segunda-feira, 6 de novembro de 2023

MARIA E A VONTADE DE DEUS PARA NÓS


Maria e a vontade de Deus para nós
Mizael Xavier

Estudo baseado no Evangelho Segundo Lucas 1:26-38

Introdução

O cristianismo de hoje é um cristianismo de benção, de poder, de milagres e de unção. É isso que tem sido pregado na maioria das igrejas evangélicas e atingindo, também, alguns seguimentos da igreja católica: que o cristão não sofre e que Deus possui prosperidade e sucesso profissional guardados num cofre no céu, aberto pela senha que é o nome de Jesus e os dízimos.

Muito se fala do Deus de poder e pouco se fala do Deus de autoridade, do Deus que é justiça e juízo. Pouco se busca a vontade de Deus. Mas a jovem Maria, uma moça pobre de Nazaré, não estava em busca de ouro ou prata, não desejava carros importados nem empresas multimilionárias. Ela só queria uma coisa: que a vontade de Deus se cumprisse na sua vida.

A história e a vida de Maria têm sido negligenciadas pelos evangélicos. Mas é esta personagem agraciada por Deus, bem-aventurada entre todas as mulheres e ao mesmo tempo pequena como nós, que traz uma das maiores e mais belas lições da Bíblia: a submissão à vontade do Pai.

Vamos estudar o texto e ver que grandes lições Deus tem para nos ensinar.

1) O Deus que se revela (vs. 26-28)

Em primeiro lugar encontramos Deus se revelando aos homens. Deus sempre se revelou aos homens ao longo dos tempos (Adão e Eva, Moisés, Abraão, os profetas, apóstolo Paulo). Como vemos na Bíblia Sagrada, a iniciativa é de Deus em nos buscar, em se revelar para nós. Deus se revela por meio da História, tanto bíblica quanto extra-bíblica. Mais em especial, Deus se revela por meio das Escrituras: Êxodo 34:27,28 (mandamentos, profecias e promessas) e nas coisas criadas (Salmo 19:1-4). Jesus Cristo é a revelação perfeita de Deus, o Verbo de Deus encarnado que habitou no meio de nós (Hb 1:1-4; João 1:1-14; João 5:18; Gálatas 4:4).

Qual o propósito de Deus se revelar ao homem? Está claro que é manter relacionamento com ele e mostrar-lhe a sua vontade. Foi isso que aconteceu com Maria: Deus se revelou à sua serva para mostrar a obra que haveria de realizar por meio dela.

Nem sempre estamos prontos para ouvir aquilo que Deus quer falar para nós. Às vezes a vontade de Deus para a nossa vida nos confunde, porque geralmente aquilo que Deus tem para nós é o que queremos para nós mesmos. Quais são os planos de Deus para a sua vida? Deus tem uma grande obra a realizar em você e por você.

2) A fragilidade humana frente aos desígnios de Deus (vs. 29 e 34)

Maria nos dá um exemplo de humildade e de reconhecimento da nossa incapacidade frente aos desígnios de Deus. Ela não se vê capaz de cumprir o que Deus queria realizar. Como ter um filho se nem era casada? Assim como Maria, somos pecadores, somos seres humanos falhos, incompletos, mas mesmo assim Deus nos escolhe e nos separa para a sua obra. Precisamos admitir nossas falhas, nossos pecados, nossa incapacidade de realizar sem Deus a sua obra. Deus não nos chama por aquilo que somos, mas por aquilo que Ele quer realizar por nosso intermédio. Se Deus fosse usar somente as pessoas perfeitas e preparadas, não poderia usar ninguém.

3) A resposta de Deus: o poder que opera tudo em todos (vs. 30 a 33; 35 a 37)

Deus revela a Maria que não é pelo nosso talento, pela nossa capacidade, mas pelo seu poder de Deus que opera em nós que Ele realiza a sua obra. É Deus quem opera tudo em todos (1 Coríntios 12:6; Colossenses 1:29). A nossa suficiência vem do Senhor (2 Coríntios 3:4-6) Deus não chama os capacitados, mas capacita os escolhidos. A vontade de Deus será realizada a despeito da nossa pequenez: Deus se torna grande em nós. O que precisamos é esperar em Deus e confiar que ele fará tudo conforme nos prometeu, além de fazer tudo o que Ele nos ordenou.

