sábado, 28 de setembro de 2024

CONSELHOS PARA QUEM QUER SE LIBERTAR DO ALCOOLISMO

CONSELHOS PARA QUEM QUER SE LIBERTAR DO ALCOOLISMO
(Mizael Xavier)

O alcoolismo é uma doença que nem sempre é reconhecida pelo alcoólatra ou por sua família. Para muitos alcoólatras, o seu vício pode não ser tão sério, talvez não lhes traga problemas familiares sérios, como brigas constantes e agressões. No entanto, embora o mal pareça algo silencioso, ele esconde grandes perdas para a saúde mental, física e emocional, que, muitas vezes, desenvolvem-se aos poucos e que, por isso, podem não ser perceptíveis a curto ou médio prazo. O indivíduo vai-se acostumando à sua condição, até não perceber o labirinto em que está, e quando percebe, q saída já está bem mais complicada de ser encontrada.

O mesmo pode-se dizer da família do alcoólatra. Aquele costume aparentemente saudável de "tomar uma" nos finais de semana com os amigos ou familiares pode esconder um processo que já está em andamento ou já estabelecido na vida de alguém. O pai de família, por exemplo, pode passar o final de semana inteiro bebendo e, como ele bebe calado, na dele, ouvindo sua música e sem perturbar ninguém, todos acabam achando isso normal e até admirando seu hábito silencioso. Talvez não seria tão silencioso se alguém resolvesse impedi-lo de se embriagar. Infelizmente, assim como uma criança que fica durante horas diante do computador jogando, para muitos, é preferível que ele fique ali, só assim não dá trabalho.

Os conselhos a seguir servem para que, aquele que deseja pôr um fim ao seu ciclo de vícios, possa dar os seus primeiros passos. No entanto, não é necessário esperar que o alcoolismo se estabeleça como uma doença, mas é possível iniciar o tratamento e buscar a libertação antes que isto aconteça. Este livro não se destina apenas ao alcoólatra declarado, mas a todos que bebem "socialmente", que procuram algum benefício nas bebidas alcoólicas, um benefício que só existe na mente daqueles que produzem e comercializam espumantes e destilados, que lucram com a desgraça alheia. 


Reconheça o problema

O primeiro passo é admitir que o consumo de álcool está fora de controle e que você precisa de ajuda. Talvez você não se sinta fora do controle, talvez até se sinta senhor do seu vício, mas se existe uma vontade constante de ingerir álcool, você não está no controle. Aqueles que garantem que param quando quiser, com exceções, nunca conhecem este dia de parar e seguem se embriagando. Mas não basta reconhecer o problema, é preciso aceitá-lo como problema que é e ter a vontade e a iniciativa de dar os passos necessários para a cura e a libertação. Meu pai reconhecia que enfrentava problemas com o álcool, mas isso não o incomodava, porque era algo de que ele gostava, até que morreu. Nunca é tarde demais para quem ainda está vivo e pode lutar contra o vício, cuidar de si mesmo com amor próprio e trazer bem-estar à própria família.


Procure apoio profissional

Este é um livro cristão e você aprenderá, mais adiante, como alcançar a cura plena para o problema dos vícios, que nada mais são que o resultado de uma vida distante de Deus. No entanto, além da terapia operada pelo Espírito Santo, o tratamento do alcoólatra não exclui a necessidade de tratamento médico e psicológico. Todas as ciências foram criadas por Deus! Buscar ajuda de médicos, psicólogos ou psiquiatras especializados em dependência de álcool é crucial para receber orientação adequada. 


Participe de grupos de apoio

Você pode e deve procurar algum grupo terapêutico, como os Alcoólicos Anônimos (AA), que deve ter na sua cidade. Exponha as suas dores, conte a sua história, solicite um acompanhamento especializado. Grupos como o Alcoólicos Anônimos fornecem suporte emocional, experiências compartilhadas e um ambiente de acolhimento para ajudar no processo de recuperação. Deixe a sua família a par do seu tratamento, peça que o apóiem e não deixe de compartilhar as suas vitórias.


