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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

DISCIPULADO CRISTÃO: O QUE É? COMO ACONTECE?

 


12. DISCIPULADO


O evangelismo não acaba após a conversão do pecador. O evangelista é um multiplicador do Reino de Deus. O seu objetivo não é estagnar, mas crescer, conduzir as pessoas em seu crescimento e conquistar novos discípulos para o Senhor. O termo “discípulo” (gr. mathetés, fem. mathetria) significa um aprendiz, um aluno. Após a morte e a ressurreição de Cristo, “discípulo” tomou uma conotação bem abrangente, passando a designar “seguidor”, “crente”; isto é: o “cristão”. Então, quando o Senhor ordena fazer discípulos (ou discipular, gr. matheteusate), ele está ordenando que seus discípulos ensinem aquilo que aprenderam dele (v. 20). Tal ensinamento é contínuo e não acabará jamais; o cristão estará sempre no processo de construção do seu conhecimento de Deus e da sua Palavra. Deus, através do seu Santo Espírito, dá poder e dons aos seus filhos para a grande obra do “Indo” de Jesus. O objetivo desses dons, de acordo com Efésios 4:11-16, é o aperfeiçoamento dos santos e o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo. Paulo escreveu a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para transmitir a outros” (2 Tm 2:2). Isto significa que Timóteo deveria se empenhar em fazer e treinar discípulos para que eles estivessem aptos a fazer e treinar novos discípulos, criando uma cadeia de discipulado constante. A orientação de Jesus aos seus discípulos é repetida por Paulo: “Ensinando-os” (Mt 28:20), “transmite... instruir a outros” (2 Tm 2:2). A educação faz parte da missão e do discipulado, envolvendo o caráter fiel e idôneo do discípulo-discipulador.

Uma Igreja que não discipula nem ensina os seus membros, abre as portas não somente para as heresias, mas para uma espiritualidade débil e uma fé infantil, frágil e infrutífera. Aqui se percebe claramente a atuação do Espírito Santo, porque é Ele quem ensina todas as coisas que o crente precisa saber (Jo 14:25,26). Se os crentes não são lembrados daquilo que a Bíblia ensina, estão fadados a esquecê-lo, o que afetará a sua fé, o seu caráter, o seu comportamento e o seu desempenho no Reino de Deus. O apóstolo Paulo constantemente exortava aos irmãos a respeito do seu progresso na fé, conforme já inteirados pelas instruções que receberam do Senhor Jesus (1 Ts 4:1,2). Logo, quando alguém é convertido e passa a frequentar a Igreja, todos os ministros precisam investir no acompanhamento desse novo discípulo de Jesus, fortalecendo a sua fé por meio da comunhão com os irmãos, da prática das boas obras e do aprendizado da Palavra de Deus.

O discipulado dos novos crentes envolve:

a) Integração. A integração é um momento de socialização, de inserção do novo convertido na vida da comunidade. É nesta etapa que ele conhece os valores da Igreja, suas políticas de relacionamento, seus deveres e seus direitos, as normas internas e aqueles que fazem parte da sua nova família. O novo convertido perde um pouco da sua individualidade para assumir o seu lugar no grupo, ajustando-se às suas novas responsabilidades, às convenções e aos padrões de comportamento comuns. É importante que a Igreja valorize este momento, porque é quando o novo crente precisará de maior acompanhamento para o desenvolvimento da sua nova fé. Muitas igrejas negligenciam a integração, recebendo novos membros e deixando-os soltos, sem fortalecê-los nem se importar com eles. A integração começa com o recebimento no novo convertido e passa pelos processos a seguir. Ela deve estar solidamente baseada na Bíblia, deve ser feita com amor e cuidado, atentando para a realidade espiritual de cada novo membro, auxiliando-o em suas dificuldades e necessidades, cooperando positivamente com o fortalecimento da sua fé. A escolha dos discípulos de Cristo é um excelente exemplo de integração. Os doze passaram por todo o processo: foram chamados, inseridos no grupo, ensinados e empoderados para cumprirem sua missão (Mt 10:5-15; Mc 6:7-13).

