quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

OS VÁRIOS MEIOS DE SALVAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA - parte final


PARTE FINAL


10 Conclusão

Podemos concluir este estudo voltando nossos olhos para os capítulos 6 e 7 da epístola de Paulo aos romanos. No capítulo anterior, Paulo falou a respeito da justificação pela fé por meio da graça de Deus em Cristo Jesus. Aquilo que a queda destruiu – a nossa comunhão com Deus – Jesus Cristo restaurou por meio da sua morte vicária na cruz. A lei do pecado foi substituída pela abundante graça de Deus na nossa vida. Se no pecado estávamos mortos, agora estamos vivos na graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor (5:20,21).
            O capítulo seis nos leva a pensar: ora, já que estamos debaixo da superabundante graça de Deus e não estamos mais sujeitos à lei do pecado, e já que estamos salvos, longe de qualquer condenação (8:10), então podemos continuar pecando. Quanto mais pecarmos, mais seremos alvos da misericórdia e da graça de Deus, pois Cristo já perdoou todos os nossos pecados na cruz. O apóstolo Paulo mostra que este pensamento revela tão somente a nossa insensatez. Como podemos viver no pecado se estamos mortos para ele? Assim como Cristo morreu e ressuscitou para a glória, nós também morremos para o mundo e ressuscitamos para Cristo; agora viemos em novidade de vida.
            Quando Paulo fala que com Cristo foi crucificado o nosso velho homem (v. 6), entendemos que aquilo que éramos não existe mais. O sangue de Cristo nos purificou e nos deu vida, justificando-nos do pecado. Se nosso pecado está morto na cruz, ele já não faz mais parte da nossa vida. Mortos para o pecado, estamos vivos para Deus, em Cristo Jesus. A nossa existência no passado era uma existência sem vida, sem rumo, perdida em meio aos nossos pecados, na vontade da nossa carne, que reinava sobre nós e nos dominava. De que forma poderíamos resistir? Nenhuma, até o momento em que a vida de Cristo transformou o nosso estado de morte em vida abundante. Aquilo que jamais poderíamos fazer, o Senhor Jesus fez por nós.
            A nossa nova vida dada por Cristo não nos permite viver mais do modo que vivíamos. No nosso corpo, que Paulo explicita que é mortal (ao contrário do espírito que é imortal), não deve reinar o pecado. O fato de Paulo estar dizendo isto significa que há a possibilidade de darmos lugar à carne e desprezar a voz do Espírito Santo, ao mover de Deus dentro de nós. Ao contrário, devemos oferecer o nosso corpo a Deus e os seus membros como instrumento de justiça (v. 13). Isto só é possível porque Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados, no nosso lugar, permitindo que o pecado não tenha mais domínio sobre nós. Somente a graça de Deus faz com que escolhamos não pecar, porque em nós não habita nada de bom e tudo o que somos e fazemos é porque Deus opera em nós.
            A nossa nova vida em Cristo não objetiva apenas nos livrar da prática do pecado. Não é somente deixar de fazer o que é mal que se constitui a nossa conversão, mas passar a fazer o que é correto. Paulo diz; “Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação” (v. 19). Como nova criatura em Cristo, devemos oferecer-nos a Deus como servos da justiça para a santificação. Esta justiça não poderia ser alcançada senão por Cristo, e a nossa atitude de obediência a ela não poderia jamais partir de nós mesmos. O que fazíamos no passado para nada servia, senão para nos envergonhar agora. Agora, porém, sendo justificados por Deus e libertos do pecado, somos capaz, por meio de Cristo, de frutificar para a salvação, tendo no fim a vida eterna.
