O que é uma seita?
Embora considere como seita apenas as
igrejas que não são históricas, mas que surgiram muito depois da Reforma
Protestante, por volta do ano de 1700 em diante, o que vemos na realidade é que
o catolicismo romano considera qualquer igreja ou religião que não seja a sua
como seita. Alguns autores consideram como seita um grupo de pessoas separadas
do “tronco originário”. Mas que tronco é este? O que é realmente uma seita? Que
pessoas encontramos lá? O que pregam? Como vivem? Como pensam e agem? São
realmente todas as igrejas evangélicas seitas de Satanás?
Voltando nossos olhos para o assombroso
passado do catolicismo romano, com sua devassidão, simonia, parricídios,
assassinatos, homossexualismo, sodomia, pedofilia, traições, furtos,
seqüestros, anátemas, veremos que desde os primeiros séculos a igreja católica
romana tem se mostrado a mais feroz e fanática seita já existente. Somem-se a
isso a grande quantidade de bulas e concílios que culminaram nos mais vis atos
e nas mais vergonhosas e heréticas doutrinas e teremos um quadro aterrador,
capaz de calar qualquer fiel católico que pretenda taxar as igrejas
protestantes de seitas. Os papas, por toda a história do cristianismo, deram
clara demonstração que Deus e a sua vontade sempre estiveram em segundo plano,
ou sempre serviram como desculpa para seus atos mais sórdidos.
Não há uma definição mundial e
definitiva que explique claramente o que é uma seita. O Minidicionário Silveira
Bueno, editora FTD, traz a seguinte definição sobre este vocábulo: “SEITA, s.f.
Facção; partido; doutrina que se afasta da opinião geral; conjunto de
indivíduos que a seguem; comunidade fechada, de cunho radical”. O Dicionário da
Bíblia de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, diz que seita é um grupo
religioso que se separa de um grupo maior (Atos 5:17; 15:5; 26:5; 28:22). Os
autores Norman L. Geisler e Ron Rhodes defendem que existem algumas
características gerais que nos permitem conhecer o que é uma seita. Estas
características envolvem três dimensões: doutrinárias, sociológicas e morais.
Vamos estudá-las em separado à luz do catolicismo romano e ver como a igreja de
Roma se enquadra no conceito de seita.
Características doutrinárias
As características doutrinárias de uma
seita em muito diferem das Sagradas Escrituras, embora quase sempre lhe façam
alusão. Normalmente negam a autoridade da Bíblia e a sua infalibilidade,
possuindo uma visão distorcida de Deus e de Jesus, ou rejeitando a salvação
pela Graça. Somente quando comparamos seus dogmas e declarações de fé com o que
a Bíblia diz é que podemos perceber os erros e equívocos cometidos. Esta
negação da infalibilidade bíblica e de sua autoridade, redunda em uma série de
livros apócrifos e outros escritos que visam suprir a “deficiência” deixada
pelos autores bíblicos. Outra forma de negar-se a autoridade da Bíblia é fazer
alusão aos textos filosóficos gregos escritos antes das Sagradas Escrituras,
comparando-os e assemelhando-os, de modo que a Bíblia, principalmente o Novo
Testamento, teria sido inspirado nos filósofos da época. Quanto ao Antigo
Testamento, aquelas pessoas que querem distorcer as Sagradas Escrituras e
desacreditá-las, comparam seus relatos às histórias folclóricas orientais, de
onde se originariam os relatos bíblicos, como por exemplo, a criação do homem,
o dilúvio, etc.
Nova revelação
A maioria das seitas que conhecemos e
muitas religiões indígenas e orientais têm algum tipo de revelação que não
aquela que conhecemos como Bíblia. Somos levados a aceitar que cada um cultue a
Deus da sua maneira e que no final das contas, todos cultuam, do seu jeito, o
mesmo Deus. Alguns católicos romanos afirmam que o cristão não deve tentar
impor aos outros a sua religião, deixando que cada um se guie conforme a sua
consciência e a sua crença, porque, afinal de contas, todos buscam a Deus. Uns
o chamam de Terra, outros o chamam de Zeus, outros de Alá, outros de Sol,
outros de Universo, outros Ser Supremo, conforme seu entendimento e as
revelações que tiveram. Mas quando nos deparamos com sua filosofia, sua
teologia, vemos que em muito se distanciam do ideal de Deus, como veremos durante
este breve estudo. A revelação de cada um vai de acordo com aquilo que seus
impulsos desejam, por isso existem tantas seitas satanistas e com perversões
sexuais e morais. Somente o Deus cristão é o único e verdadeiro, independente
do que digam os antropólogos e os doutores romanistas adeptos do sincretismo
religioso.