b) Desenvolvimento. O desenvolvimento se dá a partir do momento em que o pecador se converte. É Deus quem efetua esse crescimento através do processo de santificação (1 Co 6:11; Ef 1:4; Hb 12:14; 1 Pe 1:14-16; 1 Ts 4:3; Gl 5:19-25). Paulo orou pelos Colossenses, a fim de que eles vivessem “de modo digno do Senhor para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra, e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1:10). O desenvolvimento do cristão envolve: vida íntegra, prática de boas obras e crescimento constante por meio do aprendizado. Ao recomendar o cuidado contra a influência dos falsos crentes, Pedro exorta seus leitores: “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Aos crentes de Éfeso, Paulo escreve: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo” (Ef 4:15). Esse processo de desenvolvimento contínuo do crente envolve a santificação, com o abandono de pecados (Tt 2:11-14). Aos filipenses, Paulo exorta a que desenvolvam a sua salvação com temor e tremor (Fp 2:12), sendo que esse desenvolvimento é operado por Deus (v. 13) e envolve a preservação da palavra da vida (v. 16). No auxílio ao desenvolvimento do crente, a Igreja o encaminhará na descoberta do seu lugar no corpo de Cristo, tanto pelo uso do dom espiritual quanto pela aplicação das suas habilidades naturais. Um curso para vocacionados é uma excelente ferramenta de desenvolvimento do cristão.

c) Acompanhamento. Acompanhar significa estar ao lado, observar, auxiliar. Durante três anos, o Senhor Jesus acompanhou o desenvolvimento dos seus discípulos, a quem ensinava e fortalecia. Ele não os escolheu e enviou sem o equipamento necessário e sem antes ensiná-los sobre o que deveriam ser e fazer. Antes de subir aos céus, prometeu o Consolador, que daria continuidade ao seu ensino (Mt 28:20). Todas as Igrejas devem ser ambientes de aprendizagem e crescimento, onde a estagnação espiritual, moral, intelectual, motivacional, relacional e organizacional sejam trocadas por treinamento, desenvolvimento, capacitação, avaliação e acompanhamento constantes, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Em primeira mão, esse ambiente deve ser proporcionado pelas lideranças, mas elas mesmas devem se entregar a tal processo, o que envolve, além da vontade e da disposição necessárias, tempo de oração, leitura da Palavra e prática do amor fraternal. É o amor que confirma e solidifica o corpo de Cristo (Ef 4:16; Fp 1:9) e motiva o seu trabalho e crescimento (1 Ts 1:3). A igreja deve viver no amor de Cristo, de modo que ele seja transbordante (1 Ts 3:12) e aumente a cada dia mais (2 Ts 1:3). O novo convertido precisa sentir-se valorizado e saber que é útil, que a Igreja se importa com o seu bem-estar e está disposta a investir nele, criando, assim, um servo valoroso para o Reino de Deus.

d) Ensino. Vemos como tudo aponta para o “conhecimento”, o que envolve a intelectualidade do ser humano. Até mesmo para amar é preciso saber o que é amar e como expressar este amor segundo a vontade de Deus. O ensino é a forma mais elementar e relevante de discipulado. (Mt 4:23; 9:35; 11:1; 28:20; Lc 20:1; At 5:42; 15:35; 1 Tm 4:12). O ensino doutrinário deve estar presente desde o início da vida cristã, onde o novo convertido adquire os conhecimentos bíblicos elementares e com o tempo passa a receber alimento mais sólido. O conteúdo deste ensino é o próprio Cristo (At 28:31). Desprezar a doutrina no exercício da fé é desprezar a própria fé, que está fundamentada na doutrina. A Palavra inspirada nos ensina, repreende, corrige, instrui, aperfeiçoa-nos e nos prepara para toda boa obra (2 Tm 3:16,17). É preciso lembrar o caminho certo a ser feito: da doutrina para a experiência, não o contrário. É a doutrina que fundamenta a nossa experiência com Deus, não o inverso. Se existem a Palavra e a doutrina, logo existe o seu ensino (1 Tm 4:13). Se não há ensino, a fé se dobra diante das heresias e da espiritualidade fraca e controversa (1 Tm 1:3,4; Gl 1:6-9). A doutrina é importante não somente para definir aquilo que cremos, mas também quem somos. Permanecer na doutrina de Cristo é crucial para revelar se estamos ou não em Deus (2 Jo 9). Se quisermos crentes fiéis e sadios, precisamos ensiná-los e discipulá-los constantemente.

A falta de estudo da Bíblia é uma demonstração clara de falta de amor para com o seu Autor. Como leite espiritual que a Palavra de Deus é e bússola para o cristão, ela precisa tornar-se o centro de nossas vidas. A partir do momento que deixamos de beber dela, deixamos de absorver seus ensinamentos necessários à nossa vida espiritual, deixamos de ter base para o evangelismo pessoal e perdemos a oportunidade de conhecer mais de Deus. O foco principal desta questão, assim como de todas as outras, é o amor. Sem amor a Deus e a sua Palavra, sem valorizar o aprendizado das Sagradas Escrituras como algo vital para a saúde do corpo de Cristo, torna-se difícil carregar a marca do Espírito, uma vez que se despreza a Palavra que Ele próprio inspirou e que o revela. Sem Bíblia, sem Igreja (Rm 10:8,17; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; At 2:41; 17:11; Sl 1:1,2; 119:105; 109:11,97; Is 37:26; Cl 3:16; Ef 1:17; 6:17,18).

e) Consolidação. A consolidação é a confirmação da vocação cristã. O apóstolo Pedro escreveu: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2 Pe 1:10). Todo este processo de discipulado serve para fortalecer e confirmar a fé do novo convertido. Aqueles que jamais se converteram a Jesus de verdade, não demorarão a abandonar o Caminho, uma vez que percebam que existe uma variedade imensa de responsabilidades, onde o abandono de pecados, a preocupação com os outros, a necessidade de servir e a expectativa de sofrimentos e perseguições ajudam a separar o joio do trigo, os bodes das ovelhas. Quem se decidiu por Jesus por qualquer motivo que não seja o humilde arrependimento para a conversão gerado pelo Espírito Santo, com o intuito de abandonar a si mesmo para servir e adorar irrestritamente a Deus, não tarda a olhar para trás e voltar ao que era. Podemos estar certos de que aqueles eu foram enviados a Cristo pelo Pai jamais desistirão da fé, muito pelo contrário. O Senhor afirma: “eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44).

Neste capítulo seis do Evangelho segundo João, após o discurso de Jesus a respeito si mesmo como o pão da vida (vs. 45-59), muitos se escandalizaram e já não o seguiam mais (vs. 60,66). O Senhor, então, desvenda-nos uma verdade: é o Espírito quem vivifica, de modo que não pode permanecer no Senhor aquele que não possui o Espírito Santo, que não se identifica com Cristo por meio de uma fé genuína e do novo nascimento. Mesmo que aos nossos olhos todos sejam crentes, Jesus sabe os que verdadeiramente são. Ele afirmou: “Contudo há descrentes entre vós”, pois “Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (v. 64). Ele, então, repete: “Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido” (v. 65). Isso apenas confirma o que aprendemos a respeito da conversão. Nem todos os que seguem a Jesus foram trazidos por Deus; logo, não são convertidos e provavelmente alguns jamais serão. Por fim, a consolidação do discípulo de Jesus se dá pela prática da sua Palavra, pela santidade (Hb 12:14), oração (At 2:42) e a comunhão com os irmãos (Hb 10:24,25; Gl 5:13).

