AUTOCONHECIMENTO E ESPIRITUALIDADE CRISTÃ
Mizael de Souza Xavier
Introdução
Como cristãos, o nosso objetivo deve ser fortalecer a nossa identidade como discípulos de Cristo para que possamos entender o nosso papel no seu Reino e trabalhar para o crescimento e o avanço da sua igreja, evangelizando e fazendo discípulos. Não podemos fazer isso sem, contudo, ter certeza de que conhecemos a nós mesmos. Quem somos? O objetivo deste estudo é auxiliar os leitores no seu processo de autoconhecimento para que se tornem cada dia mais conscientes daquilo que Deus deseja para a sua Igreja. Este não é um estudo de autoajuda, mas de "ajuda do Alto" na busca pela imagem correta a respeito de nós mesmos. Será que temos plena consciência de quem somos, com todas as nossas virtudes e os nossos defeitos, com nossos dons e talentos? Será que esta visão que temos de nós mesmos é a correta ou fruto de influências externas e distorcidas? Estamos colocando quem somos a serviço do Reino de Deus?
O real valor do ser humano
Há no mundo diversas versões filosóficas e antropológicas do ser humano. O humanismo, por exemplo, é uma maneira de enxergar o valor do ser humano e que tem influenciado a teologia de muitos pensadores cristãos. O humanismo é uma atitude filosófica que faz do homem o valor supremo e que vê nele a medida de todas as coisas. O Humanismo contemporâneo, sobretudo os existencialistas e de certas correntes marxistas, define o homem como o ser que é o criador do seu próprio ser, pois o humano, através da história, gera a sua própria natureza. Em parte isso está certo, porque o homem constrói a sua própria realidade através das suas escolhas e atitudes, mas não leva em conta e até descarta a existência de Deus e seu agir soberano sobre a História.
Há que se buscar a visão correta e bíblica. Deus valoriza o homem como sua criação especial (Gênesis 1:31), mas que foi drasticamente afetado pelo pecado original, tornando-se depravado e corrupto (Romanos 3:9-23). Por amor ao ser humano, Deus se fez homem e morreu em seu lugar (João 3:16). Não existe nisso uma supervalorização da criatura, como muitas teologias propõem, como se Deus existisse em função do ser humano e desejasse mais do que tudo vê-lo feliz e realizado. A busca de Deus pela salvação de pecadores miseráveis e desprezíveis é, acima de todas as coisas, a busca pela manutenção da sua própria glória. Conforme disse o Senhor a respeito de Israel: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem" (Isaías 48:11). Ao falar sobre nossa salvação, o apóstolo Paulo diz que Deus nos salvou "para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado" (Efésios 1:6).
A importância do autoconhecimento
Para ilustrarmos o tema a que nos propusemos a estudar, usaremos o episódio dos espias, narrado em Números 13:25-33. Este episódio nos ajuda a compreender como as nossas ações são afetadas pela visão que temos de nós mesmos e da realidade que nos cerca. Se nos enxergarmos pequenos e incapazes, essa visão limitará a nossa atuação no mundo e na obra do Senhor. Se a visão que temos acerca de nós mesmos for uma visão equivocada, baseada em traumas, complexos, informações erradas transmitidas pelos nossos pais e baixa autoestima, dificilmente sentiremos que temos algum valor, que podemos realizar grandes coisas. Enfatizo que este estudo é direcionado para pessoas convertidas ao Senhor Jesus, que são templos do Espírito Santo e que, por isso, têm um papel a desempenhar no Reino de Deus.
Na narrativa bíblica a respeito dos homens que foram enviados para examinar como era a terra que o Senhor prometera a seu povo, vemos uma grande dose de baixa autoestima e de falta de confiança em Deus. Alguns dos espias olharam para o problema (ou o que eles achavam ser um grande problema) e se viram pequenos demais e incapazes de superá-lo. Outros olharam para o mesmo problema e confiaram que eram capazes de realizar aquilo que parecia ser impossível. Além da baixa autoestima por parte dos espias covardes, também existia a falta de confiança nas promessas de Deus e no seu poder para lhes dar a terra que havia lhes prometido. Portanto, o autoconhecimento cristão não se trata apenas de olhar para o nosso valor e potencialidades, mas para o poder de Deus e aquilo que ele pode operar em nós e por meio de nós. Neste caso, é positivo quando nos vemos pequenos e incapazes, mas o caminho não será totalmente percorrido enquanto não olharmos para Aquele que nos fortalece e capacita.
