UM LEÃO POR DIA
Uma história sobre Bullying, por Mizael Xavier
Imaginem um adolescente que começa a se descobrir e a questionar sobre a vida. Ele possui uma característica: desde a sua infância sofre bullying. Tudo parecia tão natural, algo como a lei do mais forte, sendo ele o mais fraco. Mas ele começa a se incomodar com a solidão, com o fato de não ter amigos e ser sempre alvo de piadas e agressões. O que ele fez? Será que a sua existência era uma agressão à vida daquelas pessoas más? Elas o puniam pelo fato de existir? Por que ninguém o amava? Não havia respostas.
Com ele acontece o que acontece com todo adolescente: a descoberta da sua sexualidade e o interesse por garotas. A escola está cheia delas! Algumas delas despertam sua vontade de namorar. Mas como? Ele é apenas um ridículo saco de pancadas. Que garota desejará estar ao seu lado? Ele se sente rejeitado, fraco, impotente. Tanto pior quando é xingado na frente de todos, tratado como um judas em sábado de aleluia. As garotas que ele tanto sonha em conquistar, olham-no com um misto de desprezo e pena.
Certo dia, ela volta da escola e atravessa uma galeria comercial para alcançar a outra rua. Faltam poucos metros. Quando já avista a porta da saída, vê-se cercado por uns três ou quatro marmanjos. Sim, os mesmos agressores da sua escola o encontram ali, em sua caminhada solitária. Ele não consegue fugir nem tentar reagir ao escárnio. Também nada pode fazer contra o soco na boca do estômago. Seus agressores vão embora, rindo. Ele fica ali, olha para os lados; as pessoas, passivas, contemplam a cena. O que estarão pensando? Por que não fizeram nada? Ele segue em frente.
Ao chegar em casa, nada conta a ninguém sobre o que aconteceu. Seu sofrimento é silencioso. Antes de adormecer, já em sua cama, à noite, ele se vira para a parede e chora. Talvez não tenha lugar para ele neste mundo. Talvez algum dia ele se transforme em um super herói e destrua os seus inimigos. Mas mal sabia ele que aquilo era só o começo, que a sua vida ainda reservava muitas torturas e humilhações. Será que algum dia isso teria fim? Ele sempre escutara a expressão "matar um leão por dia", mas em todas as caçadas, ele sempre era o leão.
Mizael Xavier é autor do livro "Memórias do silêncio: relatos e reflexões de uma ex-vítima do Bullying"
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