f) Encaminhamento. O encaminhamento neste processo inclui o fortalecimento da fé cristã por meio do discipulado em si e o despertamento para as vocações, onde o novo convertido é orientado a participar ativamente da obra de Deus, tanto na sua vida cotidiana quanto através de um ministério da Igreja. A Igreja pode agir como facilitadora dessa descoberta, promovendo cursos vocacionais e outras estratégias que auxiliem seus membros na busca por sua vocação. O ensino bíblico é o mais importante meio para este fim. Muitos crentes não se sentem a vontade para servir porque não sabem como nem onde, porque não foram instruídos sobre essa necessidade nem estimulados a tornarem-se obreiros produtivos. Embora a capacitação e o empoderamento principal partam da graça de Deus e da ação do Espírito Santo, a Igreja possui um papel educativo, que envolve o discipulado nessas questões. No encaminhamento o novo convertido toma conhecimento dos dons espirituais e da sua importância. Ele é estimulado a descobrir o(s) seu(s) dom(s) e a colocá-lo(s) em prática para auxiliar na edificação do corpo de Cristo.

g) Controle. O controle é o meio pelo qual a liderança da Igreja se assegura de que aquilo que está sendo ensinado tem sido praticado, se o novo convertido está se desenvolvendo positivamente e cumprindo o seu papel. A Bíblia está repleta de exemplos de controle, tanto da parte de Deus com relação aos homens, quanto da parte dos homens com relação à obra de Deus e aqueles que a realizam. O apóstolo Paulo, por exemplo, em todas as suas epístolas demonstra o seu cuidado com as igrejas que havia plantado, direcionando a vida espiritual, ministerial e prática dos irmãos, como, por exemplo, no caso da coleta aos santos pobres de Jerusalém (2 Co 8:10,11) e na avaliação do progresso das igrejas (At 15:36), o que se pode ver na apresentação das suas credenciais de apóstolo (1 Co 12:11-21). Também a Timóteo Paulo deu diversas ordens, no sentido de controlar de forma positiva o seu ministério (cf. 1 Tm 1:3,4; 3:4,5; 5:1; 6:9-11,13,14,17-21). Não devemos enxergar o controle como uma forma ditatorial de manter os crentes sob domínio do pastor e da denominação, mas como uma forma de avaliá-los, orientá-los, auxiliá-los na sua caminhada cristã e na identificação de falhas e avanços. A correção de Deus aos seus filhos, em Hebreus 12:5-7, é um claro exemplo da forma controlada como Deus opera na vida do cristão. A própria Escritura serve como controle da vida espiritual da Igreja (2 Tm 3:16,17). Moisés controlava de perto toda a obra da construção do tabernáculo (Êx 39:32-43). Por meio do profeta Samuel, Deus corrigiu a atitude de Saul, demonstrando total controle sobre a sua obra (1 Sm 15). Neemias também oferece um claro exemplo de controle (Ne 13:23-25). O controle é, para o líder, uma forma de responsabilidade e amor pela obra de Deus.

h) Multiplicação. A multiplicação ocorre quando o discípulo torna-se discipulador, como vimos na introdução deste capítulo. Quando isso acontece, significa que ele está aprendendo e amadurecendo na sua fé. Significa, também, que é um verdadeiro discípulo de Jesus. A Igreja deve incentivar e agir como facilitadora dessa multiplicação, oferecendo cursos, métodos, ferramentas e todo apoio necessário para que o crente possa servir a Deus com excelência.

Este estudo faz parte do livro CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS, módulo 3: “Métodos evangelísticos”, do autor Mizael Xavier. Disponível em formato de livro digital no site ou no aplicativo da Amazon. Veja a capa:



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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL: UM URGENTE AVIVAMENTO PARA A IGREJA

RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL: UM URGENTE AVIVAMENTO PARA A IGREJA
Mizael de Souza Xavier

"Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; as nações saberão que eu sou o SENHOR, diz o SENHOR Deus, quando eu vindicar a minha santidade perante elas. Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ezequiel 36:22-27).