4) A submissão servil do coração abençoado por Deus (v. 38)

Um coração alcançado por Deus é um coração que deseja servi-lo. E é impossível servir a Deus sem obedecê-lo. Mesmo diante daquilo que era humanamente impossível, Maria se submeteu aos desígnios de Deus. Submeter-se à vontade de Deus, para a Maria daquela cultura, significaria correr o risco de perder o seu noivo, ser apedrejada por suspeita de adultério ou ser marginalizada pela sociedade. O quanto estamos dispostos a arriscar para cumprir a vontade de Deus para a nossa vida? Será que estamos dispostos a pagar o preço? Será que realmente acreditamos em Deus ao ponto de nos deixar guiar totalmente por ele ao invés de resolver tudo da nossa maneira e com nossos próprios esforços?

Diante da revelação de Deus devemos nos submeter à sua vontade, confiar no seu poder e obedecer a sua Palavra. Temos no livro de Atos dos Apóstolos o exemplo de Paulo: de perseguidor da Igreja a mensageiro das boas-novas. Diante da revelação de Deus, Paulo se converteu e se submeteu até a morte aos planos de Deus para a sua vida.

5) Reflexão

Você conhece a vontade de Deus para a sua vida? Você está disposto(a) a se submeter a Deus e a pagar o preço para que a sua obra se cumpra em você? Você é como Maria que se reconheceu como uma serva do Senhor e se submeteu à sua Palavra, ou você é como muitos cristãos que não querem servir a Deus, mas querem que Deus os sirva, decretando bênçãos para si e exigindo e cobrando de Deus prosperidade para as suas vidas?

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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

DIVISÕES E DIVERSIDADES DOUTRINÁRIAS NA IGREJA CATÓLICA ROMANA


Divisões e diversidades doutrinárias na Igreja Católica Romana
Mizael Xavier

Este breve estudo foi criado em resposta ao vídeo do perfil @arenacatolica, do Kwai, onde o autor questiona os cristãos evangélicos com as seguintes palavras:

"Antes de atrair um católico para a sua doutina, ou melhor, para suas doutrinas, você não acha que os evangélicos deveriam chegar a um acordo entre si e descobrirem onde se encontra a verdadeira doutrina do Evangelho?"

Em primeiro lugar, desejo observar que todos os vídeos do autor criticam ferozmente os cristãos protestantes de forma chocosa, irônica e sarcástica, deixando transparecer seu desprezo e, em alguns momentos, seu ódio por eles. Ele, de fato, não é um pregador ou um evangelista, mas apenas uma pessoa que não está interessada no debate genuíno e bíblico, pelo contrário, deseja tão somente intimidar aqueles que não compactuam com a Santa Sé, a qual ele serve. Que Deus o abençoe grandemente e tenha misericórdia dele. E que o Espírito Santo opere na mente e no coração dele a mesma conversão experimentada por Saulo de Tarso, por Martinho Lutero e por mim. 

É interessante o nome escolhido para o seu perfil: "arena católica", que parece nos remeter à arena do Coliseu, onde os primeiros cristãos eram destroçados pelas feras, diante da histeria dos imperadores romanos. Posteriormente, como religião oficial do Império, as arenas e as cruzes foram trocadas pela fogueira. De assassinados a assassinos. É apenas uma observação pessoal.

Ilustrações de cristãos mortos pelos romanos

Em segundo lugar, não somente este cidadão, mas a grande maioria ou todos os fiéis católicos enxergam os "protestantes", como fazem questão de frisar, como uma coisa só. Dessa forma, a igreja Presbiteriana, Batista, Metodista, Anglicana e Assembleia (tradicionais, não ramificações posteriores e liberais) são tratadas da mesma forma e se igualam às seitas neopentecostais, como as igrejas Universal, Mundial, Internacional, Vitória em Cristo e as menores e menos conhecidas, que mais se assemelham a terreiros de Umbanda. Todos os seus pastores são mercenários, pregam a Teologia da Prosperidade, roubam os dízimos e são milionários.