O autoconhecimento nos leva a:
1. Conhecer-nos como seres únicos, criados segundo a imagem e semelhança de Deus e selados com o Espírito Santo; porém, pecadores falhos a carentes da sua graça e do seu poder.
2. Descobrir nossos dons e talentos para utilizá-los para a glória de Deus. Muitos cristãos não sabem o que fazer porque não sabem o que são capazes de fazer.
3. Reconhecer nossos pontos fracos e pecados que precisam ser trabalhados.
4. Entender o nosso papel no Reino de Deus, dentro e fora da igreja.
Muitas pessoas evitam o autoconhecimento, preferem enganar-se, mentindo para si mesmas ao invés de encarar a sua própria realidade. Quanto menos se conhecem, menos utilizam o seu potencial e menos produtivas se tornam na obra do Senhor. Além disso, menos sabem sobre os seus pecados e, por isso, resistem em mudar, em arrepender-se para viver de acordo com a vontade de Deus. Quem não conhece a si mesmo e não aceita que carece de mudanças, dificilmente saberá conhecer o irmão e o próximo, muito menos orientá-los em seu crescimento. Às vezes, reconhecemos as limitações e os talentos das pessoas, mas não conseguimos fazer o mesmo a nosso respeito.
As várias visões de nós mesmos
Quando lemos João 1:19-23, vemos que João Batista possuía uma visão correta acerca de si mesmo. Ele não pensava de si além do que devia. Sabia que não era o Messias e que jamais poderia assumir uma identidade que não era a dele. Se João Batista não soubesse quem era nem o seu real papel na história da salvação, seria a pessoa errada, no lugar certo, fazendo a coisa errada. Ele não cumpriria o seu propósito, mas viveria num esforço inútil de ser quem não era e fazer o que não foi chamado para fazer. Muitos são assim na vida, tentar representar papéis por não conhecerem a si próprios ou por não se aceitarem. Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, há muitos olhos que querem ser bocas e muitos pés que se esforçam para ser ouvidos. Alguns crentes não querem ser uma coisa nem outra, mas vivem como apêndices, sem entenderem que talvez não façam parte do Corpo.
Quanto mais nos conhecemos e entendemos o nosso papel no Reino de Deus, mas podemos estar certos de que estamos sendo as pessoas certas, no lugar certo, fazendo a coisa certa, para a glória de Deus. Quem somos nós? a
Aquilo que achamos que somos, aquilo que as pessoas pensam que somos ou aquilo que Deus sabe que somos? É preciso uma visão correta acerca de nós mesmos, sem preconceitos, orgulho, baixa autoestima, narcisismo e hipocrisia. Não devemos permitir que fatores externos influenciem e moldem o nosso caráter – como as coisas do mundo. Nem podemos nos permitir manipular pelas pessoas ou nos tornar aquilo que achamos que elas querem que sejamos. Tampouco nos devemos deixar moldar pela carne.
Precisamos buscar uma identidade própria, aceitando-nos, mas sem nos conformar com o que somos, ao contrário, buscando sempre o crescimento integral do nosso ser por meio da santificação diária. Devemos nos entender como seres únicos, insubstituíveis e amados por Deus, mas também como seres incompletos, que carecem de constante aperfeiçoamento. Ao contrário daquilo que tem-se ensinado, o nosso objetivo na autodescoberta não é nos tornar pessoas melhores, mas conformar-nos à semelhança de Cristo para que Ele seja visto por meio de nós. A nossa melhor versão sempre será a de Cristo crescendo em nosso caráter e o nosso eu diminuindo. O apóstolo Paulo escreveu aos efésios a respeito dos dons ministeriais algo que mostra que o nosso crescimento na fé só é possível a partir de uma perspectiva de grupo. Conhecemos a nós mesmos e crescemos nas nossas relações interpessoais na igreja:
"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Efésios 4:11-16).