INTRODUÇÃO

A igreja do Senhor vive um momento de grande crise espiritual: uma teologia egocêntrica e desprovida de cruz; lideranças degeneradas que praticam toda sorte de pecados, incluindo fornicação, adultério e diversos crimes; crentes sem compromisso com o Evangelho, que não oram, não leem a Bíblia, não evangelizam; pecados diversos praticados dentro das igrejas; crises familiares, adultério, violência doméstica e divórcio. Nunca os crentes foram tão carnais e mundanos.

Embora devamos sempre nos perguntar se aqueles que vivem desta maneira e praticam estas coisas são verdadeiros crentes em Cristo Jesus, observando a Igreja cristã de modo geral, vemos que ela necessita urgentemente de um avivamento espiritual que só poderá vir por meio da restauração daquilo que está doente. Somente crentes restaurados poderão viver em santidade, amando, servindo e obedecendo a Deus, tendo seu caráter renovado e suas vidas transformadas. Não podemos viver uma vida nova enquanto fazemos as vontades do velho homem. O que é esta restauração? Como podemos ser restaurados?



O QUE É RESTAURAÇÃO?

No dicionário Aurélio, "restaurar" significa pôr em ordem o quebrado, refazendo ou concertando, repondo o que se gastou; volta a um estado anterior; pôr de novo em vigor. Restituir ao poder. No dicionário bíblico, significa renovar, restabelecer, colocar de novo na antiga condição, dar forças de novo, como, por exemplo, no Salmo 126:1,2: “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles" (cf. Mateus 17:11; Jeremias 30:17,18; Daniel 4:36; Salmo 60:1; 85:4; Hebreus 12:4-12). O substantivo grego "apokatastasis", encontrado apenas em Atos 3:21, é usado no sentido de restauração final, fazendo alusão à volta de Jesus e a restauração de todas as coisas (cf. Atos 1:6; 3:19,20). Ao contrário da ideia equivocada dos pregadores atuais de que Deus restaura nossos sonhos e restitui aquilo que perdemos (de novo nossos sonhos) não é este o sentido restauração na Bíblia.


COMO A RESTAURAÇÃO SE DÁ?

Primeiramente, devemos entender de qual restauração estamos falando. Este estudo não é sobre a vinda de Jesus, quando a restauração verdadeira será completada, mas sobre a necessidade de um avivamento espiritual para a Igreja hoje. Neste sentido é que empregamos o termo "restauração". No entanto, é importante dizer que estamos nos referindo a pessoas salvas, que já foram regeneradas pelo Espírito Santo, que nasceram de novo e são novas criaturas, embora em práticas que já deveriam ter abandonado. Aquele que ainda não foi convertido a Jesus não pode experimentar esta restauração, uma vez que ainda está espiritualmente morto. Neste caso, ele ainda precisa passar pelo novo nascimento, pela justificação por meio da fé em Jesus Cristo.

Para os cristãos, aqueles que são discípulos de Jesus, a restauração pode ser um processo, muitas vezes, doloroso. A intensidade desta dor dependerá da intensidade com que estão apegados aos seus pecados e o nível da sua resistência ao Espírito Santo. Muitos sequer reconhecem que precisam ser restaurados, mas preferem colocar a culpa dos seus erros e dos seus pecados no diabo ou em algum tipo de espírito (espírito da sensualidade, do adultério, etc.). Isso é mais fácil que reconhecer sua própria culpa e encarar a realidade de que precisam passar por um processo de mudança, onde sua vontade deverá ceder lugar à santidade produzida pelo Espírito Santo, o que envolve investimento de tempo e perdas necessárias, onde a obediência à Palavra de Deus e o amor deverão tomar lugar na sua vida como um todo.

