segunda-feira, 18 de outubro de 2021

DISCIPULADO CRISTÃO: O QUE É? COMO ACONTECE?

 


12. DISCIPULADO


O evangelismo não acaba após a conversão do pecador. O evangelista é um multiplicador do Reino de Deus. O seu objetivo não é estagnar, mas crescer, conduzir as pessoas em seu crescimento e conquistar novos discípulos para o Senhor. O termo “discípulo” (gr. mathetés, fem. mathetria) significa um aprendiz, um aluno. Após a morte e a ressurreição de Cristo, “discípulo” tomou uma conotação bem abrangente, passando a designar “seguidor”, “crente”; isto é: o “cristão”. Então, quando o Senhor ordena fazer discípulos (ou discipular, gr. matheteusate), ele está ordenando que seus discípulos ensinem aquilo que aprenderam dele (v. 20). Tal ensinamento é contínuo e não acabará jamais; o cristão estará sempre no processo de construção do seu conhecimento de Deus e da sua Palavra. Deus, através do seu Santo Espírito, dá poder e dons aos seus filhos para a grande obra do “Indo” de Jesus. O objetivo desses dons, de acordo com Efésios 4:11-16, é o aperfeiçoamento dos santos e o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo. Paulo escreveu a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para transmitir a outros” (2 Tm 2:2). Isto significa que Timóteo deveria se empenhar em fazer e treinar discípulos para que eles estivessem aptos a fazer e treinar novos discípulos, criando uma cadeia de discipulado constante. A orientação de Jesus aos seus discípulos é repetida por Paulo: “Ensinando-os” (Mt 28:20), “transmite... instruir a outros” (2 Tm 2:2). A educação faz parte da missão e do discipulado, envolvendo o caráter fiel e idôneo do discípulo-discipulador.

Uma Igreja que não discipula nem ensina os seus membros, abre as portas não somente para as heresias, mas para uma espiritualidade débil e uma fé infantil, frágil e infrutífera. Aqui se percebe claramente a atuação do Espírito Santo, porque é Ele quem ensina todas as coisas que o crente precisa saber (Jo 14:25,26). Se os crentes não são lembrados daquilo que a Bíblia ensina, estão fadados a esquecê-lo, o que afetará a sua fé, o seu caráter, o seu comportamento e o seu desempenho no Reino de Deus. O apóstolo Paulo constantemente exortava aos irmãos a respeito do seu progresso na fé, conforme já inteirados pelas instruções que receberam do Senhor Jesus (1 Ts 4:1,2). Logo, quando alguém é convertido e passa a frequentar a Igreja, todos os ministros precisam investir no acompanhamento desse novo discípulo de Jesus, fortalecendo a sua fé por meio da comunhão com os irmãos, da prática das boas obras e do aprendizado da Palavra de Deus.

O discipulado dos novos crentes envolve:

a) Integração. A integração é um momento de socialização, de inserção do novo convertido na vida da comunidade. É nesta etapa que ele conhece os valores da Igreja, suas políticas de relacionamento, seus deveres e seus direitos, as normas internas e aqueles que fazem parte da sua nova família. O novo convertido perde um pouco da sua individualidade para assumir o seu lugar no grupo, ajustando-se às suas novas responsabilidades, às convenções e aos padrões de comportamento comuns. É importante que a Igreja valorize este momento, porque é quando o novo crente precisará de maior acompanhamento para o desenvolvimento da sua nova fé. Muitas igrejas negligenciam a integração, recebendo novos membros e deixando-os soltos, sem fortalecê-los nem se importar com eles. A integração começa com o recebimento no novo convertido e passa pelos processos a seguir. Ela deve estar solidamente baseada na Bíblia, deve ser feita com amor e cuidado, atentando para a realidade espiritual de cada novo membro, auxiliando-o em suas dificuldades e necessidades, cooperando positivamente com o fortalecimento da sua fé. A escolha dos discípulos de Cristo é um excelente exemplo de integração. Os doze passaram por todo o processo: foram chamados, inseridos no grupo, ensinados e empoderados para cumprirem sua missão (Mt 10:5-15; Mc 6:7-13).

