segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO PAPAI NOEL - PARTE I




PRIMEIRA PARTE


            Existem muitas versões que explicam quem é e como surgiu o “bom velhinho”, mais conhecido como Papai Noel. A história oficial relata a vida de um santo católico que nasceu em Patera, na Turquia, no ano 280 d.C. O seu nome verdadeiro era Nicolau Taumaturgo, posteriormente conhecido como São Nicolau ou Saint Nicholas, mas para os norte-americanos, Santa Claus. Filho de família muito rica, Nicolau, segundo a tradição católica, vivia cercado de milagres e graças especiais. Ele tornou-se monge, depois padre e aos 30 anos de idade foi nomeado bispo em Mirna.

            Nicolau tinha profundo senso de justiça e gostava de ajudar anonimamente as pessoas carentes e necessitadas. Ele embrulhava moedas de ouro em algum pano e jogava pelas janelas das casas; outros afirmam que ele as jogava pela chaminé. Diz-se também que ele entregava presentes às crianças escondido. Ele faleceu em 06 de dezembro de 343, em Mirna, sendo depois considerado santo pelos fiéis católicos, que creditavam a ele inúmeros milagres. Após um relato em que ele ressuscitara 3 crianças que haviam sido esquartejadas, Nicolau tornou-se o padroeiro das crianças. Em comemoração à sua pessoa, freiras francesas passaram a distribuir doces entre as criancinhas no dia 6 de dezembro.

            Passados tantos séculos, a história do arcebispo Nicolau mesclou-se a fábulas, crendices, festas e cultos pagãos, transformando-o na figura do santo católico que hoje conhecemos como Papai Noel (em francês Papai Natal). Do deus alemão Voldan, que andava no céu em uma biga enquanto observava as pessoas que eram boas e as más, ele herdou seu trenó puxado por renas mágicas. Foi através de um hábito pagão de entregar presentes às pessoas no Natal que surgiu esta prática que perdura até hoje. A partir do século 19, a literatura se incumbiu de trazer novos elementos ao Natal e ao Papai Noel, como os duendes. Quando o comércio começou a associar a figura do Papai Noel às vendas em suas lojas, criou-se uma incrível onda comercial que hoje é parte inseparável do Natal que hoje comemoramos. As vestimentas do Papai Noel e seu jeito alegre e bonachão são fruto de uma bem-sucedida campanha da Coca-Cola, que em 1930 encomendou a figurinistas a figura do bom velhinho como a conhecemos.

O Papai Noel que o mundo inteiro conhece hoje é alguém que mora no Polo Norte, num lugar de neve eterna, e possui uma imensa fábrica de brinquedos, onde um sem-número de duendes trabalha sem cessar para garantir um Natal feliz para milhões de crianças boazinhas espalhadas por todo o planeta, em apenas uma única noite do ano. De barba branca, vestindo roupas vermelhas e botas pretas, ele voa por todos os continentes a bordo de um trenó puxado por renas voadoras. Quando chega a uma casa, desce pela chaminé e deposita os presentes na árvore de natal ou dentro de uma meia, previamente pendurada na lareira. O bom velhinho é o ser que incorpora o verdadeiro espírito do Natal: paz, amor e fraternidade entre os homens.

            Mas será este mesmo o espírito de São Nicolau? Estará mesmo ele a serviço da paz mundial? Existem muitas controvérsias a respeito disso. Mas uma coisa é certa: ele movimenta incontáveis milhões de dólares, euros, reais durante as festividades natalinas. Mais do que qualquer outro personagem, Papai Noel incorpora perfeitamente o espírito do consumismo desenfreado, do materialismo, da coisificação do homem, da brevidade da vida, do hedonismo, do mecanicismo, da ambição, da desigualdade social, do capitalismo voraz, do imperialismo americano, em fim, do amor ao tudo ter.

A figura do bom velhinho – estampada nas propagandas e nos filmes da TV, nos outdoors, em fotos espalhadas em todas as partes, nas canções e nas decorações natalinas, nas fachadas e nas salas das residências, nos ornamentos dos shoppings, no imaginário das criancinhas, nos filmes do cinema, nos cartões, nas mentes e nos corações de quem anseia por um presente ou por um único momento de paz, amor e fraternidade entre as pessoas – faz com que uma outra pessoa seja sumariamente esquecida, relegada a um plano inferior, tratada com desdém, desprezada nos enfeites natalinos e nas ornamentações dos grandes centros comerciais, trocada por um idoso fictício de sorriso bonachão. Quem é esse? Qual o seu nome? Ele tem presentes para dar? Quanto custa? Cabe debaixo da árvore de Natal? Podemos pagar com cartão de crédito dividido em suaves prestações?

É sobre esse “estranho” personagem que acaba de invadir este texto sobre o bom velhinho que eu gostaria de falar, dando a versão verdadeira para a criação do Papai Noel. Quem é realmente o Papai Noel? Que mente brilhante o criou? Qual o seu verdadeiro propósito na terra? O que existe por trás dos seus lindos presentes enfeitados com lacinhos coloridos? O que se esconde por detrás do espírito natalino que ele tanto dissemina nesta época festiva e que seus seguidores mais ferrenhos procuram vivenciar – ao menos uma vez por ano? É este o objetivo da nossa investigação: conhecer a verdadeira face do seu Noel, o bom velhinho. Ho! Ho! Ho!


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