vier mais uma vez te procurar na intenção de te fazer sofrer ainda mais. Se existir a oportunidade de retomar uma relação verdadeira, onde o amor de ambos não se apagou e a separação foi apenas um pequeno desvio de percurso, vá em frente. Mas se o fim era inevitável e bom para todos, se o amor era unilateral e se o ex-amor não quer nada além de iludir e enganar, não se permita mais isso. Por outro lado, devemos entender o lado da pessoa que não conseguiu nos amar como gostaríamos, afinal de contas, o amor não acontece quando e como imaginamos. Um dia, chegará a nossa vez.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

ORATÓRIA E PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS

ORATÓRIA E PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
Mizael de Souza Xavier

Uma das frases que mais costumamos escutar quando se trata da obra do Senhor é "Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos". Com base nisto que é uma verdade, porém, não é a verdade inteira, muitos crentes chegam a demonizar qualquer tentativa de treinar e capacitar os escolhidos para a obra do Senhor, pois todos devemos depender inteiramente do Espírito Santo, dizem. Todavia, existem alguns "poréns" a respeito deste tema. Primeiro: mesmo aquelas habilidades e talentos natos ou adquiridos que possuíamos antes da nossa conversão nos foram dados por Deus. Após a conversão, Deus os potencializa para a sua obra. Tiago escreveu: "Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança" (Tiago 1:16,17).

Segundo, treinando ou sem treinar, capacitando-nos ou sem nos capacitar somos guiados pelo Espírito Santo. Afinal de contas "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2:13). A conversão, a vida em Cristo e o fazer a sua obra nos são dados por Deus, porque sem Ele, nada podemos fazer (João 15:1-8). Terreiro, não existe qualquer impedimento da parte de Deus expresso na sua Palavra para não nos empenharmos em desenvolver e aprimorar os dons, habilidades e talentos que Ele próprio nos deu. Não há nenhum ensino bíblico sobre não estudar ou se capacitar tecnicamente para fazer a obra do Senhor. Quanto mais nos capacitamos, maior valor agregamos a nós mesmos como obreiros e à própria obra.


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A arte da pregação, a homilética, é de grande importância para aqueles que o Senhor tem chamado para a proclamação da sua Palavra na igreja. Deus não escolhe oradores, mas distribui seus dons de acordo com a sua soberana vontade e seus propósitos eternos. A homilética envolve desde a preparação do sermão até a sua exposição. Alguns chamariam esta arte de inútil ou um desprezo à ação do Espírito Santo. Ou seja: não deve haver nenhum tipo de preparo pessoal para a pregação, mas a confiança de que o Espírito Santo dirá ao pregador o que ele deverá falar, uma interpretação equivocada de Mateus 10:19. Pregadores cheios do Espírito Santo, porém, entendem a importância da homilética para a pregação, bem como da hermenêutica. Todas essas são ferramentas sabiamente disponibilizadas por Deus para nós.

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Outra importante arte que tem uma imensa contribuição a dar ao pregador é a oratória. Nem todos os que são chamados para o ministério da Palavra possuem habilidades para se expressar diante do público. Não basta ter um bom conteúdo, é preciso saber transmiti-lo com eficiência e com a excelência que a pregação da Palavra de Deus merece. Novamente aparecem os inquisidores de plantão para afirmar que desenvolver a oratória é pregar na carne e desprezar o Espírito Santo. A verdadeira pregação na carne é aquela que os gálatas estavam escutando dos judaizantes e que tem invadido as igrejas ainda hoje: um outro evangelho bem distante da sã doutrina. Pregar na carne também é praticar o contrário daquilo que se prega. Mas treinar técnicas de oratória para aperfeiçoar a pregação é tratar a mensagem com o valor que ela possui.