b) Desenvolvimento. O desenvolvimento se dá a partir do momento em que o pecador se converte. É Deus quem efetua esse crescimento através do processo de santificação (1 Co 6:11; Ef 1:4; Hb 12:14; 1 Pe 1:14-16; 1 Ts 4:3; Gl 5:19-25). Paulo orou pelos Colossenses, a fim de que eles vivessem “de modo digno do Senhor para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra, e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1:10). O desenvolvimento do cristão envolve: vida íntegra, prática de boas obras e crescimento constante por meio do aprendizado. Ao recomendar o cuidado contra a influência dos falsos crentes, Pedro exorta seus leitores: “antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Aos crentes de Éfeso, Paulo escreve: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo” (Ef 4:15). Esse processo de desenvolvimento contínuo do crente envolve a santificação, com o abandono de pecados (Tt 2:11-14). Aos filipenses, Paulo exorta a que desenvolvam a sua salvação com temor e tremor (Fp 2:12), sendo que esse desenvolvimento é operado por Deus (v. 13) e envolve a preservação da palavra da vida (v. 16). No auxílio ao desenvolvimento do crente, a Igreja o encaminhará na descoberta do seu lugar no corpo de Cristo, tanto pelo uso do dom espiritual quanto pela aplicação das suas habilidades naturais. Um curso para vocacionados é uma excelente ferramenta de desenvolvimento do cristão.

c) Acompanhamento. Acompanhar significa estar ao lado, observar, auxiliar. Durante três anos, o Senhor Jesus acompanhou o desenvolvimento dos seus discípulos, a quem ensinava e fortalecia. Ele não os escolheu e enviou sem o equipamento necessário e sem antes ensiná-los sobre o que deveriam ser e fazer. Antes de subir aos céus, prometeu o Consolador, que daria continuidade ao seu ensino (Mt 28:20). Todas as Igrejas devem ser ambientes de aprendizagem e crescimento, onde a estagnação espiritual, moral, intelectual, motivacional, relacional e organizacional sejam trocadas por treinamento, desenvolvimento, capacitação, avaliação e acompanhamento constantes, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Em primeira mão, esse ambiente deve ser proporcionado pelas lideranças, mas elas mesmas devem se entregar a tal processo, o que envolve, além da vontade e da disposição necessárias, tempo de oração, leitura da Palavra e prática do amor fraternal. É o amor que confirma e solidifica o corpo de Cristo (Ef 4:16; Fp 1:9) e motiva o seu trabalho e crescimento (1 Ts 1:3). A igreja deve viver no amor de Cristo, de modo que ele seja transbordante (1 Ts 3:12) e aumente a cada dia mais (2 Ts 1:3). O novo convertido precisa sentir-se valorizado e saber que é útil, que a Igreja se importa com o seu bem-estar e está disposta a investir nele, criando, assim, um servo valoroso para o Reino de Deus.

d) Ensino. Vemos como tudo aponta para o “conhecimento”, o que envolve a intelectualidade do ser humano. Até mesmo para amar é preciso saber o que é amar e como expressar este amor segundo a vontade de Deus. O ensino é a forma mais elementar e relevante de discipulado. (Mt 4:23; 9:35; 11:1; 28:20; Lc 20:1; At 5:42; 15:35; 1 Tm 4:12). O ensino doutrinário deve estar presente desde o início da vida cristã, onde o novo convertido adquire os conhecimentos bíblicos elementares e com o tempo passa a receber alimento mais sólido. O conteúdo deste ensino é o próprio Cristo (At 28:31). Desprezar a doutrina no exercício da fé é desprezar a própria fé, que está fundamentada na doutrina. A Palavra inspirada nos ensina, repreende, corrige, instrui, aperfeiçoa-nos e nos prepara para toda boa obra (2 Tm 3:16,17). É preciso lembrar o caminho certo a ser feito: da doutrina para a experiência, não o contrário. É a doutrina que fundamenta a nossa experiência com Deus, não o inverso. Se existem a Palavra e a doutrina, logo existe o seu ensino (1 Tm 4:13). Se não há ensino, a fé se dobra diante das heresias e da espiritualidade fraca e controversa (1 Tm 1:3,4; Gl 1:6-9). A doutrina é importante não somente para definir aquilo que cremos, mas também quem somos. Permanecer na doutrina de Cristo é crucial para revelar se estamos ou não em Deus (2 Jo 9). Se quisermos crentes fiéis e sadios, precisamos ensiná-los e discipulá-los constantemente.

