segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

QUAL A MENSAGEM DA MISSÃO?




TEXTO ÁUREO: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:15,16).


1. INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus deu à sua Igreja uma tarefa que outrora era confiada aos profetas: a de pregar ao mundo o seu Evangelho. Essa tarefa tem sido realizada com brilhantismo no decorrer da história cristã, mas também carrega alguns momentos de obscuridade. Nem sempre o que foi pregado foi a mensagem que o Senhor deixou. Atualmente, acima de tudo no cristianismo neopentecostal à moda brasileira, a mensagem evangélica tem sido deturpada, cedendo o seu lugar a uma proclamação triunfalista do ideal humano de felicidade plena e prosperidade financeira. A humildade de Jesus, o seu sacrifício na cruz e a salvação que é oferecida por meio desse sacrifício estão sendo desprezados. Não existe mais espaço para pregações que envolvam a fé e o arrependimento, os dois elementos básicos da conversão, muito menos a santidade de vida consequente dessa conversão.


2. PERGUNTA DE TRANSIÇÃO

Quando pensamos em missão, a qual missão nos referimos? Se a nossa missão é pregar o Evangelho, sabemos ao menos qual o conteúdo do Evangelho que deve ser pregado? As nossas pregações estão alinhadas com a mensagem da cruz? Entender isso nos ajudará e compreender a nossa posição como missionários e o nosso real papel como embaixadores do Reino de Deus.


3. DEFININDO A MISSÃO DA IGREJA

A missão da Igreja é a glorificação do Nome de Deus por meio de ações coerentes com os valores do seu Reino, tendo como base sólida a sua Palavra e como fator motivador o amor, vivendo debaixo da sua graça e na dependência total do Espírito Santo. Deus é glorificado quando aquilo que somos, pensamos, sentimos, falamos e fazemos reflete o seu caráter santo e justo e está submisso à sua soberana vontade.


4. A GRANDE COMISSÃO

Compreender a missão e o nosso papel como ministros do Evangelho de Cristo significa, antes de mais nada, compreender a natureza da Grande Comissão. Para alguns ela se mostra bastante simples, uma tarefa evangelística de anunciar as boas-novas aos povos. Para outros ela é impraticável, uma vez que, de acordo com algumas teologias, o Evangelho não precisa ser pregado. Ainda outros veem nas missões um problema sério e incompatível com o pensamento mundano do politicamente correto, onde cada um tem a sua crença e devemos respeitar a todas. Pregar o Evangelho significaria ir contra a liberdade religiosa humana ou um proselitismo que visa impor uma crença sobre as outras.


4.1 Um chamado: Ide

A quem o Senhor Jesus dirige quando ordena que o seu evangelho seja pregado? A quem Ele está chamando? Um grupo de elite de crentes munidos das armas espirituais corretas para divulgar as boas-novas? Este é um chamado para a Igreja. Se a Grande Comissão é para toda a Igreja, precisamos compreender como esta deve se comportar diante do chamado do Senhor, não como um indivíduo apenas, mas como um corpo.

·         A Igreja é o corpo de Cristo, logo, todos os seus membros devem estar envolvidos na tarefa da evangelização. Cada crente é um evangelista, um missionário. Embora exista o dom de evangelismo, que capacita pessoas de forma especial e extraordinária para o serviço da evangelização, todo crente é por natureza um evangelizador, um fazedor de discípulos.
·         O termo grego para “ide” é proteuthentes, que significa “indo”, o que mostra uma Igreja que está a caminho. Muito mais que uma comunidade reunida em torno de si mesma para cultuar a Deus, a Igreja se mostra itinerante, envolvida com a tarefa de levar a Palavra de Deus ao mundo. Quando aprendemos que culto não é aquilo que de presta a Deus dentro de um templo, mas um estilo de vida santo e obediente, entendemos que o nosso culto envolve todo o nosso ser, todos os momentos e aspectos da nossa vida. Logo, onde estivermos Deus deverá estar sendo cultuado. Onde estivermos seremos membros do seu corpo atuante. Não fomos salvos para ficar, mas para ir. A nossa vida cristã é dinâmica, militante, transformadora.
·         A Igreja Caminhante é aquela que está a caminho, de porta em porta, de vida em vida, de necessidade em necessidade, de amor em amor, de luta em luta, de Palavra em Palavra, de fé em fé. Ela não está estagnada, não cultua a Deus a partir de si mesma, mas a partir da verdade Bíblica que lança o cristão num relacionamento horizontal (pessoas-pessoas; Igreja-mundo) como fruto de um relacionamento vertical (Igreja-Deus). Estar a caminho, fora das quatro paredes do templo e da prisão invisível do nosso ego significa que entendemos o chamado de Jesus. Nenhum profeta ou servo do Senhor, ao ser chamado, permaneceu onde estava. Até mesmo Jonas saiu do seu lugar, embora em direção oposta àquela designada por Deus. Jamais poderemos ficar indiferentes ao chamado de Deus. A própria estagnação é uma resposta, todavia negativa, mas que prestaremos contas a Deus.


