A PAZ QUE NÃO TEM FIM
Mizael Xavier
Existem várias atividades que podemos realizar para experimentar a paz interior, como viajar para ter contato com a natureza e revigorar-nos, por exemplo. Mas quando voltamos à nossa realidade cotidiana, aos poucos esse revigoramento vai-se perdendo, cedendo espaço à inquietude e ao estresse anteriores. A paz que Deus nos dá é perene, porque provém de uma fonte Toda-poderosa, ou seja, o próprio Deus. Não é uma paz que conquistamos por nossos próprios esforços, mas que está em nós e vive em nós pela graça de Deus. O Senhor Jesus falou sobre esta paz, ao dizer: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14:27). Se a nossa paz estiver em Deus e for Deus, ela nunca nos abandonará, mesmo em meio à mais forte tormenta, porque Deus jamais nos abandona. A paz do mundo é ilusória e passageira, ela é construída sobre montes de areia, sobre falsas promessas e artifícios egoístas e pecaminosos.
Os apóstolos deveriam ter compreendido a paz de Cristo no episódio em que, ao atravessarem o mar, foram surpreendidos por uma forte tormenta que os fez desesperar da própria vida e clamar assombrados ao Senhor (Mateus 8:23-27). Naquela ocasião, Jesus dormia tranquilamente em meio à forte tempestade. A sua paz não ficou na margem de onde partiram, mas seguia com Ele. O mesmo relato apresentado pelo evangelista Marcos, revela que o Senhor havia dito aos seus discípulos: "Passemos para a outra margem" (Marcos 4:35). Logo, não importava a situação da jornada, porque o destino já havia sido traçado e nada poderia impedi-los de alcançá-lo. Aquele que os chamou para a outra margem estava na viagem com eles, não os abandonou. E mesmo que não estivesse, que tivesse ido em outro barco ou em outra hora, eles chegariam ilesos ao seu destino, porque este era o plano do Senhor.
A nossa paz começa a ser abalada quando a nossa fé se revela pequena e insuficiente, quando esquecemos que Deus está conosco ou quando, no fundo, não confiamos na sua Palavra. Em outro episódio, relatado em Mateus 14:22-33, os discípulos se encontraram na mesma situação: navegando em águas turbulentas, em um barco açoitado por fortes ondas. Dessa vez, porém, Jesus não estava a bordo. A mesma cena se repete: "Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões" (v. 22). Uma nova ordem, um novo destino, uma nova viagem. E agora, lá estavam os discípulos outra vez em apuros. Em determinada hora, o Senhor veio ter com eles caminhando sobre as águas. Diante do assombro de todos, o Senhor lhes disse: "Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!" (v. 27). Neste momento, Pedro exercitou a sua fé, ainda que carregada de dúvidas, e foi ter com Jesus caminhado também sobre as águas. Ao perceber a força do vento, porém, começou a afundar e buscou socorro no Senhor. "E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?" (v. 31).
Podemos fazer esta pergunta a nós mesmos sempre que nossos pés vacilam diante dos fortes vendavais da vida: Por que duvidamos? Da mesma forma como Pedro estava diante daquele que controla os ventos e os mares, estamos diante daquele que controla todas as circunstâncias da nossa vida e tudo o que acontece no mundo. Nem os fortes ventos nem as grandes ondas poderiam impedir Pedro de chegar até Jesus, como também nenhum problema, por maior que seja, poderá tirar a nossa paz, se pensarmos em uma verdade que já se transformou em um dito popular: "Deus está no controle de todas as coisas". Ao escrever o belíssimo Salmo 23, o rei Davi conclui, dizendo: "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre" (v. 6). As bondades e as misericórdias do Senhor não ficam na margem de onde partimos, mas nos acompanham em todos os instantes, em cada passo que damos, em todas as situações, para sempre. O que podemos, só o podemos porque o Senhor está conosco, como escreve Davi, com júbilo, em outro Salmo (124):
"Não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga; não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, e nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; as águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma. Bendito o Senhor, que não nos deu por presa aos dentes deles. Salvou-se a nossa alma, como um pássaro do laço dos passarinheiros; quebrou-se o laço, e nós nos vimos livres. O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra."
O que fizeram os discípulos de Jesus nesses dois episódios que rapidamente comentamos? Eles buscaram a Deus. A sua fé era pouca, mas não inexistente. E é isso que devemos fazer quando nos sentimos angustiados e oprimidos, quando o nosso interior é abalado por coisas que fogem ao nosso controle, porque elas jamais fugirão ao controle de Deus. Na verdade, até mesmo a nossa respiração só podemos cotrolar porque Deus nos dá condições para isso. O tempo todo, portanto, devemos orar em reconhecimento da nossa total dependência do nosso Pai, não permitindo que sejamos tomados de ansiedade, mas da paz que Jesus nos dá, porque Ele é o Príncipe da paz (Isaías 9:6). Paulo escreveu: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4:6,7). Paulo não diz que Deus resolverá todos os nossos problemas, mas que nos dará a sua paz para que não fiquemos ansiosos.
Indiretamente, o que Paulo nos mostra é que haverá coisas que poderão nos deixar ansiosos. De fato, não existem promessas de isenção de crises neste mundo para aqueles que são convertidos a Jesus, muito pelo contrário. Podemos pensar que, por estarmos 100% no centro da vontade de Deus e até fazendo a sua obra, seremos poupados de angústias. Mas é justamente aí que começam os "problemas", porque o mundo odeia a Deus e o diabo deseja nos destruir, de modo que, quanto mais andarmos retamente, mais inimigos iremos atrair e maiores crises nos sobrevirão. Que o diga Jó! Então lembraremos das palavras ditas pelo Senhor: "Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (João 16:33). O Autor da vida sofreu em nosso lugar, não foi excluído de nenhuma dor ou tentação. Conforme escreveu o autor de Hebreus: "Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hebreus 2:18). Podemos estar absolutamente certos de que o socorro de Deus vem e nos leva em triunfo.
Ter paz só é possível quando Deus é a fonte e o agente da nossa paz. Qualquer pessoa, atividade, bem ou circunstância não possui a paz em si, por isso não pode oferecer o que precisamos. O dinheiro chega ao fim, as pessoas se vão, as circunstâncias mudam e até mesmo aquele local paradisíaco pode ser assolado por um tsunami e desaparecer. Mas "Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hebreus 13:8). Quando vivemos nele e andamos no Espírito Santo, a paz nos acompanha e flui em nossas orações, nossos relacionamentos e nossas escolhas e decisões. Para que lado a nossa mente se inclina quando vêm as angústias: para a satisfação da nossa carne e seus pecados de ansiedade, medo, dúvida e desobediência ou para o Espírito Santo que em nós habita? Paulo escreveu aos romanos: "Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz" (Romanos 8:6). Se queremos viver a paz de Cristo, todo o nosso ser deve inclinar-se para o Espírito Santo que em nós habita. Esta é a nossa paz.
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