terça-feira, 12 de outubro de 2021

NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS PELOS SENTIMENTOS DOS OUTROS

 


NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS PELOS SENTIMENTOS DOS OUTROS

(Mizael Xavier)


A partir do momento que temos a consciência de que as nossas palavras e ações não existem para prejudicar de alguma forma o nosso ex, não devemos nos sentir culpados por aquilo que ele pensa, sente ou faz. Ou melhor: não somos culpados em momento algum! Cada um dá a sua própria resposta aos estímulos externos e internos que recebe na vida. Somos responsáveis por nossos atos. Por mais que palavras e ações venham para nos ferir, somos nós que decidiremos se sentiremos ou não a dor. Podemos nos ofender ou não com uma ofensa, revidar uma agressão, acreditar numa palavra de maldição, retribuir o mal com o mal ou com o bem. Ninguém pode culpar ninguém por aquilo que é e faz. A não ser que haja uma arma apontada para a nossa cabeça, somos os responsáveis pelas nossas próprias escolhas e decisões. Ainda assim, neste caso, podemos escolher morrer a fazer o que julgamos não ser o correto, como negar a Jesus, por exemplo.

As ideias dos outros, suas crenças e valores, as consequências das suas escolhas e atitudes dizem respeito a eles próprios. Isto não significa que devemos “cutucar a onça com vara curta”, alimentar sentimentos negativos no coração do nosso ex ou iludi-lo de que lhe daremos uma nova chance. É necessário fazer de tudo para alimentar sentimentos, pensamentos e atitudes positivos. Embora não esteja no nosso poder comandar o coração e a mente de ninguém, quanto mais bem fizermos, melhor. Mas a resposta sempre partirá do outro. Podemos plantar confiança e colher desconfiança, semear amor e colher ódio, cultivar a paz e colher a guerra, regar a harmonia e colher a separação. Quem já não teve aquela sensação de que, por mais que façamos por onde manter o relacionamento, o outro não colabora? Após o fim de uma relação, seguimos o mesmo caminho: fazemos tudo para manter ao menos a paz e a sanidade, mas nem sempre o outro está disposto a isso.

Não podemos nos sentir culpados se o nosso ex entra em depressão, se desenvolve tendências suicidas, se ele se lança numa espiral destrutiva de álcool e drogas. Por outro lado, não podemos culpá-lo se fazemos isso quando vemos que o amor chegou ao fim e nos sentimos desprezados e abandonados. O problema está em quem não soube lidar com a perda. Algumas pessoas chegam a dizer: “Depois que fulano de tal o abandonou, ele vive jogado”. A culpa não está em fulano, mas em mim que me entreguei à tristeza em vez de tentar dar a volta por cima. Se meu ex não cuida de mim, cuidarei de mim mesmo. Se ele não me ama mais, continuarei me amando. Se não me valoriza, ainda mais me valorizarei. Se ele não quer mais saber de mim, eu quero e pronto! Mesmo que ele tenha semeado sentimentos negativos no meu coração, darei a resposta inversa, sentirei o certo, terei atitudes proativas, serei resiliente. Qualquer coisa que seja o contrário disso é culpa minha, não dele.

Eu já cheguei a culpar as pessoas pela minha total entrega à dor, à tristeza lancinante, à falta de rumo para seguir após o fim de uma relação. Eu dizia a mim mesmo: “A culpa é dela! Se ela não tivesse me abandonado, eu não estaria assim”. Mas também já fui a fonte de tristeza de alguém. Há alguns anos, uma pessoa que se dizia apaixonada por mim ameaçou se matar caso não fosse correspondida. Neste momento eu tive duas atitudes: primeira, agi com cautela em minhas palavras, procurei dissuadi-la daquela ideia insana, pois nunca sabemos de fato quem poderá cumprir esse tipo de promessa. Segundo, deixei bastante claro que, caso a promessa fosse cumprida, eu não me sentiria nem um pouco culpado nem carregaria para sempre esse peso na minha consciência. Assim como não somos responsáveis pelos sentimentos dos outros, não podemos nos deixar manipular por eles. E a pessoa prosseguiu viva e feliz.

A Bíblia diz, em Gálatas 6:5, que cada um é responsável por carregar o seu próprio fardo. Devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choraram, mas jamais nos alegrar nem chorar por eles, muito menos assumir qualquer responsabilidade pela sua autocomiseração. Eu não posso sentir a dor de ninguém nem ser responsabilizado por ela. Posso ser responsabilizado pelo que fez a dor nascer, mas pela dor em si, não. Não tenho o direito de agredir, xingar, humilhar, enganar ou maltratar ninguém, mas os sentimentos que surgem a partir daí, a forma como lidará com eles, é de responsabilidade de cada um. Gosto muito de uma frase de Eleanor Roosevelt, que diz: “Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento”. A mente e o coração das pessoas não são sistemas operacionais programados pra fazer o que queremos. Eles são autoprogramáveis, fazem aquilo que estão predispostos a fazer. Se fui abandonado pela minha ex, sentir-me a pior pessoa do mundo por causa disso é culpa minha, não dela.

ATENÇÃO: Este texto faz parte do livro NINGUÉM MORRE DE AMOR: COMO SUPERAR A DESILUSÃO AMOROSA, SER UMA PESSOA REALIZADA E FELIZ E VIVER UM NOVO AMOR, de Mizael Xavier, à venda no site ou no aplicativo da Amazon em formato de livro digital. Todos os direitos reservados (Lei 9.610/98). Veja a capa:



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