Um dos salmos mais conhecidos, amados e recitados da Bíblia é o Salmo 23. Nele, o rei Davi descreve o cuidado amoroso de Deus e a sua fé e confiança inabaláveis naquele que ele chama de “meu Pastor”. Antes de se tornar rei sobre Israel, Davi era pastor de ovelhas e estava familiarizado com as qualidades desses profissionais no cuidado com o rebanho. Ele utiliza, então, a figura de um pastor para exaltar o cuidado amoroso do seu Senhor. Logo de início, como veremos neste estudo, somos envolvidos pela realidade de que é o pastor quem escolhe as suas ovelhas, assim como o próprio Davi foi escolhido dentre os seus irmãos para ser ungido rei sobre Israel (1 Sm 16:1-13), que em breve passaria a ser reconhecido como “a Casa de Davi” (Zc 12:10). Aquele que escolhe é o mesmo que cuida do rebanho, que guia as suas ovelhas em segurança, que é capaz de sacrificar a si próprio por todas elas. Davi nos apresenta um Deus diferente dos deuses da sua época e de muitos deuses da atualidade: Ele não somente guia as suas ovelhas como se relaciona amorosamente com elas. Cada uma delas é conhecida pelo seu próprio nome. A fé de Davi é a fé de um homem que não somente crê na existência de Deus, mas mantém um relacionamento íntimo com Ele, o que traz aos leitores deste lindo salmo uma importante lição: conhecer o Pastor do Salmo 23 é bem mais importante que decorar e recitar as palavras deste salmo.
Uma das razões para este salmo ser tão popular entre crentes e até mesmo descrentes, é a atmosfera de segurança e proteção que permeia as suas palavras. Ter em um quadro na parede, em uma Bíblia aberta na estante da sala ou mentalmente decorado o Salmo 23, significa de alguma forma estar protegido por Deus, como igualmente ocorre com o Salmo 91. Todavia, apesar deste uso do salmo como um mantra protetor ou como a segurança de que os crentes terão tudo aquilo que desejarem de Deus – porque “nada nos faltará” –, este lindo poema vai muito além e nos revela um Deus salvador, capaz de não somente morrer por suas ovelhas, mas também mantê-las a salvo até a chegada ao aprisco eterno nos céus. O Salmo 23 não mostra apenas o cuidado do pastor com relação a suprimento, proteção e livramento, mas às questões relacionadas à salvação, santificação, perseverança e glorificação do crente no céu. Então, este não é apenas um salmo que mostra o cuidado de Deus com os seus servos, mas a comprovação de que as ovelhas do Senhor jamais poderão se perder. Ele não fala apenas de bênçãos materiais, mas da segurança eterna da alma do crente. Fomos comprados por preço: o sangue do próprio Pastor que deu a vida por suas ovelhas (At 20:28; 1 Co 6:20; 7:23; Gl 3:13). Ele saldou a nossa dívida e não podemos contraí-la mais, porque não pertencemos mais a nós mesmos, mas a Ele.
Todo o Salmo 23 descreve tudo aquilo que jamais falta na vida daquele que é ovelha do Pastor, que o salmista chama de Senhor, termo que escapa da compreensão de muitos apreciadores deste salmo. Cada versículo que estudaremos aqui diz respeito às provisões físicas e, acima de tudo, espirituais que gozam os servos de Deus. O Senhor do v. 1a se mostra: Provedor (v. 1b), Mantenedor (v. 2), Vivificador (v. 3a), Justificador (v. 3b), Glorioso (v. 3c), Protetor (v. 4a), Consolador (v. 4b), Vitorioso (v. 5a), Santificador (v. 5b), Amoroso (6a), Salvador (v. 6b). Deus se revela no Salmo 23 como Aquele que começou a boa obra em nós e há de completá-la (Fp 1:6). Ele não abandona as suas ovelhas, não desiste delas, não as considera bodes, mas o seu cuidado garante que elas jamais perecerão e que ninguém poderá tirá-las das suas mãos (Jo 10:27-29). Somente quem conhece o Pastor e se entregou totalmente aos seus cuidados pode ter esta certeza: nada nos faltará. Ele não nos faltará jamais. Ainda que sejamos infiéis e nos desgarremos do rebanho, Ele permanece fiel e sempre nos trará de volta (2 Tm 2:13).
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