Faça um plano de ação

Estabeleça metas claras e realistas para parar de beber, começando com uma data específica para iniciar a sobriedade. Para isso, você não precisa esperar a virada de ano nem fazer algum tipo de promessa a algum santo ou santa. Basta você decidir internamente que quer parar de beber e se preparar para o processo, onde mudanças serão necessárias e virão muitas perdas igualmente necessárias, acima de tudo de "amigos" que se afastarão de você. Se você ainda não é crente em Cristo Jesus, também poderá orar a Deus e lhe pedir força, graça e coragem. Em momento algum se desvie do alvo, mas siga firme, entendendo que todo o sofrimento com a abstinência do álcool é como um bálsamo purificador para o seu organismo.


Evite gatilhos

Identifique os fatores que desencadeiam o desejo de beber (como locais, pessoas ou situações) e tome medidas para evitá-los. Ficar longe de festas, bares ou encontros sociais onde o consumo de álcool é comum pode ajudar a evitar tentações. Este conselho também é dado àqueles que saíram de um relacionamento e querem superá-lo: pensar nas alegrias passadas, alimentar a saudade, visitar locais e manter atividades que recordem o passado, apenas aumentam a dor ou conduzem a uma recaída. Por algum tempo, talvez seja necessário rejeitar convites, até mesmo, para comemorações em família em que se sabe que haverá consumo de bebidas alcoólicas. Embora a maioria das pessoas que querem o seu bem saberão respeitar sua decisão de não mais beber, haverá o cheiro da bebida, a "alegria" dos ébrios, o convite de um e dê outro para "só uma taça de cerveja", até que você pense: "Acho que uma tacinha só não vai fazer mal". Evite esse tipo de justificativa: não se permita racionalizar ou justificar o consumo de álcool em "pequenas doses". Mantenha-se firme em sua decisão.


Desenvolva uma rede de apoio

Conforme relatei, meu pai tinha uma rede de apoio para beber sempre: família e amigos, até quando todos perceberam a sua terrível situação. Tarde demais. Infelizmente, em determinadas circunstâncias, afastar-se de algumas pessoas será necessário. Mas o contrário também deve ser feito: cerque-se de amigos e familiares que incentivem seu objetivo de parar de beber e que estejam dispostos a oferecer apoio emocional. Procure ajuda na igreja, conte o seu problema e o seu propósito, solicite um acompanhamento espiritual. Não precisa ter vergonha, medo do julgamento, nada disso. Pense apenas na coisa certa a ser feita, no bem que é necessário para você e aqueles que você ama e te amam também.


Substitua o álcool por alternativas saudáveis

Encontre atividades prazerosas que possam substituir o ato de beber, como fazer exercícios, hobbies ou outras atividades relaxantes. Existe uma piada entre os crentes que diz que crente não bebe, mas gosta muito de comer. De fato, como fica comprovado nas reuniões, celebrações, festividades e momentos de lazer dos cristãos evangélicos, não é necessário uma úncia gota de álcool para que haja festa, alegria, confraternização e reuniões de amigos. Se você ainda não frequenta uma igreja, pode praticar um esporte, envolver-se em atividades filantropas, ir ao cinema com a família, ler bons livros, fazer teatro, escrever poemas ou suas memórias. Quem sabe estudar culinária, pintura, artesanato, canto, dança. As opções de atividades saudáveis são praticamente inesgotáveis. Escolha aquela que mais combina com você, com seus talentos, habilidades e aspirações artísticas ou profissionais. Ocupe a sua mente com tudo que constrói.


Defina limites diários

Caso parar completamente seja difícil no início, defina um limite rígido para a quantidade de álcool que consome, diminuindo gradualmente. Lembre-se: o seu objetivo não é beber menos, mas parar de beber. Para aquele que reconhece o seu problema com o alcoolismo, beber pouco nunca será uma opção, mas ele deve erradicar completamente este mal da sua vida. Assim como existem aqueles que tomam refrigerante uma vez por semana e um copo ou dois no máximo, existem pessoas que não possuem o costume de beber, mas só o fazem em alguma ocasião especial. Até mesmo esses não precisam nem deveriam injerir bebida alcoólica, que não promove nenhum tipo de bem. Já aqueles que sabem que não podem beber, nem mesmo em ocasiões especiais devem fazê-lo. Mas se você achar que pode diminuir gradualmente, faça isso até o ponto em que perceber que já é possível cessar de vez o consumo.


