POR
UMA GESTÃO COM
PESSOAS
Mizael
de Souza Xavier
INTRODUÇÃO
Há
muitos anos o meio empresarial vem sofrendo mudanças profundas na
área tecnológica e da informação, propiciadas em parte pela
globalização e o avanço da Internet. Para se adequarem a este novo
mercado e continuarem crescendo e atuando, as empresas tem buscado
acompanhar essas mudanças, seguindo tendências e revendo seus
valores, metas e objetivos. Tudo hoje muda rapidamente e somente quem
caminha lado a lado com essas mudanças terá condições de se
firmar no mercado e obter êxito.
Todavia,
não é apenas o ambiente tecnológico e de informação que tem
sofrido reconfigurações radicais nos últimos anos. Todas essas
transformações e revoluções só foram possíveis a partir da
transformação ocorrida no próprio ser humano. Não é a tecnologia
que transforma o mundo, mas é o homem que o transforma com aquilo
que cria e recria, e a tecnologia é apenas uma parcela dessa
realidade. Existe uma visão limitada de que o homem precisa
acompanhar as mudanças que ocorrem no mundo da tecnologia se desejar
estar sempre atualizado e crescer. Em grande parte esse pensamento
está equivocado, porque é o ser humano que tem evoluído e gerado
as constantes mudanças. O mundo muda porque o ser humano está em
constante evolução.
O
quadro então se inverte: as novas tecnologias e o comportamento das
organizações aparecem como consequências do mover do ser humano
pela história, de modo que ambos é que precisam se adequar a ele.
São as pessoas que criam as mudanças, que por sua vez precisam se
adequar às pessoas, que criaram novas mudanças e tendências,
transformando ainda mais o futuro. Há uma interdependência e uma
interação entre o criador e a sua criação. Esta é uma realidade
que precisa ser pensada e transportada para as organizações, acima
de tudo como uma preocupação constante de quem trabalha diretamente
com as pessoas.
A
realidade de hoje é muito mais que adequar o trabalhador às
necessidades da empresa, mas adequar esta às necessidades do
trabalhador. Se uma organização aspira mudanças e inovações, é
nos seus colaboradores que ela enxergará o principal fator para
essas mudanças. Esse novo entendimento do homem como agente de
mudanças, como ser que cria e transforma constantemente o ambiente
em que vive, tem trazido um novo sentido à maneira como as
organizações lidam com os seus colaboradores. Reconhecer que o ser
humano está a frente da tecnologia e, na verdade, é quem a cria,
muda a concepção de relação entre a empresa e seus funcionários.
Esta mudança de paradigma é algo que influencia diretamente a
Gestão de Pessoas.
Então,
se o homem não é reagente, mas agente; se ele é quem propicia as
evoluções tecnológicas como pensador e arquiteto da evolução; se
parte dele as transformações que o mundo empresarial vem sofrendo,
é necessário repensar a forma como as pessoas vêm sendo
consideradas nas organizações, partindo desse pressuposto de que as
organizações são as pessoas, pois máquinas não geram máquinas
nem podem criar por si só uma nova realidade. Que tipo de gestão
existe na empresa moderna? Será que ela se adéqua a esse novo ser
humano? As teorias dos recursos humanos e da gestão de pessoas
suprem essa demanda? Qual o real valor do capital humano para a
empresa?
Ao
enxergar no ser humano algo além de uma máquina de fazer coisas e
percebê-lo como agente principal das transformações
organizacionais, muito além das tecnologias modernas, pude
questionar o papel dos gestores de recursos humanos e de pessoas e a
forma como ambos abordam o tema. Percebi que ainda existe um logo
caminho a percorrer até que os gestores aceitem a verdade de que as
pessoas são tudo dentro de uma empresa. O capital humano e
intelectual é o bem mais precioso que se pode obter, um bem que
jamais será escasso enquanto houver investimentos em treinamento e
capacitação, enquanto houver a crença de que as pessoas são
inteligentes e possuem habilidades e competências diversas que podem
e devem ser aprimoradas e aproveitadas em benefício de todos.
Surgiu
dessa reflexão a necessidade de pensar uma gestão de pessoas que
levasse em conta o ser humano como agente de transformação, como
ser pensante, repleto de sonhos e desejos que o fazem diferente das
máquinas que ele opera. Valorizar este ser humano e contribuir para
o seu desenvolvimento pessoal e profissional é o maior investimento
que um gestor pode fazer na sua empresa. Mas que gestor? Que tipo de
gestão? Desenvolveu-se então a teoria da Gestão com
pessoas.