A igreja romana possui em seu “baú” de
doutrinas inúmeros ensinamentos que jamais encontraram ou encontrarão respaldo
bíblico. Para firmarem suas crenças, apelam para dois tipos de revelações
extrabíblicas: a Tradição (regida pelo Magistério da igreja) e as “revelações”
de santos e santas, como é o caso do aparecimento do uso do Rosário pelo chefe
da inquisição, no ano de 1220, século XII:
A devoção do santo Rosário, como se sabe, foi revelada a
S. Domingos pela divina Mãe, quando, estando o Santo aflito e queixando-se a
sua Senhora dos hereges albigenses, que naquele tempo causavam grande dano à
Igreja, a Virgem lhe disse: Este terreno há de ser estéril até que nele caia a
chuva. Entendeu então S. Domingos que essa chuva era a devoção ao Rosário, que
ele devia publicar.[1]
Muitas vezes uma
revelação contradiz a outra, o que leva o Vaticano a expedir pedidos de perdão
àqueles que foram penalizados no passado pelos equívocos cometidos. Depois de
usar torturas, cicuta, enforcamento, morte na fogueira; depois de apoiar o
nazismo e o golpe militar no Brasil, o Vaticano simplesmente diz: “Desculpem,
nós erramos”. Mas como podem ter errado se suas palavras de fé são infalíveis e
suas interpretações das Sagradas Escrituras são isentas de erros? Que
revelações constantes são estas trazidas pela mãe de Jesus que leva seus
“discípulos” a cometerem uma infinidade de atrocidades e equívocos? A “Santa
Inquisição” ou “O Santo Ofício” não foi um terrível e lamentável erro?
Negação da
autoridade única da Bíblia
Esta é uma característica marcante na
igreja de Roma, o que a iguala aos mórmons, que possuem o “Livro de Mórmon”, o
qual consideram maior que a Bíblia; os Cientistas Cristãos, que elevam o livro
de Mary Baker Eddy, “Ciência e Saúde” ou o reverendo Moon, que estabeleceu o
seu livro “O princípio divino”, além dos muçulmanos que cultuam o deus do
Alcorão, Alá. A Tradição[2]
diz basear-se nos Evangelhos, mas podemos considerá-la como sendo um “outro
evangelho” (cf. Gálatas 1:5,6), onde muitas doutrinas contraditórias foram
inseridas para justificar dogmas bizarros.
O motivo pelo qual as seitas possuem
outro livro além da Bíblia, ou simplesmente a desprezam, é que ela, além de não
oferecer suporte às suas doutrinas, contradizem-nas. É o que acontece com as
Testemunhas de Jeová. Por não reconhecerem a divindade de Cristo, tiveram de
alterar todas as partes da Bíblia onde esta afirmava que Jesus Cristo era Deus
(eles dizem “um Deus” ao invés de “o Deus”, ho
lógos). Assim procede o catolicismo para aclamar Maria como mediadora e
co-redentora, dispensadora das graças de Deus, Rainha, esposa do Espírito
Santo, intercessora, mãe de Deus e da igreja e Senhora do Universo. Ou para
explicar as indulgências e o purgatório, além da salvação pelas obras e o
batismo de crianças. Foi necessário estabelecer a Tradição como fonte oficial e
divinamente inspirada das verdades cristãs para que se pudesse criar toda uma
doutrina envolvendo os papas e seus sucessores, conferindo-lhes poder
hierárquico sobre a igreja e uma infalibilidade que não condiz com suas
práticas e ensinos. Através da Tradição Apostólica, surgiram as outras fontes
de doutrinas católicas: os documentos conciliares e as súmulas e bulas papais.
Todos estes, embora em escancarada contradição com a Bíblia, requerem para si a
infalibilidade, como que ditados pelo próprio Espírito Santo.
Uma visão
distorcida de Deus e de Jesus
A visão que cada seita tem de Deus
varia muito. Deus para algumas é uma Força do universo. Para outras Deus é tudo
e tudo é Deus. Algumas dizem que todos somos deuses. Outras falam de um Deus
vingativo, sádico e perverso, manipulador da humanidade. Deus, para muitas
religiões e seitas, não é Todo-Poderoso, mas limitado ao tempo e ao espaço. De
Jesus dizem que não é Deus, que não é o Cristo ou Messias, que é somente um
espírito evoluído, apenas mais um profeta de Deus, como Maomé, uma reencarnação
de Adão ou um médium. Negam sua morte vicária e sua mediação. Ele é apenas um
revolucionário que se revoltou contra a hipocrisia dos judeus da sua época e
pregou a caridade como meio de evolução espiritual e social. Para muitos, Jesus
é apenas mais um personagem histórico, ou o que é pior, folclórico.
O credo da igreja de Roma firma a sua
fé em um Deus Pai Todo-Poderoso, criador dos céus e da Terra e em Jesus Cristo
seu único Filho e nosso Senhor. Crêem na sua morte vicária e na sua
ressurreição. Crêem no juízo final e na ressurreição dos mortos e na vida
eterna. Todavia, se levarmos em conta que Maria também é sua Senhora e
Salvadora e que a obra de Cristo na cruz não foi completa, devido às
indulgências e ao purgatório, veremos que, a seu modo, a visão que o
catolicismo romano tem de Deus e de Jesus também é bastante distorcida. E esta
distorção se mostra nos limites impostos à atuação de Deus, quando este depende
diretamente da hierarquia da Igreja, ou das limitações impostas ao Espírito
Santo, que só é derramado sobre aqueles que são batizados na fé católica
romana.
