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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

A CENTRALIDADE DE CRISTO NA PREGAÇÃO

 


A centralidade de Cristo na pregação

Mizael de Souza Xavier


Quem poderia responder qual é a mensagem central da Igreja ao observar o tipo de mensagem que tem sido pregado na maioria das igrejas atuais? Com certeza, diversos elementos acabariam por revelar uma mensagem híbrida, formada por muitas teologias e práticas sem nenhuma linha mestra, sem muitos elos em comum. Quando olhamos para a Bíblia e buscamos nela a essência da sua mensagem, o ponto central da sua existência, descobrimos que é um só, de Gênesis a Apocalipse: a pessoa do Senhor Jesus. É o que Paulo lembra aos crentes de Corinto (1 Co 15:1:33). A mensagem a eles pregada foi que Cristo morreu e ressuscitou segundo as Escrituras, o que foi testemunhado por inúmeras pessoas, incluindo os apóstolos e o próprio Paulo. Ao contrário dos falsos ensinos que os coríntios estavam recebendo de outros, a ressurreição de Cristo é um fato, como também é a garantia de que nós mesmos ressuscitamos com Ele pela fé e ressuscitaremos dos mortos na sua vinda, quando a morte será aniquilada.

É esse Evangelho que separa os crentes dos miseráveis, que não possuem tal esperança. Se não acreditarmos na ressurreição do Senhor e na nossa, onde estará a nossa esperança? Contra o falso ensino que corroía a fé da Igreja, Paulo adverte: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (v. 33). Infelizmente, as más conversações não pararam em Corinto, mas perduram, principalmente, nos dias atuais, onde a mensagem da cruz e a centralidade de Cristo não encontram mais espaço em muitos púlpitos e mensagens evangelísticas. Não que se pregue contra a ressurreição de Jesus ou que seu Nome não esteja presente nas mensagens modernas. A ressurreição apenas deixou de ser relevante diante de temas mais urgentes, como bênçãos e vitórias; e o Nome de Jesus transformou-se apenas numa senha de acesso a essas coisas. A mensagem que os pregadores mais famosos e bem pagos apregoam é o “evangelho dos miseráveis”, que não apresenta nada ao pecador que vá além desta vida.

No v. 57, após descrever como será a ressurreição dos mortos, o apóstolo Paulo fala em vitória, palavra tão apreciada ultimamente. Não é uma vitória financeira, mas sobre a morte, conquistada para nós pelos méritos de Cristo. Ele é a mensagem central do Evangelho e de toda a Bíblia. A sua morte e ressurreição para aplacar a justa ira de Deus contra nós é o bom costume do qual Paulo falou anteriormente e as más conversações o tem corrompido. O que sobra quando o Senhor Jesus é retirado do seu lugar único na nossa fé? Para Deus, tudo permanece como está e os salvos jamais se perderão. Mas para aqueles que desprezam o Evangelho da cruz e baseiam sua fé nas más conversações, resta apenas a vergonha eterna ao lado dos falsos profetas no inferno. É isto que devemos entender: os planos de Deus não se alteram, Ele continua sendo Deus e Jesus permanece como único Redentor. Retomar a centralidade de Cristo na pregação é o que a Igreja precisa fazer. Ele e somente Ele é o bom costume da nossa fé.


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terça-feira, 29 de novembro de 2022

EU SOU: DEUS É QUEM ELE É



Eu sou: Deus é quem Ele é

Texto áureo: Êxodo 3:13,14


Para cada pergunta que fizermos a respeito de Deus, a Bíblia tem a resposta. Todavia, pode ser que nem sempre a resposta nos agrade ou pode ser que estejamos perguntando a respeito de outro que não Jeová. Mas ainda assim a Bíblia nos dará a resposta ao falar dos falsos deuses. O Deus que cremos é aquele que Ele afirma que é em sua Palavra, com todos os seus atributos visíveis e invisíveis. Algumas pessoas, porém, são experts em reinventar Deus, formando através da sua própria imaginação e conveniência a imagem do deus que elas julgam ideal. Para isso, deturpam a sua Palavra ou a desconsideram. Então surge o deus submisso às vontades e caprichos dos fiéis, o deus sem moral ou ética, o deus permissivo que aceita toda sorte de pecados porque ama o ser humano e quer vê-lo feliz. Alguns reinventam Deus por mera falta de conhecimento. Baseiam-se mais na experiência e testemunhos de outros do que naquilo que a Bíblia ensina. Esse deus dependerá do emocional de cada um que o invoca, das suas crenças nem sempre bíblicas.

Não podemos entender ou explicar Deus em sua completude, mas aquilo que Ele se propôs a nos revelar de Si por meio da revelação escrita e do Senhor Jesus está na Bíblia e deve ser crido e estudado. No livro do Êxodo, Deus se revela a Moisés como o EU SOU, quando Moisés indaga: Eis que quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: o Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? (v. 13). Deus lhe respondeu: “Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros” (v. 14). Deus possuía um nome, uma identidade, uma identificação histórica com o seu povo e era sobre Ele que Moisés deveria falar. Moisés não deveria conjecturar sobre Deus ou criar uma imagem dele de acordo com seu próprio entendimento e necessidade, mas deveria revelar ao povo de Israel o Eu Sou como Ele se revelava. Mais adiante, no livro do Êxodo, vemos que aquele povo teimoso e desobediente não se agradou muito do Deus que se revelava, preferindo construir um deus para si de acordo com seu próprio entendimento e necessidade: um bezerro de ouro (cf. Êx 32).