Na restauração espiritual, a sujeira do pecado é tirada, o que havia se quebrado é reposto, as formas reais são restauradas, o brilho de Jesus é devolvido. A restauração de um objeto é passiva, isto é: ele apenas sofre a restauração das mãos de outros. No cristão, a restauração pode ser ativa: ele busca ser restaurado, dá os passos necessários à restauração; e passiva: o crente é restaurado pela graça de Deus, mediante o agir do seu Santo Espírito. Restauração é o agir de Deus na nossa vida: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18). De toda forma, a motivação para buscar a restauração e os passos dados até ela são operados pelo Espírito Santo. Somente Ele nos desperta para o desejo de nos tornarmos cada vez mais parecidos com o Senhor.

A restauração é espiritual, isto é, de dentro para fora. Ela é realizada por Deus a partir do momento em que o Espírito Santo nos dispõe a sermos trabalhados. Não nos restauramos a nós mesmos, com nossas obras em favor próprio, pois somente Deus, com a sua graça, pode operar um milagre em nós. Restauração não é fruto dos nossos próprios esforços, mas de uma atitude positiva de Deus em favor nosso, sem merecimento ou mérito algum da nossa parte: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer. A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém” (1 Pedro 5:10).

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A VERDADEIRA RESTAURAÇÃO

O objetivo da restauração de Deus é para que sejamos para o louvor da sua glória. Deus não nos restaura para restituir algo que perdemos ou para nos exaltar, mas para o seu Nome seja exaltado e honrado (Ezequiel 36:22,23). Vejamos algumas características da restauração:


1. Santidade

A restauração existe para corrigir as imperfeições da nossa alma causadas pela presença do pecado e nos transformar diariamente na imagem de Cristo através do processo da santificação. O cristão que é restaurado, tem a sua vida santificada pelo Espírito e limpa daquilo que pode destruí-lo: "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (1 Coríntios 6:9-11; cf. Hebreus 9:14).

O  O que fazer? Abrir-nos completamente para a vontade de Deus, abandonando o nosso eu, renegando as coisas do mundo e buscando as coisas que são do alto e do reino de Deus. Paulo escreveu aos colossenses: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória" (Colossenses 3:1-4).

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2. Caráter

Quando santificados pelo Espírito Santo, somos capacitados a restaurar a imagem de Deus perdida na Queda (Gênesis  1:26). Essa restauração afeta diretamente o nosso caráter e o transforma, para que voltemos a nos parecer com Jesus. Paulo escreveu aos romanos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:29,30; cf. 2 Coríntios 3:18).

O  O que fazer? Reconhecer que estamos em pecado para sermos curados (Atos 3:19; Romanos 6:2; 1 Coríntios 15:17; Hebreus 12:1). Tiago escreveu: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tiago 5:16; cf. 1 João 3:8). Enquanto não reconhecermos o nosso pecado, nenhum culto de libertação ou oração sarará a nossa alma. Arrepender-nos com sinceridade de coração e pedir perdão a Deus é o método eficaz para haver a verdadeira restauração (Romanos 4:7; Atos 3:19; Mateus 3:2).

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3. O primeiro amor

Precisamos ser restaurados ao nosso estado original idealizado por Deus na nossa conversão. Não podemos nos tornar aquilo que éramos antes de sermos convertidos pelo Espírito Santo. A busca pela restauração, o avivamento espiritual, é uma viagem de volta ao primeiro amor, onde descobriremos em que estamos errando para voltarmos à prática das primeiras obras. O primeiro amor precisa ser restaurado dentro de nós. Em Apocalipse 2:4,5 lemos: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas". O amor é o vínculo da perfeição, de modo que se quisermos ter a nossa vida restaurada, precisamos viver em amor (Colossenses 3:14; 2 João 5,6).

O que fazer? Andar em novidade de vida e de espírito, conforme nos orienta o apóstolo Paulo: "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado" (Romanos 6:4-7). E também: "Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra" (Romanos 7:5,6). Não devemos satisfazer os desejos da carne, mas andar no Espírito (cf. Romanos 8:5-9; 13:14; Gálatas  5:16-24; 6:8; 1 João 2:17).