Negar a salvação
pela Graça[3]
A maioria das seitas que conhecemos
negam que exista a salvação da alma. Quando aceitam a sua possibilidade,
atribuem-na a alguma obra que devamos fazer para merecê-la. Os espíritas, por
exemplo, não crêem em salvação, mas em “reencarnação”, onde a alma penará pelos
séculos em busca de expiar os seus pecados (Karma), invalidando, assim, a Graça
e o perdão total e eterno de Deus. As Testemunhas de Jeová aceitam que, além de
crer, o crente deve realizar algum tipo de obra para merecer a salvação, como
distribuir literatura de porta em porta. Em seus cultos os Adventistas do
Sétimo dia não chamam as pessoas à fé que salva, mas ao batismo. De igual modo
procedem os membros da Congregação Cristão no Brasil.
No catolicismo romano a salvação pela
graça de Deus é tida como heresia, bem como dizer que a hóstia não é o corpo de
Cristo transubstanciado. A fé do católico não o pode salvar totalmente, como
salvou ao autor da epístola aos Hebreus (Hebreus 7:25), mas ainda é necessário
expiar os pecados mortais, mesmo após a sua morte. A ênfase na caridade[4]
como meio de alcançar o favor de Deus mostra que a Graça de Deus não é o
bastante, é preciso algo mais para o crente merecer o céu. Negar a Graça de
Deus é negar o próprio Deus da Graça, é duvidar da sua misericórdia, do seu
perdão, da sua promessa de um Salvador, do seu amor, da sua Palavra. Quem assim
duvida de Deus, como pode crer nEle? Além disso, o catolicismo romano impõe o
batismo e a permanência na sua igreja como meio de alcançar a salvação e não se
perder.
Características sociológicas
As características sociológicas das
seitas são marcantes, principalmente das mais radicais do Oriente Médio. A
religião islâmica, tão severamente radical, é uma demonstração de como uma
seita pode influenciar na vida de seus fiéis e da sociedade em que está
inserida. Na maioria das vezes são autoritárias e punitivas, obrigando seus
seguidores à observarem dogmas muitas vezes extremos, como é o caso do uso da
“burca” por algumas mulheres muçulmanas. Em sua maioria, também consideram-se
únicas verdadeiras, desprezando e desconsiderando qualquer outra religião ou
igreja. As suas doutrinas quase sempre não passam da observância de dogmas, de
manifestações meramente exteriores de fé, que em nada refletem em sua vida
interior.
Assim como todas as outras
características que estamos estudando, não são todas as seitas e religiões que
englobam estas sociológicas. Todavia, é no catolicismo romano que encontramos
todas elas de maneira bastante acentuada[5].
Mas não é fácil para o fiel católico leigo identificá-las, pois vêm sempre
acompanhadas da assinatura dos “santos padres” e de um misticismo tal capaz de
impressionar e convencer qualquer mente mais incauta. As doutrinas romanas são
mais uma questão de cultura do que qualquer outra coisa, onde o próprio povo
cria e recria seus dogmas, baseados no desconhecimento total que possuem da
Palavra de Deus. Adoram a cruz e esquecem-se de quem lá foi pregado. Adoram os
Reis Magos e esquecem de quem eles foram visitar.
Autoritarismo
Quando pensamos na pessoa do papa João
Paulo II, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um homem encurvado,
abatido pela velhice, com voz trêmula, macia e jeito benevolente, sempre pronto
a interceder pela paz mundial. Mas se voltarmos nossos olhos para o passado, para
a história de vida de tantos outros papas, encontraremos algo muito diferente.
A começar pelo autoritarismo exercido pelos Bispos de Roma sobre os Estados
europeus e o Novo Mundo, veremos que a igreja do Vaticano nem sempre foi tão
benevolente. De fato, o papa tinha grande poder para coroar e destronar
príncipes e reis, bem como de excomungá-los. Seu poder também recaía sobre
fiéis que ousavam discordar da Santa Sé, torturando-os e lançando-os na
fogueira para expiarem seus pecados de “bruxaria”. Este autoritarismo
demonstrou-se claramente no Concílio de Trento, tipicamente anti-Reforma, e em
toda a história da Inquisição.
No catolicismo romano o papa tem a
palavra final, mesmo que esta entre em contradição com as Sagradas Escrituras.
A canonização dos santos, a criação dos dogmas, os pedidos de perdão e tantas
outras demandas passam pelas suas mãos. Sua palavra é considerada infalível – e
isto é um dogma de fé – isenta de erro, pois ele é sucessor de Pedro e, por
isso, não pode errar. Embora se pareça sempre benevolente, amável e afetuoso, a
figura do papa não deve estar ligada ao amor altruísta, ou mesmo humano, mas ao
controle mental e espiritual exercido sobre a vida dos seus fiéis, insistindo
que, caso abandonem a Igreja Mãe, perderão a salvação.
Exclusivismo
Se os muçulmanos, os mórmons e as
Testemunhas de Jeová requerem para si o título de verdadeira e única igreja da
face da Terra, o que dizer do catolicismo romano? Conforme veremos no primeiro
capítulo deste estudo, a igreja de Roma insiste em afirmar que teve a sua
fundação no ano 33 da era cristã pelo próprio Jesus Cristo. Citam para isso o
momento em que Cristo afirma para Pedro que sobre a pedra, que era Ele mesmo,
edificaria a sua igreja. Se a igreja romana foi fundada ali, certamente era uma
igreja sem o Espírito Santo, que ainda não tinha sido derramado. Mas como
poderia ser romana se eles estavam na Palestina? Ela se tornou romana por
fincar sua sede no Império Romano, que abriu as suas portas ao cristianismo,
tornando-o a religião oficial do Império. É romana porque, assim como os
Césares, se impõe através dos Sumos Pontífices, os novos Césares.
