terça-feira, 3 de novembro de 2020

O AMOR NÃO ENXERGA OS DEFEITOS DO OUTRO

 


"O amor não enxerga os defeitos do outro". Você concorda com isso? O autor do livro "O pequeno Príncipe", Antoine de Saint-Exupéry, escreveu: "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos". Linda essa frase. Mas não podemos esquecer que, em se tratando de seres humanos, o essencial que uma pessoa carrega em si pode não ser nada agradável. Às vezes, por enxergar apenas aquilo que é aparente, fechamos os nossos olhos para verdades essenciais da pessoa que jamais poderiam ter passado desapercebidas. Isso pode envolver algo positivo (qualidades que desprezamos porque não gostamos da sua aparência, do seu jeito de ser ou seu nível social, por exemplo) ou negativo (os defeitos que decidimos relevar em nome de algo que nos interessou muito, como a sua aparência, o seu nível social elevado ou qualquer outra coisa do nosso interesse).

 Outra afirmação importante nessa frase é que o coração "vê". O autor não está conclamando todos a uma cegueira coletiva, mas apenas redirecionando a fonte da nossa visão: dos olhos (aquilo que é aparente) para o coração (aquilo que é afetivo e busca a essência). E o coração não se faz de cego! O que está diante dos olhos é aparente, mas o coração enxerga bem a fundo. Ele quer conhecer o âmago do ser, a essência. Bom, todos sabemos que essa é uma metáfora, porque o coração nada vê, quem vê é o nosso interesse sincero em conhecer a fundo a pessoa que amamos ao invés de a olharmos apenas na superfície. E se não gostarmos daquilo que vimos?

 Talvez devêssemos mudar um pouco a frase do célebre autor e afirmar: "É preciso enxergar o coração, não aquilo quem está diante dos nossos olhos". Isso é algo aproximado da visão de Deus! Ou seja: devemos olhar as pessoas como Deus as olha. E como ela nos olha? A resposta está expressa nas palavras do Senhor quando Davi foi escolhido dentre os seus irmãos para ser o rei de Israel, quando Samuel acreditou que um dos filhos mais vistosos de Jessé, chamado Eliabe, seria o escolhido: “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1 Samuel 16:7). Daí vem o ditado: quem vê cara, não vê coração.

 É preciso muito cuidado: algumas pessoas mostram ser o que não são, enquanto outras não mostram ser, mas são. E o cuidado é redobrado quando percebemos que cada situação dessa carrega um sentido oposto. Explico: algumas pessoas fingem quem são boas, enquanto escondem um monstro dentro de si. Outras se esforçam para se parecerem más, talvez como um mecanismo de defesa, enquanto escondem muitas coisas boas que apenas esperam a oportunidade de se revelar. Como discernir quem é quem? Tempo, dedicação e conhecimento. Quem busca uma relação amorosa séria e duradoura, sabe que o tempo jamais faltará. Quem prefere se apressar, talvez se arrependerá. Ou talvez até não! Mas se existe o modo certo e seguro de fazer as coisas, por que não investir nele? Devemos investir nosso tempo em conhecer a verdade, porque ela é libertadora!

 Como poderemos enxergar a verdade existente na pessoa amada? Fechando os olhos? Nem os olhos nem o coração, mas questionando e até mesmo observando o seu comportamento: as nossas atitudes refletem o nosso interior. Uma pessoa pode até nos enganar com a sua hipocrisia por algum tempo, mas a longo prazo ela revela quem é, não há dúvidas. Portanto, além de enxergar, devemos também conversar: Quem é você? O que você é? O que ambos teremos a ganhar com este relacionamento? Existe algo importante que eu deva saber antes que a coisa fique séria? Não devemos temer fazer isso, afinal de contas, a vida é nossa, e quem vai se relacionar com tal pessoa somos nós. Se tudo der errado, não são os gurus da autoajuda e das frases de impacto que sofrerão as dores: somos nós!