4.2. Uma direção: por todo o mundo

A direção da Igreja comissionada por Jesus é o mundo inteiro. O Senhor disse em Atos 1:8: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. A Igreja não pode se limitar àquilo que acontece nas suas quatro paredes. Hoje temos uma Igreja ensimesmada, que vive somente para si, suas programações e eventos, sem se preocupar com os que estão fora das suas quatro paredes e precisam ouvir o Evangelho. Isso tem a sua raiz numa teologia que convence o indivíduo de que o centro da sua adoração é ele mesmo e seus problemas, não colocando a sua fé a serviço do Reino, do irmão, do próximo, mas tão somente das suas necessidades e sonhos. Precisamos ir até as pessoas, não esperar que elas venham até nós. Estratégias para atrair o pecador para ouvir a Palavra no templo estão equivocadas. Coloca-se nas mãos do pastor o poder de pregar e converter almas e exclui-se o restante da Igreja dessa tarefa. A pregação é onde o pecador estiver.

O fato de Jesus delimitar a área de atuação dos discípulos a partir do local onde eles se encontravam, mostra uma preocupação doméstica. Os primeiros a ouvirem a mensagem do Evangelho deveriam ser os judeus, depois os seus vizinhos samaritanos, até que a mensagem se estenderia por todas as partes. Nós já fazemos parte dos “confins da terra”, somos povos longínquos alcançados pelo Evangelho. A nossa missão deve começar aqui mesmo, na nossa rua, no nosso bairro. Muitas vezes nos preocupamos com o que acontece do outro lado do mundo e não enxergamos o que acontece logo ali na esquina. Treinamos e enviamos missionários para a África ou a Ásia, enquanto existem pessoas sedentas do Evangelho aqui mesmo. Isto não significa que não se deve enviar missionários para longe, mas que precisamos priorizar o nosso quintal, a nossa casa antes de cuidarmos da casa dos outros. Vemos aqui a grande importância do discipulado, do treinamento de evangelistas nesses países, para que eles alcancem seu próprio povo e possam atuar na sua própria área, sem depender da força-tarefa de outros países.


4.3. Uma missão: e pregai

A missão da Igreja é a glorificação do Nome de Deus, sendo a proclamação do Evangelho um elemento essencial dessa missão. Somos chamados a pregar, a proclamar, a falar. A palavra proclamação vem do termo grego kerygma e também pode significar pregação (Mt 12:41; Mc 16:8). Nem sempre é isto que está acontecendo. Quando olhamos certas denominações, percebemos que o kerygma está muito longe de ser a sua alma. Exalta-se a liderança, expulsa-se demônios, opera-se milagres, pratica-se uma fé sincrética e supersticiosa, promete-se bênçãos de prosperidade financeira e felicidade total, faz-se campanhas de oração de todos os tipos, utiliza-se objetos sagrados e mantras, mas não se proclama mensagem alguma. Como fazer discípulos sem o Evangelho que gera discípulos? Como os pecadores serão convencidos do pecado se até mesmo a própria palavra “pecado” já foi erradicada dos púlpitos? As mensagens modernas assemelham-se ao conteúdo dos livros de autoajuda, que colocam o homem em busca de si mesmo, não de Deus. Muitos pregadores têm trocado o conteúdo do Evangelho por palestras sobre temas psicológicos, apresentando as grandes descobertas das ciências da mente como soluções simples para os problemas da humanidade, não fazendo mais menção ao poder de Deus e a atuação do Espírito Santo na vida do crente. Tudo se resolve com terapia e força de vontade, que alguns traduzem como fé.