Em terceiro lugar, essas divisões presentes nas igrejas reformadas são apenas questões denominacionais, mas cada uma delas se considera igrejas co-irmãs e seus fiéis, membros do Corpo de Cristo, ou o "Corpo místico de Cristo", formado por todos os cristãos convertidos de todo o mundo e de todas as épocas. Nós não lutamos uns contra os outros, mas nos ajudamos, temos eventos interdenominacionais, além de uniões que congregam todos os pastores de várias denominações para manter a unidade da fé da Igreja.

Em quarto lugar, as igrejas protestantes conforme citado, possuem muito mais unidades do que diversidades teológicas, que, no fim em nada fere sua unidade teológica. Todas creem no mesmo credo dos apóstolos, seguem a mesma Bíblia, creem na Trindade, esperam o mesmo Cristo e praticam as ordenanças (batismo, ceia do Senhor e disciplina eclesiástica). As igrejas protestantes e reformadas estão fundamentadas nos chamados "cinco solas" da Reforma Protestante: sola gratia, sola fide, solus Christus, sola Scriptura e soli Deo Gloria. Qualquer movimento ou igreja que desacredite em algum desses pontos, não pode ser considerado verdadeiramente cristão e, por isso, não está ligado à verdadeira Igreja. Que verdadeira Igreja é esta? Aquela a qual já me referi: o Corpo místico de Cristo, espalhado por diversas denominações (igrejas locais).

Em quinto lugar, nem ele nem a quase totalidade dos católicos conhecem a história dos missionários cristãos que espalharam a Palavra de Deus pelos quatro cantos do mundo. Sugiro o livro de Ruth A. Tucker: "Até os confins da terra". O que eles sabem sobre John Wesley? Além disso, nunca leram os grandes teólogos reformados, os autores Puritanos. Jamais folhearam uma página dos livros de Jonathan Edwards, Martin Lloyd-Jones, Charles Sopurgeon, Russel Shedd, Augustus Nicodemus, Hernandes Dias Lopes, John MacArthur, A. W. Pink, C. T. Studd ou qualquer outro desses grandes teólogos e homens de Deus.

Para um estudo mais aprofundado sobre o que é ser igreja, sugiro este livro de minha autoria, que você pode encontrar na Amazon: O QUE É SER IGREJA

O livro "Decepcionados com a Igreja" também busca compreender o que é a igreja e as causas das evasões: DECEPCIONADOS COM A IGREJA

Tendo feito essas observações, vamos a alguns pontos que os católicos romanos não conhecem ou preferem não comentar:

1. Existem 24 igrejas católicas: 1 no Ocidente e 23 no Oriente, com uma "unidade" regulamentada pelo Vaticano II (LG, 23) e o Código de Direito Canônico (cânon 112).

Igrejas ortodoxas grega, russa, siríaca e etíope

2. Em 1054, 463 anos antes da Reforma Protestante, ocorreu um cisma na Igreja Católica, surgindo, assim, uma divisão entre a igreja chefiada pelo papa, em Roma, e a igreja chefiada pelo patriarca, em Constantinopla.

3. Quem conhece a história dos concílios, sabe que jamais houve unidade de pensamento entre os religiosos participantes, mas inúmeras divergências doutrinárias e políticas, repletas de brigas e disputas que culminavam em documentos ditos, posteriormente, infalíveis.

As trevas sinistras da Inquisição

4. A igreja católica possui movimentos divergentes dentro da própria Santa Sé: os liberais e os ortodoxos. O papa Francisco é liberal e vive em embates com a ala conservadora da igreja. Se a ala conservadora vence o debate, então significa que nem o papa nem as duas decisões tomadas ex cathedra são infalíveis.