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4. Comunhão

Quando somos convertidos a Jesus, a nossa comunhão com Deus é restaurada, de modo que nos tornamos novas criaturas e somos adotados como filhos. Essa restauração nos isenta de condenação e nos livra da ira de Deus. Todavia, diariamente cometemos pecados que comprometem a qualidade da nossa relação com Deus, afastando-nos da oração, da leitura da Bíblia e da vida em comunidade na igreja. A qualidade da nossa comunhão precisa ser restaurada. Deus precisa ser restaurado ao seu lugar de autoridade na nossa vida. O Senhor Jesus nos ordenou que buscássemos, em primeiro lugar, o seu Reino e a sua justiça (Mateus 6:33). Quando Deus deixa de ter a primeira e última palavra para nós, toda a nossa espiritualidade sofre, aparecendo pecados e rebeldia constante, o que afeta diretamente nossos relacionamentos.

O  O que fazer? Manter a nossa vida constantemente alicerçada sobre a Palavra de Deus, obedecendo seus mandamentos e vivendo o amor. Para isso é preciso que diariamente leiamos e estudemos a Bíblia para guardá-la no coração, como fazia o salmista: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Salmo 119:11; cf. 1:2; 63:6; Levítico 2:19). Paulo escreveu aos colossenses: "Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:16,17).

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5. Relacionamentos

Se os nossos relacionamentos são prejudicados por causa do nosso pecado que afeta a nossa relação com Deus, precisamos pedir perdão e perdoar. Paulo escreveu aos colossenses: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos" (Colossenses 3:12-15; cf. Mareus 6:12-15). Relacionamentos restaurados são sadios, baseados no amor e na verdade.

O O que fazer? A evidência do Espírito Santo na vida do cristão é o fruto do amor (Gálatas 5:22). O Senhor Jesus declarou: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" (João 13:35). Se queremos ter uma vida transformada e relacionamentos santos e saudáveis, devemos viver em amor. O amor é o que nos torna perfeitos: "O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1 Coríntios 13:4-7).

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6. Servilismo

Somos restaurados para servir a Deus e uns aos outros, acima de tudo sendo testemunhas do Evangelho e praticar as boas obras (Efésios 2:8-10; 1 Pedro 2:9). Em Gálatas 5:13-15 lemos: "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos". Os dons espirituais nos foram dados para que sirvamos uns aos outros (1 Pedro 4:10; 1 Coríntios 14:1).

O que fazer? A igreja é edificada por meio dos dons espirituais. Além da restauração de si próprio, o crente deve buscar a restauração de toda a igreja por meio do amor e do serviço. Conforme escreveu o apóstolo Pedro: "Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1 Pedro 4:7-10).

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REFLEXÕES

Sempre defendi a verdade de que o avivamento espiritual se dá por meio de um único fator: obediência a Deus, de modo que tudo o mais será apenas resultado disto.

O que tem impedido que as pessoas enxerguem em nós a imagem de Cristo e nos vejam como seus discípulos?

Leitor, você sente que abandonou o seu primeiro amor? Consegue lembrar em que momento da sua vida isso aconteceu e quem ou o que foi responsável?

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Todos nós temos um dom espiritual, dado por Deus na nossa conversão para a edificação da Sua igreja. Você já sabe qual o seu dom espiritual? Tem feito uso dele?

Você tem se preocupado em servir na igreja do Senhor em algum ministério, com seus dons e talentos? Ou você se contenta apenas em assistir aos cultos?

A Bíblia é a Palavra de Deus e o alimento espiritual do cristão. Quantas horas por dia você tem-se dedicado à sua leitura, estudo e meditação?

Você está disposto(a) a pagar o preço da restauração, mesmo que seja de sofrimento, de quebra com pecados que você ama tanto?

Lembre-se: você não está sozinho(a). Deus está com você constantemente e os irmãos da igreja estão aí para lhe ajudá-lo.

Ore a Deus e submeta a Ele todo o seu ser. E se você ainda não creu em Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, busque o arrependimento e a conversão.

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