A proclamação verdadeira do Evangelho genuíno envolve:

·         A pregação verbal do Evangelho, anunciando a Cristo e mostrando o plano da salvação (1 Pe 2:9).
·         O discipulado: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:19,20). Após a conversão, o crente precisa ser ensinado quanto àquilo que Deus espera dele e que está expresso na Bíblia. O objetivo desse discipulado, além de fortalecer a fé e desenvolver a santidade do discipulando, deve levá-lo a fazer novos discípulos.
·         O ensino: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (cf. 2 Tm 2:2). O ensino na Igreja tem um conteúdo: a mensagem de Jesus. Nada que ultrapasse esta mensagem deve fazer parte do ensino da Igreja.
·         Cuidado com os pobres (Gl 2:10). A Igreja tem uma tarefa social, a de cuidar dos pobres que estão no seu meio e daqueles que não fazem parte do seu rol de membros. Essa tarefa social é uma resposta positiva ao amor de Deus em nós, que nos leva a amar a nós mesmos e ao próximo.


4.4. Uma mensagem: o Evangelho

Eis o conteúdo do “pregai". Este é o ponto central do chamado da Igreja, da sua missão. A mensagem errada nos levará a práticas erradas. Que Evangelho temos pregado? Que palavra temos ensinado? Que tipo de discípulos estamos fazendo? A mensagem que o Senhor nos enviou a pregar não foi outra senão o seu Evangelho. A palavra “evangelho”, do grego euangelion, significa “boa notícia”, ou “boa-nova”. Mas que boas novas são essas? É uma mensagem essencialmente de salvação, como podemos atestar ao ler toda a Bíblia. O evangelho que tem sido pregado hoje é um evangelho mentiroso, de facilidades e prosperidade, que retiram Jesus do centro da mensagem para colocar o homem e as suas necessidades e projetos. Não se fala mais em salvação, arrependimento de pecados, conversão, céu ou inferno. A mensagem da missão da Igreja é a cruz de Cristo. Se não estamos pregando sobre a cruz, não estamos fazendo missão, mesmo que estejamos de casa em casa, cidade em cidade, país em país. João resumiu o seu Evangelho da seguinte maneira: “Estes, porém, foram registrados para que creias que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20:31). A mensagem bíblica é uma mensagem de arrependimento e conversão:

·         Antigo Testamento: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53:6).
·         Os anjos: “eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:10,11).
·         João Batista: “Naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:1).
·         Jesus: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15).
·         Pedro: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já foi designado, Jesus” (At 3:19,20).
·         Paulo: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17:30).
·         João: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9).
·         Apocalipse: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3:19).


4.5. Um público: a toda criatura

O Senhor Jesus não determinou um grupo de pessoas específico para ouvir a mensagem da salvação. “Toda criatura” significa todas as pessoas da face da terra, independente de sua condição social, cultura, etnia, nível de escolaridade, filosofia política, vícios ou qualquer outro fator. Todos precisam ouvir as boas-novas de salvação. Alguns cristãos chamados de “calvinistas radicais” entendem que a salvação é somente para os eleitos e que eles de alguma forma serão salvos, pois não podem perecer. Então não é necessário pregar o Evangelho. Mas não é isso que a Bíblia ensina. Mesmo aos próprios eleitos a salvação está condicionada ao ouvir da Palavra de Deus. A fé vem pela pregação e a pregação pela Palavra de Cristo (Rm 10:17). Esse público está lá fora, no mundo. A Igreja não pode deixar de sair e pregar o Evangelho. Todavia, a grande maioria das nossas programações são voltadas para nós mesmos: cultos e campanhas diversos, festividades, jejuns, eventos (mulheres, jovens, adolescentes, crianças, casais).