Este ato de considerar-se única em
todos os sentidos é marcante na igreja católica de Roma. É o Vaticano quem
comanda as doutrinas que serão pregadas, que decide se é lícito ou não o uso de
preservativos e anticoncepcionais para evitar a gravidez, quais serão os dias
de festas, como caminhará a humanidade. Apoiada pela mídia, a igreja do papa
tem em suas mãos meios eficazes de convencer as pessoas a fazerem e pensarem o
que ela quiser, inclusive acharem que realmente esta é a verdadeira igreja de
Cristo. Seus santos e mártires são os verdadeiros e suas doutrinas e festas são
as verdadeiras. Nada que vá além daquilo que os bispos católicos pregam é considerado
como verdade de fé, como vindo de Deus. A eles foi dada a exclusividade de
decidir quem é e quem não é santo, canonizando quem bem entendem e acham que
merecem, de acordo com suas conveniências.
Dogmatismo
As seitas se firmam em inúmeros dogmas,
como serem as únicas e verdadeiras, além de autoridades exclusivas na
interpretação dos textos sagrados. Mas o que é um dogma? Segundo estudiosos
romanistas:
No linguajar habitual, dogma “é uma verdade revelada
diretamente por Deus, proclamada pelo magistério da Igreja de forma clara e
definitiva para todos os cristãos, como objeto de fé católica e divina
obrigatória”.[6]
Em matéria de dogmas, o
catolicismo romano talvez seja a religião que mais faz uso deles.
Transubstanciação, assunção corpórea de Maria, imaculada conceição de Maria,
purgatório, culto aos anjos e aos santos, infalibilidade papal, sacrifício da
Missa, entre outros, formam uma cadeia de crenças que são impostas aos fiéis,
restando-lhes apenas crer, o que não é difícil, devido a falta de conhecimento
que a grande maioria tem da Palavra de Deus. O pouco que sabem é o que lhes é
repassado na Missa, sob a interpretação dos sacerdotes.
O catolicismo romano vive de seus
dogmas, de práticas exteriores que nem sempre refletem na vida dos fiéis. É o
ato pelo ato, o ritual pelo ritual, embora afirmem que estes possam trazer
algum benefício. O ritual da Missa raramente muda o interior de alguém. Existem
católicos chamados “nominais” que freqüentam a Missa apenas em dias santos ou
de festas, às vezes somente as Missas de sétimo dia em memória a algum parente
morto. Fora do templo, as suas vidas seguem a mesma rotina de pecado, sem se
importarem com o que Deus está achando de suas atitudes. Já cumpriram a sua
obrigação religiosa e estão com suas mentes tranqüilas. Ingeriram o “Corpo de
Cristo” e por isso já têm a sua “porção de Deus”.
Mentes
fechadas
Embora não pareça, os católicos romanos
possuem sua mente fechada, rejeitando qualquer argumento que vá contra a sua
fé, mesmo quando confrontados com a Escritura. Por haver nascido dentro desta
religião e criados freqüentando as missas e comungando, estão acostumados e
alienados demais para aceitar qualquer argumentação desconfortante, embora o
seu conhecimento seja extremamente limitado. Um exemplo é o da coroação de
Maria por Jesus. Embora em parte alguma das Sagradas Escrituras conste que tal
fato realmente aconteceu, alguns católicos leigos argumentam que este
acontecimento está na Bíblia, é só ler.
Uma explicação para tamanha incoerência
é o fato de os sacerdotes católicos deturparem a Palavra de Deus, como o fazem
os membros da Igreja Universal do Reino de Deus para explicarem seus dogmas
antibíblicos (prosperidade financeira, exploração do dízimo, entre outras).
Repetimos que, por não possuírem um conhecimento profundo da Bíblia, é fácil
caírem nas armadilhas do Vaticano, fechando suas mentes para a verdade que
liberta e rejeitando qualquer argumento, mesmo comprovado através das
Escrituras. Quando vêem um crente que fala abertamente e fluentemente sobre a
Palavra de Deus, pregando o Evangelho nas praças, ônibus, trens, etc.,
tacham-no de fanático. Suas mentes, na verdade não nasceram fechadas, elas
foram fechadas pelo Vaticano.
Susceptibilidade
A igreja católica romana acusa os
protestantes de iludirem as pessoas para levá-las para suas igrejas, utilizando
para isso formas ilícitas (caluniar a igreja católica, difamar aos que
pertencem aos seus grupos, apresentar testemunhos falsos ou inventados,
presentear alguma coisa para atrair as pessoas à sua religião, infundir medo
nas pessoas com a eterna historia da proximidade do fim do mundo e afirmar que
os seus seguidores nunca vão morrer[7])
e lícitas (ir de casa em casa, visitar aos doentes, difundir a literatura
bíblica, não perder nenhuma oportunidade para falar da sua religião[8].
Ainda, dizem que as “seitas” protestantes aproveitam-se da ignorância do povo e
da falta de conhecimento dos fiéis católicos das Sagradas Escrituras para
convencê-los a mudar de religião. Esta acusação bem pode ser direcionada à
igreja do Vaticano, visto ela empregar formas bem suscetíveis de evangelização.