A falta de estudo da Bíblia é uma demonstração clara de falta de amor para com o seu Autor. Como leite espiritual que a Palavra de Deus é e bússola para o cristão, ela precisa tornar-se o centro de nossas vidas. A partir do momento que deixamos de beber dela, deixamos de absorver seus ensinamentos necessários à nossa vida espiritual, deixamos de ter base para o evangelismo pessoal e perdemos a oportunidade de conhecer mais de Deus. O foco principal desta questão, assim como de todas as outras, é o amor. Sem amor a Deus e a sua Palavra, sem valorizar o aprendizado das Sagradas Escrituras como algo vital para a saúde do corpo de Cristo, torna-se difícil carregar a marca do Espírito, uma vez que se despreza a Palavra que Ele próprio inspirou e que o revela. Sem Bíblia, sem Igreja (Rm 10:8,17; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; At 2:41; 17:11; Sl 1:1,2; 119:105; 109:11,97; Is 37:26; Cl 3:16; Ef 1:17; 6:17,18).

e) Consolidação. A consolidação é a confirmação da vocação cristã. O apóstolo Pedro escreveu: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2 Pe 1:10). Todo este processo de discipulado serve para fortalecer e confirmar a fé do novo convertido. Aqueles que jamais se converteram a Jesus de verdade, não demorarão a abandonar o Caminho, uma vez que percebam que existe uma variedade imensa de responsabilidades, onde o abandono de pecados, a preocupação com os outros, a necessidade de servir e a expectativa de sofrimentos e perseguições ajudam a separar o joio do trigo, os bodes das ovelhas. Quem se decidiu por Jesus por qualquer motivo que não seja o humilde arrependimento para a conversão gerado pelo Espírito Santo, com o intuito de abandonar a si mesmo para servir e adorar irrestritamente a Deus, não tarda a olhar para trás e voltar ao que era. Podemos estar certos de que aqueles eu foram enviados a Cristo pelo Pai jamais desistirão da fé, muito pelo contrário. O Senhor afirma: “eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44).

Neste capítulo seis do Evangelho segundo João, após o discurso de Jesus a respeito si mesmo como o pão da vida (vs. 45-59), muitos se escandalizaram e já não o seguiam mais (vs. 60,66). O Senhor, então, desvenda-nos uma verdade: é o Espírito quem vivifica, de modo que não pode permanecer no Senhor aquele que não possui o Espírito Santo, que não se identifica com Cristo por meio de uma fé genuína e do novo nascimento. Mesmo que aos nossos olhos todos sejam crentes, Jesus sabe os que verdadeiramente são. Ele afirmou: “Contudo há descrentes entre vós”, pois “Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (v. 64). Ele, então, repete: “Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido” (v. 65). Isso apenas confirma o que aprendemos a respeito da conversão. Nem todos os que seguem a Jesus foram trazidos por Deus; logo, não são convertidos e provavelmente alguns jamais serão. Por fim, a consolidação do discípulo de Jesus se dá pela prática da sua Palavra, pela santidade (Hb 12:14), oração (At 2:42) e a comunhão com os irmãos (Hb 10:24,25; Gl 5:13).

f) Encaminhamento. O encaminhamento neste processo inclui o fortalecimento da fé cristã por meio do discipulado em si e o despertamento para as vocações, onde o novo convertido é orientado a participar ativamente da obra de Deus, tanto na sua vida cotidiana quanto através de um ministério da Igreja. A Igreja pode agir como facilitadora dessa descoberta, promovendo cursos vocacionais e outras estratégias que auxiliem seus membros na busca por sua vocação. O ensino bíblico é o mais importante meio para este fim. Muitos crentes não se sentem a vontade para servir porque não sabem como nem onde, porque não foram instruídos sobre essa necessidade nem estimulados a tornarem-se obreiros produtivos. Embora a capacitação e o empoderamento principal partam da graça de Deus e da ação do Espírito Santo, a Igreja possui um papel educativo, que envolve o discipulado nessas questões. No encaminhamento o novo convertido toma conhecimento dos dons espirituais e da sua importância. Ele é estimulado a descobrir o(s) seu(s) dom(s) e a colocá-lo(s) em prática para auxiliar na edificação do corpo de Cristo.