Deus é aquele que Ele é e não aquilo que queremos fazer dele. O Senhor determinou o que haveria de fazer ao povo de Israel e a sua vontade se cumpriria de qualquer forma. Mesmo diante da dureza de coração do Faraó e da incredulidade do seu próprio povo, Ele permaneceu o mesmo e seus planos não foram frustrados. Deus jamais se moldaria aos rótulos dos judeus nem ao desprezo e à arrogância dos egípcios. Ninguém pode moldar Deus de acordo com seu bel-prazer. Que conheçamos o Deus que a Bíblia nos revela e nos relacionemos com Ele como Ele realmente é. Muitos virão dizendo “Eis que Deus me falou”, mas não acreditemos neles. Leiamos a Bíblia!


Pensar-Sentir-Agir: Miqueias 7:18; Deuteronômio 7:9,10; João 8:58.

Ação transformadora: Adore o único Deus revelado na Bíblia.


Eu Sou o que Sou”

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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

DISCIPULADO CRISTÃO: O QUE É? COMO ACONTECE?

 


12. DISCIPULADO


O evangelismo não acaba após a conversão do pecador. O evangelista é um multiplicador do Reino de Deus. O seu objetivo não é estagnar, mas crescer, conduzir as pessoas em seu crescimento e conquistar novos discípulos para o Senhor. O termo “discípulo” (gr. mathetés, fem. mathetria) significa um aprendiz, um aluno. Após a morte e a ressurreição de Cristo, “discípulo” tomou uma conotação bem abrangente, passando a designar “seguidor”, “crente”; isto é: o “cristão”. Então, quando o Senhor ordena fazer discípulos (ou discipular, gr. matheteusate), ele está ordenando que seus discípulos ensinem aquilo que aprenderam dele (v. 20). Tal ensinamento é contínuo e não acabará jamais; o cristão estará sempre no processo de construção do seu conhecimento de Deus e da sua Palavra. Deus, através do seu Santo Espírito, dá poder e dons aos seus filhos para a grande obra do “Indo” de Jesus. O objetivo desses dons, de acordo com Efésios 4:11-16, é o aperfeiçoamento dos santos e o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo. Paulo escreveu a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para transmitir a outros” (2 Tm 2:2). Isto significa que Timóteo deveria se empenhar em fazer e treinar discípulos para que eles estivessem aptos a fazer e treinar novos discípulos, criando uma cadeia de discipulado constante. A orientação de Jesus aos seus discípulos é repetida por Paulo: “Ensinando-os” (Mt 28:20), “transmite... instruir a outros” (2 Tm 2:2). A educação faz parte da missão e do discipulado, envolvendo o caráter fiel e idôneo do discípulo-discipulador.

Uma Igreja que não discipula nem ensina os seus membros, abre as portas não somente para as heresias, mas para uma espiritualidade débil e uma fé infantil, frágil e infrutífera. Aqui se percebe claramente a atuação do Espírito Santo, porque é Ele quem ensina todas as coisas que o crente precisa saber (Jo 14:25,26). Se os crentes não são lembrados daquilo que a Bíblia ensina, estão fadados a esquecê-lo, o que afetará a sua fé, o seu caráter, o seu comportamento e o seu desempenho no Reino de Deus. O apóstolo Paulo constantemente exortava aos irmãos a respeito do seu progresso na fé, conforme já inteirados pelas instruções que receberam do Senhor Jesus (1 Ts 4:1,2). Logo, quando alguém é convertido e passa a frequentar a Igreja, todos os ministros precisam investir no acompanhamento desse novo discípulo de Jesus, fortalecendo a sua fé por meio da comunhão com os irmãos, da prática das boas obras e do aprendizado da Palavra de Deus.

O discipulado dos novos crentes envolve:

a) Integração. A integração é um momento de socialização, de inserção do novo convertido na vida da comunidade. É nesta etapa que ele conhece os valores da Igreja, suas políticas de relacionamento, seus deveres e seus direitos, as normas internas e aqueles que fazem parte da sua nova família. O novo convertido perde um pouco da sua individualidade para assumir o seu lugar no grupo, ajustando-se às suas novas responsabilidades, às convenções e aos padrões de comportamento comuns. É importante que a Igreja valorize este momento, porque é quando o novo crente precisará de maior acompanhamento para o desenvolvimento da sua nova fé. Muitas igrejas negligenciam a integração, recebendo novos membros e deixando-os soltos, sem fortalecê-los nem se importar com eles. A integração começa com o recebimento no novo convertido e passa pelos processos a seguir. Ela deve estar solidamente baseada na Bíblia, deve ser feita com amor e cuidado, atentando para a realidade espiritual de cada novo membro, auxiliando-o em suas dificuldades e necessidades, cooperando positivamente com o fortalecimento da sua fé. A escolha dos discípulos de Cristo é um excelente exemplo de integração. Os doze passaram por todo o processo: foram chamados, inseridos no grupo, ensinados e empoderados para cumprirem sua missão (Mt 10:5-15; Mc 6:7-13).

