quinta-feira, 21 de março de 2013

COM OLHOS DE CRIANÇA - poesia





Para a vida ser melhor
E para a humanidade ter esperança
É preciso olhar o mundo
Com olhos de criança. Mas que criança?

Como aquelas que olham o mundo
Com os olhos turvos de fome
Que enxergam somente a miséria
Que dia-a-dia as consome?

Com os olhos daquelas crianças
Que convivem diariamente com a violência
Dentro ou fora de casa
Cumprem sua pesada penitência?

Com os olhos das crianças de rua
Que não enxergam um destino melhor?
Cheirando cola, roubando para sobreviver
Sabem sua sina de cor.

Como as crianças abandonadas
Jogadas no lixo como coisa qualquer
Aliciadas por corações sombrios
Que das meninas fazem mulher?

Com os olhos de crianças amedrontadas
Surradas pelos pais que deveriam amá-las
Mortas em rituais satânicos
Feridas a fogo, mortas a balas?

Ou com os olhos daquelas outras
Filhas de ricos e poderosos
Que têm tudo e desconhecem limites
E crescem adultos desrespeitosos?

Como as crianças vitimas das guerras
Subsistindo em campos de refugiados
Dilaceradas por minas terrestres
Vitimas de um povo angustiado?

Como essas crianças olharão o mundo?
O que o mundo representa para elas?
Talvez seja um grande campo de guerra
Talvez seja sua eterna cela.

O que essas crianças se tornarão:
Homens-bomba, traficantes, assassinos?
Será por elas que o mundo chora?
Será por elas que dobram os sinos?

Olhar o mundo com os olhos da fé
É trazer de volta a esperança
Mesmo que o pobre esteja com fome
Mesmo que não haja crianças.

Com fé as crianças crescem
Livres, felizes, saudáveis e realizadas
Mesmo que o mundo lhes maltrate
Mesmo que sejam desprezadas.

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