g) Controle. O controle é o meio pelo qual a liderança da Igreja se assegura de que aquilo que está sendo ensinado tem sido praticado, se o novo convertido está se desenvolvendo positivamente e cumprindo o seu papel. A Bíblia está repleta de exemplos de controle, tanto da parte de Deus com relação aos homens, quanto da parte dos homens com relação à obra de Deus e aqueles que a realizam. O apóstolo Paulo, por exemplo, em todas as suas epístolas demonstra o seu cuidado com as igrejas que havia plantado, direcionando a vida espiritual, ministerial e prática dos irmãos, como, por exemplo, no caso da coleta aos santos pobres de Jerusalém (2 Co 8:10,11) e na avaliação do progresso das igrejas (At 15:36), o que se pode ver na apresentação das suas credenciais de apóstolo (1 Co 12:11-21). Também a Timóteo Paulo deu diversas ordens, no sentido de controlar de forma positiva o seu ministério (cf. 1 Tm 1:3,4; 3:4,5; 5:1; 6:9-11,13,14,17-21). Não devemos enxergar o controle como uma forma ditatorial de manter os crentes sob domínio do pastor e da denominação, mas como uma forma de avaliá-los, orientá-los, auxiliá-los na sua caminhada cristã e na identificação de falhas e avanços. A correção de Deus aos seus filhos, em Hebreus 12:5-7, é um claro exemplo da forma controlada como Deus opera na vida do cristão. A própria Escritura serve como controle da vida espiritual da Igreja (2 Tm 3:16,17). Moisés controlava de perto toda a obra da construção do tabernáculo (Êx 39:32-43). Por meio do profeta Samuel, Deus corrigiu a atitude de Saul, demonstrando total controle sobre a sua obra (1 Sm 15). Neemias também oferece um claro exemplo de controle (Ne 13:23-25). O controle é, para o líder, uma forma de responsabilidade e amor pela obra de Deus.

h) Multiplicação. A multiplicação ocorre quando o discípulo torna-se discipulador, como vimos na introdução deste capítulo. Quando isso acontece, significa que ele está aprendendo e amadurecendo na sua fé. Significa, também, que é um verdadeiro discípulo de Jesus. A Igreja deve incentivar e agir como facilitadora dessa multiplicação, oferecendo cursos, métodos, ferramentas e todo apoio necessário para que o crente possa servir a Deus com excelência.

Este estudo faz parte do livro CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS, módulo 3: “Métodos evangelísticos”, do autor Mizael Xavier. Disponível em formato de livro digital no site ou no aplicativo da Amazon. Veja a capa:



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terça-feira, 12 de outubro de 2021

NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS PELOS SENTIMENTOS DOS OUTROS

 


NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS PELOS SENTIMENTOS DOS OUTROS

(Mizael Xavier)


A partir do momento que temos a consciência de que as nossas palavras e ações não existem para prejudicar de alguma forma o nosso ex, não devemos nos sentir culpados por aquilo que ele pensa, sente ou faz. Ou melhor: não somos culpados em momento algum! Cada um dá a sua própria resposta aos estímulos externos e internos que recebe na vida. Somos responsáveis por nossos atos. Por mais que palavras e ações venham para nos ferir, somos nós que decidiremos se sentiremos ou não a dor. Podemos nos ofender ou não com uma ofensa, revidar uma agressão, acreditar numa palavra de maldição, retribuir o mal com o mal ou com o bem. Ninguém pode culpar ninguém por aquilo que é e faz. A não ser que haja uma arma apontada para a nossa cabeça, somos os responsáveis pelas nossas próprias escolhas e decisões. Ainda assim, neste caso, podemos escolher morrer a fazer o que julgamos não ser o correto, como negar a Jesus, por exemplo.

As ideias dos outros, suas crenças e valores, as consequências das suas escolhas e atitudes dizem respeito a eles próprios. Isto não significa que devemos “cutucar a onça com vara curta”, alimentar sentimentos negativos no coração do nosso ex ou iludi-lo de que lhe daremos uma nova chance. É necessário fazer de tudo para alimentar sentimentos, pensamentos e atitudes positivos. Embora não esteja no nosso poder comandar o coração e a mente de ninguém, quanto mais bem fizermos, melhor. Mas a resposta sempre partirá do outro. Podemos plantar confiança e colher desconfiança, semear amor e colher ódio, cultivar a paz e colher a guerra, regar a harmonia e colher a separação. Quem já não teve aquela sensação de que, por mais que façamos por onde manter o relacionamento, o outro não colabora? Após o fim de uma relação, seguimos o mesmo caminho: fazemos tudo para manter ao menos a paz e a sanidade, mas nem sempre o outro está disposto a isso.