b) Desenvolvimento. O desenvolvimento se dá a partir do momento em que o pecador se converte. É Deus quem efetua esse crescimento através do processo de santificação (1 Co 6:11; Ef 1:4; Hb 12:14; 1 Pe 1:14-16; 1 Ts 4:3; Gl 5:19-25). Paulo orou pelos Colossenses, a fim de que eles vivessem “de modo digno do Senhor para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra, e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1:10). O desenvolvimento do cristão envolve: vida íntegra, prática de boas obras e crescimento constante por meio do aprendizado. Ao recomendar o cuidado contra a influência dos falsos crentes, Pedro exorta seus leitores: “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Aos crentes de Éfeso, Paulo escreve: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo” (Ef 4:15). Esse processo de desenvolvimento contínuo do crente envolve a santificação, com o abandono de pecados (Tt 2:11-14). Aos filipenses, Paulo exorta a que desenvolvam a sua salvação com temor e tremor (Fp 2:12), sendo que esse desenvolvimento é operado por Deus (v. 13) e envolve a preservação da palavra da vida (v. 16). No auxílio ao desenvolvimento do crente, a Igreja o encaminhará na descoberta do seu lugar no corpo de Cristo, tanto pelo uso do dom espiritual quanto pela aplicação das suas habilidades naturais. Um curso para vocacionados é uma excelente ferramenta de desenvolvimento do cristão.

c) Acompanhamento. Acompanhar significa estar ao lado, observar, auxiliar. Durante três anos, o Senhor Jesus acompanhou o desenvolvimento dos seus discípulos, a quem ensinava e fortalecia. Ele não os escolheu e enviou sem o equipamento necessário e sem antes ensiná-los sobre o que deveriam ser e fazer. Antes de subir aos céus, prometeu o Consolador, que daria continuidade ao seu ensino (Mt 28:20). Todas as Igrejas devem ser ambientes de aprendizagem e crescimento, onde a estagnação espiritual, moral, intelectual, motivacional, relacional e organizacional sejam trocadas por treinamento, desenvolvimento, capacitação, avaliação e acompanhamento constantes, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Em primeira mão, esse ambiente deve ser proporcionado pelas lideranças, mas elas mesmas devem se entregar a tal processo, o que envolve, além da vontade e da disposição necessárias, tempo de oração, leitura da Palavra e prática do amor fraternal. É o amor que confirma e solidifica o corpo de Cristo (Ef 4:16; Fp 1:9) e motiva o seu trabalho e crescimento (1 Ts 1:3). A igreja deve viver no amor de Cristo, de modo que ele seja transbordante (1 Ts 3:12) e aumente a cada dia mais (2 Ts 1:3). O novo convertido precisa sentir-se valorizado e saber que é útil, que a Igreja se importa com o seu bem-estar e está disposta a investir nele, criando, assim, um servo valoroso para o Reino de Deus.

d) Ensino. Vemos como tudo aponta para o “conhecimento”, o que envolve a intelectualidade do ser humano. Até mesmo para amar é preciso saber o que é amar e como expressar este amor segundo a vontade de Deus. O ensino é a forma mais elementar e relevante de discipulado. (Mt 4:23; 9:35; 11:1; 28:20; Lc 20:1; At 5:42; 15:35; 1 Tm 4:12). O ensino doutrinário deve estar presente desde o início da vida cristã, onde o novo convertido adquire os conhecimentos bíblicos elementares e com o tempo passa a receber alimento mais sólido. O conteúdo deste ensino é o próprio Cristo (At 28:31). Desprezar a doutrina no exercício da fé é desprezar a própria fé, que está fundamentada na doutrina. A Palavra inspirada nos ensina, repreende, corrige, instrui, aperfeiçoa-nos e nos prepara para toda boa obra (2 Tm 3:16,17). É preciso lembrar o caminho certo a ser feito: da doutrina para a experiência, não o contrário. É a doutrina que fundamenta a nossa experiência com Deus, não o inverso. Se existem a Palavra e a doutrina, logo existe o seu ensino (1 Tm 4:13). Se não há ensino, a fé se dobra diante das heresias e da espiritualidade fraca e controversa (1 Tm 1:3,4; Gl 1:6-9). A doutrina é importante não somente para definir aquilo que cremos, mas também quem somos. Permanecer na doutrina de Cristo é crucial para revelar se estamos ou não em Deus (2 Jo 9). Se quisermos crentes fiéis e sadios, precisamos ensiná-los e discipulá-los constantemente.

A falta de estudo da Bíblia é uma demonstração clara de falta de amor para com o seu Autor. Como leite espiritual que a Palavra de Deus é e bússola para o cristão, ela precisa tornar-se o centro de nossas vidas. A partir do momento que deixamos de beber dela, deixamos de absorver seus ensinamentos necessários à nossa vida espiritual, deixamos de ter base para o evangelismo pessoal e perdemos a oportunidade de conhecer mais de Deus. O foco principal desta questão, assim como de todas as outras, é o amor. Sem amor a Deus e a sua Palavra, sem valorizar o aprendizado das Sagradas Escrituras como algo vital para a saúde do corpo de Cristo, torna-se difícil carregar a marca do Espírito, uma vez que se despreza a Palavra que Ele próprio inspirou e que o revela. Sem Bíblia, sem Igreja (Rm 10:8,17; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; At 2:41; 17:11; Sl 1:1,2; 119:105; 109:11,97; Is 37:26; Cl 3:16; Ef 1:17; 6:17,18).

