PARTE FINAL
10 Conclusão
Podemos concluir este
estudo voltando nossos olhos para os capítulos 6 e 7 da epístola de Paulo aos
romanos. No capítulo anterior, Paulo falou a respeito da justificação pela fé
por meio da graça de Deus em Cristo Jesus. Aquilo que a queda destruiu – a nossa
comunhão com Deus – Jesus Cristo restaurou por meio da sua morte vicária na
cruz. A lei do pecado foi substituída pela abundante graça de Deus na nossa
vida. Se no pecado estávamos mortos, agora estamos vivos na graça pela justiça
para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor (5:20,21).
O
capítulo seis nos leva a pensar: ora, já que estamos debaixo da superabundante
graça de Deus e não estamos mais sujeitos à lei do pecado, e já que estamos
salvos, longe de qualquer condenação (8:10), então podemos continuar pecando.
Quanto mais pecarmos, mais seremos alvos da misericórdia e da graça de Deus,
pois Cristo já perdoou todos os nossos pecados na cruz. O apóstolo Paulo mostra
que este pensamento revela tão somente a nossa insensatez. Como podemos viver
no pecado se estamos mortos para ele? Assim como Cristo morreu e ressuscitou
para a glória, nós também morremos para o mundo e ressuscitamos para Cristo;
agora viemos em novidade de vida.
Quando
Paulo fala que com Cristo foi crucificado o nosso velho homem (v. 6), entendemos
que aquilo que éramos não existe mais. O sangue de Cristo nos purificou e nos
deu vida, justificando-nos do pecado. Se nosso pecado está morto na cruz, ele
já não faz mais parte da nossa vida. Mortos para o pecado, estamos vivos para
Deus, em Cristo Jesus. A nossa existência no passado era uma existência sem
vida, sem rumo, perdida em meio aos nossos pecados, na vontade da nossa carne,
que reinava sobre nós e nos dominava. De que forma poderíamos resistir?
Nenhuma, até o momento em que a vida de Cristo transformou o nosso estado de
morte em vida abundante. Aquilo que jamais poderíamos fazer, o Senhor Jesus fez
por nós.
A nossa
nova vida dada por Cristo não nos permite viver mais do modo que vivíamos. No nosso
corpo, que Paulo explicita que é mortal (ao contrário do espírito que é
imortal), não deve reinar o pecado. O fato de Paulo estar dizendo isto
significa que há a possibilidade de darmos lugar à carne e desprezar a voz do
Espírito Santo, ao mover de Deus dentro de nós. Ao contrário, devemos oferecer
o nosso corpo a Deus e os seus membros como instrumento de justiça (v. 13).
Isto só é possível porque Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados, no nosso
lugar, permitindo que o pecado não tenha mais domínio sobre nós. Somente a
graça de Deus faz com que escolhamos não pecar, porque em nós não habita nada
de bom e tudo o que somos e fazemos é porque Deus opera em nós.
A nossa
nova vida em Cristo não objetiva apenas nos livrar da prática do pecado. Não é
somente deixar de fazer o que é mal que se constitui a nossa conversão, mas
passar a fazer o que é correto. Paulo diz; “Assim como oferecestes os vossos
membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim
oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação”
(v. 19). Como nova criatura em Cristo, devemos oferecer-nos a Deus como servos
da justiça para a santificação. Esta justiça não poderia ser alcançada senão
por Cristo, e a nossa atitude de obediência a ela não poderia jamais partir de nós
mesmos. O que fazíamos no passado para nada servia, senão para nos envergonhar
agora. Agora, porém, sendo justificados por Deus e libertos do pecado, somos
capaz, por meio de Cristo, de frutificar para a salvação, tendo no fim a vida
eterna.
O
capítulo sete vem apenas reforçar a ideia do pecado da lei em contraste com a
justiça da graça. Assim como o marido e a esposa estão ligados enquanto
viverem, nós estávamos ligados à lei. Contudo, não estamos mais vivos para a
lei, para a qual morremos em Cristo, mas agora pertencemos a Deus, para o qual devemos
frutificar. Que frutos nós dávamos enquanto pecadores errantes no mundo? Como
era a vida de alguém vendido à escravidão do pecado? A graça de Deus transformou
essa realidade de morte na nossa vida, de modo que agora podemos servir a Deus
em novidade de espírito. Somente a graça nos torna capazes de servir a Deus.