No Brasil, a maior nação católica do
mundo, não é difícil a difusão das doutrinas romanas, visto já estarem
arraigadas em toda sua cultura, principalmente a popular. Costuma-se dizer que
a pessoa “nasce católica” e só mais tarde decide mudar de religião. Assim como
a crença no zodíaco, o catolicismo parece uma marca que nasce com cada
brasileiro. As festas religiosas, as procissões, as belas imagens sacras, a
teatralidade sedutora empregada na Missa, as vestes suntuosas dos sacerdotes, o
ornamento das catedrais, todo o misticismo que envolve as ladainhas, o rosário
e as devoções; a veneração emocionada dos santos e dos mártires... são coisas
eficazes na conquista dos fiéis, principalmente os mais incautos. A devoção a
certos santos e santas – como é o caso de Nossa Senhora Aparecida, Padre
Cícero, Santo Antônio, entre outros – leva os fiéis ao extremo da idolatria e
ultrapassa em esplendor e emoção qualquer culto que possa ser oferecido por
eles a Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Os olhos e os corações se voltam com
tanta fé para as criaturas, que se esquecem de enxergar o Criador.
Isolamento
Algumas seitas fundadas nos Estados Unidos da América, como os Meninos de
Deus, adotaram o isolamento como forma de vida e criaram comunidades distintas
do restante da sociedade. Alguns monges budistas também procuram o recluso de
seus mosteiros no alto das montanhas, em locais de difícil acesso. Querem, com
isso, estar mais perto de Deus e desenvolver melhor a sua espiritualidade, sem
contado com as impurezas do mundo moderno e suas tentações. Tudo isto contraria
o que a Palavra de Deus fala sobre amar ao próximo e estar com ele para dividir
suas cargas. Também contraria o poder do Espírito Santo para nos purificar dos
nossos pecados e nos firmar contra as investidas seculares. Para estas
religiões, o modo mais prático de lutar contra o mal é se afastando de tudo que
possa lembrá-lo. Mas a vitória do crente está em Cristo Jesus.
A igreja católica também criou em torno de si uma doutrina do isolamento,
uma barreira fortificada que é praticamente impossível transpor. Alguns setores
mais radicais aderiram à filosofia das religiões orientais e fundaram mosteiros
que resistiram ao tempo e à história e perduram até os dias de hoje, longe do
convívio social. Mas as barreiras do catolicismo romano vão além dos muros dos
mosteiros e conventos. São barreiras psicológicas, que aprisionam, ameaçam. O
católico sente-se culpado por deixar sua igreja-mãe, acha que está traindo a
Deus e ao papa, seu líder. Para os sacerdotes que se convertem ao
protestantismo, ou simplesmente se apaixonam e querem constituir uma família,
como Deus ordenou, sair da Santa Sé é bem mais complicado. Ele sempre será
considerado um padre, mas agora desertor, excomungado, mal visto pela
sociedade, perseguido pelo fantasma da inquisição psicológica.
Esta característica de isolamento do mundo exterior e de aprisionamento é
uma forma, também, de proteção contra as heresias. Todavia, o campo de guerra
do cristão é o mundo. Se ele está propício a cair em certo pecado, certamente
cairá, numa cidade grande ou numa caverna afastada. O verdadeiro cristão, por
conhecer as Sagradas Escrituras e delas tirar o seu alimento espiritual, pode muito
bem conviver em um ambiente hostil, susceptível ao aparecimento de heresias sem
se macular, porque tem certeza daquilo que crê. Deus jamais se manteve isolado
do mundo, sempre esteve inserido nele através de seus profetas e, bem mais real
e atuante, através do seu Filho e do Espírito Santo. Deus jamais se isolou,
evitando a raça humana e seus pecados, mas amou-a e se entregou por ela, para
que fosse salva.
Antagonismo
O antagonismo da igreja romana pode
mostrar-se através daquilo que crêem e daquilo que pregam. Como veremos mais
adiante, o Concílio do Vaticano II considera os evangélicos como “irmãos
separados” e concede certo valor à suas crenças e práticas, embora os recrimine
por terem se distanciado da verdadeira igreja de Cristo. Todavia, conforme
veremos também, ensinam, nos bastidores, aos seus fiéis que devem combater o
avanço das seitas protestantes, porque são comandadas por Satanás e representam
grande perigo para a igreja que Cristo fundou e suas próprias almas.
O maior antagonismo da igreja romana,
todavia, é contra a Bíblia. A grande maioria das suas doutrinas, como
estudaremos aqui, em tudo contradiz aquilo que conhecemos como “revelação de
Deus”, que consta nos Livros Sagrados. Uma breve amostra da doutrina sobre a
mãe de Jesus nos mostrará como é antagônica a igreja de Roma. Eles afirmam que
não adoram Maria, mas apenas a respeitam e veneram. Mas podemos provar que,
além de adorá-la, consideram-na igual e às vezes superior à Trindade:[9]
·
Deus é
Santo, Santo, Santo: “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha
seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os seus pés e com duas
voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor
dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória.” (Isaías 6:2,3; Apocalipse
4:8)
·
Maria é
santa, santa, santa: “Vibra nos céus, como diz São Boaventura, o clamor
incessante dos anjos: Sancta, sancta, sancta Maria, Dei Genitrix et Virgo; e
milhões e milhões de vezes, todos os dias, eles lhe dirigem a saudação
angélica: Ave Maria... Prostrando-se diante dela e pedindo-lhe a graça de
honrá-los com suas ordens (...) Toda Terra está cheia de sua glória.”[10]
·
Jesus é
salvador e atende nossas orações:
“E não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12). “Esta é a confiança que
temos para com ele, que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele
nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos
de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1 João 5:14,15).