e) Consolidação. A consolidação é a confirmação da vocação cristã. O apóstolo Pedro escreveu: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2 Pe 1:10). Todo este processo de discipulado serve para fortalecer e confirmar a fé do novo convertido. Aqueles que jamais se converteram a Jesus de verdade, não demorarão a abandonar o Caminho, uma vez que percebam que existe uma variedade imensa de responsabilidades, onde o abandono de pecados, a preocupação com os outros, a necessidade de servir e a expectativa de sofrimentos e perseguições ajudam a separar o joio do trigo, os bodes das ovelhas. Quem se decidiu por Jesus por qualquer motivo que não seja o humilde arrependimento para a conversão gerado pelo Espírito Santo, com o intuito de abandonar a si mesmo para servir e adorar irrestritamente a Deus, não tarda a olhar para trás e voltar ao que era. Podemos estar certos de que aqueles eu foram enviados a Cristo pelo Pai jamais desistirão da fé, muito pelo contrário. O Senhor afirma: “eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44).

Neste capítulo seis do Evangelho segundo João, após o discurso de Jesus a respeito si mesmo como o pão da vida (vs. 45-59), muitos se escandalizaram e já não o seguiam mais (vs. 60,66). O Senhor, então, desvenda-nos uma verdade: é o Espírito quem vivifica, de modo que não pode permanecer no Senhor aquele que não possui o Espírito Santo, que não se identifica com Cristo por meio de uma fé genuína e do novo nascimento. Mesmo que aos nossos olhos todos sejam crentes, Jesus sabe os que verdadeiramente são. Ele afirmou: “Contudo há descrentes entre vós”, pois “Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (v. 64). Ele, então, repete: “Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido” (v. 65). Isso apenas confirma o que aprendemos a respeito da conversão. Nem todos os que seguem a Jesus foram trazidos por Deus; logo, não são convertidos e provavelmente alguns jamais serão. Por fim, a consolidação do discípulo de Jesus se dá pela prática da sua Palavra, pela santidade (Hb 12:14), oração (At 2:42) e a comunhão com os irmãos (Hb 10:24,25; Gl 5:13).

f) Encaminhamento. O encaminhamento neste processo inclui o fortalecimento da fé cristã por meio do discipulado em si e o despertamento para as vocações, onde o novo convertido é orientado a participar ativamente da obra de Deus, tanto na sua vida cotidiana quanto através de um ministério da Igreja. A Igreja pode agir como facilitadora dessa descoberta, promovendo cursos vocacionais e outras estratégias que auxiliem seus membros na busca por sua vocação. O ensino bíblico é o mais importante meio para este fim. Muitos crentes não se sentem a vontade para servir porque não sabem como nem onde, porque não foram instruídos sobre essa necessidade nem estimulados a tornarem-se obreiros produtivos. Embora a capacitação e o empoderamento principal partam da graça de Deus e da ação do Espírito Santo, a Igreja possui um papel educativo, que envolve o discipulado nessas questões. No encaminhamento o novo convertido toma conhecimento dos dons espirituais e da sua importância. Ele é estimulado a descobrir o(s) seu(s) dom(s) e a colocá-lo(s) em prática para auxiliar na edificação do corpo de Cristo.

g) Controle. O controle é o meio pelo qual a liderança da Igreja se assegura de que aquilo que está sendo ensinado tem sido praticado, se o novo convertido está se desenvolvendo positivamente e cumprindo o seu papel. A Bíblia está repleta de exemplos de controle, tanto da parte de Deus com relação aos homens, quanto da parte dos homens com relação à obra de Deus e aqueles que a realizam. O apóstolo Paulo, por exemplo, em todas as suas epístolas demonstra o seu cuidado com as igrejas que havia plantado, direcionando a vida espiritual, ministerial e prática dos irmãos, como, por exemplo, no caso da coleta aos santos pobres de Jerusalém (2 Co 8:10,11) e na avaliação do progresso das igrejas (At 15:36), o que se pode ver na apresentação das suas credenciais de apóstolo (1 Co 12:11-21). Também a Timóteo Paulo deu diversas ordens, no sentido de controlar de forma positiva o seu ministério (cf. 1 Tm 1:3,4; 3:4,5; 5:1; 6:9-11,13,14,17-21). Não devemos enxergar o controle como uma forma ditatorial de manter os crentes sob domínio do pastor e da denominação, mas como uma forma de avaliá-los, orientá-los, auxiliá-los na sua caminhada cristã e na identificação de falhas e avanços. A correção de Deus aos seus filhos, em Hebreus 12:5-7, é um claro exemplo da forma controlada como Deus opera na vida do cristão. A própria Escritura serve como controle da vida espiritual da Igreja (2 Tm 3:16,17). Moisés controlava de perto toda a obra da construção do tabernáculo (Êx 39:32-43). Por meio do profeta Samuel, Deus corrigiu a atitude de Saul, demonstrando total controle sobre a sua obra (1 Sm 15). Neemias também oferece um claro exemplo de controle (Ne 13:23-25). O controle é, para o líder, uma forma de responsabilidade e amor pela obra de Deus.

h) Multiplicação. A multiplicação ocorre quando o discípulo torna-se discipulador, como vimos na introdução deste capítulo. Quando isso acontece, significa que ele está aprendendo e amadurecendo na sua fé. Significa, também, que é um verdadeiro discípulo de Jesus. A Igreja deve incentivar e agir como facilitadora dessa multiplicação, oferecendo cursos, métodos, ferramentas e todo apoio necessário para que o crente possa servir a Deus com excelência.

