sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

DOZE CESTOS CHEIOS

 


Doze cestos cheios

Mizael de Souza Xavier


Os Evangelhos estão repletos de grandes sinais e milagres operados pelo Senhor e que hoje enchem de esperança todos aqueles que leem o Livro Sagrado. Um deles está relatado no Evangelho segundo João e é um dos mais conhecidos: a multiplicação dos pães, em João 6:1-15. Naquela ocasião, o Senhor saciou a fome da multidão de quase cinco mil homens que o seguia com apenas cinco pães e dois peixinhos, sobrando doze cestos cheios. Geralmente, quando esse texto é pregado, a mensagem apresentada fala do Senhor que realiza milagres, que socorre os famintos e multiplica as bênçãos. Jesus é o Deus da fartura! As suas bênçãos superabundam na vida daquele que nele crê. Embora Deus sempre nos abençoe, não é isso que deveria nos chamar a atenção no texto. Indo um pouco mais adiante, após a travessia do mar rumo a Cafarnaum (vs. 16-21), lá estava a mesma multidão do outro lado (vs. 22-25), ao que o Senhor lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (vs. 26,27).


Hoje, continuamos a pregar sobre a multiplicação dos pães com o mesmo espírito daqueles que deles comeram e se fartaram: interessados nos pães, nas bênçãos. Não entendemos nada! O que importa não é o que foi multiplicado, mas a própria multiplicação, que revelou o caráter messiânico e divino do Senhor Jesus e que proclamava o seu Reino, que havia chegado com a sua encarnação, que manifestaria o seu poder com a sua ressurreição e que se tornaria completo com a sua segunda vinda. Como aquelas pessoas não estavam interessadas em uma comida espiritual e imperecível, parece que nós também não estamos, porque nem sempre buscamos a Deus, mas as suas bênçãos. Ficamos com os pães e os peixes, enchemos nossos cestos até transbordarem, mas não trabalhamos pela verdadeira comida que jamais perece e que é a que realmente deve nos importar.


Ao falar sobre todos os sinais que o Senhor Jesus realizou, João escreve: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (20:30,31). O objetivo dos sinais e do próprio Evangelho escrito por João não era para que, crendo, tivéssemos milagres, bênçãos e vitórias, mas vida em seu nome! Este é o verdadeiro sinal trazido pelo Senhor: o Filho de Deus que, vindo ao mundo, ilumina a todo homem (Jo 1:9-18); o Messias que deu sua vida pelos pecados da humanidade, para salvar aqueles que viessem a crer, não nos milagres, mas na sua natureza divina e na sua obra salvífica. Não temos notícias sobre onde foram parar os doze cestos cheios que sobraram naquele dia, mas podemos ter certeza de que aqueles que creram em Jesus para a salvação estão com Ele no céu. Quem vamos querer: os milagres de Deus ou simplesmente Deus, com ou sem milagres?


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