quinta-feira, 9 de março de 2023

OS SONHOS DE JOSÉ E OS PLANOS DE DEUS


Os sonhos de José e os planos de Deus
Mizael Xavier

Todos conhecemos a história de José, filho de Jacó, relatada entre os capítulos 37 e 50 do livro de Gênesis. Para resumir, motivados pelo ciúme, os irmãos de José venderam-no como escravo e forjaram a sua morte. Após enfrentar situações difíceis, como uma falsa acusação de assédio sexual e o encarceramento por alguns anos, José tornou-se governador de todo Egito. Isso possibilitou que ele viesse a reencontrar seus irmãos e seu pai, perdoando-os e levando-os para morar no Egito, onde prosperaram. Na maioria das mensagens que escutamos ou lemos acerca da vida de José, a ênfase é colocada sobre a sua vitória após tantas intempéries. Alguns chegam a usar a história de José para afirmar que "Deus ainda realiza sonhos", o que é inteiramente errado. José não tinha sonhos de se tornar governador do Egito, mas seus sonhos eram proféticos, dados por Deus para falar a respeito do que haveria de fazer por meio dele. Os sonhos de José eram os planos de Deus que seriam concretizados.

O ponto central da história de José é a soberania de Deus e a sua providência na condução da história. Se olharmos para Gênesis 37:6-11, já conhecendo o desenrolar de toda a história, vemos como tudo o que se passou com José nada mais era que o trabalhar de Deus até o ponto por Ele plenejado: a autoridade de José como governador do Egito e o salvamento de sua família da grande fome que assolou aquela região. No Egito, os israelitas cresceram e prosperaram, tornaram-se escravos, foram libertos por Moisés após 400 anos, peregrinaram 40 anos no deserto, entraram em Canaã e formaram as doze tribos de Israel. Cumpriu-se, então, o que Deus havia prometido a Abraão: "Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" (Gênesis 12:1,2). Todavia, mesmo tendo cumprido a promessa feita a Abraão e conduzido toda a história de José e todos os israelitas, conforme lemos nos relatos do autor de Hebreus sobre os heróis da fé (cap. 11), "todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa" (v. 39).

Como assim? Deus não cumpriu o que havia prometido? Então significa que os planos de Deus podem falhar? Estas questões traduzem uma visão limitada das promessas de Deus, da verdadeira benção, que lemos no versículo subsequente: "por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados" (v. 40). Que coisa superior eles esperavam? Não eram as bênçãos de Deus, seus milagres e sua exaltação? A resposta está no relato do autor de Hebreus a respeito de Moisés: "Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão" (vs. 24-26). A bênção verdadeira era o Messias que haveria de vir e a glória celestial. Eles entenderam isso. Enquanto muitos hoje buscam pelo melhor de Deus, os heróis da fé entenderam que o melhor era o próprio Deus.


Portanto, a promessa feita a Abraão, a Isaque, a Jacó, a José, a Moisés e todas as profecias transmitidas por meio dos profetas não diziam respeito à abundância de bens e à realização de sonhos, mas à obra redentora de Cristo. Deus não estava realizando os sonhos de José, mas conduzindo a história, enquanto preparava a vinda do Messias. Toda a Bíblia é cristocêntrica e toda ela promove nada além da glória de Deus. Não somos os personagens principais da história, Deus não fez tudo pensando em nós e para o nosso deleite, mas tudo Ele fez para que recebesse toda honra e toda glória. "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Romanos 11:36). Deus formou um povo para o seu louvor (Isaías 43:21); por amor do seu Nome, Ele os castigou, corrigiu e libertou (Isaías 48:11; Ezequiel 20:9,39). Podemos dizer que o sonho de José era o nosso Senhor Jesus Cristo. E o nosso sonho, qual é? 

O foco da história de José não são as suas bênçãos e vitórias, mas a soberania de Deus e a certeza de que nada pode frustrar os seus planos. Para a sua glória, mesmo as situações mais difíceis que enfrentamos trarão um propósito, ainda que sejam frutos dos nossos pecados, pois Deus nos corrigirá por meio delas. Para a sua própria glória, Deus  nos salvou, porque Cristo comprou a nossa salvação pelo seu sangue vertido na cruz. Paulo escreveu aos efésios: "nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo" (Efésios 1:11,12). Deus fez todas as coisas (criou-as e conduziu-as) com o plano eterno de ser glorificado no Filho. "Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei" (João 12:28). "Quando ele saiu, disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e glorificá-lo-á imediatamente" (João 13:31,32).

Deus não tem compromisso com os nossos sonhos para realizá-los, mas com a sua própria glória. Deus não tem sonhos para nós, mas planos eternos e infalíveis. Sonhos são apenas desejos de, talvez, alcançar algo. Os planos de Deus, contudo, são certezas já realizadas antes da eternidade. A nossa história não está sendo conduzida para o objetivo que traçamos, mas para o destino já traçado por nós antes mesmo da fundação do mundo, quando o Senhor nos escolheu para a salvação. Também Paulo escreveu: "assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado" (Efésios 1:4-6). Este é o plano infalível de Deus para nós: a salvação eterna para a sua própria glória. Se queremos viver o "sonho" de Deus, devemos vier em Cristo e para Cristo.

Por fim, embora não tenha sido suficiente, vejamos algumas aplicações da história de José para nós.

1. Devemos manter os olhos espirituais atentos a tudo que acontece conosco, para identificarmos que direção Deus está dando à nossa vida. As nossas tribulações podem ser provas ou a correção de Deus.

2. Os planos de Deus não podem falhar. Independentemente das circunstâncias, devemos manter firmes a nossa fé e a nossa confiança no Senhor.

3. É preciso que sejamos pessoas íntegras e santas, não cedendo às tentações e mantendo-nos fiéis a Deus, mesmo quando ninguém está olhando.

4. Toda a nossa vida tem como fim único e propósito a centralidade de Cristo e a glória de Deus.

Gostou deste estudo? Comente e compartilhe com seus amigos, familiares, irmãos em Cristo e nas suas redes sociais! Desde já te agradeço.

Conheça e adquira o devocional DESAFIO DIÁRIO, de minha autoria, à venda na Amazon em formato de livro digital. São 365 mensagens. Clique aqui: DESAFIO DIÁRIO E-BOOK

Veja alguns dos meus e-books publicados na Amazon que podem ser do seu interesse. Basta clicar sobre os títulos:








Clique aqui e conheça todos os meus e-books na Amazon: MEUS E-BOOKS NA AMAZON

Contatos com o autor pelo Telegram: @escritormizaelxavier


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, jamais comente anonimamente. Escrevi publicamente e sem medo. Faça o mesmo ao comentar. Grato.