domingo, 1 de novembro de 2020

ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

 


           

Desde que se tem conhecimento da existência humana no mundo, sabe-se também dos conflitos que envolvem as relações entre as pessoas. O ser humano é um ser comunitário, projetado para viver em coletividade, para compartilhar de si e receber do outro. Com raras exceções, muitas delas patológicas, o isolamento não é uma regra quando se fala de pessoas, mas o viver em comunidade – seja ela familiar, religiosa, civil, empresarial ou qualquer outra – faz parte do cotidiano dos indivíduos, que firmam sociedade entre si e se relacionam. Em todos os ambientes existenciais humanos e no ambiente de trabalho em especial, as relações pessoais e interpessoais estão cada vez mais ligadas ao êxito do indivíduo, acentuando-se a sua capacidade de criar e manter relações entre seus iguais e seus superiores. De acordo com Moscovici (2010, p. 173), “A interação humana é complexa e multidimensional”.

            Todos os conflitos nascem da relação do indivíduo consigo mesmo, em primeira instancia, e dele com aqueles que estão ao seu redor. O ambiente organizacional abarca um sem-número de pessoas com pensamentos, sentimentos e ideais muitas vezes divergentes, que embora estejam trabalhando para um mesmo fim – seu sucesso pessoal e da organização –, geralmente entram em conflito. Basta recordar exemplos de competição acirrada por cargos e lideranças, o autoritarismo de líderes que não enxergam seus funcionários como parceiros ou colaboradores, o despreparo de alguns empregados, a falta de competência de gestores, os desgastes com crises internas e externas que afetam diretamente o clima organizacional, a comunicação ineficiente. Todos esses fatores geram conflitos que podem chegar a agressões e a demissões.

            Dentre os muitos conflitos recorrentes no meio organizacional, um tipo de agressão muito comum, fruto da relação entre indivíduos em posição de autoridade e seus subordinados, é o assédio moral no ambiente do trabalho, tema bastante discutido e objeto de projetos de leis que regulamentam o assunto, tornando crime a sua prática. Este tema pertinente para os gestores de pessoas merece acurado debate, uma vez que os conflitos entre patrões e empregados são constantes, devendo-se fazer a separação entre aquilo que é considerado normal numa situação conflituosa e o que pode se configurar uma agressão, seja ela verbal ou física. Nem todo conflito no ambiente de trabalho caracteriza-se como assédio moral, mas em ambos os casos é necessário tratar o problema onde ele se manifesta, ao invés de se preocupar apenas com os sintomas. Como num diagrama de causa e efeito, relaciona-se o efeito (problema) com as suas possíveis causas. A desmotivação e o clima organizacional insustentável podem ter as suas raízes numa situação de assédio.

            Como se poderá ver, o assedio moral é um tipo de conflito que influencia de maneira negativa a organização em todos os seus níveis hierárquicos e seus setores. Ele possui personagens e papéis bem definidos, que fazem uso principalmente da autoridade de um cargo de liderança ou gerência para agir com autoritarismo sobre os seus subordinados. Possui ainda personagens que sofrem a agressão e outros que as observam. O assédio moral é uma trama organizacional cujos princípios não encontram respaldo na ética e na moral de nenhuma empresa, cuja prática distancia-se da visão e dos valores organizacionais relevantes e cujo fim não promove o alcance dos objetivos estratégicos da organização. Ao contrário, ele estagna o poder criativo e inovador da empresa, porque ela não é feita senão de pessoas e, no caso do assédio moral, de pessoas em constante conflito, insatisfeitas e desmotivadas. Por outro lado, as vítimas desse tipo de agressão podem estar bastante motivadas em destruir tudo o que estiver ao seu redor. O problema é bem mais complexo que se possa imaginar.

            Segundo o site normaslegais.com.br, em um texto adaptado pelo Guia Trabalhista, tendo como fonte o TST, em pesquisa realizada em 1996 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi detectado que doze milhões de trabalhadores da União Europeia já viveram situações humilhantes no trabalho que acarretaram distúrbios de saúde mental. No Brasil, onde a situação não foge à regra, uma pesquisa pioneira realizada pela médica do trabalho, Margarida Barreto, em sua tese de mestrado, constatou que 42% dos trabalhadores entrevistados foram vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho. Esses dados podem servir de base para uma preocupação global com o assédio moral e suas consequências à saúde das vítimas, de suas famílias, das empresas e da sociedade como um todo.

            Estas e outras questões serão debatidas no presente trabalho, tendo como foco as soluções estratégicas que podem ser implementadas pelas organizações e, em especial, pelos gestores de pessoas na prevenção e no combate ao assédio moral no ambiente de trabalho. Entende-se aqui que somente uma visão holística da situação torna possível enfrentar o problema onde ele realmente acontece. A participação integrada da sociedade, dos legisladores, dos empresários e dos colaboradores na busca por soluções é parte da própria solução, porque desperta em todos o sentimento de responsabilidade e comprometimento rumo à paz nas organizações.


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Este livro traz uma análise minuciosa do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho, com enfoque na Gestão de Pessoas. O objetivo é analisar a problemática em todos os âmbitos da organização (poder, cultura, comunicação, contratação, treinamento, capacitação, avaliação de desempenho, desenvolvimento humano, qualidade de vida, etc.), apresentando soluções práticas para prevenção e enfrentamento do assédio nas instituições.


Eis uma visão parcial do conteúdo, com base em parte do sumário:


O ASSÉDIO MORAL E SEUS DESDOBRAMENTOS

O que é

Tipos de vítimas

Tipos de agressores

Tipos de expectadores

Tipos de agressão)

ASSÉDIO MORAL E A SAÚDE DO TRABALHADOR

Higiene do trabalho

Estresse no trabalho

Doença Ocupacional

Ergonomia do trabalho

Ergonomia cognitiva

Ergonomia organizacional

COMPORTAMENTO HUMANO NO TRABALHO

Escola Comportamentalista de Kurt Lewin

O comportamento humano e o behaviorismo

O comportamento humano e a Gestalt

A diversidade do comportamento humano no trabalho

Previsão do comportamento humano

Fatores que influenciam o comportamento humano na empresa

Comportamento, motivação e personalidade

O ASSÉDIO MORAL E AS LEIS

Das garantias constitucionais à dignidade humana

A Declaração Universal dos Direitos Humanos

Do crime de tortura

O Novo Código Civil Brasileiro

Leis antimobbing

Projeto de Lei4742/2001

PODER E LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES

Estilos de poder nas organizações

Níveis de poder

Estilos de liderança nas organizações

CULTURA E VALORES NAS ORGANIZAÇÕES

Cultura organizacional e assédio moral

Valores humanos da organização

O ASSÉDIO MORAL E A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Barreiras à comunicação organizacional causadas pelo assédio moral

GESTÃO ESTRATÉGICA DE COMBATE E PREVENÇÃO

Gestão de tolerância zero contra o assédio moral no trabalho

A atuação estratégica do gestor de pessoas

Desenvolvimento de equipes

Relações com empregados

Outras estratégias

GESTÃO DE SUPERAÇÃO PESSOAL

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL E ASSÉDIO MORAL

Características do Desenvolvimento Organizacional

Técnicas de Desenvolvimento Organizacional

Operacionalização da mudança

GESTÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O que significa um ambiente com QVT?

A QVT e o assédio moral

A QVT e a motivação

Transformando ambientes doentes em ambientes de QVT

O papel estratégico do gestor de pessoas na QVT

ESTUDOS DE CASO


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