O homem se orgulha do seu trabalho
E das obras das suas próprias mãos
Olha para o seu sonho realizado
E enxerga nele cada gota de suor derramado
Todas as noites que passou em claro
Todo o esforço investido
E tudo aquilo de que precisou abrir mão
Para que finalmente chegasse
Onde exatamente está.
É a sua glória, o seu apogeu!
Olha para a platéia e curva-se
À espera de ovações e reconhecimento
É ele o ator principal da sua história
O autor único das suas conquistas
O arquiteto das suas grandes vitórias
Ele mereceu estar ali
Ele certamente está feliz por isso.
Oh, homem insensato!
O que ele possui que de Deus
Não o tenha recebido?
Quem, por mais talentoso que seja
Por maiores aptidões que possua
Por mais dinheiro que consiga juntar
Pode controlar o seu próprio destino
Ou simplesmente garantir a certeza
De acordar vivo no outro dia?
Ora, de onde vem o ar que alimenta seus pulmões
Ou quem criou a atmosfera que o envolve?
Quem criou os dinossauros que morreram
E que apodreceram no subsolo
Para se transformarem em combustíveis fósseis
Que fazem seus carros andarem
Que fazem funcionar suas fábricas
Que produzem os seus bens?
Quem criou a terra, as plantas
E os animais que lhe servem como alimento?
Quem formou todas as riquezas minerais
Todos os elementos químicos
Ou quem dispôs em perfeita harmonia
Todas as leis que regem a natureza
As leis da física, da química, da biologia
As leis da matemática e tantas outras mais?
Quem mantém o sol e a lua exatamente onde estão
E os impede de se aproximar ou se distanciar
Um único grau do nosso planeta
Impedindo que todo ser vivo morra queimado ou congelado?
Quem criou os ciclos das chuvas
E pôs o nível nos oceanos e mares?
Quem criou o solo que faz crescer as hortaliças
E que alimenta o gado, os cavalos
E todos os animais dos quais tal homem depende?
Ou quem criou todos esses animais?
Mas o homem olha para o céu e as estrelas
Olha para a riqueza ao seu redor
Senta-se sobre suas grandes conquistas
E diz a si mesmo:
“O universo inteiro conspira a meu favor”.
E quem criou o universo que o rodeia?
Quem o colocou no universo para existir
Nesse minúsculo planeta chamado Terra?
Assim como o orvalho da manhã é a vida do homem
Seca-se aos primeiros raios do sol
Com a brisa que sopra sobre as árvores
Ou como as inconstantes ondas do oceano
É o homem e todas as suas conquistas.
Aquilo que é sólido como uma rocha hoje
Amanhã pode esvair-se como poeira
Aquilo que traz grade certeza ao seu coração
Amanhã poderá ser a sua loucura.
Diante da vida que não se medra
Ou da morte sutil que nunca se espera
Caem as conquistas desse homem insano
E todos os seus sonhos e os seus planos
Como fruta apodrecendo no pomar
Lançam-se ao chão e delas ninguém jamais falará
E jamais poderão lhe garantir a felicidade
E a satisfação de construir castelos
E conquistar tesouros eternos
Onde a traça e o tempo não podem roer
Ou os ladrões e as circunstancias não podem roubar.
Quisera o homem olhar para os céus
Com os joelhos cravados na terra em adoração
Agradecendo a Deus cada gota de vida
E cada sucesso que sua vida alcance
Reconhecendo nele o autor de tudo que há
De quem vem todo dom perfeito
E de quem procede todas as boas dádivas
Todas as graças que nos trazem alegria
E todas as coisas que nos permitem estar vivos.
Ah, que orações lindas seriam feitas
Dedicando a ele o lugar mais alto no pódio
E esperando dele a força e a capacidade necessárias
Para continuar lutando, vencendo
Para poder todos os dias abrir os olhos e dizer:
“Estou vivo em mais um dia que Deus me deu”.
E aquele será o único dia, a única oportunidade
O momento exato de todas as coisas acontecerem
Sob a benção do criador da vida
Do autor e consumador da nossa fé
Do Deus da nossa salvação.
Amém.
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