 Fechar os olhos para os defeitos da pessoa amada é uma perigosa falácia, criada por quem, talvez, não deseja que os seus próprios defeitos sejam expostos ou considerados. O grande problema em pensar que é possível não enxergar os defeitos de quem amamos e pretendemos nos relacionar é que eles não deixam de existir, mas continuam ali, presentes em cada palavra e/ou gesto. Podemos fingir que eles não existem, todavia eles não farão o mesmo por nós, mas sempre irão se revelar, de preferência contra nós. Fechamos os olhos para o defeito de mentir da pessoa, agora ela mente para nós.

 O certo é que devemos sim enxergar os defeitos da pessoa amada, como ela também enxergará os nossos. Isso é algo absolutamente natural, além de sábio. Primeiro porque oa defeitos são parte integrante da sua personalidade. Não teremos somente um lado dela (o bom), mas ela toda. Por isso, qualidades e defeitos precisam estar bem patentes para nós. Outros o tempo se encarregará de revelar. Segundo: talvez alguns defeitos não sejam suportáveis. A tendência de quem está apaixonado é achar que pode suportar tudo por amor e que com o tempo a mudança necessária ocorrerá. Até que chegam as mentiras, as traições, a indiferença, as agressões. E aí a história de "fechar os olhos para os defeitos do outro" se revela uma terrível armadilha.

 Precisamos conhecer os defeitos da pessoa com quem vamos nos relacionar, como também ela conhecerá os nossos. Eles podem ser listados durante uma conversa franca. Alguns, claro, eclodirão somente com a convivência. O objetivo desse conhecimento não é descartar a pessoa por causa dos seus defeitos. A não ser que ela revele que é maníaca homicida. O objetivo é saber em que terreno estamos pisando e se teremos condições de continuar pisando nele ou se é melhor dar meia volta. Se alguém disser que não abre mão de certa prática nem para salvar a relação, há que se pensar sobre o assunto. Existe a esperança de que Deus opere um milagre. Mas talvez não.

 Até que ponto estamos dispostos a suportar uma pessoa com um ciúme doentio? Estamos seguros de entrar numa relação com uma pessoa possessiva e controladora, sabendo que a nossa liberdade será praticamente anulada? O que dizer de pessoas emocionalmente instáveis ou até mentalmente desequilibradas? Talvez nos assustemos ao descobrir comportamentos violentos, depressivos, manipuladores, dependentes ou mesmo apáticos. Não é errado estabelecer limites para nós mesmos, algo do tipo: Eu suporto tudo, mas não levante a mão para me bater.

 Saber que uma pessoa possui defeitos é bastante salutar para nós mesmos enquanto pessoas igualmente defeituosas. Ela possui as suas fragilidades, nós possuímos as nossas. Poderemos, então compreender e aceitar um ao outro, comprometendo-nos mutuamente com as mudanças necessárias. Quando ambos reconhecem suas limitações, não podem contar perfeição um do outro, a menos que estejam dispostas a buscar juntos a perfeição tão almejada.

 Conhecer o outro de antemão é importante. Para nos afastamos sumariamente de alguém? Em casos extremos, sim. Mas o ideal é para saber em que podemos ajudar e ser ajudados. Um e outro se conhecem para crescerem juntos, ultrapassarem suas barreiras interiores, suas limitações, seus exageros, seus medos, suas crises. Quem ama de verdade estará ao lado da pessoa amada para ajudá-la a se tornar uma pessoa cada dia melhor. Tudo isso, é claro, se ambas se dispuserem a isso, se reconhecem em que precisam mudar, se forem humildes e corajosas o suficiente para enfrentar o processo.

 Portanto, devemos desistir dessa ideia de que o amor é cego. A loucura é cega, mas o amor, não. Fechar os olhos para os defeitos do outro é engano e autoengano. Além disso, é uma total falta do amor que se afirma sentir. Quem ama, ajuda o outro a crescer. Fingir que ele é perfeito não o ajudará. Só ama de verdade quem é capaz de enxergar os defeitos da pessoa amada e permanecer ao seu lado. O amor falso fecha os olhos para os defeitos, e ainda ora: "Meu Deus, faça com que ele mude, porque não quero passar por tal e tal coisa". Hipocrisia.