Não podemos nos sentir culpados se o nosso ex entra em depressão, se desenvolve tendências suicidas, se ele se lança numa espiral destrutiva de álcool e drogas. Por outro lado, não podemos culpá-lo se fazemos isso quando vemos que o amor chegou ao fim e nos sentimos desprezados e abandonados. O problema está em quem não soube lidar com a perda. Algumas pessoas chegam a dizer: “Depois que fulano de tal o abandonou, ele vive jogado”. A culpa não está em fulano, mas em mim que me entreguei à tristeza em vez de tentar dar a volta por cima. Se meu ex não cuida de mim, cuidarei de mim mesmo. Se ele não me ama mais, continuarei me amando. Se não me valoriza, ainda mais me valorizarei. Se ele não quer mais saber de mim, eu quero e pronto! Mesmo que ele tenha semeado sentimentos negativos no meu coração, darei a resposta inversa, sentirei o certo, terei atitudes proativas, serei resiliente. Qualquer coisa que seja o contrário disso é culpa minha, não dele.

Eu já cheguei a culpar as pessoas pela minha total entrega à dor, à tristeza lancinante, à falta de rumo para seguir após o fim de uma relação. Eu dizia a mim mesmo: “A culpa é dela! Se ela não tivesse me abandonado, eu não estaria assim”. Mas também já fui a fonte de tristeza de alguém. Há alguns anos, uma pessoa que se dizia apaixonada por mim ameaçou se matar caso não fosse correspondida. Neste momento eu tive duas atitudes: primeira, agi com cautela em minhas palavras, procurei dissuadi-la daquela ideia insana, pois nunca sabemos de fato quem poderá cumprir esse tipo de promessa. Segundo, deixei bastante claro que, caso a promessa fosse cumprida, eu não me sentiria nem um pouco culpado nem carregaria para sempre esse peso na minha consciência. Assim como não somos responsáveis pelos sentimentos dos outros, não podemos nos deixar manipular por eles. E a pessoa prosseguiu viva e feliz.

A Bíblia diz, em Gálatas 6:5, que cada um é responsável por carregar o seu próprio fardo. Devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choraram, mas jamais nos alegrar nem chorar por eles, muito menos assumir qualquer responsabilidade pela sua autocomiseração. Eu não posso sentir a dor de ninguém nem ser responsabilizado por ela. Posso ser responsabilizado pelo que fez a dor nascer, mas pela dor em si, não. Não tenho o direito de agredir, xingar, humilhar, enganar ou maltratar ninguém, mas os sentimentos que surgem a partir daí, a forma como lidará com eles, é de responsabilidade de cada um. Gosto muito de uma frase de Eleanor Roosevelt, que diz: “Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento”. A mente e o coração das pessoas não são sistemas operacionais programados pra fazer o que queremos. Eles são autoprogramáveis, fazem aquilo que estão predispostos a fazer. Se fui abandonado pela minha ex, sentir-me a pior pessoa do mundo por causa disso é culpa minha, não dela.

ATENÇÃO: Este texto faz parte do livro NINGUÉM MORRE DE AMOR: COMO SUPERAR A DESILUSÃO AMOROSA, SER UMA PESSOA REALIZADA E FELIZ E VIVER UM NOVO AMOR, de Mizael Xavier, à venda no site ou no aplicativo da Amazon em formato de livro digital. Todos os direitos reservados (Lei 9.610/98). Veja a capa:



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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

TESTE O SEU CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS


 

PEGUE A SUA BÍBLIA E TESTE OS SEUS CONHECIMENTOS DA PALAVRA DE DEUS!

Marque as respostas certas de acordo com a leitura do texto bíblico de cada questão.

1. De acordo com Hebreus 9:27, após a morte segue-se:

a) o purgatório
b) a reencarnação
c) o juízo

CONFIRA TAMBÉM: 2 Coríntios 5:10; Apocalipse 20:11-15; João 3:16-19.

