segunda-feira, 16 de abril de 2018

PAI NOSSO: UMA ORAÇÃO COM A VIDA



PAI NOSSO: UMA ORAÇÃO COM A VIDA
Mizael de Souza Xavier


INTRODUÇÃO

A oração que o Senhor nos ensinou, em Mateus 6:5-15, não é uma fórmula a ser apenas repetida, mas um modelo de como deve ser a nossa própria oração. Por meio desta oração, podemos ver o que Deus espera de nós quando oramos e que a oração está além do diálogo, mas envolve uma relação íntima com Deus e os frutos positivos que esta relação traz para o nosso caráter e as nossas relações interpessoais. A oração precisa estar fundamentada naquilo que a Bíblia ensina, não no nosso modo de orar. Se não lermos e estudarmos a Bíblia, dificilmente saberemos orar da maneira que Deus espera.


COMO NÃO DEVEMOS ORAR?

Antes de nos ensinar como devemos orar, o Senhor Jesus nos ensina como "não" devemos orar.

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1. Exibindo a nossa religiosidade

A oração não deve ser feita com o intuito de mostrar aos outros a nossa religiosidade, pois isto demonstra orgulho (v. 5). A oração é uma conversa entre nós e Deus, de quem vem a nossa recompensa (v. 6). O tipo de oração que envolve orgulho e exibicionismo não é ouvida por Deus (Lucas 18:9-14). A oração é uma atitude de humildade diante daquele que é tudo e que conhece o nosso interior, as nossas intenções, que sabe discernir os desejos mais profundos do nosso coração (Pv 21:2). O Senhor Jesus disse aos fariseus que “aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus” (Lucas 16:15).

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2. Com repetição de palavras

A oração deve conter as nossas próprias palavras, aquelas necessárias para expor a Deus a nossa adoração e os nossos pedidos. Muitas pessoas repetem diversas palavras e frases como mantras; ou quando oram, passam um longo tempo repetindo a mesma oração, como se o fato de repetirem as mesmas palavras fosse convencer Deus a atendê-las ou apressar a sua bênção. A eficácia da oração não está na quantidade de palavras que falamos. Não é por isso que seremos ouvidos por Deus (v. 7,8). A oração que Deus escuta e que é biblicamente correta envolve apenas três elementos: 1) orar com fé (Tiago 1:6; Hebreus 11:6), 2) orar no Nome de Jesus (Mateus 21:22; João 14:13), 3) orar buscando a vontade de Deus (Mateus 6:10; 26:42). Não somos ouvidos e atendidos por algum poder que está em nossas práticas religiosas, mas no poder e na vontade soberana de Deus (Efésios 3:11).

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COMO DEVEMOS ORAR?

Se a oração não é uma ponte para exibirmos a nossa religiosidade nem uma forma de convencimento de Deus por meio de muitas palavras, o que ela será? Ao dizer “portanto vós orareis assim”, Jesus está indicando que nos ensinará a maneira correta de orar, uma oração que nos tira de nós mesmos e nos conduz à verdadeira adoração a Deus, onde o nosso ego e a satisfação dos nossos interesses cedem espaço para a glorificação do Senhor.

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1. Filiação a Deus com amor reverente: "Pai nosso que estás no céu"

A nossa oração se inicia através de uma relação direta entre nós e Deus. Não estamos orando a uma entidade fria e distante, mas ao Deus vivo, o nosso Pai que está nos céus. Isto nos identifica como filhos de Deus. No aramaico, Pai, neste texto, seria Abba, que significa “paizinho”, o que denota uma relação íntima e afetiva com Deus (Marcos 14:36; Romanos 8:15; Gálatas 4:6). Ao contrário do que se pensa, nem todos são filhos de Deus, mas só nos tornamos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (João 1:12; Gálatas 3:26). A partir do momento em que somos convertidos pelo Espírito Santo por meio da fé em Cristo, somos adotados como filhos e podemos chamar Deus de Pai (Romanos 8:14-16,23; Gálatas 4:4-6; 1 João 3:2; Efésios 1:5). Antes, estávamos separados de Deus, mas em Cristo fomos reaproximados, reconciliados com Ele e agora temos livre acesso à sua presença (Efésios 3:12). A nossa relação com Deus deve ser de filhos, o que envolve obediência e submissão ao nosso Pai a quem nos dirigimos (1 João 2:4; 1 Pedro 1:14). Não adianta orar dizendo “Pai nosso” se Ele não é nosso Pai ou se é nosso Pai, mas não o obedecemos. A obediência é uma marca indelével do caráter do crente verdadeiro, daquele que ama a Deus e, por isso, pratica os seus mandamentos (João 14:15; Lucas 6:46; Tiago 1:22; 1 Pedro 1:14; 1 João 5:3).