Outro problema envolvido nessa questão é que, conforme alguns pastores e pregadores crescem em seus ministérios e alcançam certa proeminência, já não se contentam mais com públicos pequenos, dando preferência às grandes multidões. Pregar em uma “igrejinha” já não é para eles, porque eles são muito grandes para tão pouco. De pastores passam a conferencistas, palestrando apenas em grandes eventos ou grandes igrejas, e isso a um preço alto. O fato de cobrarem por uma pregação demonstra que o que está em vista não é o Reino de Deus nem a glorificação do seu santo Nome, mas a exaltação do pregador. Embora os grandes sermões de Jesus tenham sido direcionamos a poucas pessoas (como os seus discípulos) ou apenas a uma pessoa (como Nicodemos e a mulher samaritana), os pregadores modernos acham desperdício de tempo e talento preparar um sermão para meia dúzia de crentes escutarem.


4.6. Uma promessa de salvação: Quem crer e for batizado será salvo

A mensagem do Evangelho traz uma viva esperança: a certeza da salvação em Cristo, o perdão para os pecados, a comunhão reatada com Deus, a filiação divina, o selo do Espírito Santo. Essa mensagem tem sido trocada por uma esperança meramente terrena, por bênçãos passageiras que não levam à salvação nem produzem compromisso com o Reino de Deus. Estamos escondendo das pessoas a mensagem principal do Evangelho, apresentando uma proclamação equivocada que não coloca ninguém no céu. De certa forma, estamos fechando as portas do céu a quem deseja entrar. É preciso dizer abertamente que Cristo salva (Jo 3:16), que Ele nos liberta do pecado e nos livra da ira de Deus e do seu juízo (Jo 3:18; 5:24). O Evangelho é poder de Deus para a salvação (Rm 1:16). Falando aos presbíteros de Éfeso a respeito do seu ministério naquela importante cidade, Paulo fala sobre o conteúdo do seu ensino: “jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (At 20:20,21). Arrependimento e fé são as bases da verdadeira conversão. Muitas “conversões” são produzidas sem essas duas bases, o que gera crentes insinceros, isto é, que jamais se converteram de verdade.


4.7. Uma promessa de condenação: Quem, porém, não crer será condenado

A Palavra de Deus é a verdade (Jo 17:17). Ela não é uma meia-verdade. Quando a proclamamos, não podemos ocultar absolutamente nada. Se existe uma promessa de salvação para aqueles que crerem no Evangelho, também existe uma promessa de condenação para os que não crerem (Rm 3:9,23). Estes serão condenados. Para alguns, a nossa mensagem é cheiro de vida, mas para outros, cheiro de morte (2 Co 2:14-17). João 3:36 junta estas duas realidades: a vida eterna para quem crê no Filho de Deus e a ira para aqueles que permanecem rebeldes contra Ele. Apocalipse 21 também expressa essas duas situações: as delícias do paraíso celestial para os crentes em Cristo Jesus e a danação eterna no inferno para os ímpios (Ap 21:1-8). Se existe a vida, existe a morte e a segunda morte; se existe a salvação, existe a condenação; se existe o céu, existe o inferno; se existe o perdão, existe o castigo. A pregação que não apresenta os dois lados da moeda, não é o Evangelho. Assim como não podemos apenas falar do céu sem nos referirmos ao inferno, também não podemos falar somente do inferno sem qualquer alusão ao céu.


5. CONCLUSÃO

A missão da Igreja é a missio Dei, isto é, a missão de Deus. Nesta missão, conhecer a natureza de Deus, da sua mensagem e da Igreja é essencial. Fora da Palavra de Deus, não existe cristianismo genuíno. Aquilo que se sente, pensa, fala e prega acerca de Deus deve estar bem firmado na sua Palavra, sendo prático, impactante, transformador e capaz de alcançar as almas de Jesus (cf. Rm 1:16,17; Cl 1:28,29).


