Prólogo
Este é um estudo bastante extenso a
respeito da salvação dentro da teologia católica romana, talvez grande demais
para um blog, por isso eu o dividi em várias partes. Aconselha-se ao leitor ler
uma a cada dia, tomando os seguintes cuidados:
Primeiro: Tenha sempre em mãos uma Bíblia de sua preferência, dependendo da fé
que você professa – católico, protestante ou outro.
Segundo: Ore sempre antes de ler este estudo, pedindo a direção do Espírito
Santo e o entendimento necessário para compreender o que está sendo ensinado.
Terceiro: Confirme em sua Bíblia se as ideias aqui apresentadas estão de acordo
com os textos bíblicos indicados. Caso concorde com o que foi escrito, busque
outros textos na Bíblia que possam reforçar a sua fé; caso discorde de partes
ou de tudo, busque igualmente textos na Bíblia que confirmem sua fé e
repasse-os também a mim, para que eu possa estudá-los.
Quarto: É aconselhável antes ou depois da leitura deste texto, o leitor
aprofundar-se no estudo da salvação (soteriologia). Recomendo um bom livro de
Teologia Sistemática, como por exemplo, o de Charles Hodge, da editora Hagnos.
E também o livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia”, de Myer Pearlman, editora
Vida. Além desses, quem desejar um conhecimento profundo a respeito da cruz de
Cristo e do que ela representa para a humanidade, sugiro o excelente livro “A
cruz de Cristo”, de John Stott, também publicado pela editora Vida.
Boa leitura e
que Deus ilumine sua mente com Sua maravilhosa graça.
Mizael Xavier
PRIMEIRA PARTE
1 Introdução
O que devo fazer para que seja
salvo? Esta foi a pergunta do carcereiro que tomava conta de Paulo e Silas, que
haviam sido encarcerados após serem açoitados por causa da pregação do Evangelho
em Filipos, após ver como Deus milagrosamente lhes soltara as cadeias que os
prendiam. A resposta do apóstolo Paulo é um resumo de toda a Bíblia, desde
Gênesis até o Apocalipse: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”
(Atos 16:19-32). A Palavra de Deus nos diz que o carcereiro creu, ele e a sua
casa e todos manifestavam grande alegria por terem crido em Deus (v. 34). Todos
creram. A fé do carcereiro não salvou a sua família, mas todos precisaram crer
para serem salvos.
Este é o maior presente, a verdadeira
riqueza celestial guardada por Deus para nós antes da fundação do mundo: a
salvação, o reparo da desobediência de Adão que trouxe a morte e o pecado para
todos nós (Romanos 5:12). Foi com esta finalidade que Deus enviou seu filho ao
mundo, para dar vida eterna a todo aquele que nele crê (João 3:16). Embora esta
verdade esteja escrita há mais de dois mil anos nas páginas das Sagradas
Escrituras – Antigo e Novo Testamentos – ela foi escondida pela Igreja Católica
Romana durante muitos séculos, até a Reforma Protestante. A maior herança da fé
da igreja reformada é essa salvação gratuita que Deus nos dá por meio da nossa
fé.
Esta fé salvítica levou o frei
Martinho Lutero a revoltar-se contra a cobrança injusta e abominável de
indulgências na sua época e lutar por uma reforma na igreja que ele abraçara, a
católica, ato que culminou com a sua excomunhão e perseguição, dando-se início
à Reforma Protestante. O tesouro doutrinário que ele e outros reformadores nos
deixaram, foi resumido em cinco grandes verdades bíblicas: “Sola Scriptura,
Sola Christi, Sola Gratia, Sola Fide, Sola Deo Glória”. Isto significa:
·
Somente a
Escritura, a Bíblia, é a Palavra de Deus divinamente inspirada pelo Espírito
Santo, inerrante, fonte de normas e práticas para a vida cristã (2 Timóteo
3:16). Toda a verdade que Deus quis nos revelar está contida na Bíblia, que é o
próprio Cristo encarnado e glorificado nos céus falando conosco.