·
Maria é
salvadora mais eficaz do que Cristo: “Quando nos dirigimos a
esta divina Mãe, não só devemos ficar certos de seu patrocínio, mas às vezes
seremos mais depressa atendidos e salvos chamando pelo nome de Maria, do que
invocando o santíssimo nome de Jesus, nosso Salvador. E eis a razão que dá o
escritor [Eádmero]: Cristo, como Juiz, tem o ofício de punir; a Virgem como
padroeira tão somente tem o de compadecer-se. Quer com isso dizer que achamos a
salvação mais depressa junto à Mãe que junto ao Filho.”[11]
·
Espírito
Santo é o penhor do perdão divino: “Bendito o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo... em quem também vós, depois que ouvistes a Palavra
da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança
até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Efésios 1:13,14)
·
Maria é
o penhor do perdão divino: “Na frase de S. André de Creta é a Santíssima
Virgem penhor do perdão divino. Isto é, Deus promete garantido perdão aos
pecadores, quando recorrem a Maria para que os reconcilie com o Senhor, e como
garantia disso lhe dá um penhor. Este penhor é, sem dúvida, Maria Santíssima, que
nos foi dada como intercessora.”[12]
Como pudemos notar, são claros os antagonismos cometidos pela doutrina
romanista, contradizendo completamente a Palavra de Deus e impondo uma
inverdade que em tudo envergonha os ensinamentos de Jesus. Somente à luz da sua
Tradição o catolicismo romano pode comprovar suas doutrinas bizarras e
antibíblicas.
Mas o catolicismo romano
contradiz-se, também, a si mesmo. Uma hora pregam uma coisa e noutra pregam
algo diferente. É o caso da doutrina da salvação. Padre Flaviano Valente afirma
que somente a fé não é necessária para salvar-se, mas também fazer a vontade de
Deus e permanecer da igreja que Ele fundou, a Católica Apostólica Romana.
Para os que conhecem a palavra de Deus, não basta a fé
em Cristo para salvar. É necessário que obedeçam também a Cristo, permanecendo
em sua Igreja e respeitando seus representantes.[13]
Anteriormente, porém ele afirma que “alcançam a
Salvação todos os que vivem conforme a sã consciência, ainda que não conheçam a
Cristo”. Existe aí uma grande incoerência, porque só podemos servir a Deus e
fazer a sua vontade se o conhecermos. Ele afirma, ainda, que a fé é somente
para os que têm a oportunidade de conhecer a Cristo. Eqüivale dizer que não é
necessário levar o Evangelho até aos confins da terra, porque os homens podem
muito bem ser salvos pela sua própria consciência. Mas quê consciência? Como
ser salvo por uma consciência que não conhece o Deus que salva? Como ser salvo
por uma consciência completamente contaminada pelo germe do pecado original que
afasta o homem da glória de Deus?[14]
Características morais
Cada seita tem a sua
particularidade, o que varia de acordo com cada cultura. Nem todas englobam as
características que estamos estudando em sua totalidade. O catolicismo romano,
porém, historicamente, tem-se mostrado mais terrível que muitas das mais
radicais seitas e religiões existentes, cometendo atrocidades contra a Palavra
de Deus e os discípulos de Cristo, envergonhando o cristianismo que afirmam
pregar e defender. É certo que hoje muita coisa já mudou, não se queima mais
ninguém nas fogueiras da Inquisição, mas ainda existem alguns fatores que fazem
da Igreja Católica Apostólica Romana grande inimiga do Evangelho de Jesus
Cristo.
Legalismo
A maioria das seitas
trabalha com um sistema de legalismos e rituais que em muito nos lembram os
fariseus que viviam na época de Jesus. Sempre com suas práticas exteriores de
religiosidade, como se fosse possível, através delas, alcançar a santidade e o
favor divino. A estes, o Senhor Jesus dava a seguinte resposta:
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas,
porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado
os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé;
devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! Guias cegos, que coais
o mosquito e engoli o camelo! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,
porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão
cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o interior do
copo, para que também o seu exterior fique limpo! Ai de vós, escribas e
fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados, que, por
fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de
toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas,
por dentro, estais cheios de hipocrisia
e de iniqüidade. (Mateus 23: 23-28)
O catolicismo romano não fica muito atrás. Ele
mantém um conjunto variado de doutrinas, ritos e rituais que não passam me mero
formalismo e legalismo vãos, quem em nada contribuem para o desenvolvimento
espiritual de seus fiéis e são incapazes de transformar seu interior. Embora
afirmem viver na Nova Aliança, longe das imposições da lei mosaica, o que
podemos notar é que em tudo a igreja de Roma se assemelha ao que os fariseus
praticavam, inclusive em suas orações. Eles gostavam de grandes orações em pé
nas sinagogas onde pudessem ser vistos e utilizavam de “vãs repetições”, que em
muito nos lembram as ladainhas e o rosário.