Mizael Xavier

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CINCO EVIDÊNCIAS DE QUE VOCÊ PRECISA DE SALVAÇÃO




TEXTO ÁUREO: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9:27).


INTRODUÇÃO

Um dia a humanidade estará diante de Deus para ser julgada por Ele. Entretanto, nem todos têm essa consciência; alguns porque ainda não sabem, porque ninguém lhes ensinou sobre isso; outros porque preferem crer que isso é mentira ou que são boas demais para ir para o inferno. O fato é: independente de acreditarmos ou não, o julgamento acontecerá, e será num dia em que não sabemos, num abrir e fechar de olhos (1 Co 15:52), num momento em que ninguém espera (Mt 25:13). Neste dia, todas as nossas crenças terão sido válidas ou nos lançarão num abismo profundo.


PERGUNTA DE TRANSIÇÃO:

Se você morresse hoje, estaria preparado para enfrentar o grande julgamento, para ser julgado por Deus? Pode ser que não. Pode ser que esteja seguro por achar-se bom demais para ir para o inferno e que Deus lhe dará uma boa recompensa. Mas eu quero lhe apresentar algumas evidências que vão lhe provar que você precisa desesperadamente de salvação.


AS EVIDÊNCIAS

Primeira evidência. Nós não somos considerados pecadores por causa dos pecados que praticamos diariamente, mas por causa de um pecado maior, chamado de “pecado original”, originado na Queda do homem no jardim do Éden. Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus, condenaram toda a raça humana (Gn 3:1-24). Assim, todos os que nasceram a partir de então, nasceram sob condenação, destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). O pecado não é um evento, mas uma condição de toda a humanidade. Todos sem exceção nascemos perdidos e mortos (Rm 5:12).

Segunda evidência. O pecado original afastou o homem de Deus, colocou-o debaixo da sua ira e trouxe-lhe a presença do pecado e da morte (Rm 6:23). Todos nós nascemos mortos em nossos delitos e pecados. Não há quem faça o bem nem que busque a Deus. Todas as nossas justiças de Deus são como coisa imunda e desprezível (Rm 3:10-18). Não há nada que possamos fazer para reverter essa situação. Não somos capazes de cumprir a Lei de Deus, de seguir os seus mandamentos. Estamos constantemente pecando. O pecado é um crime contra Deus passivo de punição.

Terceira evidência. Os nossos pecados individuais denunciam que de fato fomos afetados pela Queda. A nossa natureza é de todo corrompida, não existe bem algum dentro de nós (Mt 15:19; Rm 7:17-19). O fato de pecarmos sempre, de não conseguirmos cumprir a lei de Deus é uma prova de que nada podemos fazer sem Deus e de que precisamos de salvação (1 Jo 3:4-9). Deus é justo em nos condenar no dia do julgamento, em nos enviar para o inferno, um lugar de tormento eterno, onde nunca mais teremos a oportunidade de nos arrepender para alcançar a vida eterna (Mt 25:41; 1 Ts 1:4-10; Ap 20:13-15; 21:8).


Quarta evidência. Como não estamos debaixo da ira de Deus por conta dos nossos pecados em primeiro grau, mas da nossa condição de pecadores herdada na Queda, os nossos pecados são apenas consequências desse mal maior. Logo, mesmo que sejamos pessoas aparentemente santas e justas aos nossos olhos, mesmo que pratiquemos o bem e façamos caridade, ainda assim estamos sob condenação, debaixo da ira de Deus, porque a salvação não é pelas obras, mas pela fé em Jesus Cristo (Jo 5:24; Ef 2:8,9; Gl 2:21; Rm 3:24; 9:16). Logo, ninguém pode se achar desculpado diante de Deus nem crer que sem Cristo poderá ir para o céu, ou que não precisa de Deus nem do céu. Assim, o destino final continuará sendo o inferno, para onde o pecador irá com todas as suas boas obras praticadas com o intuito de merecer a salvação. O apóstolo João escreveu: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:8,9).