DESENVOLVENDO
A TEORIA
No
início deste ano, comecei a cursar Gestão de Recursos Humanos, uma
área bastante atraente e com grande potencial profissional no
mercado de trabalho. Todavia, sempre que me vinha à mente ou ouvia
em sala de aula o termo “recursos humanos”, algo me incomodava,
porque eu não conseguia conceber o ser humano como apenas um recurso
na empresa, mais um, além dos recursos financeiros e tecnológicos,
ou mesmo recursos materiais e minerais. Que diferença haveria entre
o aspecto humano e o material dentro do conceito de recursos? Isto me
pareceu utilitarista demais, porque tomava o operário como algo a
ser utilizado para os fins da empresa, algo que pode ser substituído
e que não possui valor além da função que exerce em uma
organização.
Foi
quando deparei com o livro Gestão de Pessoas, de Idalberto
Chiavenato, onde percebi uma visão nova da área, reconfigurada para
atender às novas demandas organizacionais, onde o capital humano tem
sido cada vez mais valorizado. Logo, comprei essa nova visão e essa
nova nomenclatura: Gestão de Pessoas. Os humanos não eram apenas
mais um dos recursos da empresa, mas passavam a ser vistos como
sujeitos ativos e capazes, possuindo habilidades e competências a
serem valorizadas e lapidadas pelo gestor. Segundo Chiavenato (2010,
p. VII), “A Gestão de Pessoas tem sido responsável pela
excelência das organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator
humano em pela Era da Informação”. Esta é uma nova realidade
para um novo tempo.
Entretanto,
não demorou para que, em minhas divagações e leituras, eu
começasse a repensar a própria terminologia “Gestão de Pessoas”.
As minhas inquietações se tornaram ainda mais intensas quando
iniciei um estudo aprofundado sobre a motivação humana no trabalho,
onde aprendi o princípio mais básico da motivação: ninguém
motiva ninguém, cada um motiva a si mesmo. Dessa verdade tão
simples surgiu um questionamento inevitável: Se ninguém é capaz de
motivar alguém, mas cada um é responsável por motivar-se, como
pode alguém gerir alguém? Tal questionamento me remeteu ao
pensamento do educador Paulo Freire, que eu já havia utilizado para
falar a respeito de responsabilidade social e empreendedorismo social
em um estudo anterior. Paulo Freire (1987, p. 68) escreveu: “Ninguém
educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre
si, mediatizados pelo mundo”.
Entendi
nessa declaração um sentido mais amplo para a Gestão de Pessoas:
“ninguém gere ninguém, ninguém se gere sozinho, os homens se
gerem entre si”. De um ser que é gerido, o colaborador passa a ser
senhor da sua própria história e cooperador para a construção da
história dos seus parceiros e dos próprios gestores. Ambos atuam
conjuntamente para o desenvolvimento organizacional, respeitando suas
funções, cargos e a hierarquia, mas de forma sinergística, de modo
que não há mecanicismo nem utilitarismo, mas a completude entre
todas as partes envolvidas na gestão. Entender esta questão, longe
de ser apenas um debate, é algo crucial para repensar a forma como
lidaremos com as pessoas na organização. A maneira como pensamos e
tomamos o ser humano, com certeza influenciará no trato que temos
com ele, no valor que lhe daremos. Objeto (utilitarismo) ou recurso
(mecanicismo)?
Era
necessário, então, aprofundar o tema e buscar uma nova compreensão
na forma de tratar essa área tão importante nas organizações:
aquela que trabalha diretamente com as pessoas. Pensando acerca do
assunto e me aprofundando ainda mais nas teorias administrativas
históricas, cheguei à seguinte terminologia: Gestão com
Pessoas.
Quando achava que havia descoberto algo novo e revolucionário,
descobri que o tema já vem sendo alvo de debate entre os teóricos
da moderna Administração. Isto é bastante positivo, por dois
motivos: primeiro, já existem estudos e pessoas comprometidas em
transformar a Gestão de Pessoas em algo ainda mais humano e eficaz
para as organizações, integrando gestores e colaboradores, que
passam a ser vistos como parceiros; segundo: as minhas inquietações
realmente apontavam para o caminho certo e tinham fundamento
científico.
Após
descobrir a existência do termo “Gestão com
Pessoas”, empreendi uma pesquisa para saber a opinião de outros
pensadores a respeito do tema, o que me levou a descobrir que não
diferem em nada daquilo que eu havia pensado. Um exemplo é o artigo
“Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas?”, escrito por Júlio
César Vasconcelos para o site RH.com.br. Neste artigo bastante
esclarecedor, o autor se utiliza das teorias gramaticais para avaliar
qual o impacto desses dois conceitos nas organizações. Ao avaliar o
termo “de
pessoas”,
Vasconcelos conclui que essa expressão, chamada de sintagma nominal,
confere à gestão de pessoas uma função meramente restritiva,
diferenciando Gestão de Pessoas de outros tipos de gestão, como de
máquinas, equipamentos e até mesmo de animais. Assim como acontece
com os recursos humanos, o trabalhador é colocado no mesmo nível
das máquinas ou dos animais irracionais, utilizado de maneira
passiva para atender às demandas da organização.