A própria Missa, com todos
os seus ritos (rito sacramental, oferta, eucaristia...) denuncia um
cristianismo meramente formal, exterior. Os sacramentos obrigatórios (batismo,
confirmação ou crisma, eucaristia ou comunhão, penitência, extrema-unção, ordem
e matrimônio), as genuflexões, o sinal da cruz, as ladainhas, o rosário, as
procissões, o “círio de Nazaré”... formam um conjunto bizarro de doutrinas
extrabíblicas que mantém a desculpa de representarem a fé do povo. Todos estes
legalismos pretendem ser meios seguros de profissão de fé e conquista do
paraíso, trazendo consigo maldições e castigos para os que nãos os cumprirem ou
negar-lhes a sua veracidade bíblica. Além disso, a vida monástica e dos
conventos impõem regras ditatoriais (como isolamento, castidade, voto de
silêncio, mortificação da carne, etc.) que julgam necessárias à santidade e à
salvação da alma. Através de práticas exteriores, tentam transformar o seu
interior, quando era para ser o contrário.
Perversão sexual
Descontentes com as religiões
vigentes, principalmente com o catolicismo romano, não é pequeno o número de
pessoas que embarcam nas seitas ou criam as suas próprias para que possam
satisfazer seus próprios interesses. A doutrina do pecado original, do céu e do
inferno, soa em muitos ouvidos como ideais reacionários de fanáticos religiosos
que querem castrar a liberdade pessoal e, principalmente, sexual. Como veremos
mais adiante, estas pessoas buscam alguma igreja ou seita que os permita
continuarem em suas práticas pecaminosas enquanto servem a Deus “da sua
maneira”.
Talvez seja por tais
motivos que proliferem em todo o mundo as seitas que utilizam-se de perversões
sexuais como doutrinas obrigatórias, promovendo orgias sexuais que incluem,
inclusive, a prática de sexo com crianças, o que é o caso da seita Meninos de
Deus. Outras respeitam os infantes, mas promovem casamentos entre homossexuais,
elegendo, ainda, pastores gays e lésbicas. Estas seitas manipulam a verdade de
Deus e procuram comover a sociedade com discursos de liberdade sexual e amor,
clamando contra o preconceito e a discriminação.
Não temos relatos
históricos que apontem para este tipo de perversão dentro do catolicismo romano
enquanto dogma de fé. De fato, não só a igreja de Roma como, também, as igrejas
protestantes têm lutado contra este tipo de coisa. Mas é necessário recordar
que no passado os papas viveram uma vida bastante dissoluta, tanto intelectual
como moral e sexual, entregando-se ao homossexualismo e a uma vida amorosa
intensa e secreta. Nos dias de hoje não são poucos os casos de homossexualismo
entre os sacerdotes católicos, e menos raros ainda os casos de pedofilia,
cuidadosamente abafados pelo Vaticano. Isto não quer dizer que seja uma regra,
pois toda a sociedade sofre deste mal, inclusive as igrejas evangélicas mais
tradicionais. Mas o fato de estas perversões partirem de líderes que se
consideram a imagem visível do Cristo invisível, Sumo Pastores e supremos guias
do rebanho de Deus as torna ainda mais detestáveis. Mesmo jamais tendo sido
considerado dogma a perversão sexual, o caso é que ela foi praticada por quem
ditava os dogmas de fé católicos infalíveis sobre fé e “moral”.
Abuso físico
Os muitos abusos praticados
pelas seitas para converterem e manterem seus adeptos podem variar de abusos psicológicos
até físicos. Podemos notar isto nos suicídios em massa que alguns líderes de
seitas promoveram há poucos anos nos Estados Unidos, além da forma bruta como
muitos de seus membros são tratados, principalmente se decidirem abandonar a
seita a qual pertencem. Podem ser perseguidos e até mortos.
A História negra do
catolicismo romano nos recorda duas situações: a “Santa” Inquisição e as
Cruzadas. Ambos dizimaram milhares de vidas inocentes pelo simples pecado de
não crerem em sua religião, em suas doutrinas. O argumento do catolicismo de
que os protestantes também fizeram uso da inquisição não os justifica, apenas
confirma a existência de tal fato, instituído pelo papa Gregório IX, em 1232,
para “reprimir” as heresias. Além disso, a incursão do catolicismo no Novo
Mundo serviu para dizimar muitas culturas indígenas, impondo-lhes a cultura e a
religião européias, não através da conversão genuína, mas da catequese. Outro
exemplo específico, e que é fruto da Inquisição, são os chamados “cristãos
novos”, judeus que abraçavam a fé cristã e negavam a religião judaica como
forma de escapar das garras da Inquisição.
Historicamente o
catolicismo romano esteve envolvido em diversas tramas que incluíam reis e
ditadores. A igreja de Roma teve grande influência para a realização do Golpe
militar de 1964, no Brasil, na tentativa de destruir a “ameaça comunista” que
de fato ameaçaria as suas bases hierárquicas...
