domingo, 3 de março de 2013

A GRAÇA DE DEUS - um estudo básico


O perigo da graça – Texto Básico: Amós 3:2


O que é a graça?

A palavra grega “charis” aparece no original grego (NT) 155 vezes e é geralmente traduzida como “graça” em nossa Bíblia. A graça significa a manifestação do amor de Deus na vida do ser humano de uma forma imerecida, como algo que ele não pode reivindicar. Este amor é incondicional e se manifesta graciosamente através do perdão imerecido, espontâneo e eterno. A graça é a negação do nosso esforço com relação a algo que não merecemos e recebemos. A graça é um sinal claro da redenção de Deus.

Somente conhecendo o que é a graça e como ela se manifesta e se aplica à nossa vida, é que podemos ter a certeza de estarmos no centro da vontade de Deus. Todos os nossos pensamentos, palavras e atitudes devem passar pela “peneira da graça”. Também as nossas orações, nossos planos, nossa vontade devem ser vistos à luz da graça de Deus. O objetivo maior da graça não é satisfazer a nossa vontade, mas glorificar a Deus através da implementação da sua vontade na nossa vida e no mundo (Seja feita a vossa vontade...). Estar na graça é viver entregue completamente à vontade de Deus.

Graça no livro de Atos

            No livro de Atos, graça é aquele poder que flui da parte de Deus ou do Cristo exaltado, e acompanha a atividade dos apóstolos, dando sucesso à missão deles (Atos 6:8; 11:23; 14:26; 15:40; 18:27). Graça também é identificada com o Evangelho (Atos 13:43; 14:3; 20:24). É a graça que capacita os homens a crerem (Atos 18:27). A Palavra da graça é aquela que edifica os crentes (Atos 20:32). A iniciativa de Deus é o fator decisivo.

A aplicação da graça

  1. A atitude de Deus ou sua disposição de amar o pecador (Gênesis 6:8; Lucas 1:28).
  2. Quando Deus faz algo de bom pelo pecador (Efésios 2:8,9; Romanos 3:24ss).
  3. Os efeitos ou frutos da graça dada ao crente são também chamados de graça (2 Coríntios 8:1,19; Atos 11:23).

Os contrastes da graça

  1. A graça se diferencia da Lei em sua origem e natureza (João 1:17; Romanos 6:14).
  2. A graça se contrasta com o pecado em seu domínio (Romanos 5:21; 1 Coríntios 15:35;57).
  3. A graça se contrasta com as obras na salvação dos pecadores (Efésios 2:8,9).
  4. A graça de contrasta com a dívida quanto a causa da salvação (Romanos 4:4,5). Não existe graça onde o homem recebe por causa do que merece e ganha (Gálatas 3:11).

A graça na Trindade


  1. O Pai é a fonte de toda graça (1 Coríntios 15:10; 2 Coríntios 9:8; Efésios 1:2).
  2. O Filho é o canal da graça (Romanos 3:24; 5:17; 2 Coríntios 8:9).
  3. O Espírito Santo é o administrador da graça (Atos 1:5-8; 4:31; Romanos 15:13; 1 Coríntios 12:3; 1 Tessalonicenses 1:5; 1 Pedro 1:12).

Os objetivos da graça


  1. Glorificar a Deus (1 Coríntios 10:31).
  2. Manifestar gratuitamente ao mundo o amor de Deus em face da pecaminosidade humana e a sua incapacidade de redimir-se por si só (Romanos 3:23ss).
  3. Salvar o pecador e reconciliá-lo com Deus (Romanos 5:11; 11:15; 2 Coríntios 5:18,19).
  4. Revelar ao homem a vontade de Deus, quer seja pela manifestação do Espírito Santo, pelo próprio Jesus na sua encarnação, vida e paixão e, agora, através da sua Palavra (Hebreus 1:1-4).
  5. Transformar o caráter do ser humano a fim de torná-lo à imagem de Deus em seu Filho, Jesus Cristo (Lucas 2:52; Romanos 8:28,29; 2 Coríntios 3:18; ), operando nele a regeneração e a santificação. Essa transformação é efetivada pelo Espírito Santo. Todos nós nos esforçamos inutilmente para alcançar a espiritualidade, mas ela não é fruto do nosso esforço, mas tão somente da graça de Deus. “Espiritualidade é esperar o bem das piores pessoas.”
  6. Levar o crente convertido a produzir frutos de justiça, através das boas obras e da prática dos dons espirituais, do fruto do Espírito e do serviço cristão (Efésios 2:8-10; 2 Coríntios 9:10; Gálatas 5:22).
  7. Efetivar a comunhão cristã e a prática do amor fraternal (Atos 2:42-47; Romanos 12:10; 14:15; 1 Tessalonicenses 4:9).
  8. Tornar o crente gracioso e misericordioso para com o seu próximo (Lucas 6:36;).
  9. Presentear o crente com as bênçãos imerecidas do Senhor (Tiago 1:17; Efésios 1:3).
  10. Revesti-lo de poder para estar firme diante das adversidades da vida e para realizar a obra de Deus, especialmente a de pregar o Evangelho (Atos 1:8).

Perigos da graça (causados por sua má compreensão)

1º perigo: concepção errada da manifestação da graça na vida do crente:

  1. Práticas legalistas.
  2. Espiritualidade meramente litúrgica.
  3. Ativismo religioso.
  4. Manifestação do dom de línguas.

2º perigo: uso indevido da graça de Deus:

  1. Imunidade contra o pecado.
  2. Vida isenta de sofrimento.
  3. Comodismo.
  4. Abuso da autoridade de Deus.
  5. Vida religiosa hipócrita.
  6. Uso indevido das Escrituras.

Como permanecer na graça de Deus

  1. Nascendo de novo (João 3:3).
  2. Sendo humildes (Tiago 4:6,10; 1 Pedro 5:6).
  3. Conhecendo, estudando, observando e obedecendo aos seus mandamentos, contidos na sua Palavra (Colossenses 3:16).
  4. Tendo uma visão correta do seu Reino (Romanos 14:17; 1 Coríntios 6:9).
  5. Santificando-se (1 Pedro 1:16; 3:15).
  6. Sendo um instrumento do Espírito Santo (ver dons espirituais).
  7. Reconhecendo a nossa dependência de Deus e a sua soberana vontade sobre nós (Mateus 6:10; Atos 21:14; Tiago 4:11-17; compare: Salmo 37:4 com Salmo 40:8).

Textos para leitura complementar


Este estudo é apenas o básico sobre o assunto “graça”. Leia a Bíblia, estude, se aprofunde!

Deuteronômio 7:1-11; Salmo 50; Lucas 12:35-48; Hebreus 12:14-17; Amós 4:4-13; Gálatas 6:6-10; Amós 9.

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