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2. Busca pela glória de Deus através da santificação pessoal: "Santificado seja o teu nome"

Quando, como, onde e em quem o Nome de Deus deve ser santificado? Isto é mais que um desejo, mas deve partir da vontade do crente de viver de maneira tal que a santidade de Deus seja refletida no seu próprio caráter (1 Pedro 1:15,16). É através da nossa vida santa que o Nome de Deus é santificado (1 Pedro 3:15). Do contrário, seu Nome será blasfemado (Romanos 2:23,24). Uma religiosidade hipócrita, que não promove transformação de vida, não gera santificação a Deus, mas faz com que o seu Nome seja blasfemado entre os descrentes que observam o nosso mau procedimento é contrária ao agir do Espírito Santo. As pessoas precisam olhar para nós, para o nosso comportamento, e enxergar Deus. A santificação do crente é uma busca pela glória de Deus, nele e no mundo (Mateus 5:16; 1 Coríntios 10:31-33).

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3. Anseio pelo Reino de Deus e evangelização: "Venha o teu Reino"

Aqui manifestamos um desejo duplo pelo Reino de Deus. O primeiro, é o desejo pela presença dos valores eternos deste Reino na vida da Igreja e do mundo, quando desejamos viver estes valores, que envolvem justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17). O segundo, é e a vinda gloriosa do Reino definitivo de Deus na volta de Jesus (2 Tessalonicenses 2:8; 1 Coríntios 15:23-28). O cristão deve ansiar por isso, exclamando como o apóstolo João no final do seu Apocalipse: “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20). Muitos crentes oram com a sua mente e o seu coração voltados totalmente para o reino deste mundo, buscando bênçãos e milagres, mas poucos estão preocupados com os valores eternos da Palavra de Deus, com a volta de Jesus ou o arrebatamento da Igreja. Se a nossa oração é uma busca por Deus, devemos orar e viver buscando o Reino de Deus em primeiro lugar (Mateus 6:33) e vivendo dignamente como cidadãos deste Reino. Esse anseio pelo Reino de Deus nos chama, também, à evangelização, onde o Reino é pregado (Marcos 16:15). Jesus só virá depois que o Evangelho do Reino for pregado e todos os seus escolhidos tenham a oportunidade de ouvi-lo para serem convertidos (Mateus 24:14). A nossa vida deve refletir o Reino de Deus para as pessoas, deve desejá-lo nas pessoas e ansiar pela vinda do Reino eterno dos céus com a volta de Jesus.

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4. Busca pela vontade soberana de Deus: "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu"

A busca pela vontade de Deus está ausente de muitas orações e muitas vidas. O crente é chamado a viver a vontade de Deus, desejá-la, buscá-la. Em todas as nossas orações a busca por esta vontade precisa estar presente. Não devemos orar dando certeza de que seremos atendidos, isso não é fé, é superstição. Não podemos ordenar nada a Deus. Significa, também, desejar que a vontade de Deus se cumpra na nossa própria vida, na vida da Igreja e no mundo (1 João 2:17; Mateus 7:21). Devemos nos perguntar: como é a vontade de Deus no céu? No céu a vontade de Deus é feita plenamente. A nossa oração é que como crentes e como Igreja vivamos e preguemos a vontade de Deus expressa na sua Palavra, sendo um canal de bênção e transformação para o mundo. A vontade de Deus é soberana, nunca muda, nunca falha, os seus planos são eternos; ela é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2). Somente aquele que tem a sua mente transformada e renovada por Deus pode experimentá-la.


5.Espiritualidade sadia por meio da simplicidade e da Palavra: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje"

Existem muitas pessoas orando preocupadas com o ontem, o hoje e o amanhã. Muitas crentes vivem tentando “saquear o céu” para arrancar de lá todos os seus tesouros. As nossas necessidades devem estar diante de Deus, entendendo que Ele não nos dá nada para sobrar nem para suprir nossa sede de bênçãos. Muitas orações não são ouvidas porque partem de um coração cheio de cobiça (Tiago 4;2-4). As nossas orações devem estar isentas do apego às coisas do mundo. Em muitas orações, a única coisa espiritual e sobrenatural é o fato de quem ora estar se dirigindo a um Deus que não se pode ver. Mas essa busca por Deus se transforma numa busca apenas pelos bens materiais, mantendo a pessoa presa a este mundo. Deus sabe do que precisamos. O crente deve desenvolver um estilo de vida simples, compatível com a simplicidade do Evangelho e do Senhor Jesus (1 Timóteo 6:7-9). Jesus e seus apóstolos viviam uma vida simples, e nós queremos viver na ostentação! O nosso pão, também, é espiritual: o Senhor Jesus como Pão vivo que desceu do céu (João 4:32; 6:35). Precisamos nos alimentar do Senhor Jesus, das consequências do seu sacrifício na cruz, da sua graça e da sua santidade.  O nosso pão também é a Palavra de Deus (Mateus 4:4). Crente vazio não para em pé. O pão também é "nosso", o que nos chama à solidariedade.