2. Em Romanos 3:23, o apóstolo Paulo diz que todos nós:

a) pecamos e carecemos da glória de Deus
b) somos pessoas boas
c) somos pecadores, mas não precisamos de Deus

CONFIRA TAMBÉM: Gálatas 3:22; Romanos 5:19.

3. Segundo o Senhor ensinou a Nicodemus, em João 3:16, Deus amou o mundo e enviou seu Filho para que todo aquele que nele crê tenha:

a) milagres e bênçãos financeiras
b) a vida eterna
c) a solução dos seus problemas

CONFIRA TAMBÉM: João 5:24; 10:28; 11:26; Tito 1:2; 1 João 5:11-13; Romanos 6:23.

4. De acordo com Romanos 10:9-13, o que devemos fazer para sermos salvos?

a) obras de caridade
b) penitências
c) confessar, pela fé, a Jesus Cristo, invocando o seu Nome

CONFIRA TAMBÉM: Efésios 2:8,9; Lucas 19:10; 1 Timóteo 1:15; João 12:47; Atos 2:21; 16:30,31; Hebreus 9:28; Romanos 1:17.

5. Em João 5:24, o Senhor Jesus disse que:

a) talvez nos dê a vida eterna se nele crermos
b) temos a vida eterna quando cremos
c) mesmo salvos, podemos entrar em condenação

CONFIRA TAMBÉM: Romanos 8:1; 1 Tessalonicenses 4:16,17; 1 João 5:12; João 10:9.

6. Em João 1:11,12, aprendemos que:

a) todos os seres humanos são filhos de Deus
b) nós nos tornamos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo
c) ninguém pode ser filho de Deus

CONFIRA TAMBÉM: 1 João 3:1,10; Romanos 8:16; Gálatas 3:26,27; 4:4-7; Romanos 8:14,15; 9:8.

7. Em Atos 4:10-12, o apóstolo Pedro afirma que só podemos encontrar a salvação:

a) na religião
b) na Igreja
c) no Nome de Jesus

CONFIRA TAMBÉM: Filipenses 2:9-11; Mateus 1:21; 1 Coríntios 6:11; Atos 2:38.

8. Os nossos pecados, segundo Atos 3:19, são apagados por meio:

a) da autoflagelação
b) do pagamento de indulgências
c) do arrependimento e da conversão

CONFIRA TAMBÉM: Atos 2:38; 3:19; 17:30,31; Lucas 13:3; 2 Coríntios 7:9,10; Mateus 3:8; 1 João 1:9; 2 Pedro 3:9; 2 Crônicas 7:14; Colossenses 3:5; Ezequiel 18:32.

9. De acordo com Apocalipse 20:13-15:

a) o lago de fogo é um lugar terrível, onde a própria morte e o inferno serão lançados, juntamente com quem não foi achado escrito no Livro da vida
b) o inferno não existe
c) o inferno existe, mas não é para as pessoas

CONFIRA TAMBÉM: Mateus 5:22; 13:41,42; 25:41; 2 Tessalonicenses 1:9; Apocalipse 21:8; 2 Pedro 2:4; 

10. Para os salvos, o que está reservado, de acordo com Apocalipse 21:1-7?

a) o mesmo que para aqueles do versículo 8
b) novos céus e nova terra, a bonança eterna ao lado do Senhor, a fonte da água da vida, o título de filho Deus

c) Prosperidade financeira, felicidade plena e saúde total nesta vida

CONFIRA TAMBÉM: 1 Tessalonicenses 4:16,17; João 14:2; Filipenses 3:20; 1 João 3:2,3; Apocalipse 3:21; 1 Coríntios 2:9.

Busque na sua Bíblia outros textos que comprovem as suas respostas, além dos já indicados. Conheça mais sobre Deus e a sua Palavra. Leia e estude a Bíblia.