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Estudar a oratória para a pregação não significa aprender técnicas de neurolinguística, coach ou hipnose. A oratória está ligada à perda do medo de falar em público, a técnicas de construção e apresentação do discurso, à apresentação pessoal (voz, postura, expressão facial e corporal, etc.), ao aproveitamento do espaço, à forma de lidar com o público, ao uso de mídias e diversos outros fatores para otimizar o desempenho do orador. Aprender sobre oratória não é pecado nem dimuniu a atuação do Espírito Santo. Assim como o mestre deve se esmerar no seu ensino, assim como os músicos e cantores estudam e ensaiam, os pregadores também precisam se preparar para pregar. O uso incorreto da oratória está apenas em achar que o pregador possui algum poder sobre seus ouvintes e que o seu bom desempenho é que move o coração das pessoas.

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O elemento principal da pregação é a mensagem e o seu conteúdo. Nós somos apenas os mensageiros. Mas que tipo de mensageiros queremos ser? Aqueles que os ouvintes precisam se esforçar para escutar a sua voz ou têm dificuldades em acompanhar a sua linha de raciocínio (porque não existe)? Aqueles que "dançam" o tempo todo ou não param quietos no lugar, cansando e tirando a atenção do público? Aqueles que acham que a inspiração para uma boa mensagem virá como um raio no momento exato da pregação? Ou aqueles sem personalidade alguma, que só imitam os grandes pregadores da mídia? Com muito treino e capacitação, guiados e empoderados pelo Espírito Santo, podemos ofertar a Deus uma obra de excelência, para a sua glória. Se não fazemos isso, não nos importamos tanto assim com a glória de Deus.

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domingo, 22 de janeiro de 2023

COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA NÓS?

COMO SABER A VONTADE DE DEUS PARA NÓS?
Mizael de Souza Xavier

Obs: este estudo é um breve resumo do livro "Como saber a vontade de Deus para nós", de minha autoria.

Introdução

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1,2).

Todos os dias, a grande maioria dos crentes se coloca diante de Deus em oração em busca de saber qual vontade dele para as suas vidas. Alguns não se contentam em apenas orar, mas buscam essa vontade em cultos de oração ou andam atrás de profetas que lhes revele o que Deus quer. O que esses crentes buscam? Eles buscam, na verdade, a vontade de Deus para diversas questões na sua vida: com quem casar, que faculdade fazer, que emprego aceitar, se devem ou não fazer tal viagem, se precisam mudar para outra igreja, etc. Esta busca, na verdade, não é pela vontade de Deus para submeter-se a ela, mas pela revelação da direção dele para interesses pessoais. A pergunta sempre é “o que Deus tem para mim?” e não “o que Deus quer que eu faça?”.

Há, todavia, aqueles que desejam sinceramente estar no centro da vontade de Deus e querem que suas escolhas e decisões reflitam essa vontade. Estes também acabam buscando conhecer aquilo que Deus quer da maneira errada, dependendo de sonhos e visões ou de textos mal interpretados da Bíblia. Então, como saber qual é a vontade de Deus para a nossa vida? É possível conhecê-la?

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Buscar a vontade de Deus é bom

Se estamos interessados em conhecer qual a vontade de Deus, isto significa três coisas:

1. Acreditamos em Deus. Mas isso não é suficiente, pois até os demônios creem em Deus (Tiago 2:19).

2. Estamos insatisfeitos com a nossa realidade e queremos mudar.

3. Acreditamos que Deus tem uma vontade melhor que a nossa.


Por que queremos saber a vontade de Deus para nós?

Esta é a primeira pergunta que honestamente devemos nos fazer. A única razão para buscarmos a vontade de Deus é para obedecê-la, para nos submetermos a ela (Salmo 40:8). O Senhor Jesus disse: "Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende" (João 9:31). Mas como saber o que Deus quer para nós? Como penetrar na mente de Deus e  descobri-la?


A vontade de Deus já foi revelada

É impossível ao ser humano finito e limitado conhecer a mente de um Deus transcendente, onipotente, onipresente e onisciente (Romanos 11:34; 1 Coríntios 2:16). Deus é insondável, não há como adentrarmos em seus pensamentos, por isso Ele se revelou graciosamente a nós, para que pudéssemos conhecê-lo e saber a sua vontade: Deus falou através dos profetas, por meio das Escrituras e por meio de Cristo: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo" (Hebreus 1:1,2).