Este estudo faz parte do livro CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS, módulo 3: “Métodos evangelísticos”, do autor Mizael Xavier. Disponível em formato de livro digital no site ou no aplicativo da Amazon. Veja a capa:



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domingo, 14 de abril de 2013

AUTOCONHECIMENTO E ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

AUTOCONHECIMENTO E  ESPIRITUALIDADE CRISTÃ
Mizael de Souza Xavier


Introdução

Como cristãos, o nosso objetivo deve ser fortalecer a nossa identidade como discípulos de Cristo para que possamos entender o nosso papel no seu Reino e trabalhar para o crescimento e o avanço da sua igreja, evangelizando e fazendo discípulos. Não podemos fazer isso sem, contudo, ter certeza de que conhecemos a nós mesmos. Quem somos? O objetivo deste estudo é auxiliar os leitores no seu processo de autoconhecimento para que se tornem cada dia mais conscientes daquilo que Deus deseja para a sua Igreja. Este não é um estudo de autoajuda, mas de "ajuda do Alto" na busca pela imagem correta a respeito de nós mesmos. Será que temos plena consciência de quem somos, com todas as nossas virtudes e os nossos defeitos, com nossos dons e talentos? Será que esta visão que temos de nós mesmos é a correta ou fruto de influências externas e distorcidas? Estamos colocando quem somos a serviço do Reino de Deus?


O real valor do ser humano

Há no mundo diversas versões filosóficas e antropológicas do ser humano. O humanismo, por exemplo, é uma maneira de enxergar o valor do ser humano e que tem influenciado a teologia de muitos pensadores cristãos. O humanismo é uma atitude filosófica que faz do homem o valor supremo e que vê nele a medida de todas as coisas. O Humanismo contemporâneo, sobretudo os existencialistas e de certas correntes marxistas, define o homem como o ser que é o criador do seu próprio ser, pois o humano, através da história, gera a sua própria natureza. Em parte isso está certo, porque o homem constrói a sua própria realidade através das suas escolhas e atitudes, mas não leva em conta e até descarta a existência de Deus e seu agir soberano sobre a História.

Há que se buscar a visão correta e bíblica. Deus valoriza o homem como sua criação especial (Gênesis 1:31), mas que foi drasticamente afetado pelo pecado original, tornando-se depravado e corrupto (Romanos 3:9-23). Por amor ao ser humano, Deus se fez homem e morreu em seu lugar (João 3:16). Não existe nisso uma supervalorização da criatura, como muitas teologias propõem, como se Deus existisse em função do ser humano e desejasse mais do que tudo vê-lo feliz e realizado. A busca de Deus pela salvação de pecadores miseráveis e desprezíveis é, acima de todas as coisas, a busca pela manutenção da sua própria glória. Conforme disse o Senhor a respeito de Israel: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem" (Isaías 48:11). Ao falar sobre nossa salvação, o apóstolo Paulo diz que Deus nos salvou "para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado" (Efésios 1:6).

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A importância do autoconhecimento

Para ilustrarmos o tema a que nos propusemos a estudar, usaremos o episódio dos espias, narrado em Números 13:25-33. Este episódio nos ajuda a compreender como as nossas ações são afetadas pela visão que temos de nós mesmos e da realidade que nos cerca. Se nos enxergarmos pequenos e incapazes, essa visão limitará a nossa atuação no mundo e na obra do Senhor. Se a visão que temos acerca de nós mesmos for uma visão equivocada, baseada em traumas, complexos, informações erradas transmitidas pelos nossos pais e baixa autoestima, dificilmente sentiremos que temos algum valor, que podemos realizar grandes coisas. Enfatizo que este estudo é direcionado para pessoas convertidas ao Senhor Jesus, que são templos do Espírito Santo e que, por isso, têm um papel a desempenhar no Reino de Deus.

Na narrativa bíblica a respeito dos homens que foram enviados para examinar como era a terra que o Senhor prometera a seu povo, vemos uma grande dose de baixa autoestima e de falta de confiança em Deus. Alguns dos espias olharam para o problema (ou o que eles achavam ser um grande problema) e se viram pequenos demais e incapazes de superá-lo. Outros olharam para o mesmo problema e confiaram que eram capazes de realizar aquilo que parecia ser impossível. Além da baixa autoestima por parte dos espias covardes, também existia a falta de confiança nas promessas de Deus e no seu poder para lhes dar a terra que havia lhes prometido. Portanto, o autoconhecimento cristão não se trata apenas de olhar para o nosso valor e potencialidades, mas para o poder de Deus e aquilo que ele pode operar em nós e por meio de nós. Neste caso, é positivo quando nos vemos pequenos e incapazes, mas o caminho não será totalmente percorrido enquanto não olharmos para Aquele que nos fortalece e capacita.

O autoconhecimento nos leva a:

1. Conhecer-nos como seres únicos, criados segundo a imagem e semelhança de Deus e selados com o Espírito Santo; porém, pecadores falhos a carentes da sua graça e do seu poder.

2. Descobrir nossos dons e talentos para utilizá-los para a glória de Deus. Muitos cristãos não sabem o que fazer porque não sabem o que são capazes de fazer.

3. Reconhecer nossos pontos fracos e pecados que precisam ser trabalhados.

4. Entender o nosso papel no Reino de Deus, dentro e fora da igreja.

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Muitas pessoas evitam o autoconhecimento, preferem enganar-se, mentindo para si mesmas ao invés de encarar a sua própria realidade. Quanto menos se conhecem, menos utilizam o seu potencial e menos produtivas se tornam na obra do Senhor. Além disso, menos sabem sobre os seus pecados e, por isso, resistem em mudar, em arrepender-se para viver de acordo com a vontade de Deus. Quem não conhece a si mesmo e não aceita que carece de mudanças, dificilmente saberá conhecer o irmão e o próximo, muito menos orientá-los em seu crescimento. Às vezes, reconhecemos as limitações e os talentos das pessoas, mas não conseguimos fazer o mesmo a nosso respeito.


As várias visões de nós mesmos

Quando lemos João 1:19-23, vemos que  João Batista possuía uma visão correta acerca de si mesmo. Ele não pensava de si além do que devia. Sabia que não era o Messias e que jamais poderia assumir uma identidade que não era a dele. Se João Batista não soubesse quem era nem o seu real papel na história da salvação, seria a pessoa errada, no lugar certo, fazendo a coisa errada. Ele não cumpriria o seu propósito, mas viveria num esforço inútil de ser quem não era e fazer o que não foi chamado para fazer. Muitos são assim na vida, tentar representar papéis por não conhecerem a si próprios ou por não se aceitarem. Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, há muitos olhos que querem ser bocas e muitos pés que se esforçam para ser ouvidos. Alguns crentes não querem ser uma coisa nem outra, mas vivem como apêndices, sem entenderem que talvez não façam parte do Corpo.

Quanto mais nos conhecemos e entendemos o nosso papel no Reino de Deus, mas podemos estar certos de que estamos sendo as pessoas certas, no lugar certo, fazendo a coisa certa, para a glória de Deus. Quem somos nós? a
Aquilo que achamos que somos, aquilo que as pessoas pensam que somos ou aquilo que Deus sabe que somos? É preciso uma visão correta acerca de nós mesmos, sem preconceitos, orgulho, baixa autoestima, narcisismo e hipocrisia. Não devemos permitir que fatores externos influenciem e moldem o nosso caráter – como as coisas do mundo. Nem podemos nos permitir manipular pelas pessoas ou nos tornar aquilo que achamos que elas querem que sejamos. Tampouco nos devemos deixar moldar pela carne.

Precisamos buscar uma identidade própria, aceitando-nos, mas sem nos conformar com o que somos, ao contrário, buscando sempre o crescimento integral do nosso ser por meio da santificação diária. Devemos nos entender como seres únicos, insubstituíveis e amados por Deus, mas também como seres incompletos, que carecem de constante aperfeiçoamento. Ao contrário daquilo que tem-se ensinado, o nosso objetivo na autodescoberta não é nos tornar pessoas melhores, mas conformar-nos à semelhança de Cristo para que Ele seja visto por meio de nós. A nossa melhor versão sempre será a de Cristo crescendo em nosso caráter e o nosso eu diminuindo. O apóstolo Paulo escreveu aos efésios a respeito dos dons ministeriais algo que mostra que o nosso crescimento na fé só é possível a partir de uma perspectiva de grupo. Conhecemos a nós mesmos e crescemos nas nossas relações interpessoais na igreja:

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Efésios 4:11-16).

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Nossas atitudes diante de quem somos

Nossas atitudes são determinadas por aquilo que pensamos sobre nós mesmos. Em Números 13:30-33, vemos a atitude dos espias quando voltaram da sua missão: talvez por causa do tempo de escravidão no Egito, a visão que tinham de si mesmos estava bastante limitada e condicionada às circunstâncias, mesmo tendo a promessa de Deus e diante dos seus milagres e prodígios que os levaram até ali. Eles haviam se libertado da escravidão, mas a imagem que haviam criado para si de escravos, de seres pequenos e incapazes ainda não havia se apagado. A nossa perspectiva de nós mesmos sem uma avaliação sincera e meticulosa pode nos levar ao autoengano, o que pode pender para dois lados: nós nos vermos como nada, mesmo tendo o Espírito Santo e as promessas de Deus; nós acabarmos nos tornando arrogantes e autossuficientes.

Outra grande questão é: se aceitarmos os rótulos que nos são colocados, se aceitarmos que o passado manipule o nosso "eu" hoje, se permitirmos que o mundo se torne um padrão para a construção do nosso caráter e decida o nosso comportamento, se nos deixamos guiar pelo pecado que habita em nós, que visão construiremos de nós mesmos? Precisamos entender sob qual perspectiva estamos nos enxergando. Se não estivermos seguros de quem somos, permitiremos que a visão dos outros invada a nossa vida até nos tornarmos criaturas estranhas a nós mesmos. Um dia nos perguntaremos: Quem sou?

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O autoengano

O apóstolo João nos diz que é possível enganarmos a nós mesmos (1 João 1:8). É possível estarmos enganados a respeito de quem somos, não somente pelas informações equivocadas que ajudaram a moldar o nosso “eu”, como também pela falta de uma autoavaliação sincera que nos faça entender quem realmente somos e que somos pecadores. O pior autoengano não é aquele que acredita em informações erradas a nosso respeito, mas aquele que sabe que não somos aquilo que afirmamos ser, quando lá no fundo sabemos que estamos mentindo. Enganamos a nós mesmos quando: 1) não nos conhecemos como de fato somos; 2) não admitimos as nossas falhas e a necessidade de mudança; 3) quando temos uma visão errada de nós mesmos; 4) quando não queremos mudar.