            O capítulo sete vem apenas reforçar a ideia do pecado da lei em contraste com a justiça da graça. Assim como o marido e a esposa estão ligados enquanto viverem, nós estávamos ligados à lei. Contudo, não estamos mais vivos para a lei, para a qual morremos em Cristo, mas agora pertencemos a Deus, para o qual devemos frutificar. Que frutos nós dávamos enquanto pecadores errantes no mundo? Como era a vida de alguém vendido à escravidão do pecado? A graça de Deus transformou essa realidade de morte na nossa vida, de modo que agora podemos servir a Deus em novidade de espírito. Somente a graça nos torna capazes de servir a Deus. Como nós poderíamos servir a Deus estando longe da comunhão com Ele, alheios à sua existência?
            O apóstolo Paulo nos leva a meditar sobre a lei de Deus. É ela pecado? Pode a lei de Deus gerar a morte? Como conceber que o Deus que criou o homem fizesse uma lei capaz de matá-lo? Não é isso o que acontece. A lei é boa, é santa; nós, porém, somos pecadores. A lei apenas nos lembra disso e mostra, através dos sacrifícios que precisam ser cometidos pelos pecados constantemente, que somos incapazes de cumprir a lei por causa do pecado que habita em nós. O que a lei faz é despertar em nós o pecado para mostrar a nossa necessidade de Deus. Mas como nos chegar a Deus se em nós não há justiça, se na nossa carne não habita o bem, não habita o desejo de buscar a Deus? Como já aprendemos, Cristo cumpriu a lei e restaurou todas as coisas e nos reconciliou com Deus. Agora somos santos e não há mais necessidade de sacrifícios.
            A graça de Deus coloca por terra toda chance de uma autojustiça nossa, porque em nós não habita bem algum. Da nossa própria vontade só existe o pecado, o desejo de transgredir os mandamentos de Deus através do mal que reside no nosso coração. Paulo se autodenomina “carnal, vendido à escravidão do pecado” (v. 14). Assim como Paulo, não fazemos o que preferimos, e sim o que detestamos. Existe uma guerra que se trava dentro de nós entre fazer o mal que a nossa carne deseja e o bem que a nossa mente quer. Se dentro de nós há prazer na lei de Deus, este prazer entra em conflito com o pendor da carne, que é somente para a transgressão da lei. Desse modo fica evidente a nossa incapacidade de fazer o que queremos. Somente por meio de Cristo o pecado que habita em nós sede lugar ao prazer na lei de Deus.
            Depois de ler esses dois capítulos da epístola de Paulo aos romanos, devemos reconhecer em nós seres pecadores, incapazes de vencer a batalha contra o mal que nos domina. Estamos naturalmente afastados de Deus por causa da Queda, mas somos aproximados dele pela sua graça. Estar com Deus é viver uma vida nova, com um novo espírito, um novo estilo de vida totalmente voltado para a justiça e a santidade. Não é pelas nossas obras que conseguimos ter paz com Deus; não é por eu ser religiosos, mas somente pelo fato de termos sido feito justiça de Deus por meio do Senhor Jesus Cristo. Nele os nossos pecados são perdoados, nossa vida é transformada, nosso relacionamento com Deus é restaurado.
            Hoje vivemos uma guerra que antes não existia em nós. Antes de conhecer a Cristo não havia nada dentro de nós que contrastasse com o nosso pecado: era o pecado pelo pecado. Hoje essa guerra existe: a carne contra o Espírito. Hoje podemos fazer o bem que não desejávamos, porque o poder de Deus opera eficazmente em nós por meio de Cristo. Hoje podemos escolher caminhar sob as pisaduras do Senhor e viver uma vida santa e irrepreensível na sua presença, porque não somos mais pecadores, mas justiça de Deus e templo do Espírito Santo. E o que acontece quando não resistimos a tentação e pecamos? O apóstolo João responde em 1 João 1-2:

Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

            Concluindo, somos salvos pela graça de Deus em Cristo, pois nem nós mesmos nem Maria, os santos mortos e os amuletos podem nos dar o que somente o sangue de Jesus nos deu na cruz. Salvos por Ele da ira, ainda permanecemos no nosso corpo carnal e sujeitos a pecar. O que fazer? A solução de Deus está na redenção efetuada por Cristo, que nos purifica e nos torna aceitáveis diante de Deus. Se pecarmos, não precisamos cumprir penitências, nem clamar a Maria que interceda por nós, basta apenas confessarmos e estarmos certos da purificação efetuada pelo sangue precioso de Jesus. Ele nos perdoa dos nossos pecados e nos purifica de toda injustiça. Não é o fogo do purgatório e as rezas intermitentes, mas o próprio Jesus com seus méritos adquiridos desde antes da fundação do mundo. Se praticamos obras com o fim de nos justificarmos diante de Deus ou de nos purificarmos dos nossos pecados cometidos após a conversão, não é Cristo, mas somos nós mesmos que estamos servindo de propiciação.
            Só Cristo Salva!


Faça uma oração

             Amado(a) leitor(a), se você é católico(a) e Deus lhe deu a oportunidade e a graça de ler este humilde estudo, peço que aproveite a oportunidade para confrontar com sinceridade de coração os ensinos do catolicismo romano com a Palavra de Deus. Se você já fez isso e o Espírito Santo tocou o seu coração, coloque-se de joelhos e ore para que Deus ilumine sua mente com a verdade. Aceite a Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador e receba de graça a vida eterna. Procure uma igreja que pregue dignamente a Palavra de Deus, rejeitando aquelas ligadas à Teologia da Prosperidade e as que rejeitam a divindade de Cristo e a autoridade suprema da Bíblia, e passe a congregar.
            Acredite, eu nasci em 1971 e durante a minha vida inteira fui católico. Somente em 1994 me converti a Jesus e a partir daí passei a estudar as doutrinas do catolicismo romano. Aprendi mais coisas sobre essa religião sendo crente do que sendo um católico. Ninguém me ensinou. Não leio livros evangélicos que falam do catolicismo para fazer meus estudos, mas utilizo duas fontes: livros de autores católicos, principalmente os oficiais, e a Bíblia. Basta a Palavra de Deus para refutar heresias, tanto as católicas quanto as evangélicas, que me envergonham mais do que qualquer outra.
            Grato por sua paciência. Que Deus o(a) abençoe grandemente.


Mizael Xavier.


Bibliografia


BETTI, Pe. Artur. O que o povo pergunta. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2003.

Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 2003

Compêndio do Vaticano II. Rio de Janeiro: Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2000.

KNIGHT, A; ANGLIN, W. História do Cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

LIGÓRIO, S. Afonso de. Glórias de Maria. São Paulo: Editora Santuário, 1987.

MONTFORT, S. Luís Maria Grignon de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

NORDARI, Paulo César; CESCON, Everaldo. Os sacramentos na Igreja: subsídio teológico-pastoral para formar e educar na fé. São Paulo: Paulus, 2009.

RIBÓLLA, José. Os sacramentos trocados em miúdos. São Paulo: Editora Santuário, 2003.

ROSCHINI, Gabriel. Instruções Marianas. São Paulo: Edições Paulinas, 1960.

VALENTE, Pe. Flaviano Amatulli. Cuidado com as seitas. Rio de Janeiro: Apóstolos da Palavra, 1997.

________. A Igreja Católica e as seitas, perguntas e respostas. Rio de Janeiro: Apóstolos da Palavra, 1998.

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2 comentários:

  1. "Aceite a Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador e receba de graça a vida eterna." Está explicado porque o senhor deixou o catolicismo. Desde quando a Igreja Católica diz o contrário disso?! Acho que você leu e não aprendeu nada, ou apenas retirou coisas que lhe eram de seu interesse. Acho que a maior queixa dos nossos irmãos protestantes, é saber que a única igreja fundada por Jesus Cristo foi a católica! Mas rogo à Deus todo dia que nossos irmãos tenham uma verdadeira atitude cristã que é amar a Igreja Católica, porque até mesmo a considerando como inimiga devemos ama-lá pois Cristo nos ensinou que devemos amar até nossos inimigos, ou não?! Bem termino citando o credo que perdura a dois mil anos e para corrigir seu equívoco: "Creio em um só Deus,Pai Todo Poderoso, criador do céu e da terra e de todas as visíveis e invisíveis; e em seu Filho Jesus Cristo..." acredito que o senhor deve saber o restante se foi católico realmente. Grande abraço!!!!

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  2. Caro comentarista, creio que você não leu meu estudo na íntegra. A igreja católica crê em Jesus como Salvador também. Mas assim como não basta a Bíblia como regra de fé, mas são necessários a Tradição e o Magistério da Igreja, também a salvação não basta com Cristo. Tal teoria católica invalida o sacrifício de Cristo na cruz e toda a Palavra de Deus. Releia o estudo e que Deus o ilumine. Grande abraço.

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