A Bíblia é a única fonte da revelação de Deus. Somente ela foi inspirada pelo Espírito Santo e é totalmente digna de confiança. Quando lemos e interpretamos a Bíblia da forma correta, podemos estar certos de que Deus está falando conosco, revelando-nos a sua vontade perfeita e soberana. Paulo escreveu a Timóteo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16,17).


Os dois aspectos da vontade de Deus

A Bíblia nos diz muitas coisas a respeito da vontade de Deus para nós, tanto da sua natureza quanto a sua aplicação prática. Ela envolve dois aspectos:

1. Vontade decretada. A vontade de Deus decretada é soberana e não pode ser resistida pelo homem; ela acontecerá independente da nossa vontade. Por exemplo: a criação do mundo, a morte decorrente do comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o nascimento do Messias, a libertação do povo de Israel do Egito, a salvação da alma, o julgamento final, etc. Deus não precisa persuadir ninguém ou negociar para que ela seja feita. Os efeitos da vontade de Deus são eficazes.

"Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará. Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé" (Habacuque 2:1-4).

A vontade decretada de Deus é soberana, imutável e irreversível. Tudo o que Ele afirmou que fará, assim será:

"Todas as nações, congreguem-se; e, povos, reúnam-se; quem dentre eles pode anunciar isto e fazer-nos ouvir as predições antigas? Apresentem as suas testemunhas e por elas se justifiquem, para que se ouça e se diga: Verdade é! Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?" (Isaías 43:9-13).

2. Vontade ordenada. A vontade ordenada pode (mas não deve!) ser resistida. Ela é composta pelos mandamentos que Deus espera que obedeçamos, mas que nem sempre o fazemos. Por exemplo: os dez mandamentos, amá-lo e adorá-lo acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, honrar pai e mãe, perdoar, pregar o Evangelho, não mentir, etc. Em Gênesis 4:6,7, temos o exemplo de Caim. A história do povo de Deus é uma história de mandamentos, desobediência e castigos. Hoje, justificados pela fé em Jesus Cristo, salvos pela graça, não mais submetidos à lei mosaica, ainda temos mandamentos que Deus ordena que obedeçamos.

Sabemos quais são os mandamentos, porque estão descritos na Bíblia. Mas ainda restam algumas questões relacionadas à vontade de Deus para nós: como saber se Ele está de acordo com os nossos projetos pessoais? Como saber se este ou aquele plano ou objetivo são da sua vontade. Como saber se tal pessoa é a sua escolhida para nos casarmos? Como saber se devo ou não devo fazer tal coisa, se Deus quer ou não quer que eu vá para certo lugar?


Deus não revela situações específicas

Para conhecer a vontade de Deus para cada situação, devemos submetê-las aos valores da sua Palavra. Não é preciso profecia, sonho, revelação ou a voz de um anjo, basta submetermos as nossas escolhas e decisões aos valores da Palavra de Deus. Deus nos dá princípios sobre os quais nos basear e nos deixa livres para escolher. Em 1 Coríntios 7:39, vemos uma orientação de Paulo para as viúvas: elas estão livres para se casar novamente, sem esperar que Deus determine ou lhe revele quem. A única orientação é que seja no Senhor.

Quando andamos segundo a vontade de Deus, somos abençoados. Não precisamos pedir a Deus por essa vontade, basta que a conheçamos na Bíblia e, pela sua graça, andemos nela (2 Crônicas 27:6; Salmo 119:105). Não podemos esquecer que Deus está no controle soberano de todas as coisas. A nossa liberdade é controlada por essa vontade. Podemos fazer escolhas e tomar decisões de acordo com o que veremos a seguir, mas sempre em oração e sensíveis à voz do Espírito Santo, às orientações dos nossos líderes espirituais e a diversas outras formas que Deus usa para nos orientar e guiar e que estão de acordo com a sua Palavra.