Pratique o autocuidado

O consumo regular de bebidas alcoólicas não é um bom indicativo de saúde. Na gastronomia, existem alguns pratos especiais que pedem determinado tipo de vinho, mas quando o beber vinho se transforma em um hábito difícil de abandonar e uma necessidade, deixa de ser um acompanhamento e passa a ser um alerta. Nosso organismo não precisa de álcool. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um padrão de consumo de álcool que seja seguro. O que vale mesmo é trocar as bebidas alcoólicas por hábitos saudáveis e pelo cuidado com nosso bem mais preciso: a saúde. Cuidar da saúde mental, física e espiritual é essencial. Durma bem, alimente-se adequadamente e faça exercícios regularmente para fortalecer o corpo e a mente. Além disso, mantenha seus relacionamentos saudáveis, incluindo a sua relação com Deus.


Busque terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem psicoterapêutica baseada na ideia de que nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos estão interconectados. Ela busca identificar e modificar padrões de pensamento distorcidos ou negativos que levam a comportamentos indesejados e emoções disfuncionais, promovendo mudanças positivas na vida do paciente. A TCC ajuda a mudar os padrões de pensamento que levam ao consumo de álcool, promovendo uma mentalidade mais saudável. Na Bíblia, esta mudança se chama "metanoia", ou "transformação da mente", que se dá pelo poder de Deus (Romanos 12:1,2), mas também envolve tratamento espiritual e orientação pastoral. É importante que coisas novas e saudáveis assumam o lugar de todos os pensamentos e sentimentos que geram o desejo pelo álcool.


Crie uma rotina nova

Existem pessoas que seguem uma rotina praticamente religiosa em seu vício: bebem as mesmas bebidas, nos mesmos dias, nós mesmos horários, no mesmo bar e na mesma roda de amigos. Libertar-se do vício não significa apenas abandonar o consumo de bebida alcoólica, mas todos esses agregados, incluindo os "colegas de copo". Existe toda uma rotina que gira em torno do alcoolismo e que precisa ser quebrada. Uma mudança na rotina diária pode quebrar o ciclo do consumo de álcool. Inclua atividades que preencham o tempo livre de forma produtiva. Um espaço vazio trará angústia e ansiedade, por isso, mantenha-se ocupado: Ficar ocioso pode aumentar a vontade de beber. Envolva-se em projetos, trabalhos voluntários ou novos hobbies para ocupar a mente. Ocupe sua mente, seu coração e toda a sua vida com tudo que seja benção, não somente para você, mas para aqueles que você ama e que te amam também.


Controle o estresse de forma saudável

Muitas vezes, o consumo de bebidas alcoólicas está ligado à fuga ou ao alívio do estresse diário. Pressão no trabalho, crises conjugais, problemas financeiros, decepções, baixa autoestima e incertezas quanto ao amanhã são apenas alguns dos fatores que podem fazer com que alguém "afogue as suas mágoas" numa mesa de bar. No entanto, Em vez de recorrer ao álcool, aprenda a lidar com o estresse por meio de técnicas atividades saudáveis, como já vimos. Além de terapia, você também pode fazer o mais importante e eficaz: ler a Bíblia, orar, reservar um tempo a sós com Deus para conversar com Ele, desabafar, pedir a sua orientação e graça. A prática da espiritualidade cristã não anestesia como o álcool, mas liberta e cura os cativos.


Viva o processo com paciência

O caminho da cura é diferente para cada um. Muitos alcoólatras, após a sua conversão a Jesus, param imediatamente de beber. Outros, no entanto, abandonam o vício aos poucos, com muita oração e cuidados. Ambos poderão ter uma recaída. Para a grande maioria, o processo de recuperação pode ser longo e desafiador, como acontece com qualquer outro pecado ou vício. Se vier a acontecer, reconheça as recaídas como oportunidades de aprendizado. Enquanto a esforça, Monitore seu progresso: você pode manter um diário para anotar os dias em que se manteve sóbrio, suas emoções e os desafios enfrentados. Isso ajuda a manter a motivação. Além disso, estabeleça recompensas: recompense-se por pequenas vitórias no caminho para a sobriedade. Pode ser algo simples, como um passeio ou comprar algo que deseja. Comemore com sua família, divulgue seu progresso para estimular outros a vencerem também o seu vício.


Afaste-se de más influências

Infelizmente, nem todos compreenderão ou aceitarão a sua decisão e a sua mudança. Enquanto muitos "amigos" não estarão mais com você, outros insistirão em convencê-lo a retomar a sua vida ébria. Já escutei comentários sarcásticos sobre alcoólatras que abandonaram sua vida boêmia; tanto pior se eles passaram a frequentar a igreja. Os antigos amigos riem deles e ainda dizem coisas do tipo: "Sabe fulano que vivia bebendo conosco e dava trabalho em casa? Ele entrou para a lei dos crentes e agora só quer ser santo". O comentário bem que poderia ser: "Sabe beltrano que vivia bêbedo e batia na esposa? Graças a Deus agora ele é crente e está liberto do vício. A sua casa está uma benção". Afaste-se de quem quer te aproximar da desgraça. Caso amigos ou conhecidos incentivem o consumo de álcool, considere se afastar deles temporariamente para proteger sua recuperação. Você não nasceu para agradá-los nem lhes deve satisfação alguma.


Acredite em si mesmo

Não somente em relação ao alcoolismo, mas em tudo na nossa vida podemos ser levados a pensar que não seremos capazes de conquistar ou superar algo. Isso, em muitas vezes, está ligado à visão que as pessoas têm de nós e que nos influenciando, ou seja, não nos enxergamos através dos nossos próprios olhos, mas pelas lentes embaçadas e distorcidas dos outros. Se dizem que não temos valor, nós nos sentimos sem valor; se dizem que não vamos conseguir, achamos que nem adianta tentar. O que devemos fazer é ter uma visão correta de nós mesmos. Desse modo, conheceremos nossas virtudes e defeitos, nossas limitações e potencialidades. Talvez hoje você realmente não possa vencer a dependência química, mas se der o primeiro passo, desenvolverá está capacidade. Portanto, desenvolva a confiança de que você pode superar o vício. Cada passo dado na direção certa é uma conquista que reforça sua capacidade de parar de beber. Acima de tudo (e este é o tema principal deste livro) confie no poder de Deus.

Esses conselhos podem ser adaptados às necessidades individuais. Embora este livro trate diretamente do alcoolismo, todos os conselhos que você acaba de ler e o conteúdo que verá nas próximas páginas podem ser aplicados a toda espécie de vícios: drogas, remédios, jogos, sexo, pornografia, entre tantos outros. Todos partem de uma mesma raiz e possuem a mesma finalidade. Todos escravizam, destroem a saúde física, mental, emocional e espiritual. Todos afetam relacionamentos, destroem sonhos, causam vergonha, trazem prejuízos financeiros e podem gerar a morte. Não existe vício que seja mais ou menos bom. Até às coisas mais corretas e saudáveis se transformam em mal quando acabam se tornando vícios. Em todos os casos, o apoio contínuo de profissionais e da rede de apoio é fundamental para alcançar e manter a sobriedade. Faça da família, dos verdadeiros amigos e, acima de tudo, de Deus os seus aliados nesta luta. Você consegue!

ATENÇÃO: Este texto faz parte do livro: ALCOOLISMO: CURA E LIBERTAÇÃO - CONHEÇA OS MALES DO ALCOOLISMO E SAIBA COMO JESUS PODE TE LIBERTAR. Lançamento em e-book em breve. Veja a capa.


Maiores informações:
mizaelsouzaxavier@gmail.com

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