"Mas
em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a
minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus" (At 20:24).
Em
seu fabuloso livro, intitulado "Pregação e pregadores" (ed. Fiel, 2008),
o Dr. Martin Lloyd-Jones descreveu a pregação da Palavra como "a mais
elevada, a maior e a mais gloriosa vocação para a qual alguém pode ser
chamado" (p. 15). Entretanto, com felizes exceções, parece que a pregação
expositiva da Bíblia nas igrejas está perdendo espaço para palestras sobre
autoajuda e temas de interesse geral. O importante é deixar o culto e a mensagem
atrativos, para que o perdido sinta desejo de ir ao culto e, quem sabe, aceite
a Jesus. O Evangelho puro e simples, com temas como pecado, céu e inferno,
parece não ser mais eficaz, além de afastar as pessoas da igreja. Além disso,
sermões triunfalistas de prosperidade e isenção de sofrimento escondem que
viver para Cristo traz dores e sacrifícios. É um evangelho sem cruz. Junta-se a
tudo isso a baixíssima frequência aos cultos de ensino e à escola dominical.
Soma-se, ainda, um preconceito irracional contra o ensino teológico que poderia
salvar a mente do crente moderno e colocá-lo no centro da vontade de Deus.
A
pregação bíblica genuína não pode perder seu espaço para o louvor, a dança e o
teatro. Embora cada um desses possua a sua utilidade na liturgia do culto
moderno e na evangelização, a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus
"pregada" (Rm 10:13-17). Essa Palavra é o Evangelho de Cristo (1 Co
1:23), a sã doutrina transmitida pelos apóstolos (1 Tm 1:10; 2 Tm 4:3; Tt 1:9;
2:1). Não é o testemunho das bênçãos que recebemos de Deus. Não é nem mesmo o
testemunho do que Deus fez na nossa vida. Essas coisas, na pregação, são
secundárias. Elas servem para ilustrar e até mesmo motivar os ouvintes. Mas o
Espírito Santo irá trabalhar a partir da verdade bíblica racional e claramente
explicada. Bom testemunho de conduta, até um ateu possui. Bênçãos vêm mesmo
para os ímpios. Um pecador pode falar da sua vitória contra o vício citando os
Alcoólicos Anônimos.
O
diferencial da igreja cristã está em pregar a respeito daquele que possui as
"palavras de vida eterna", Jesus Cristo. E é isso que devemos fazer.
Não vemos em parte alguma da Bíblia a Palavra de Deus sendo transmitida de
algum modo que não seja pela pregação oral. Leia os Atos dos apóstolos. No caso
da Palavra escrita (a Bíblia), ela contém o que já foi transmitido oralmente, e
que nós também devemos transmitir. Paulo ordenou a Timóteo: "Prega a
palavra" (2 Tm 4:1,2). Em 2 Tm 2:2, o jovem pastor é orientado a
transmitir a homens idôneos o que fora ouvido, para que eles, por sua vez,
ensinem a outros. Além da forma oral, o conteúdo é muito importante. Se a nossa
mensagem não é o Evangelho da graça de Deus e todos os seus desdobramentos
(temporais e eternos), fiquemos calados. Se não lemos nem estudamos a Palavra
de Deus, não ousemos pisar no altar. Se não temos interesse em nos tornar
obreiros aprovados que manejam bem a Palavra da verdade (2 Tm 2:15), não somos
dignos de estar no púlpito. Saiamos de lá. Louvo a Deus porque esta é uma
preocupação constante do pastor da minha igreja.
Mizael Xavier
CONHEÇA E ADQUIRA OS MEUS E-BOOKS COM TEMAS TEOLÓGICOS, ESPIRITUAIS, POESIA, TEATRO, CONTOS E MUITO MAIS! ACESSE O SITE OU O APLICATIVO DA AMAZON E ADQUIRA OS SEUS. VEJA ALGUNS TÍTULOS QUE ESTÃO DISPONÍVEIS:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, jamais comente anonimamente. Escrevi publicamente e sem medo. Faça o mesmo ao comentar. Grato.