Vença o medo de falar em público
Mizael de Souza Xavier
Um resumo do capítulo: VENCENDO O MEDO, do livro O PODER DA ORATÓRIA: A ARTE DE SE EXPRESSAR, CONVENCER E LIDERAR”, de Mizael de Souza Xavier.
Embora a ansiedade seja algo que possa atrapalhar, ela pode ser utilizada de maneira construtiva, como fator de estímulo e entusiasmo (NÓBREGA, 2009, p. 27). Cada pessoa deve descobrir formas próprias de estimular-se e criar condições internas para exercitar a criatividade e lidar com a ansiedade. Dormir bem, alimentar-se corretamente, fazer exercícios, ler bons livros e evitar cigarro e álcool são apenas algumas práticas que ajudam no relaxamento, no aumento da capacidade intelectual, na memória e na diminuição dos índices de ansiedade. Se não podemos nos livrar dos problemas cotidianos que também causam ansiedade, podemos mudar a nossa maneira de lidar com eles: de forma proativa e resiliente. Por mais bem preparado que estejamos, sempre ficaremos um pouco ansiosos antes de alguma apresentação. A questão é saber administrar essa ansiedade e não permitir que ela leve embora todo o nosso preparo. Se a ansiedade prevalecer, pode ser que aconteça o que acontece quando estudamos longamente para uma prova e no momento de realizá-la, esquecemos o que havíamos estudado. É preciso ter calma, paciência e ficar bastante relaxado.
A ansiedade e o medo podem ser melhores tratados tão logo o indivíduo se dê conta deles e da necessidade de superá-los. Ambos prejudicam o desempenho do orador, tanto em seu planejamento e treinamento, quando no momento da exposição. A voz tende a enfraquecer e o corpo não responde aos estímulos da mente, deixando a pessoa insegura, nervosa, o que será observado pela plateia e poderá afetar negativamente a sua apresentação. Andar de um lado para outro, “dançar”, ficar paralisado, tremer, mascar chicletes, não olhar as pessoas nos olhos, gesticular demais, não saber onde “enfiar os braços”, são apenas alguns sintomas de oradores inseguros e temerosos, e que roubam a cena no momento da apresentação. Dependendo do tique nervoso que você desenvolva no momento da sua fala, as pessoas tendem a prestar menos atenção no conteúdo, gerando até mesmo risadas, o que aumenta ainda mais o seu desconforto.
Acredite, tudo isso pode ser vencido se você se dispuser a trabalhar a si mesmo, aperfeiçoar-se constantemente e ter uma boa dose de amor próprio. Algumas soluções práticas podem ser implementadas para tratar o medo e a ansiedade e evitar que eles determinem suas atitudes e paralisem suas ações. Vamos estudar algumas.
Aprimore a sua autoestima
Uma das grandes barreiras à arte de falar em público é a baixa autoestima, principalmente quando se é iniciante nessa área. O problema é que não existe nenhum ritual de iniciação, mas, quando menos esperamos, somos convocados desde cedo a nos comunicar, a prestar explicações, a responder perguntas dos nossos pais e professores e a defender nossas ideias ou o nosso lado da história. É nesses momentos que a nossa autoestima será provada, que revelaremos o quanto nos conhecemos e nos valorizamos, o quanto somos capazes de atuar de maneira assertiva na vida. A autoestima não tem a ver unicamente com se amar e se aceitar como é, mas também diz respeito a estar insatisfeito com quem se é e buscar o crescimento. Para buscar esse crescimento, é necessário acreditar que somos capazes, que podemos aprender, crescer e nos desenvolver. Por que tantas pessoas que possuem medo de falar em público jamais dão o primeiro passo? Porque se veem incapazes para isso, carregam sentimentos de inadequação e inferioridade, temem as críticas, não possuem autoconfiança e, por isso, creem que não adianta nem tentar.
Reconheça o seu medo
Reconhecer o medo como fator positivo do nosso instinto de sobrevivência, já que nos ajuda em nossa proteção e preservação. No caso de falar em público, segundo Nóbrega (2009, p. 29), o medo “trata-se de uma fobia social que se traduz na dificuldade de se relacionar com as pessoas, de olhar nos olhos do ouvinte, de expor ideias a superiores etc. Por trás disso tudo, há o medo do julgamento das pessoas, transtornos fóbicos normalmente decorrentes de autocrítica muito exagerada”. A autocrítica é importante, mas quando extrapola o limite necessário, torna-se nociva. Um dos grandes problemas neste caso é nos avaliarmos sempre tendo em mente alguém que julgamos superior a nós, mais inteligente, mais experiente. Então condenamos tudo o que somos e temos porque não nos parecemos com os nossos modelos. Todavia, não paramos para pensar sobre o caminho que esses modelos trilharam para chegar até lá, sobre o seu começo difícil e tudo que tiveram de aprender até alcançarem aquele grau de competência e êxito. Esse tipo de comparação é injusto, porque não nos dá a oportunidade de errar como eles erraram, de sofrer como eles sofremos. Começamos agora e já queremos ser parecidos com eles e quando não conseguimos, vem a frustração e o medo. A receita para este mal é uma só: começar do início, aceitar o processo e estar a caminho. Um dia também vamos chegar lá!