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6. Vida em comunidade na prática do perdão: "E perdoa as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores"

A oração não envolve somente a nossa intercessão pelas outras pessoas, mas as nossas atitudes para com elas, a qualidade dos nossos relacionamentos. Não podemos chegar diante de Deus com o coração amargurado e as nossas relações doentes e esperar sermos atendidos por Ele. Os vs. 14 e 15 deixam bastante claro que o perdão que esperamos de Deus depende do perdão que ofertamos àqueles que pecam contra nós. Devemos perdoar uns aos outros como o Senhor nos perdoou (Colossenses 3:13; Efésios 4:32; Lucas 6:37). A questão do perdão é tão importante na vida do crente, que o Senhor Jesus ensinou que a nossa oração deve ser interrompida quando, ao orarmos, lembrarmos que temos algo contra alguém. Precisamos primeiro liberar perdão (Marcos 11:25).

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7. Vida íntegra por meio da vigilância: "E não nos deixes cair em tentação"

A oração é o clamor de um coração que procura andar retamente diante de Deus, e isto envolve estarmos firmes diante das investidas da nossa própria carne. Cada um é tentado conforme a sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz (Tiago 1:13-15). O diabo pode acender o estopim, mas a bomba somos nós. Ele oferece aquilo que vai nos fazer cair, mas o cair está sob nossa responsabilidade. A tentação que vem do diabo tem o objetivo de nos destruir (João 10:10). Oração é vigilância constante contra as artimanhas do inimigo (1 Pedro 5:8,9; 2 Coríntios 2:11). O crente deve vigiar e orar para não cair na tentação do diabo e para ser aprovado na provação de Deus (Mateus 26:41; 1 Coríntios 10:13).

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8. Batalha espiritual na dependência do Senhor: "Mas livra-nos do mal"

Não basta orar, também, é preciso agir. A nossa oração deve pedir a Deus que nos dê livramento do mal. Uma boa tradução desta palavra seria “maligno”, isto é: o diabo e suas ciladas e armadilhas. Devemos, porém, orar a Deus que nos guarde, também, de praticar o mal. Nem todo mal vem da parte do diabo, muito pelo contrário: ainda na sua ausência o mal continuaria a ser praticado no mundo e nós continuaríamos tendenciosos a pecar. Olhamos muito para o mal à nossa volta e para as investidas de Satanás, culpando o mundo e o diabo por tudo que ruim que acontece conosco. É preciso reconhecer a nossa parcela de culpa, quando não fazemos o que agrada a Deus e, por isso, caímos, pecamos e sofremos. O mal não deve nos dominar ou derrotar, mas deve ser vencido pela prática do bem (Romanos 12:21). Devemos devolver com o bem o mal que nos fazem; devemos responder com santidade as ofertas de Satanás. Não podemos alimentar o que é mal, mas precisamos nos afastar dele (1 Tessalonicenses 5:22). Não adianta pedir que o Senhor nos livre do mal se não nos abstivermos dele. Resistir é mais que orar, mas é ter atitudes que nos afastem do que pode nos levar a cair. Não podemos orar pedindo que Deus nos afaste do mal se vivemos envolvidos com tudo o que nos leva a pecar e tudo que pode nos destruir.

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CONCLUSÃO

A oração do Pai-Nosso é muito mais que uma fórmula, mas retrata o que deve ser o estilo de vida dos filhos do Pai que está nos céus. Ela nos mostra que a oração deve estar impregnada por uma vida totalmente dedicada a Deus, onde as nossas palavras não se perdem no vazio, mas se transformam numa prática de vida. Quando oramos, relacionamo-nos com Deus. Este relacionamento vai além do diálogo e se legitima através da obediência e do amor; amor a Deus acima de tudo e ao próximo. Se não amamos aqueles que estão à nossa volta nem nos importamos com eles, não amamos também a Deus nem nos identificamos com Ele (1 João 4:20,21). Precisamos orar de acordo com o que somos em Cristo e viver de acordo com as nossas orações, quando estas são corretas. A oração do Pai Nosso não é uma mera repetição de palavras, não é uma forma mística de atrairmos a atenção de Deus e a sua resposta aos nossos anseios, mas é uma relação íntima com Deus, onde nos identificamos com Ele por meio de Cristo, de uma prática santa de vida, da submissão total a Ele e à sua vontade, seus valores e sua Palavra, vivendo debaixo da sua graça e cheios do Espírito Santo.

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