Com
relação ao termo “Gestão
com Pessoas”,
as suas observações coadunam com as minhas conclusões. Como
adjunto adnominal, conforme explicita Vasconcelos, esse termo traz
uma significação bem mais apropriada para aquilo que queremos falar
quando pensamos em gerir pessoas. Há uma cooperação entre todas as
partes envolvidas na administração, de modo que todos se envolvem e
participam, na de forma irracional e passiva, mas ativamente,
integrando competências e habilidades para o bem comum, onde todos
saem lucrando. Esse tipo de entendimento já é realidade em grandes
organizações, que valorizam a criatividade e o desempenho dos seus
colaboradores, fornecendo estruturas que facilitam o seu
desenvolvimento na empresa, com incentivos que vão além do
financeiro e produzem motivação e bem-estar individual e coletivo.
Novamente
Chiavenato (idem, p. VII e VIII) também está na discussão e
elucida um pouco mais os fatos:
Administrar
com pessoas significa tocar a organização juntamente com os
colaboradores e parceiros internos que mais entendem dela, dos seus
negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como
um recurso organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo
do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador
das decisões, empreendedor das ações, criador da inovação e
agregador de valor dentro das organizações. Mais do que isso, um
agente proativo dotado de visão própria e, sobretudo, de
inteligência, a maior e mais avançada e sofisticada habilidade
humana.
Um
passo importante nessa nova concepção de gestão empresarial é o
da compreensão do novo homem que compõe a sociedade. Para gerir com
pessoas é necessário gerenciar os conflitos existentes entre as
gerações. Há alguns anos, caberia uma visão mecanicista do
trabalhador, onde cada operário era considerado apenas uma extensão
da máquina que operava e todas as ações motivacionais das empresas
estavam voltadas para o mero cumprimento de tarefas, onde as punições
e humilhações eram partes integrantes do processo. Hoje, porém,
com as a inovações tecnológicas e da informação, com a
globalização e a ascensão da chamada “geração Y”, manter
essa postura é impraticável e pode significar a derrocada da
empresa.
O
novo homem da nova sociedade tem pleno conhecimento de si e do seu
valor como ser humano e profissional. Ele está apto a escolher entre
diversas opções de empresas aquela que lhe oferece melhores
salários e maior satisfação no trabalho. Ele sabe o que acontece
em vários estados do seu país e em todas as partes do mundo,
estando ligado às inovações do mercado, às revoluções
científicas, filosóficas, econômicas e sociais que podem
beneficiá-lo ou não. Dessa forma, não se limita mais ao pequeno
espaço a sua volta, mas deseja expandir-se, transformar-se para
acompanhar as constantes evoluções de um mundo que muda a cada
minuto. Este novo homem jamais aceitará que seus talentos, suas
competências, suas opiniões e suas decisões sejam renegados em
benefício de alguma organização. Ele possui uma noção elevada do
seu valor intrínseco.
SUBSÍDIOS
PARA UMA GESTÃO COM
PESSOAS
O
primeiro elemento a ser explorado é a necessidade de uma mudança
estrutural da mentalidade das organizações, que acompanhe de perto
essa revolução e permita que essas inovações aconteçam. Gerir
pessoas não é mais uma realidade aceitável, mas é preciso gerir
com
pessoas,
tornando-as parte integrante da organização, amigas, parceiras e
atoras dos processos organizacionais. É preciso repensar o papel do
Gestor de Recursos Humanos e a sua metodologia. É importante que as
teorias relacionadas à moderna Gestão de Pessoas sejam colocadas em
prática e deixem de ser apenas belas teorias acadêmicas escritas em
livros e manuais. Não há como negar o fato de que o trabalhador é
quem dá a cara da empresa, que é ele quem empresta suas habilidades
para que ela cresça e se solidifique. Mais do que recompensá-lo
pelo seu bom desempenho, os gestores devem agregar valor a ele,
tornando-o um verdadeiro cooperador.
Eis
algumas ações que podem contribuir para a transformação da Gestão
de Pessoas em uma moderna Gestão com Pessoas:
Criar
ambientes de aprendizagem na empresa.
Manter
uma visão holística das pessoas na organização.
Trabalhar
as inteligências múltiplas (lógico-matemática, espacial,
corporal-cinestética, musical, interpessoal, intrapessoal e
naturalista).