5. Há muitos anos que a Santa Sé vem lutando contra movimentos dentro da igreja de corrente marxista, como a Teologia da Libertação, considerando-a um movimento não legítimo, mas que não para de crescer. O próprio papa Francisco tem sido acusado de ser comunista.

O Marxismo invade a igreja católica

6. A igreja católica também sempre viu com reservas o movimento carismático surgido em 1960, nos Estados Unidos. O seu objetivo claro é parecer-se com o pentecostalismo evangélico, reduzir o número de evasões e atrair de volta os fiéis que se converteram ao protestantismo.

7. Além do falar em línguas estranhas, próprio do movimento pentecostal, os católicos têm diversificado suas missas para se parecerem ainda mais com os protestantes. Assim, seus fiéis já podem contar com missas de cura e libertação, como os cultos, por exemplo, da Igreja Universal do Reino de Deus.

8. Embora a mariologia oficial da igreja católica apresentada no Vaticano II trate Maria como a quarta pessoa da Trindade, faz-se uma diferença entre essa mariologia oficial e a chamada "mariologia popular", presente, acima de tudo, nos países sul-americanos. A igreja não apoia totalmente, ao mesmo tempo em que não condena totalmente os excessos praticados pelos fiéis em seu culto a Maria.

Manifestações da mariolatria popular

9. É impossível negar que a fé católica, acima de tudo no Brasil, está envolvida com o sincretismo religioso, absorvendo porções da fé e da prática das religiões afro-brasileiras, participando ativamente de seus cultos, não por motivo evangelístico, mas em nome da tolerância e do politicamente correto ou permitindo que se realizem trabalhos e rituais em suas igrejas. Outras, no entanto, não concordam nem praticam isso. Quem está certo? Não seria multiplicidade de crenças e doutrinas?

10. A igreja católica não possui a unidade da qual tanto se gaba e propagandeia. Em se tratando da igreja oficial e do Vaticano II, essa unidade não parte do Espírito Santo nem é espontânea, mas forçada por: (1) o ensino de que a igreja é infalível e tudo que parte dela é certeza de fé, pois o papa é representante de Cristo na terra; ir contra o papa e as doutrinas da igreja é ir contra Deus; (2) a proibição, sob risco de excomunhão, de interpretar a Bíblia sem a mediação da Tradição e do Magistério da Igreja, que impede a descoberta da verdade; (3) o medo de não alcançar a salvação, porque, segundo se ensina, "fora da igreja católica não existe salvação"; (4) a vergonha de se parecerem com os "irmãos separados", os "protestantes", os "evangélicos hereges, filhos de Lutero."

Muito mais se poderia dizer sobre a diversidade de pensamentos e crenças dentro da igreja católica, basta lermos livros como "Os crimes dos papas" e "A vida sexual dos papas", que contam a real história por detrás do papado. Se a igreja sempre esteve certa em questões de fé e prática, o Tribunal do Santo Ofício não deveria estar ainda em pleno funcionamento? Se as decisões conciliares são a voz de Deus para a igreja, as decisões do Concílio de Trento ainda estão em voga? A Santa Inquisição e as Cruzadas, que assassinaram milhares de pessoas foram um terrível erro ou decisões infalíveis tomadas pelos sumos pontífices?

Talvez chegue o dia, se Deus assim o permitir, em que os católicos finalmente entenderão que a sua opinião sobre nós e a nossa fé não significa absolutamente nada. Quebrados os grilhões da Santa Sé e afugentadas as ameaças da "Santa Inquisição", nada lhes devemos, a não ser o amor e a pregação do Evangelho para a sua salvação. O que o papa pensa a respeito de nós, os "irmãos separados", conforme nos denomina o Vaticano II, não interfere nem altera a graça de Deus na nossa vida, não remove a certeza da nossa salvação, não nos arranca da Videira verdadeira, não nos afasta do nosso único e suficiente Senhor e Salvador, Jesus Cristo. E tudo isso, pela graça de Deus e para a sua glória.

Se você deseja saber mais sobre a fé reformada e em que realmente creio, vá para este estudo que está neste mesmo blog: AS RAZÕES DA MINHA FÉ

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