A visão que temos de nós mesmos é determinante para as nossas escolhas e são elas que ditarão o nosso modo de viver. Algumas pessoas, para crescerem ou mesmo para se enturmarem, tomam atitudes contrárias ao seu verdadeiro “eu”, o que pode levá-las a um sentimento de deslocamento, além da perda da sua própria identidade e à depressão. Quanto mais equivocada for a visão de nós mesmos, mais nos distanciaremos do ideal de Deus para nós.

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A nova identidade que Deus nos dá

Para nos conhecermos como realmente somos, devemos nos enxergar na perspectiva de Deus, pois foi Ele quem nos criou (Salmo 139:13-17). Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais aprimoramos a visão que temos de nós mesmos e maiores chances temos de crescer. Deus nos mostra que somos pecadores e nos oferece a santificação como solução para nossas inclinações pecaminosas. Existe uma frase que os descrentes utilizam como se fosse uma verdade bíblica: "Vinde como estás". Na verdade, é impossível ir até Deus de outra forma, pois "como estamos" é a única coisa que conseguimos ser. Entretanto, Ele nos chama e opera uma mudança estrutural em nós, não nos deixa como estávamos, porque como estávamos nos leva para o inferno.

Deus não é como nós que julgamos pela aparência, mas Ele enxerga o nosso coração (1 Samuel 16:7). Ele sonda o nosso íntimo, os recantos mais escondidos do nosso ser (Salmo 7:9; 139:1; Provérbios 21:2; Romanos 8:27; Apocalipse 2:23). Deus compreende nossos traumas e complexos e sabe que todos têm a sua origem na nossa natureza caída e depravada. O interesse de Deus não é resolver nossos problemas existenciais, mas nos redimir dos nossos pecados, afastar de nós a sua ira, justificar-nos pela fé em Jesus Cristo e nos levar para a sua glória nos céus. A mudança que experimentamos é resultado da conversão. Quando somos convertidos, Deus nos dá uma nova identidade. De pecadores errantes em um mundo perdido, passamos a seus filhos e servos, herdeiros do seu Reino; de trevas Ele nos transforma em luz; de egoístas e orgulhosos, em santos.

A nova identidade de Deus para nós é de novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Não importa quem fomos, o que as pessoas pensam de nós ou o que o mundo tenta nos impor, mas o que Deus diz que somos e o que Ele quer que sejamos. Em Cristo Deus nos faz santos e irrepreensíveis (Efésios 1:4). Assim como aconteceu com Gideão (Juízes 6:12-16), precisamos viver a nova identidade que Deus nos dá, a renovada e perfeita visão de nós mesmos para que tenhamos os nossos nomes escritos entre os heróis da fé (ver tb. Abraão, Moisés, Sansão, Davi, Samuel, etc.). Essa nova visão redundará, consequentemente, em atitudes coerentes e positivas. Se ficasse escondido detrás da sua visão limitada de si mesmo e rejeitasse o propósito de Deus para a sua vida, teria Gideão obtido algum êxito? Se ele fosse um mero produto do meio e das circunstâncias, onde ele teria chegado? A partir do momento que ele foi impregnado pela visão de Deus, grandes foram os seus feitos.

A visão positiva que Gideão tinha de si mesmo era a humildade, o reconhecer-se pequeno demais diante de um Deus tão poderoso e de problemas que, pela sua própria força, não seria possível resolver. Um encontro pessoal com Cristo transforma a visão que temos de nós mesmos e nos dá uma nova identidade que nos capacita a amá-lo e a servi-lo, como aconteceu com o a mulher samaritana. O apóstolo Paulo tinha uma visão equivocada de si mesmo como inquisidor por causa da sua visão errada a respeito de Deus e da sua Palavra. Após a sua conversão, os seus olhos foram abertos para que ele conhecesse a verdade sobre Deus e a sua Palavra, bem como a verdade acerca de si próprio: um pecador usado por Deus para a sua glória.

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Regras para a autodescoberta

Ao falar sobre a ceia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: "Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem" (1 Coríntios 11:27-30). O autoexame é necessário para avaliarmos, de acordo com a verdade contida nas Escrituras Sagradas, a sinceridade da nossa conversão e a qualidade da nossa vida espiritual, o que inclui, além do nosso relacionamento com Deus e com a sua Palavra, o nosso relacionamento com as pessoas.

Para uma autoavaliação sincera a respeito de nós mesmos, façamo-nos as seguintes perguntas:

1. O que é aquilo que mais desejamos? Procuremos dentro do coração os nossos desejos mais secretos, aqueles que geralmente não compartilhamos com ninguém. Existem desejos que fazemos questão de externar (ideias, planos, sonhos e até mesmo alguns poucos pecados), mas a essência do que o nosso coração anseia permanece oculta, entre nós e Deus.