A campanha religiosa contra o governo [Goulart] foi
desencadeada pelo cardeal do Rio de Janeiro, dom Jaime de Barros Câmara. Na sua
cruzada anticomunista, ele trouxe das Filipinas o padre Patrik Peyton, que,
sabe-se hoje, era agente da CIA, um especialista em “levantar” as massas
católicas contra o “comunismo ateu”, em nome da Virgem Maria (...) Historiadores
norte-americanos, como Jerome Levinson e Juan de Onis – citados no livro A igreja e a política no Brasil, do
ex-deputado e jornalista Márcio Moreira Alves –, fizeram descobertas
interessantes. Demonstraram na década de 70, que o padre Peyton não só era agente
da CIA como as várias marchas, promovidas em 1964 por associações femininas
católicas, foram financiadas por empresas norte-americanas e pelo Departamento
de Estado dos Estados Unidos (...) Logo após o golpe, difundiram-se os chamados
“Cursilhos da Cristandade”. Abusando da boa-fé de uns e do cinismo de outros,
em nome do “Chefão” (apelido que deram a Jesus Cristo), os cursilhos cumpriam
um papel de aglutinação ideológica com um toque de lavagem cerebral.
Arregimentavam pessoas com liderança na sociedade, principalmente na classe
média alta. Difundiam uma postura dita cristã, de respeito a ordem e de
solidariedade aos seus iguais, ou seja, os que estavam no poder ditatorial
(...) Os cursilhos receberam financiamento da Opus Dei, organização religiosa fascista
com sede na Espanha, manipulados pelos cursilhos, uma parte da igreja, clero e
leigos tornaram-se inocentes úteis ou usaram a inocência de muitos, reduzindo a
religião a uma alavanca política de poder.[15]
Embora não tenham sido todos os líderes católicos
a apoiar esse tipo de atitude[16],
estes fatos são patentes e estão registrados nos livros de História, vindo ao
conhecimento da maioria dos fiéis de Roma quando o seu papa expede pedidos de
perdão por excessos cometidos anteriormente por seus colegas “infalíveis”.
Mas na democracia em que
vivemos, conquistada a duras penas, não é mais possível que estas coisas se
tornem reais novamente. Resta, porém, o abuso psicológico com que os líderes
romanos ameaçam seus próprios fiéis. Cada pecado, cada investida contra a Santa
Sé representa tantos números de pena no purgatório. Sair da “única igreja
fundada por Cristo”, então, representa a perda da salvação.
Intolerância
Tudo o que estudamos
anteriormente na questão do abusos físicos mostra claramente a intolerância do
catolicismo frente às outras religiões e igrejas protestantes. Embora seu
discurso na mídia seja “ecumênico”, nas suas frentes de batalha encontram-se
fiéis devotados a pregar que todas as igrejas que não fazem parte do
catolicismo romano são seitas perigosas que necessitam ser combatidas todos os
dias, pois são perigosas instituições dirigidas por Satanás.
Esta intolerância
disfarçada com a máscara do ecumenismo, este total afastamento das verdades
bíblicas é que faz do catolicismo romano a maior seita da atualidade, sem
exagero, conforme veremos nas páginas que se seguirão. Nenhuma outra seita
consegue alcançar tamanha profundidade em suas doutrinas errôneas,
principalmente porque o catolicismo romano se diz cristão. Por isso deveria se
portar como tal.
[1] S.
AFONSO de Ligório, Glórias de Maria, p. 448.
[3] Ver
o texto já postado sobre os meios de salvação da igreja católica romana.
[4] Tanto
o Concílio do Vaticano II, como algumas traduções da Bíblia católica,
substituem a palavra “amor” pelo termo “caridade”, manipulando seu significado.
Por exemplo: a “caridade” de Deus nos leva ao “amor”. Querem com estes
equívocos firmar o dogma da salvação pelas obras, aludindo a epistola de Tiago
e esquecendo-se do restante da Bíblia.
[5] Com
exceção de “perversão sexual”, como veremos mais adiante.
[6] THEODOR
Schneider, Manual de Dogmática, vol. 1, p. 27.
[7]
P. FLAVIANO Amatulli Valente, Cuidado com as seitas, p. 31.
[9] O
estudo completo sobre este tema encontra-se no livro “Mariologia: doutrinas e
refutações”, de minha autoria, ainda inédito.
[10] S.
LUIS Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem, p. 21.
[11] S.
AFONSO de Ligório, op. cit., p. 118.
[13] PE.
FLAVIANO Amatulli Valente, op. cit., p. 21.
[14] Sobre
este tema deve-se estudar mais aprofundadamente sobre salvação pessoal.
[15] JÚLIO
José Chiavenato, O golpe de 64 e a ditadura militar, ps. 33.
[16] De
fato muitos religiosos resistiram ao golpe militar de 1964 e se tornaram presas
fáceis nas mãos dos militares e, por que não supor, dos próprios colegas de
hábito. Como também podemos absorver da História, a igreja católica acabou
formando frentes de batalha contra o golpe, apoiando a luta armada, inclusive
grupos marxistas. Centenas de católicos, inclusive padres acabaram sendo
torturados e mortos. Um exemplo foi frei Tito, perseguido, torturado e induzido
ao suicídio pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Suicidou-se na França, em
1974, aos 29 anos (CHIAVENATO, p. 128,129).
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