Onze princípios para conhecermos a vontade de Deus para nós

Existem onze princípios básicos para pautarmos as nossas escolhas e decisões, para termos certeza de que estamos agindo de acordo com a vontade de Deus na nossa vida particular, familiar, profissional, ministerial, etc., em todas as situações e circunstâncias.

1. O princípio da glória de Deus. Deus será glorificado através disto? Paulo escreveu: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Coríntios 10:31-33). O que temos em mente renderá glória a Deus ou a nós mesmos? Ou fará com o Nome de Deus seja blasfemado?

2. O princípio do cristocentrismo. Em tudo o que fazemos o centro deve ser o Senhor Jesus. Se não levarmos em conta o seu senhorio e os seus mandamentos para nós, jamais estaremos no centro da vontade de Deus. Conforme lemos em Efésios 1:9-10, tudo existe para convergir para Cristo: "desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra". Quem está no centro das nossas escolhas e decisões: nós ou o Senhor Jesus? 

3. O princípio da santidade. Nossas escolhas e decisões devem levar em conta a santidade de Deus e da sua Palavra. A nossa mente e o nosso coração precisam estar impregnados dos seus valores éticos e morais eternos e imutáveis. Paulo escreveu aos filipenses o que nos dará a certeza de estarmos no centro da vontade de Deus: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco". A vontade de Deus está explicitamente revelada em 1 Tessalonicenses 4:3: a nossa santificação.

4. O princípio da edificação. Devemos priorizar aquilo que servirá para o nosso crescimento espiritual e para nos manter no centro da vontade de Deus, não nos afastar dela. Ou seja, tudo aquilo que representar perdas para a nossa vida espiritual deve ser descartado. Devemos pensar isso em termos da nossa vida de oração e estudo da Palavra de Deus, da frequência nos cultos e da obra do Senhor. Paulo nos alerta: "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam" (1 Coríntios 10:23; cf. 6:12-19). Além do mais, existem coisas lícitas que podem se transformar em vício e todo vício é pecado, pois submete nossa vida a um controle que não é de Deus.

5. O princípio da soberania. As nossas escolhas devem levar em conta a soberania de Deus e o fato de que é Ele quem comanda a nossa vida, não nós. A vontade de Deus revelada nas Escrituras é que deve determinar quem seremos e o que fazemos. O próprio Autor da vida disse sobre si mesmo: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou" (João 6:38). Paulo escreveu: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2:12). Ao falar a respeito daqueles que consideram absolutamente certas as realizações dos seus planos, Tiago diz: "Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (Tiago 4:15).

6. O princípio da submissão. Tomando por base a soberania de Deus, o fato de não sabermos o que é melhor para nós, além de buscarmos aquilo que glorifique o seu Santo Nome, devemos submeter todas as nossas escolhas, plenos e sonhos à sua soberana vontade. O Senhor nos ensinou a orar: "venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mateus 6:10), como Ele mesmo orou ao Pai (Lucas 22:42). Deus nos ouve quando pedimos algo conforme a sua vontade (1 João 5:14,15). Como foi dito, a única razão para buscarmos a vontade de Deus deve ser para nos submetermos a ela. De que adianta compreender o que Deus quer e fazer o contrário?

7. O princípio do bem. As nossas escolhas e decisões devem produzir o bem, jamais o mal. Nada do que pretendemos fazer pode prejudicar alguém de alguma forma. Devemos sempre pensar na nossa família, nos nossos amigos, nos irmãos em Cristo e todos quantos poderão ser afetados por nossas escolhas. A prática do bem deve estar em tudo aquilo que planejamos fazer, o que serve se testemunho diante das pessoas. O apóstolo Pedro escreveu: "Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus" (1 Pedro 2:15,16; cf. Tiago 4:17). É importante lembrar que nem sempre fazer a vontade de Deus observando todos estes fatores será confortável ou estará de acordo com aquilo que queremos. Mas a vontade de Deus sempre deverá prevalecer.

8. O princípio da solidariedade. Nada deve beneficiar somente a nós, mas o maior número de pessoas possível (cf. Tiago 4:2-4; 1 Coríntios 10:24,33; Romanos 15:2; Fp 2:21). Isso vai contra o nosso desejo natural de não pensar nos outros. É impossível levar em conta o mundo inteiro, mas podemos ser solidários com aqueles que estão mais próximos de nós. A nossa natureza egoísta deve ceder lugar à empatia e ao altruísmo. Se nossos sonhos e planos não beneficiam nem a nossa família imediata, com certeza não são da vontade de Deus.

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9. O princípio do aprendizado. A vontade de Deus não é algo apenas que se procura saber, mas, acima de tudo, que devemos viver. “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano” (Salmo 143:10). Todos estes princípios estão na Bíblia. Eles devem ser lidos, aprendidos e praticados. Todo o conteúdo da Palavra de Deus visa nos ensinar (Romanos 15:4-6) para que o coloquemos em prática (Filipenses 4:9; João 14:15-27). O motivo de andarmos sempre confusos em relação à vontade de Deus é que não lemos a sua Palavra nem a estudamos.

10. O princípio da ação de graças. Independente das circunstâncias, do que obteremos ou não daquilo que ansiamos, em tudo devemos dar graças (1 Ts 5:18; Ef 5:20), entendo que, em Cristo, já temos a maior direção e a mais importante bênção de todas: a nossa salvação. Sobre este ponto, assim como a santificação, existe uma vontade divina declarada: "Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (1 Tessalonicenses 5:18). Não importam as circunstâncias: devemos ser gratos porque esta é a vontade de Deus e precisamos obedecê-la. Mesmo quando nada sai conforme planejamos e achamos que não há motivos para agradecer, ainda assim devemos ser gratos a Deus. 

11. O princípio da prudência. O cristão é chamado a ser prudente: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor" (Efésios 5:15-17). Se você está lendo este estudo, significa que é uma pessoa prudente. Quando não buscamos a vontade de Deus nem a praticamos quando a descobrimos, somos imprudentes e podemos esperar os amargos frutos da nossa imprudência.


Considerações finais

Em todas as nossas decisões e projetos, a ética da Palavra de Deus deve estar presente, levando-nos a agir de maneira contrária a do mundo. Todas essas questões nos conduzem a uma pergunta sempre antes de qualquer decisão ou escolha: no nosso lugar, o que Jesus faria? Algumas direções de Deus já estão bastante claras na Bíblia e não precisamos perguntar a Ele se devemos ou não devemos fazer: trabalhar, orar, guardar a sua Palavra, pregar o Evangelho, não deixar de congregar, servir uns aos outros, falar a verdade, buscar sabedoria, entre tantas outras direções que estão na Bíblia. Com quem vamos nos casar e que faculdade escolher, fica a nosso critério com base nesses onze princípios. Uma transação comercial, por exemplo, precisa ser honesta.

Claro está que Deus é soberano e está no controle de todas as coisas. Conforme o seu querer, Ele direciona a nossa história: livra-nos, corrige-nos, molda-nos e assim sua obra é operada em nós e por meio de nós. Podemos estar seguros da direção que o Espírito Santo nos dá. Devemos orar sempre antes de qualquer ação, escolha ou decisão, pedindo que Deus nos abençoe ou nos redirecione para longe daquilo que não for da sua vontade. E podemos estar certos de que Ele o fará. Tudo aquilo que estiver de acordo com estes onze princípios podemos realizar, pedindo a Deus sabedoria e graça para que em todas as coisas o seu nome seja glorificado.

"Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos" (Tiago 1:5-8).

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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

DECEPCIONADOS COM A IGREJA: O QUE FAZER SOBRE A EVASÃO NAS IGREJAS?

DECEPCIONADOS COM A IGREJA: O QUE FAZER SOBRE A EVASÃO NAS IGREJAS?
Mizael de Souza Xavier

A evasão nas igrejas cristãs não é um problema novo e se intensificou durante e, principalmente, após a pandemia mundial de  COVID. Algumas igrejas tiveram de fechar suas portas por falta de membros ou pela deserção dos líderes. Em Hebreus 10:25, vemos que na era apostólica a evasão nas igrejas já era preocupante: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima". Hoje, o que tem levado a essa evasão? Uma explicação realista mas simplória é: pecado. No entanto, essa visão minimalista do problema pode não trazer soluções eficazes. Em um livro que escrevi, intitulado "Decepcionados com a igreja", analisei 70 razões e desculpas para a evasão nas igrejas cristãs, oferecendo orientações pastorais, evangelísticas e apologéticas para o problema. Em minhas pesquisas, pude constatar que esta questão é bem mais complexa do que possa imaginar a nossa vã filosofia. Somente líderes comprometidos com o Reino de Deus e a sua Palavra poderão dar ao tema a importância que ele merece.

Neste breve estudo, pretendo apresentar cinco maneiras biblicamente corretas de lidar com a situação, com o objetivo de prevenir, combater e reverter a evasão nas igrejas. Como foi dito, 70 razões e desculpas foram analisadas; portanto, aqui veremos um resumo daquilo que é relevante e urgente para lidar com a questão.

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1. Pregação expositiva e cristocêntrica

Quando a pregação na igreja não é cristocêntrica, dois fenômenos podem acontecer: o desânimo e a falta de estímulo dos verdadeiros crentes, que não se sentem alimentados por um conteúdo genuíno e substancial da Palavra de Deus; e o fomento de uma fé vazia, descompromissada, pragmática e, em última análise, geradora de falsas conversões. Muitos que estão no primeiro grupo podem pensar em mudar de igreja ou mesmo se tornar "desigrejados". Os do segundo grupo podem até permanecer, mas a sua fé débil não é garantia que estarão ali por muito tempo. Um evangelho que não gera concessões sinceras nem alimenta os convertidos, não é o Evangelho da graça de Deus.

A pregação expositiva e cristocêntrica alimenta a igreja e afasta aqueles que veem no Evangelho apenas uma forma de ser feliz e conquistar bênçãos. O apóstolo Paulo pregava um Evangelho "desagradável", pois não atendida aos interesses nem dos judeus e nem dos gregos. Ele escreveu aos crentes de Corinto:

"Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1 Coríntios 1:22-25).

O Evangelho cristocêntrico aproxima as pessoas de Deus pelas razões certas, forma discípulos discipuladores, produz servos e servas obedientes e comprometidos com o Reino de Deus e com a igreja local. A pregação expositiva forma verdadeiros adoradores, obreiros aprovados, crentes cheios do Espírito Santo, que crescem na graça e no conhecimento de Deus. Se queremos crentes firmes na fé, precisamos ser firmes na doutrina, abandonar de vez as mensagens de autoajuda e a pregação antropocêntrica. Conforme Paulo ordenou a Tito em contraponto aos falsos mestres e suas falsas doutrinas: "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina" (Tito 2:1). As pessoas só ficarão firmes na igreja se forem membros do Corpo de Cristo e estiverem firmes na doutrina correta.

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2. Liderança servidora

A evasão nas igrejas também tem a sua origem em questões relacionadas ao estilo de liderança. Há alguns anos, fui vítima de um líder opressor, que rebatia cristãs as suas palavras e ações com o bordão: "Não toquem no ungido do Senhor!". Fui expulso da igreja quando comecei a estudar teologia!  Quantos irmãos e irmãs têm precedido nas mãos de líderes opressores, orgulhosos e carnais! Quantas famílias são desfeitas por pastores indiferentes ou adúlteros! O quanto a obra do Senhor tem sido prejudicada por obreiros que não botam suas mãos no arado, mas apenas gerenciam aqueles que colocaram! O apóstolo Pedro escreveu:

"Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória" (1 Pedro 5:1-4).

Assim como a esposa deve se submeter ao marido que a ama como Cristo amou a sua Igreja (Efésios 5:22-25), a igreja deve se submeter a uma autoridade legítima, não a um mercenário abusador. Como deverá ser o líder que é modelo para o rebanho de Cristo (não dele)? A resposta nos é dada pelo próprio Senhor do rebanho:

"Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10:42-45).

O único estilo de liderança bíblico é a liderança servidora. Conheço pessoas que resistem em frequentar uma igreja por traumas relacionados a pastores opressores. Podemos falar do pecado dessas pessoas, mas isso não resolverá o problema inteiramente. A igreja precisa de pastores que servem, que amam, que cuidam, que se importam. Por outro lado, a igreja precisa amar seus pastores, honrá-los, orar por eles e cuidar deles. Também há evasão de pastores! Como não usamos dois pesos e duas medidas, podemos falar do pecado deles, mas isso não resolverá o problema inteiramente. Eu abordo o tema do cuidado com os obreiros no meu livro: "Manual do obreiro aprovado".

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3. Cultura de discipulado

Muitos nomes têm sido dados à igreja local, como casa do Senhor, grupo terapêutico, entre outros. Poucos a tratam como um "celeiro missionário". Aquilo que as pessoas pensam da igreja decidirá a maneira como lidarão com ela. Para um bom número de cristãos, a igreja é o lugar onde se vai para cultuar a Deus, ouvir uma pregação e "receber dele". Infelizmente, vivemos uma época de apatia religiosa e de mera religiosidade, de uma fé sem compromisso, sem obras e sem frutos. Embora o pecado de cada um contribua para esse estado de coisas, o estilo de fé praticado pela igreja local fornece uma grande parcela de contribuição. Muitos eventos e programações, muitas festas, danças e teatro têm desvirtuado a razão de ser da igreja e seu propósito missionário. As pessoas brincam de ser crentes, enquanto são alimentadas por um mingau ralo e não são desafiadas a viver uma fé vibrante, madura e cheia de frutos.

Dentro a missão áurea de glorificar a Deus está a principal missão da igreja: fazer discípulos: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" (Mateus 28:19,20). A missão tem seu início no Ide, com a pregação do Evangelho (Marcos 16:15,16) e prossegue por meio da inserção do convertido na vida da comunidade local, com a prática da ordenaça do batismo e do ensino. Muitas igrejas negligenciam todo o processo e param no batismo. Com o tempo, muitos acabam abandonando a igreja e até mesmo a fé, porque não foram ensinados, não foram discipulados para se tornar maduros e frutuosos. Mais ainda: não foram discipulados para fazer novos discípulos. Paulo escreveu a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros"  (2 Timóteo 2:2).

A cultura de discipulado forma crentes maduros e operantes. Ela fornece alimento sólido da Palavra de Deus e capacita a toda a igreja para ser um poderoso instrumento nas mãos de Deus. Não existem leigos na obra do Senhor, mas todos somos chamados a trabalhar na sua videira, a dar frutos, a praticar as boas obras. A evasão nas igrejas também está ligada à falta de sentimento de pertença, de importância, de corpo. Os pastores atuam mais como animadores ou administradores e muito pouco como treinadores de discípulos. Não é uma opção: todos os crentes precisam se posicionar e assumir um compromisso com a evangelização e com o discipulado.  Todos devem se reconhecer como fazedores de discípulos, plantadores de igrejas, servos do Reino de Deus. Somente isso gera compromisso e mantém as pessoas firmes na fé, com oração e estudo da Palavra de Deus.

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4. Relações afetivas

Há muitas pessoas amarguradas fora da igreja, pessoas que foram maltratadas ou criaram desavenças; pessoas vítimas de fofoca ou propagadoras de maledicências. Em todas as igrejas (e creio que sem exceção) existem pecados que atrapalham o seu crescimento e que não deveriam existir. Todos eles estão ligados às relações interpessoais: entre casais, entre pais e filhos, entre irmãos em Cristo, entre o pastor e a igreja e entre os crentes e o mundo. A primeira carta de Paulo aos Coríntios nos mostra que este não é um problema exclusivo da nossa época, mas tem-se intensificado conforme o Fim se aproxima. Podemos falar muitas coisas do Cristianismo contemporâneo, mas pouco podemos dizer sobre a afetividade entre os membros. Às vezes, a questão não é a prática de algum pecado específico, mas a ausência de qualquer tipo de prática, a indiferença com relação à vida do outro. E isso também é pecado.

Muitas das razões e desculpas que analisei podem ser sanadas por meio da prática do amor fraternal. Fofocas, intrigas, disputas, indiferença, preferencionismo e tantos outros pecados que causam separações, divisões e evasões seriam erradicados com a prática do amor fraternal. Não precisamos repetir aqui tudo que já sabemos sobre o dever de amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos, porque é o amor que nos confirma como verdadeiros discípulos de Jesus (João 13:34,35). Pedro escreveu:

"Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males" (1 Pedro 3:8-12).

Quantos conselhos maravilhosos, capazes de evitar a evasão nas igrejas contém esse texto! O amor cobre multidão de pecados: "Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados" (1 Pedro 4:7,8).

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5. Aplicação da disciplina bíblica

Alguns termos poderiam ser dispensados. Se estamos falando sobre a Igreja do Senhor Jesus, é óbvio que a disciplina não possui outra fonte que não seja a Bíblia. Todavia, é essencial definirmos a disciplina como bíblica, uma vez que a disciplina que tem sido praticada em muitas igrejas não estão ligadas à Bíblia, mas aos regimentos internos das denominações e a questões relacionadas a usos e costumes. A disciplina bíblica é aplicada ao crente para levá-lo a uma vida de santidade e obediência a Deus e visa a sua restauração. A disciplina aplicada ao falso irmão e ao falso profeta visa a sua exclusão da comunhão com a igreja. Entretanto, o que se tem visto é uma disciplina destruidora da fé, implacável e sem misericórdia. O banco da igreja, para muitos que são disciplinados, transforma-se na sua eterna pressão.

A maneira como deve acontecer a disciplina está descrita nos seguintes textos:

"Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:15-20).

"Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor" (1 Coríntios 5:9-13).

"Ora, se alguém causou tristeza, não o fez apenas a mim, mas, para que eu não seja demasiadamente áspero, digo que em parte a todos vós; basta-lhe a punição pela maioria. De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor" (2 Coríntios 2:5-8).

Já escutei testemunhos de mulheres que perderam seus ministérios na igreja porque foram abandonadas por seus maridos, trocadas por outras. Agora, elas que pagam! Em tantos outros casos, mesmo quando há pecados graves, os crentes perdem para sempre a credibilidade, precisam encarar a indiferença dos demais e se resignar aos bancos, bem longe de qualquer possibilidade de servir a Deus novamente em sua congregação. A maioria não suporta tal situação e vai embora. Algumas vão para outras igrejas, enquanto outras desejam nunca mais colocar os pés em qualquer igreja.

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Considerações finais

Ainda há muito que ser dito sobre este vasto e urgente tema. Além de analisar as 70 razões e desculpas para a evasão nas igrejas cristãs, também fiz uma breve análise de um movimento crescente: os desigrejados, uma heresia que, como disse, remete à era apostólica. Os líderes da igreja não podem tratar este tema com descaso, muito menos ter uma visão medíocre dele. Nem toda razão para a evasão e pecado, por isso devemos analisar cada caso, porque cada um merecerá um tratamento diferente. Eu já deixei de ir algumas vezes à igreja e sei o quanto é terrível viver longe da comunhão. Uma das características dessas minhas saídas foi que nunca, jamais pastor algum se preocupou em me procurar para saber como eu estava e o que estava acontecendo. Em algumas vezes, eu precisava ser disciplinado; em outras, de cuidado e atenção; e em outras, de aconselhamento e motivação. Há muitos irmãos e irmãs assim. Precisamos cuidar deles e resgatá-los.

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