Como nós poderíamos servir a Deus estando longe da comunhão com Ele, alheios à
sua existência?
O
apóstolo Paulo nos leva a meditar sobre a lei de Deus. É ela pecado? Pode a lei
de Deus gerar a morte? Como conceber que o Deus que criou o homem fizesse uma
lei capaz de matá-lo? Não é isso o que acontece. A lei é boa, é santa; nós,
porém, somos pecadores. A lei apenas nos lembra disso e mostra, através dos
sacrifícios que precisam ser cometidos pelos pecados constantemente, que somos
incapazes de cumprir a lei por causa do pecado que habita em nós. O que a lei
faz é despertar em nós o pecado para mostrar a nossa necessidade de Deus. Mas
como nos chegar a Deus se em nós não há justiça, se na nossa carne não habita o
bem, não habita o desejo de buscar a Deus? Como já aprendemos, Cristo cumpriu a
lei e restaurou todas as coisas e nos reconciliou com Deus. Agora somos santos
e não há mais necessidade de sacrifícios.
A
graça de Deus coloca por terra toda chance de uma autojustiça nossa, porque em nós
não habita bem algum. Da nossa própria vontade só existe o pecado, o desejo de
transgredir os mandamentos de Deus através do mal que reside no nosso coração.
Paulo se autodenomina “carnal, vendido à escravidão do pecado” (v. 14). Assim
como Paulo, não fazemos o que preferimos, e sim o que detestamos. Existe uma
guerra que se trava dentro de nós entre fazer o mal que a nossa carne deseja e
o bem que a nossa mente quer. Se dentro de nós há prazer na lei de Deus, este
prazer entra em conflito com o pendor da carne, que é somente para a
transgressão da lei. Desse modo fica evidente a nossa incapacidade de fazer o
que queremos. Somente por meio de Cristo o pecado que habita em nós sede lugar
ao prazer na lei de Deus.
Depois
de ler esses dois capítulos da epístola de Paulo aos romanos, devemos
reconhecer em nós seres pecadores, incapazes de vencer a batalha contra o mal
que nos domina. Estamos naturalmente afastados de Deus por causa da Queda, mas somos
aproximados dele pela sua graça. Estar com Deus é viver uma vida nova, com um
novo espírito, um novo estilo de vida totalmente voltado para a justiça e a
santidade. Não é pelas nossas obras que conseguimos ter paz com Deus; não é por
eu ser religiosos, mas somente pelo fato de termos sido feito justiça de Deus
por meio do Senhor Jesus Cristo. Nele os nossos pecados são perdoados, nossa
vida é transformada, nosso relacionamento com Deus é restaurado.
Hoje
vivemos uma guerra que antes não existia em nós. Antes de conhecer a Cristo não
havia nada dentro de nós que contrastasse com o nosso pecado: era o pecado pelo
pecado. Hoje essa guerra existe: a carne contra o Espírito. Hoje podemos fazer
o bem que não desejávamos, porque o poder de Deus opera eficazmente em nós por
meio de Cristo. Hoje podemos escolher caminhar sob as pisaduras do Senhor e
viver uma vida santa e irrepreensível na sua presença, porque não somos mais
pecadores, mas justiça de Deus e templo do Espírito Santo. E o que acontece
quando não resistimos a tentação e pecamos? O apóstolo João responde em 1 João
1-2:
Ora, a mensagem
que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não
há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos
nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz,
como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado
nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado,
fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas
vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado
junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; ele é a propiciação pelos nossos pecados e
não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.