Manter
o foco nas competências na avaliação de desempenho.
Participação
dos colaboradores nos lucros da empresa.
Incentivo
à livre expressão do pensamento e estímulo à criatividade.
Participação
ativa de todos nas tomadas de decisão.
Comunicação
aberta e eficaz, eliminando ruídos e canais burocráticos.
Programas
de incentivos salariais, como recompensas e remuneração
diferenciada.
Investimento
constante em treinamento e capacitação, inclusive com investimento
na formação acadêmica dos colaboradores.
Atenção
especial às necessidades individuais e pessoais dos colaboradores
como fator de produtividade e motivação.
Cursos
e programações sociais que envolvam a família dos colaboradores.
Descentralização
do controle administrativo e diminuição dos níveis hierárquicos.
Líderes
como facilitadores e não mais como gerentes.
Gestão
afetiva, com a valorização dos aspectos emocionais dos indivíduos.
Identificação,
aproveitamento e desenvolvimento do capital intelectual.
Promoção
da motivação ascendente, descendente e horizontal.
Valorização,
potencialização e otimização dos grupos informais.
Entendimento
das pessoas como gestoras de si mesmas e co-gestoras da empresa.
Investimento
em saúde e segurança no ambiente de trabalho, com ações que
promovam o bem-estar físico, mental e social dos colaboradores.
Administração
ética.
Fomentação
do empreendedorismo.
Identificação
e valorização dos diversos tipos de personalidades e temperamentos
como fatores motivacionais e de crescimento organizacional,
promovendo não somente a adequação desses fatores às demandas da
empresa, mas a sua integração e interação.
Compreensão
e estímulo da capacidade das pessoas de sonhar e reinventar-se
sempre.
CONCLUSÃO
Concluo
expressando uma ideia que, assim como a Gestão com Pessoas, não é
nova, mas continua sendo revolucionária. Quando nos manifestamos com
relação aos pontos anteriores, aos subsídios para uma moderna
gestão que valorize as pessoas como tais e promovam o seu
crescimento dentro da organização, não podemos nos ater apenas aos
colaboradores. O envolvimento nessas competências e na forma como a
gestão se encaminhará deve partir primeiramente dos empresários e
gestores, envolvendo seus gerentes e líderes. Aqueles que estão no
topo da pirâmide, se quiserem invertê-la para se adequar às novas
demandas organizacionais, precisam também enfrentar o processo de
aprendizagem e mudança.
Como
enxergar no colaborador um ser humano sem enxergar-se humano? Como
entregar a ele a autonomia de gerir a si próprio em interação com
os demais membros da equipe sem antes conseguir fazer isto ser real
na própria vida? Como enxergar talentos e limitações nos outros
quando não se consegue fazer isso consigo mesmo? Quando falamos em
inteligências múltiplas e gestão por competências, estamos nos
referindo, também, aos gestores e seus encarregados. Todos os pontos
abordados acima só serão possíveis quanto todos os níveis da
pirâmide organizacional interagirem entre si, se tornarem humildes e
abertos às mudanças necessárias. Entender-se como ser humano falho
e limitado faz urgir mudanças, rompendo com aquilo que está
estabelecido, mexendo com a nossa tranquilidade e comodismo para
assumir riscos e participar do longo processo de aprendizado, do qual
ninguém está isento de necessitar.
Questões
para fomentar o debate
1.
Qual o papel da liderança nessa nova compreensão de gestão?
2.
Que ações o gestor de Recursos Humanos ou de Pessoas deve praticar
para transformar seus funcionários em colaboradores e parceiros da
empresa?
3.
Quais são os principais pontos da moderna Gestão de Pessoas que
podem contribuir para uma nova Gestão com
pessoas?
4.
Se o termo “gestor de Recursos Humanos” ou “gestor de Pessoas”
não são convenientes à nova visão de “Gestão com
Pessoas”,
como se poderá designar aquele que trabalha com esse tipo de gestão?
5.
O que as pessoas devem fazer na empresa para se gerirem entre si?
6.
Que influência a Gestão com
Pessoas
exerce na comunicação organizacional, nas relações interpessoais
e no trabalho em equipe e de que modo ela atua nesses três
elementos?
Bibliografia
ARMSTRONG,
Thomas. Inteligências
múltiplas na sala de aula. 2.
ed. Rio Grande do Sul: Artmed, 2001.
CHIAVENATO,
Idalberto. Gestão
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SACRISTÁN,
José Gimeno. Educar
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Site:
http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/fique_por_dentro/271008-rh_gestao_pessoas.shtm.
Acessado em 11 de maio de 2012.
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