Tenha atitude
Esta é a palavra-chave: atitude. Seja ousado! Algumas atitudes muito práticas nos ajudam a vencer o medo de falar em público. Em primeiro lugar, é preciso abrir mão do narcisismo de não suportar a crítica dos outros. Muitas pessoas não se expõem publicamente porque temem ser alvo de piadinhas, de risadas, de comentários posteriores, pois isso fere o seu ego. Por outro lado, isso pode não ter a ver com a opinião dos outros, mas com a opinião do próprio indivíduo acerca de si mesmo. Quer ser e estar perfeito, quer impressionar e tem medo de não conseguir, de deslizar em alguma palavra ou esquecer algum dos pontos a serem debatidos. Por outro lado, existe o risco de levarmos demasiadamente em conta o conceito da plateia a nosso respeito, no sentido de jamais nos sentirmos prontos nem capacitados para atender as suas expectativas. Por mais que lutemos contra o medo, por mais que estudemos técnicas de oratória e por mais que nos preparemos para nossas apresentações, nada parece ser o suficiente e sempre nos vemos às voltas com uma anorexia criativa, que nunca está satisfeita e que sempre encontra excessos para continuar sem tentar.
Segundo, é preciso tempo para que a mente e o organismo se acostumem com as apresentações públicas. Se esta for uma decisão que dará início ao desenvolvimento da habilidade oratória, com o tempo e a prática os fatores internos de medo e ansiedade se estabilizam, trazendo-lhe amadurecimento e autoconfiança. Mas do contrário, se você não se conscientizar de que precisa ser “tratado”, jamais conseguirá alcançar o seu objetivo, que é o de falar corretamente e sem medo em público, de convencer e liderar pessoas, de influenciar e fazer a diferença neste mundo tão vazio.
Desenvolva habilidades
Ter medo de falar em público pode ser nada mais que a certeza de não estar preparado da forma adequada. As habilidades desenvolvidas com o treinamento e a prática lhe permitirão não apenas vencer seu medo e sua ansiedade, mas saber o que fazer quando os imprevistos surgirem. O certo é que, como orador, você não poderá dominar o público, a não ser que controle a si mesmo (NÓBREGA, idem, p. 31). As técnicas e as práticas servem para que o orador domine a si mesmo e não deixe transparecer ao público a sua ansiedade e o seu medo em doses nocivas. Quanto mais ansioso o orador estiver no palco, mais ansiosa a plateia ficará e o seu interesse na mensagem aos poucos se vai perdendo. Como já vimos, a plateia é simpática ao orador, mas tudo encontra um limite. O orador precisa manter a postura e agir com segurança, mesmo diante das suas falhas. Ficar pedindo desculpas o tempo inteiro por algo que falou errado ou por uma informação esquecida, só demonstra despreparo e leva à falta de credibilidade diante da plateia, que acaba desconfiando que o orador não se preparou para a palestra, ainda que ele tenha de fato se preparado e domine o conteúdo. Mas como irá repassá-lo?
Planeje o seu futuro
Embora planejar o futuro seja uma regra para todos aqueles que desejam alcançar o êxito como comunicadores, este conselho é especialmente importante para aqueles que acabaram de iniciar suas pesquisas e suas práticas nesta área tão complexa e rica. Precisamos ter em mente um objetivo, onde queremos chegar. Algumas pessoas querem apenas quebrar suas barreiras comunicativas para aprimorar seus relacionamentos pessoais e profissionais. Outras precisam falar em público porque isso é importante na sua área de estudo e ajudará a trazer melhores notas. Ainda outros precisam urgente se comunicar com eficiência no trabalho para executar suas tarefas e liderar. Por fim, existem aqueles que desejam viver da oratória, tornar-se palestrantes e influenciadores, sejam presenciais ou digitais. Eles veem na oratória o seu bilhete de acesso a um futuro de crescimento e vitória. O que todas essas pessoas possuem em comum é que tudo isso precisa ser planejado, com metas e objetivos claros, que revelem os passos necessários para que sejam alcançados.
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