Nossas atitudes diante de quem somos
Nossas atitudes são determinadas por aquilo que pensamos sobre nós mesmos. Em Números 13:30-33, vemos a atitude dos espias quando voltaram da sua missão: talvez por causa do tempo de escravidão no Egito, a visão que tinham de si mesmos estava bastante limitada e condicionada às circunstâncias, mesmo tendo a promessa de Deus e diante dos seus milagres e prodígios que os levaram até ali. Eles haviam se libertado da escravidão, mas a imagem que haviam criado para si de escravos, de seres pequenos e incapazes ainda não havia se apagado. A nossa perspectiva de nós mesmos sem uma avaliação sincera e meticulosa pode nos levar ao autoengano, o que pode pender para dois lados: nós nos vermos como nada, mesmo tendo o Espírito Santo e as promessas de Deus; nós acabarmos nos tornando arrogantes e autossuficientes.
Outra grande questão é: se aceitarmos os rótulos que nos são colocados, se aceitarmos que o passado manipule o nosso "eu" hoje, se permitirmos que o mundo se torne um padrão para a construção do nosso caráter e decida o nosso comportamento, se nos deixamos guiar pelo pecado que habita em nós, que visão construiremos de nós mesmos? Precisamos entender sob qual perspectiva estamos nos enxergando. Se não estivermos seguros de quem somos, permitiremos que a visão dos outros invada a nossa vida até nos tornarmos criaturas estranhas a nós mesmos. Um dia nos perguntaremos: Quem sou?
O autoengano
O apóstolo João nos diz que é possível enganarmos a nós mesmos (1 João 1:8). É possível estarmos enganados a respeito de quem somos, não somente pelas informações equivocadas que ajudaram a moldar o nosso “eu”, como também pela falta de uma autoavaliação sincera que nos faça entender quem realmente somos e que somos pecadores. O pior autoengano não é aquele que acredita em informações erradas a nosso respeito, mas aquele que sabe que não somos aquilo que afirmamos ser, quando lá no fundo sabemos que estamos mentindo. Enganamos a nós mesmos quando: 1) não nos conhecemos como de fato somos; 2) não admitimos as nossas falhas e a necessidade de mudança; 3) quando temos uma visão errada de nós mesmos; 4) quando não queremos mudar.
A visão que temos de nós mesmos é determinante para as nossas escolhas e são elas que ditarão o nosso modo de viver. Algumas pessoas, para crescerem ou mesmo para se enturmarem, tomam atitudes contrárias ao seu verdadeiro “eu”, o que pode levá-las a um sentimento de deslocamento, além da perda da sua própria identidade e à depressão. Quanto mais equivocada for a visão de nós mesmos, mais nos distanciaremos do ideal de Deus para nós.
A nova identidade que Deus nos dá
Para nos conhecermos como realmente somos, devemos nos enxergar na perspectiva de Deus, pois foi Ele quem nos criou (Salmo 139:13-17). Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais aprimoramos a visão que temos de nós mesmos e maiores chances temos de crescer. Deus nos mostra que somos pecadores e nos oferece a santificação como solução para nossas inclinações pecaminosas. Existe uma frase que os descrentes utilizam como se fosse uma verdade bíblica: "Vinde como estás". Na verdade, é impossível ir até Deus de outra forma, pois "como estamos" é a única coisa que conseguimos ser. Entretanto, Ele nos chama e opera uma mudança estrutural em nós, não nos deixa como estávamos, porque como estávamos nos leva para o inferno.
Deus não é como nós que julgamos pela aparência, mas Ele enxerga o nosso coração (1 Samuel 16:7). Ele sonda o nosso íntimo, os recantos mais escondidos do nosso ser (Salmo 7:9; 139:1; Provérbios 21:2; Romanos 8:27; Apocalipse 2:23). Deus compreende nossos traumas e complexos e sabe que todos têm a sua origem na nossa natureza caída e depravada. O interesse de Deus não é resolver nossos problemas existenciais, mas nos redimir dos nossos pecados, afastar de nós a sua ira, justificar-nos pela fé em Jesus Cristo e nos levar para a sua glória nos céus. A mudança que experimentamos é resultado da conversão. Quando somos convertidos, Deus nos dá uma nova identidade. De pecadores errantes em um mundo perdido, passamos a seus filhos e servos, herdeiros do seu Reino; de trevas Ele nos transforma em luz; de egoístas e orgulhosos, em santos.