Mizael Xavier

Gostou? Confira o gabarito:

1 - c
2 - a
3 - b
4 - c
5 - b
6 - b
7 - c
8 - c
9 - a
10 - b

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sábado, 2 de outubro de 2021

A OVELHA PEREGRINA: O SALMO 23 E A SALVAÇÃO

 


Um dos salmos mais conhecidos, amados e recitados da Bíblia é o Salmo 23. Nele, o rei Davi descreve o cuidado amoroso de Deus e a sua fé e confiança inabaláveis naquele que ele chama de “meu Pastor”. Antes de se tornar rei sobre Israel, Davi era pastor de ovelhas e estava familiarizado com as qualidades desses profissionais no cuidado com o rebanho. Ele utiliza, então, a figura de um pastor para exaltar o cuidado amoroso do seu Senhor. Logo de início, como veremos neste estudo, somos envolvidos pela realidade de que é o pastor quem escolhe as suas ovelhas, assim como o próprio Davi foi escolhido dentre os seus irmãos para ser ungido rei sobre Israel (1 Sm 16:1-13), que em breve passaria a ser reconhecido como “a Casa de Davi” (Zc 12:10). Aquele que escolhe é o mesmo que cuida do rebanho, que guia as suas ovelhas em segurança, que é capaz de sacrificar a si próprio por todas elas. Davi nos apresenta um Deus diferente dos deuses da sua época e de muitos deuses da atualidade: Ele não somente guia as suas ovelhas como se relaciona amorosamente com elas. Cada uma delas é conhecida pelo seu próprio nome. A fé de Davi é a fé de um homem que não somente crê na existência de Deus, mas mantém um relacionamento íntimo com Ele, o que traz aos leitores deste lindo salmo uma importante lição: conhecer o Pastor do Salmo 23 é bem mais importante que decorar e recitar as palavras deste salmo.

Uma das razões para este salmo ser tão popular entre crentes e até mesmo descrentes, é a atmosfera de segurança e proteção que permeia as suas palavras. Ter em um quadro na parede, em uma Bíblia aberta na estante da sala ou mentalmente decorado o Salmo 23, significa de alguma forma estar protegido por Deus, como igualmente ocorre com o Salmo 91. Todavia, apesar deste uso do salmo como um mantra protetor ou como a segurança de que os crentes terão tudo aquilo que desejarem de Deus – porque “nada nos faltará” –, este lindo poema vai muito além e nos revela um Deus salvador, capaz de não somente morrer por suas ovelhas, mas também mantê-las a salvo até a chegada ao aprisco eterno nos céus. O Salmo 23 não mostra apenas o cuidado do pastor com relação a suprimento, proteção e livramento, mas às questões relacionadas à salvação, santificação, perseverança e glorificação do crente no céu. Então, este não é apenas um salmo que mostra o cuidado de Deus com os seus servos, mas a comprovação de que as ovelhas do Senhor jamais poderão se perder. Ele não fala apenas de bênçãos materiais, mas da segurança eterna da alma do crente. Fomos comprados por preço: o sangue do próprio Pastor que deu a vida por suas ovelhas (At 20:28; 1 Co 6:20; 7:23; Gl 3:13). Ele saldou a nossa dívida e não podemos contraí-la mais, porque não pertencemos mais a nós mesmos, mas a Ele.

Todo o Salmo 23 descreve tudo aquilo que jamais falta na vida daquele que é ovelha do Pastor, que o salmista chama de Senhor, termo que escapa da compreensão de muitos apreciadores deste salmo. Cada versículo que estudaremos aqui diz respeito às provisões físicas e, acima de tudo, espirituais que gozam os servos de Deus. O Senhor do v. 1a se mostra: Provedor (v. 1b), Mantenedor (v. 2), Vivificador (v. 3a), Justificador (v. 3b), Glorioso (v. 3c), Protetor (v. 4a), Consolador (v. 4b), Vitorioso (v. 5a), Santificador (v. 5b), Amoroso (6a), Salvador (v. 6b). Deus se revela no Salmo 23 como Aquele que começou a boa obra em nós e há de completá-la (Fp 1:6). Ele não abandona as suas ovelhas, não desiste delas, não as considera bodes, mas o seu cuidado garante que elas jamais perecerão e que ninguém poderá tirá-las das suas mãos (Jo 10:27-29). Somente quem conhece o Pastor e se entregou totalmente aos seus cuidados pode ter esta certeza: nada nos faltará. Ele não nos faltará jamais. Ainda que sejamos infiéis e nos desgarremos do rebanho, Ele permanece fiel e sempre nos trará de volta (2 Tm 2:13).

Neste livro, apresento um estudo sobre o Salmo 23, com enfoque na salvação eterna dos crentes, as ovelhas do Sumo Pastor, o Senhor Jesus. Ele está à venda no site ou no aplicativo da Amazon. Conheça, também, outros títulos de minha autoria: