domingo, 16 de julho de 2023

COMO DEVEMOS PERDOAR?


COMO DEVEMOS PERDOAR?
Mizael Xavier

Na oração do Pai Nosso, o Senhor nos ensina a orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (6:12). Para entender melhor esta petição, devemos nos perguntar: Como Deus perdoa os nossos pecados? Ele o faz gratuitamente, por sua graça e pelos méritos de Cristo. Não podemos pagar pelos nossos pecados, porque é humanamente impossível. Pecamos contra um Deus infinitamente Santo e não existe nada que nós, miseráveis pecadores, possamos fazer para saldar a nossa dívida, por isso o perdão precisa ser gratuito. Além disso, pagar indulgências pelos nossos pecados ou tentar remediá-los através de boas obras significa desprezar, desmerecer e anular o sacrifício de Cristo na cruz, um sacrifício perfeito, único e suficiente, que nos perdoa inteira e perpetuamente (Hebreus 7:20-28). Levando em conta o perdão que de Deus recebemos, como devemos perdoar aqueles que pecam contra nós? Neste caso, são pecadores que ofendem outros pecadores. O apóstolo Paulo exorta-nos (Colossenses 3:12-14):

"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição."

Cheios do amor de Deus e das virtudes do Espírito Santo, devemos perdoar nossos devedores como o Senhor nos perdoou. As pessoas não precisam fazer por onde merecer o nosso perdão, nem tampouco carecem de pagar pelos seus erros ou nos compensar de alguma forma. Como o perdão de Deus que nos é ofertado, o nosso perdão deve ser gratuito e ter como objetivo a reconciliação. Como seres mesquinhos e rancorosos que somos, costumamos perdoar aqueles que nos ofendem, mas não nos vemos obrigados a reatar os laços afetivos e manter uma boa relação com eles. De um ponto de vista bíblico, isto não é perdoar, porque Deus perdoa nossos impagáveis pecados para que nos relacionemos novamente com Ele. Como seria se Deus nos tratasse da maneira como tratamos as pessoas? Aquele que é Santo, Santo, Santo diz (Salmo 103:8-13):

"O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem."

Neste ponto, alguém poderá dizer: "Isso é muito fácil de falar! Mas você não conhece a minha história, não sabe o quanto sofri e o quanto aquela pessoa me fez mal". Concordo que existem situações em que o convívio com pessoas que nos machucaram pode até ser perigoso e deve ser evitado. Todavia, a Palavra de Deus não aponta regras para casos específicos, mas uma única regra para todas as pessoas e todos os pecados. Mesmo que a convivência seja humanamente impossível, isso não pode dever-se a alguma resistência amargurada da nossa parte, mas devemos manter o coração aberto e solicito para quem nos magoou. O perdão acontece no coração, não devido a convenções sociais; ele obedece a um mandamento, mas deve ser dado com amor sincero e com a mesma misericórdia que o Senhor tem para conosco. No que depender de nós, devemos viver em paz com todos (Romanos 12:18).

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