A nova identidade de Deus para nós é de novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Não importa quem fomos, o que as pessoas pensam de nós ou o que o mundo tenta nos impor, mas o que Deus diz que somos e o que Ele quer que sejamos. Em Cristo Deus nos faz santos e irrepreensíveis (Efésios 1:4). Assim como aconteceu com Gideão (Juízes 6:12-16), precisamos viver a nova identidade que Deus nos dá, a renovada e perfeita visão de nós mesmos para que tenhamos os nossos nomes escritos entre os heróis da fé (ver tb. Abraão, Moisés, Sansão, Davi, Samuel, etc.). Essa nova visão redundará, consequentemente, em atitudes coerentes e positivas. Se ficasse escondido detrás da sua visão limitada de si mesmo e rejeitasse o propósito de Deus para a sua vida, teria Gideão obtido algum êxito? Se ele fosse um mero produto do meio e das circunstâncias, onde ele teria chegado? A partir do momento que ele foi impregnado pela visão de Deus, grandes foram os seus feitos.
A visão positiva que Gideão tinha de si mesmo era a humildade, o reconhecer-se pequeno demais diante de um Deus tão poderoso e de problemas que, pela sua própria força, não seria possível resolver. Um encontro pessoal com Cristo transforma a visão que temos de nós mesmos e nos dá uma nova identidade que nos capacita a amá-lo e a servi-lo, como aconteceu com o a mulher samaritana. O apóstolo Paulo tinha uma visão equivocada de si mesmo como inquisidor por causa da sua visão errada a respeito de Deus e da sua Palavra. Após a sua conversão, os seus olhos foram abertos para que ele conhecesse a verdade sobre Deus e a sua Palavra, bem como a verdade acerca de si próprio: um pecador usado por Deus para a sua glória.
Regras para a autodescoberta
Ao falar sobre a ceia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: "Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem" (1 Coríntios 11:27-30). O autoexame é necessário para avaliarmos, de acordo com a verdade contida nas Escrituras Sagradas, a sinceridade da nossa conversão e a qualidade da nossa vida espiritual, o que inclui, além do nosso relacionamento com Deus e com a sua Palavra, o nosso relacionamento com as pessoas.
Para uma autoavaliação sincera a respeito de nós mesmos, façamo-nos as seguintes perguntas:
1. O que é aquilo que mais desejamos? Procuremos dentro do coração os nossos desejos mais secretos, aqueles que geralmente não compartilhamos com ninguém. Existem desejos que fazemos questão de externar (ideias, planos, sonhos e até mesmo alguns poucos pecados), mas a essência do que o nosso coração anseia permanece oculta, entre nós e Deus.
2. O que é aquilo em que mais pensamos? Que tipo de pensamentos mais ocupam a nossa mente, aos quais dedicamos a maior parte do nosso tempo? Não é aquilo que pensamos porque a Bíblia ensina assim, mas o que de fato idealizamos a respeito das coisas. Pensamos mais em Deus ou em nós mesmos? O Reino de Deus ocupa espaço na nossa mente? Pensamos no próximo
3. Como usamos o nosso dinheiro? Muitos crentes resistem em ofertar na Igreja, em investir na obra do Senhor, mas gastam seu dinheiro com coisas que não precisam, com vícios e com o consumismo. A forma como utilizamos nossos recursos materiais – que podem ou não ser dinheiro – diz muito a respeito do que valorizamos e demonstra quem de fato somos.
4. O que fazemos com o nosso tempo? O modo como utilizamos tanto o nosso tempo útil quanto o nosso tempo ocioso diz muito a respeito de nós mesmos. As atividades com as quais nos ocupamos e o que fazemos nas horas de lazer demonstram nosso caráter. Quanto tempo de qualidade gastamos com a nossa família, com o cuidado com a nossa saúde e com as coisas de Deus? Temos investido tempo em orar, ler a Bíblia, evangelizar, promover o bem? Ou gastamos nosso tempo com ociosidade infrutífera, uma vida desregrada e cheia de vícios?