·
Somente Jesus
é o Cristo (Mateus 16:16), o Filho de Deus (Marcos 14:61,62) e o próprio Deus
(1 João 5:20). Ele é o único Senhor (Atos 2:36; Filipenses 2:11), Redentor
(Romanos 3:24), Salvador (Atos 4:12), Mediador (1 Timóteo 2:5), Rei dos reis e
Senhor dos senhores (1 Timóteo 1:17; Apocalipse 19:16). Somente Ele é digno de
toda honra e toda glória (Apocalipse 7:12).
·
Somente pela
Graça é que o pecador pode ser salvo, pelos méritos de Cristo (Tito 2:11;
Efésios 2:8,9; 1 Pedro 1:3-5). Só poderemos conseguir a salvação através da
“justiça de Deus”, comprada pela morte expiatória de seu Filho Unigênito na
cruz do Calvário (Isaías 53:5,11; 2 Coríntios 5:21; Romanos 4:6; 5:18,19),
independente de nossas obras (Romanos 3:20,24,28; Gálatas 2:16).
·
Somente pela
fé o homem é justificado diante de Deus (Romanos 1:16,17). Esta justificação
pela fé é um ato inicial da vida cristã, que deve se estender através da nossa
santificação, onde somos feitos novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Se nos
revestimos da justiça de Cristo, devemos, também, purificarmo-nos, do mesmo
modo como Ele é puro (1 João 3:3). Pela fé, o crente torna-se filho de Deus
pela adoção (Romanos 8:15,23; Gálatas 4:5; Efésios 1:5) e sacerdote real (1
Pedro 2:9).
·
Somente a Deus
é a glória (Mateus 5:16; 1 Coríntios 10:31; Efésios 3:21; Salmo 29:8; Lucas
2:14; Romanos 11:36). Nenhuma outra criatura, viva ou morta, é digna de receber
a glória devida somente a Deus. Ninguém além dele deve ser invocado e adorado.
Somente Ele é Deus.
Estas são verdades gerais aceitas pelas igrejas reformadas, mesmo que
algumas outras doutrinas difiram em alguns pontos (igrejas tradicionais,
pentecostais, neopentecostais, etc.). Mesmo com doutrinas divergentes, um ponto
permanece inalterado: Só Cristo salva. Esta salvação, para a maioria dos
crentes, é eterna, mas alguns movimentos evangélicos, como os batistas
nacionais, por exemplo, pregam que o crente pode perder a sua salvação se cair
no pecado. Pessoalmente discordo desta linda teológica, por acreditar que,
segundo textos abundantes da Bíblia, “nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus” (Romanos 8:1). De qualquer forma, a fé em Cristo para a
salvação é o alicerce da fé cristã e é o que a Bíblia nos ensina
abundantemente.
Essas verdades tão claras para o
cristão reformado, são meras ilusões para os fiéis católicos romanos,
principalmente para seus líderes, cujo cabeça é o papa. A Igreja Católica
Apostólica Romana possui doutrinas totalmente divergentes daquelas ensinadas
pela Bíblia e aceitas pelo Protestantismo. A doutrina da salvação descrita nos
diversos concílios e propagada pelo Catecismo mescla aquilo que é oficial e
ensinado pelo Magistério da Igreja às crendices populares, rapidamente aceitas
pelo dito Magistério e tidas como dogmas dignos de fé. Para o fiel católico,
não existe um Cristo que salva, mas um Cristo misturado a diversos outros
elementos que possuem o mesmo poder salvador, inclusive Maria.
Como se verá a seguir, é preciso
muito mais que a fé em Jesus para salvar o pecador. Em muitos pontos as
doutrinas romanas se contradizem a si mesmas, mas a sua maior contradição
encontra-se diante da Palavra de Deus. Nenhum texto bíblico apresentado pelos
autores citados é capaz de expressar a “verdade” que eles tentam passar, muito
pelo contrário. Uma litura da Bíblia sob a direção do Espírito Santo logo
mostrará a realidade por trás da doutrina católica romana e denunciará o erro
em que seus criadores estão incorrendo, criando um outro evangelho, distorcendo
a verdade de Deus e transformando a fé cristã num aglomerado de dogmas que
somente os papas podem criar, ensinar e decifrar. Após analisar a doutrina
católica naquilo que diz respeito à salvação do pecador, apresentarei a
doutrina bíblica do plano de salvação de Deus para o homem em Cristo Jesus,
pela graça, por meio da fé somente.
Texto completo, em breve, no livro:
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