Concluindo,
somos salvos pela graça de Deus em Cristo, pois nem nós mesmos nem Maria, os
santos mortos e os amuletos podem nos dar o que somente o sangue de Jesus nos
deu na cruz. Salvos por Ele da ira, ainda permanecemos no nosso corpo carnal e
sujeitos a pecar. O que fazer? A solução de Deus está na redenção efetuada por
Cristo, que nos purifica e nos torna aceitáveis diante de Deus. Se pecarmos,
não precisamos cumprir penitências, nem clamar a Maria que interceda por nós,
basta apenas confessarmos e estarmos certos da purificação efetuada pelo sangue
precioso de Jesus. Ele nos perdoa dos nossos pecados e nos purifica de toda
injustiça. Não é o fogo do purgatório e as rezas intermitentes, mas o próprio
Jesus com seus méritos adquiridos desde antes da fundação do mundo. Se
praticamos obras com o fim de nos justificarmos diante de Deus ou de nos
purificarmos dos nossos pecados cometidos após a conversão, não é Cristo, mas
somos nós mesmos que estamos servindo de propiciação.
Só
Cristo Salva!
Faça
uma oração
Amado(a) leitor(a), se você é católico(a) e
Deus lhe deu a oportunidade e a graça de ler este humilde estudo, peço que
aproveite a oportunidade para confrontar com sinceridade de coração os ensinos
do catolicismo romano com a Palavra de Deus. Se você já fez isso e o Espírito
Santo tocou o seu coração, coloque-se de joelhos e ore para que Deus ilumine
sua mente com a verdade. Aceite a Jesus Cristo como seu único e suficiente
Senhor e Salvador e receba de graça a vida eterna. Procure uma igreja que pregue
dignamente a Palavra de Deus, rejeitando aquelas ligadas à Teologia da
Prosperidade e as que rejeitam a divindade de Cristo e a autoridade suprema da
Bíblia, e passe a congregar.
Acredite,
eu nasci em 1971 e durante a minha vida inteira fui católico. Somente em 1994
me converti a Jesus e a partir daí passei a estudar as doutrinas do catolicismo
romano. Aprendi mais coisas sobre essa religião sendo crente do que sendo um
católico. Ninguém me ensinou. Não leio livros evangélicos que falam do catolicismo
para fazer meus estudos, mas utilizo duas fontes: livros de autores católicos,
principalmente os oficiais, e a Bíblia. Basta a Palavra de Deus para refutar
heresias, tanto as católicas quanto as evangélicas, que me envergonham mais do
que qualquer outra.
Grato
por sua paciência. Que Deus o(a) abençoe grandemente.
Mizael Xavier.
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Editora Vozes, 2003.
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________. A Igreja Católica e as seitas, perguntas e
respostas. Rio de Janeiro: Apóstolos da Palavra, 1998.
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"Aceite a Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador e receba de graça a vida eterna." Está explicado porque o senhor deixou o catolicismo. Desde quando a Igreja Católica diz o contrário disso?! Acho que você leu e não aprendeu nada, ou apenas retirou coisas que lhe eram de seu interesse. Acho que a maior queixa dos nossos irmãos protestantes, é saber que a única igreja fundada por Jesus Cristo foi a católica! Mas rogo à Deus todo dia que nossos irmãos tenham uma verdadeira atitude cristã que é amar a Igreja Católica, porque até mesmo a considerando como inimiga devemos ama-lá pois Cristo nos ensinou que devemos amar até nossos inimigos, ou não?! Bem termino citando o credo que perdura a dois mil anos e para corrigir seu equívoco: "Creio em um só Deus,Pai Todo Poderoso, criador do céu e da terra e de todas as visíveis e invisíveis; e em seu Filho Jesus Cristo..." acredito que o senhor deve saber o restante se foi católico realmente. Grande abraço!!!!
ResponderExcluirCaro comentarista, creio que você não leu meu estudo na íntegra. A igreja católica crê em Jesus como Salvador também. Mas assim como não basta a Bíblia como regra de fé, mas são necessários a Tradição e o Magistério da Igreja, também a salvação não basta com Cristo. Tal teoria católica invalida o sacrifício de Cristo na cruz e toda a Palavra de Deus. Releia o estudo e que Deus o ilumine. Grande abraço.
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