 Uma última palavra sobre esse cuidado tão importante sobre a maneira como devemos enxergar o outro é o cuidado que devemos ter com o nosso olhar para não emitimos julgamentos precipitados e injusto. Muitas vezes só enxergamos aquilo que queremos, desprezando todo o resto. Mergulhamos a ponta dos dedos dos pés na superfície do oceano que é alguém e já emitimos um parecer desfavorável, sem nos permitir mergulhar nas suas profundezas. Os nossos olhos (ou coração) podem estar enxergando a realidade com filtros capazes de distorcê-la? Que filtros são esses? Preconceito, orgulho, traumas, complexos, medo, insegurança e tantos outros. Por melhor que a pessoa seja, quando usamos o filtro dos traumas por exemplo (violência, abandono, abusos, bullying, etc.), acabamos vendo nela um inimigo em potencial. Projetamos sobre ela culpas que não são dela, criamos vários possíveis quadros do futuro em que ela nos faz mal sem que ela sequer saiba. É o que acontece após várias desilusões amorosas: se todas erraram comigo, ela também errará. Logo, é melhor nem tentar. E seguimos fazendo tudo errado de algo que poderia ser bonito e ter dado certo.

 O ponto central desde estudo é enxergar os defeitos de maneira sadia, construtiva e transformadora. Mas atenção: nso significa enxergar os defeitos que achamos que a pessoa possui ou que presumimos que ela desenvolverá com o tempo. Não podemos lançar cargas injustas sobre os outros. E vale a pena ressaltar: essa é uma vida de mão dupla: observamos e somos observados, avaliamos e somos avaliados.

 Quando encontrar alguém especial, preste bastante atenção aos seus defeitos. Mas lembre-se: não deixe de perceber as suas qualidades. Não procure motivos para partir, mas para ficar. Outra coisa muito importante: tenha sempre diante de si o espelho invisível da verdade, onde seus próprios defeitos e qualidades se revelam. Não existem seres humanos perfeitos, mas seres humanos imperfeitos que dão o seu melhor para que o amor aconteça e a paz se estabeleça.

 Mizael Xavier

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ANTES QUE CHEGUE AO FIM
. A arte de prevenir incêndios
. Por que os relacionamentos entram em colapso?
. O perigo das redes sociais
. Reacendendo a chama do amor
. Antes que venha o adeus
 
DO FIM À SUPERAÇÃO
. Tudo acabou. E agora?
. Encarando a realidade
. Primeiro passo: reprograme-se
. O caminho da cura
. Atitudes que transformam
. Aprendendo a lidar com os sentimentos
. Revendo a nossa relação com o ex
. Possibilidades
. Identificando a relação abusiva
 
DA SUPERAÇÃO AO NOVO AMOR
. Da superação à continuidade
. Os problemas de transição
. É possível viver um novo amor
. Empoderando-se para o amor
. A quem se entregar?
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Este livro foi produzindo para todas aqueles que precisam e querem superar perdas e dar a volta por cima, independente da sua confissão religiosa. Todavia, ele foi escrito dentro de uma óptica cristã, com valores bíblicos que cabem na vida de todos nós, mesmo os que não acreditam em Deus.
 
O que o livro NINGUÉM MORRE DE AMOR não promete é algum tipo de mágica, mas o processo da cura, da libertação e da superação, que para alguns pode ser bastante doloroso, mas extremamente necessário. Logo, ler não é o suficiente: é preciso partir para a prática.
 
NINGUÉM MORRE DE AMOR irá lhe ajudar a vencer suas barreiras interiores, rever seus próprios sentimentos, fortalecer a emoção e a mente, amar a si próprio, liberar perdão, acreditar no amor, investir na sua própria felicidade e abrir-se para uma nova oportunidade de amar e ser amado. Sim, é possível!
 
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