Quinta evidência. A ira de Deus contra o pecador está patente nas Escrituras, de modo que não existe possibilidade de alguém se considerar justo ou de não precisar de salvação (Jo 3:36; Rm 1:18; 2:6-8; 12:19). Embora Deus seja amoroso e bom, Ele não compactua com o pecado; logo, punirá o pecador e sua irresoluta desobediência. A Bíblia garante essa condenação e afirma que ela está próxima.


A SALVAÇÃO PROVIDENCIADA

Deus providencia um meio de salvação. O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida (Rm 6:23). Deus não sente prazer na morte do ímpio, por isso lhe forneceu um meio de salvação: seu único Filho, que morreu na cruz para salvar o pecador (Jo 3:16; 1 Pe 2:22-24; 3:18; 2 Co 5:21). A dívida impagável que temos com Deus foi paga por Cristo ao derramar o seu sangue. Através de Cristo somos regenerados, a ira de Deus que está sobre nós é aplacada, a paz entre Ele e nós é feita e finalmente somos com Ele reconciliados (Cl 2:13-15). Quando aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, somos selados com o Espírito Santo e nos tornamos seus filhos (Ef 1:13). Esta salvação é unicamente pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Não existe nada que possamos ou precisemos fazer, apenas crer quando convencidos do pecado pelo Espírito (Rm 5:1; Ef 2:8,9). Embora Deus abomine o pecado, Ele nos ama e prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). A fé em Jesus nos garante a vida eterna nos céus (Jo 6:68; 17:3; 1 Jo 5:11-13; Gl 6:7,8).

A salvação é agora. Deus determinou um tempo em que virá julgar a humanidade. Muitos vivem de acordo com a sua vontade afirmando que “tudo é no tempo de Deus”. mas não sabemos quando será esse tempo, quando Jesus voltará. A Bíblia não diz que devemos “esperar o tempo de Deus” para nos arrependermos, mas que esse tempo é agora, já, imediatamente: “Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Co 6:2). O apóstolo Pedro escreveu: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto como um ladrão, o Dia do Senhor...” (2 Pe 3:9,10). Para aqueles que desejam viver a sua vida segundo seus interesses, sem atentar para a necessidade de salvação, o Senhor diz: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lc 12:20,21).

Nem todos crerão. Muitos argumentam que Deus é bom demais para punir alguém com algo tão terrível como o inferno, um lugar de tormento, de fogo e enxofre, onde a alma arderá pela eternidade. Mas a Bíblia nos garante essa condenação aos ímpios, aos que se mantiveram rebeldes contra o Filho e morreram sem crer nele para a salvação (Jo 3:36). O amor de Deus inclui a sua ira e a sua indignação contra o pecado e o pecador (1 Ts 5:3; 2 Ts 1:8,9). Ao lançar o pecador no inferno, Deus está sendo justo, como está sendo misericordioso ao levar o crente para o céu para reinar com Ele (Rm 2:6-11; 9:22-24; 11:22; 1 Ts 5:9). O apóstolo João escreveu: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1:11,12).


CONCLUSÃO

Independente da sua ideia a respeito de Deus, de Jesus, da salvação e da eternidade, o fato bíblico inegável é que você é um pecador e está distante da glória de Deus, carente de uma salvação que somente a fé em Cristo pode lhe dar. A decisão de abraçar a fé ou não repercutirá na sua eternidade e revelará onde você irá passá-la, para onde a sua alma irá após o Juízo Final: céu ou inferno. Deus lhe diz nas Escrituras: “Ora, não levou Deus em conta o tempo da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17:30,31). Você quer comparecer diante de Deus como quem rejeitou a sua salvação ou como aqueles que o amam e esperam a sua vinda? O autor de Hebreus escreveu: “assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9:28).


APELO

Se o Espírito Santo tocou o seu coração, se você reconhece que é pecador e que está debaixo da ira de Deus; se você entende que somente pela fé em Jesus Cristo pode ser salvo e que virar as costas a esta salvação é incorrer em condenação eterna, arrependa-se, aceite a Jesus como seu único e suficiente Salvador e receba de graça a vida eterna (Lc 5:31,32; At 3:19).


Mizael de Souza Xavier
22 de fevereiro de 2017.

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