O verdadeiro fundamento
Em primeiro lugar não é Pedro a pedra
fundamental da igreja, mas o próprio Cristo. A passagem de Mateus 16:13-20
refere-se a Pedro na segunda pessoa (tu), mas “esta pedra” refere-se à terceira
pessoa. “Pedro” (petros) é um termo
masculino singular, e “rocha” (petra),
é um termo feminino singular. Quando Jesus fez esta declaração, queria afirmar
que Ele mesmo, “o Filho do Deus vivo”, seria a base da Nova Aliança, fundada
não por mãos humanas, mas pelo seu sangue derramado na cruz para a salvação da
humanidade. Pedro, homem pecador, jamais poderia ser uma base bastante sólida.
Pedro, não morreu por nós nem ressuscitou. Cristo sim.
Jesus Cristo é a pedra angular da sua
igreja (Isaías 28:16; Salmo 118:22; Mateus 21:42-44; Atos 4:11; Romanos 9:33; 1
Coríntios 10:4; Efésios 2:20). O próprio Pedro, a quem os católicos romanos
insistem em chamar de “Pedra fundamental da igreja”, afirma que é Jesus a pedra
(1 Pedro 2:6-8). Porque escolher Pedro e não Cristo como fundador da igreja?
Por que não aceitar a doutrina bíblica como ela é? Existe algum mal em se ter
Jesus como o cabeça e fundamento seguro da igreja? Podemos arriscar aqui uma
suposição para explicar este modo de pensar: sendo Jesus de sacerdócio eterno, seria inviável uma legião de papas
eleitos de tempos em tempos. Pedro seria muito mais manipulável. Sendo Pedro
sujeito ao erro, seria mais fácil justificar que os seus sucessores também
pudessem errar. Mas sendo Jesus o próprio Deus e isento de culpa ou mácula,
seria impossível justificar as centenas de erros cometidos no decorrer dos
séculos. Sendo Pedro a pedra fundamental, a hierarquia estaria garantida. Mas e
sendo Jesus? Seria inviável.
Algumas
literaturas católicas, para provar que Pedro foi o primeiro papa e que o atual
é seu sucessor legal, apresentam uma lista de papas desde Pedro até João Paulo
II, o atual Bispo de Roma, querendo com isso, inclusive, provar que a igreja
católica romana é a verdadeira. Mas quem fez esta lista? Quem nomeou estes
papas? Sucessores de Pedro? Pode até ser que sim, mas nenhum é sucessor de Cristo
e é sobre Ele que o verdadeiro cristianismo, a verdadeira igreja de Cristo é
fundamentada. É sobre Ele que a igreja católica estava baseada até entregar-se
ao paganismo, permitindo a entrada de ídolos pagãos, crenças e festas pagãs em
seu meio para ganhar a muitos, sem a qualidade que o Evangelho recomenda. O
protestantismo surgiu como uma luz nas trevas, contra as indulgências heréticas
e a idolatria generalizada. Deste fato histórico, através do instrumento
Martinho Lutero, é que surgiram as igrejas protestantes, voltando às origens do
cristianismo. É certo que com alguns erros e excessos, mas purificando-se a
cada dia, o que não impede o surgimento de seitas, pois o homem é de todo mal e
quer usar até mesmo a Bíblia para seus piores intentos.
Além disso,
a mesma autoridade que Jesus deu a Pedro também outorgou aos demais Apóstolos
em Mateus 18:18. Se Pedro foi o primeiro papa da história, no mínimo foi um
papa bastante diferente dos que o sucederam. Além de ter sido repreendido por
Cristo imediatamente após a sua “ordenação” – o que denuncia a sua falibilidade
(Mateus 16:23) – ele era financeiramente pobre, isto é, não morava numa
suntuosa Catedral nem tinha um país só para ele. Além disso, ao contrário da
maioria de seus posteriores colegas de Ordem, ele era casado (Mateus 8:14,15).
Pedro também não aceitava que se ajoelhassem diante dele, lhe prestando
homenagens, rejeitando a adoração pelo centurião Cornélio (Atos 10:25,26). Além
de se achar repreensível por Jesus, Pedro também o foi para o Apóstolo Paulo
(Gálatas 2:11-14). Não era Pedro, o “Príncipe dos Apóstolos”, o pastor da
primeira comunidade cristã, em Jerusalém, mas Tiago (Atos 15).
A autoridade
papal sobre a igreja não tinha sido cogitada até o ano 440 d.C., quando Leão I
foi o primeiro a sustentar sua autoridade sobre os demais. Ele é considerado
pelos historiadores como sendo o primeiro papa, embora não o tenha sido
oficialmente. Historicamente o papado começa no ano 609 d.C. como poder
central, mantendo sob seu regaço toda a hierarquia católica romana. Nos
Evangelhos, no livro de Atos ou nas epístolas não existe nenhuma indicação de
que Pedro tenha feito uso do poder que a igreja romana pretende lhe conferir.
Um exame honesto do Novo Testamento mostrará isto claramente.
Ainda,
embora Pedro tenha pregado o primeiro sermão após o recebimento do Espírito
Santo, a sua participação na obra missionária da igreja está muito longe de ser
a de apóstolo-chefe. Ele era, sim, um dos mais excelentes Apóstolos. Paulo,
podemos supor, reuniria mais condições para ser considerado como
apóstolo-chefe. Ele alegou ter recebido sua revelação independente dos outros
Apóstolos (Gálatas 1:12; 2:2); estar no mesmo nível de Pedro (Gálatas 2:8),
utilizando sua revelação para repreender a Pedro (Gálatas 2:11-14). Pedro foi
enviado com João numa missão na Samaria, isto mostra que ele não era um
apóstolo superior (Atos 8:14). Ele está em foco do capítulo 1 até o 12 do livro
de Atos, mas do capítulo 13 ao 28 o foco principal é Paulo. Além disso foi
Paulo quem escreveu a maioria das epístolas, inclusive com ensinos doutrinários
que cabem, nos dias de hoje, ao papa, que no caso deveria ser Pedro.
MIZAEL XAVIER
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