2. O que é aquilo em que mais pensamos? Que tipo de pensamentos mais ocupam a nossa mente, aos quais dedicamos a maior parte do nosso tempo? Não é aquilo que pensamos porque a Bíblia ensina assim, mas o que de fato idealizamos a respeito das coisas. Pensamos mais em Deus ou em nós mesmos? O Reino de Deus ocupa espaço na nossa mente? Pensamos no próximo

3. Como usamos o nosso dinheiro? Muitos crentes resistem em ofertar na Igreja, em investir na obra do Senhor, mas gastam seu dinheiro com coisas que não precisam, com vícios e com o consumismo. A forma como utilizamos nossos recursos materiais – que podem ou não ser dinheiro – diz muito a respeito do que valorizamos e demonstra quem de fato somos.

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4. O que fazemos com o nosso tempo? O modo como utilizamos tanto o nosso tempo útil quanto o nosso tempo ocioso diz muito a respeito de nós mesmos. As atividades com as quais nos ocupamos e o que fazemos nas horas de lazer demonstram nosso caráter. Quanto tempo de qualidade gastamos com a nossa família, com o cuidado com a nossa saúde e com as coisas de Deus? Temos investido tempo em orar, ler a Bíblia, evangelizar, promover o bem? Ou gastamos nosso tempo com ociosidade infrutífera, uma vida desregrada e cheia de vícios?

5. De que companhia gostamos mais? Existe um ditado popular que afirma: “Diga-me com quem andas que te direi quem és”. Embora possamos andar com pessoas ímpias e ainda assim mantermos a nossa santidade – como o Senhor Jesus –, geralmente nosso tipo de amizade fala muito sobre nossos gostos e preferências. Estar na companhia de pessoas que não agradam a Deus para desagradar a Deus juntamente com elas nos diz muito de nós mesmos (Salmo 1).

6. Quem e o que admiramos? Quem são os nossos heróis? Quem são os nossos artistas preferidos? Quem são as pessoas no nosso meio familiar, social e religioso que admiramos e queremos imitar? Muitos procuram modelos errados para se espelhar, não olham para o Senhor Jesus, nem tampouco admiram a vida dos grandes homens de Deus da história da Igreja ou mesmo aqueles que frequentam a sua própria congregação. Quem admiramos diz muito sobre quem somos e quem desejamos nos tornar.

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7. Sobre o que podemos rir? O que traz alegria ao seu coração? Piadas a respeito de Deus? O sofrimento de alguém? Aquilo que nos faz rir, que alegra o nosso coração, é o que valorizamos ou desprezamos. Podemos rir do fracasso dos nossos inimigos? Podemos nos entristecer com a vitória dos nossos amigos? A resposta que dermos a respeito do que podemos rir dirá muito sobre a nossa personalidade, o nosso caráter.

8. Como utilizamos a Internet e as redes sociais? Que tipos de sites acessamos? Que vídeos assistimos? O que mais curtimos ou compartilhamos? Temos utilizado o mundo virtual como um campo missionário? Embora possamos nos esconder por detrás de um perfil falso, Deus a tudo vê. O uso que fazemos dos meios eletrônicos revela muito sobre nós.

9. Quais são as nossa ideologias? Podemos bradar aos quatro ventos que somos cristãos e amamos a Deus, mas se defendemos ideologias totalmente contrárias à fé cristã e às Escrituras Sagradas, não somos verdadeiros cristãos. Se apoiamos o que Deus abomina, se consentimos com quem deseja destruir a nossa fé, qual será a nossa verdadeira identidade?

10. Como são os nossos planos? Aquilo que planejamos fazer da nossa vida (família, estudos, profissão, gastos, etc.) diz muito sobre nossos valores, prioridades e intenções. Nossos planos glorificam a Deus, colocam Jesus como centro da nossa vida, geram santidade, obedecem a Bíblia, promovem o bem comum e não nos deixam esquecer do céu? Ou eles são mesquinhos e egoístas? 

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Conclusão

A Palavra de Deus nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Como poderemos nos amar sem nos conhecermos, sem nos aceitarmos, sem nos compreendermos? E se não nos conhecemos, não nos aceitamos, não nos compreendemos, como poderemos fazer isso com o nosso próximo? O autoconhecimento é de suma importância no amor fraternal. Mas não é o conhecimento pelo conhecimento. Ele deve nos impulsionar a buscar santidade e obediência a Deus; deve nos fazer conhecer o nosso papel no seu Reino e nos levar a servi-lo. Em primeiro lugar, porém, deve estar o conhecimento de Deus: quanto mais conhecemos a Deus, mais sabemos acerca de nós mesmos e da sua vontade para nós.

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Vemos o apóstolo Paulo fazendo um autoexame sincero de si mesmo, em Romanos 7. Diante da Lei de Deus e da pecaminosidade humana, ele se vê limitado pelos seus próprios pecados em seu desejo de cumprir a Lei, que traz à luz o seu pecado. Ele olha para os seus membros que guerreiam contra a Lei de Deus e exclama: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (v. 24). É isto que o autoconhecimento do ponto de vista da fé cristã deve fazer: revelar o quanto somos miseráveis diante da magnitude da santidade de Deus, incapazes de obedecê-lo e amá-lo. Mas Paulo também diz: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado" (v. 25). Em Cristo, não somos mais os mesmos, não temos uma única inclinação para o pecado, mas somos regenerados, temos a mente de Cristo, então, podemos ser quem Deus quer que sejamos. Ele faz isso por nós e, em breve, a sua obra estará completa: Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6).

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