5. De que companhia gostamos mais? Existe um ditado popular que afirma: “Diga-me com quem andas que te direi quem és”. Embora possamos andar com pessoas ímpias e ainda assim mantermos a nossa santidade – como o Senhor Jesus –, geralmente nosso tipo de amizade fala muito sobre nossos gostos e preferências. Estar na companhia de pessoas que não agradam a Deus para desagradar a Deus juntamente com elas nos diz muito de nós mesmos (Salmo 1).
6. Quem e o que admiramos? Quem são os nossos heróis? Quem são os nossos artistas preferidos? Quem são as pessoas no nosso meio familiar, social e religioso que admiramos e queremos imitar? Muitos procuram modelos errados para se espelhar, não olham para o Senhor Jesus, nem tampouco admiram a vida dos grandes homens de Deus da história da Igreja ou mesmo aqueles que frequentam a sua própria congregação. Quem admiramos diz muito sobre quem somos e quem desejamos nos tornar.
7. Sobre o que podemos rir? O que traz alegria ao seu coração? Piadas a respeito de Deus? O sofrimento de alguém? Aquilo que nos faz rir, que alegra o nosso coração, é o que valorizamos ou desprezamos. Podemos rir do fracasso dos nossos inimigos? Podemos nos entristecer com a vitória dos nossos amigos? A resposta que dermos a respeito do que podemos rir dirá muito sobre a nossa personalidade, o nosso caráter.
8. Como utilizamos a Internet e as redes sociais? Que tipos de sites acessamos? Que vídeos assistimos? O que mais curtimos ou compartilhamos? Temos utilizado o mundo virtual como um campo missionário? Embora possamos nos esconder por detrás de um perfil falso, Deus a tudo vê. O uso que fazemos dos meios eletrônicos revela muito sobre nós.
9. Quais são as nossa ideologias? Podemos bradar aos quatro ventos que somos cristãos e amamos a Deus, mas se defendemos ideologias totalmente contrárias à fé cristã e às Escrituras Sagradas, não somos verdadeiros cristãos. Se apoiamos o que Deus abomina, se consentimos com quem deseja destruir a nossa fé, qual será a nossa verdadeira identidade?
10. Como são os nossos planos? Aquilo que planejamos fazer da nossa vida (família, estudos, profissão, gastos, etc.) diz muito sobre nossos valores, prioridades e intenções. Nossos planos glorificam a Deus, colocam Jesus como centro da nossa vida, geram santidade, obedecem a Bíblia, promovem o bem comum e não nos deixam esquecer do céu? Ou eles são mesquinhos e egoístas?
Conclusão
A Palavra de Deus nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Como poderemos nos amar sem nos conhecermos, sem nos aceitarmos, sem nos compreendermos? E se não nos conhecemos, não nos aceitamos, não nos compreendemos, como poderemos fazer isso com o nosso próximo? O autoconhecimento é de suma importância no amor fraternal. Mas não é o conhecimento pelo conhecimento. Ele deve nos impulsionar a buscar santidade e obediência a Deus; deve nos fazer conhecer o nosso papel no seu Reino e nos levar a servi-lo. Em primeiro lugar, porém, deve estar o conhecimento de Deus: quanto mais conhecemos a Deus, mais sabemos acerca de nós mesmos e da sua vontade para nós.
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Vemos o apóstolo Paulo fazendo um autoexame sincero de si mesmo, em Romanos 7. Diante da Lei de Deus e da pecaminosidade humana, ele se vê limitado pelos seus próprios pecados em seu desejo de cumprir a Lei, que traz à luz o seu pecado. Ele olha para os seus membros que guerreiam contra a Lei de Deus e exclama: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (v. 24). É isto que o autoconhecimento do ponto de vista da fé cristã deve fazer: revelar o quanto somos miseráveis diante da magnitude da santidade de Deus, incapazes de obedecê-lo e amá-lo. Mas Paulo também diz: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado" (v. 25). Em Cristo, não somos mais os mesmos, não temos uma única inclinação para o pecado, mas somos regenerados, temos a mente de Cristo, então, podemos ser quem Deus quer que sejamos. Ele faz isso por nós e, em breve, a sua obra estará completa: Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6).
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