Ao
ordenar a pregação do Evangelho a toda criatura, com certeza o Senhor Jesus
estava incluindo as crianças, pois a sua vontade é que ninguém se perca (Mt
18:14), mas que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos (1 Tm 2:4; 2 Pe
3:9). O pecador irá para o inferno por sua própria vontade, direta ou indireta
(Mt 25:41), e isto inclui os infantes. Uma das grandes questões a respeito do
evangelismo e da salvação é se realmente as crianças vão para o inferno. Os
argumentos contra envolvem questões emocionais, uma vez que um pai ou uma mãe
não conseguem admitir que seu filho, ainda “inocente”, possa merecer o inferno.
Isso traz inúmeras implicações. A primeira diz respeito à situação pecaminosa
herdada pelo ser humano após a Queda. Se esta é uma condição para todas as
pessoas que nasceram a partir de Adão, o que fica comprovado na carta de Paulo
aos crentes de Roma, segue-se que todos já nascem debaixo de condenação,
perdidos, carentes da glória de Deus, o que inclui as crianças, porque todos
nascemos crianças (Rm 5:12). A segunda envolve a questão do merecimento: não existe
nada que possamos fazer para merecer a salvação, inclusive sermos crianças. Não
merecer ir para o inferno implica merecer ir para o céu. Todavia, a salvação
não é por obras de mãos humanas, mas pela redenção que há em Cristo. Façamos
algumas observações importantes sobre o evangelismo de crianças:
As crianças são
pecadoras.
É preciso aceitar o fato de que as crianças, assim como o rei Davi, nascem em
pecado. Após reconhecer e confessar o seu pecado diante de Deus (Sl 51:1-4),
Davi declara: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (v.
5). O seu pecado era fruto da sua natureza depravada herdada de Adão. No Salmo
58:3, ele mostra que a impiedade humana vem desde a sua concepção: “Desviam-se
os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo
mentiras”. Ninguém há de duvidar que desde sempre as crianças mentem! Pode
existir alguma “mentira inocente”? Jó questiona: “Que é o homem, para que seja
puro? E o que nasce da mulher para que seja justo?” (Jó 15:14). Em sua conversa
com Nicodemos, o Senhor Jesus deixa claro que aquele que não é nascido do
Espírito, é nascido da carne (Jo 3:6). Isto significa duas coisas: ao nascermos
somos carne, isto é, estamos debaixo de pecado; e somente pelo novo nascimento
através do Espírito é possível haver a regeneração. Antes da regeneração, do
novo nascimento, estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2:1-3). Salomão
afirma que “a criança se dá a perceber pelas suas ações, se o que faz é puro e
reto” (Pv 20:11), o que significa que poderá não ser. Em Provérbios 22:15, ele
diz que a estultícia (insensatez) está ligada ao coração da criança.
A
inocência da criança está na sua falta de consciência com relação ao pecado que
existe dentro dela. Pode-se argumentar que a criança é ainda mental e
moralmente incapaz de deliberadamente praticar o pecado ou entender que aquilo
que ela está fazendo é pecado, e por isso se torna desculpável diante de Deus.
Logo, se ela morrer nesse estado de inocência, irá para o céu, pois “Deus não
leva em conta os tempos da ignorância” (At 17:30), conforme argumento da lição
sobre evangelismo de crianças do blog sub-ebd.blogspot.com.br. Entretanto, é
preciso atentar que o texto não está fazendo referência à ignorância do pecado
presente nas crianças. E mais: o autor também diz: “agora, porém, notifica aos
homens que todos, em toda parte, se arrependam”. O tempo da ignorância passou,
agora temos o Evangelho, sabemos que estamos em pecado e que devemos nos
arrepender e crer em Cristo para a salvação, porquanto Deus “estabeleceu um dia
em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e
acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (v. 31). Apenas o
existir o argumento acerca do tempo da inocência e da ignorância com relação ao
próprio pecado já denuncia que a criança nasceu em pecado. O pecado não é
consequência de uma consciência madura, mas da Queda. Portanto, devemos crer que as crianças nascem
em pecado e, assim como os adultos, carecem de salvação.
Argumentos contra
esses fatos.
Quando alguém argumenta contra a condenação de crianças ao inferno, geralmente,
como já foi dito, apela para o lado emocional, afirmando que Deus não seria
injusto ao condenar um “inocente” à danação eterna. O site
abibliaexplica.com.br questiona: “A Palavra do Senhor diz que Ele é o justo
juiz (Salmos 7:11, Gênesis 18:25b). Ele é o Justo Juiz pelo fato de nunca
cometer injustiças, isso porque como um Deus onisciente, tem todo o
conhecimento da verdade e dos fatos. Apesar disso acredito que muitos cristãos
se consideram juízes, pois afirmam categoricamente que uma criança que morre em
seus primeiros anos de vida está condenada ao inferno”. Como argumento, o autor
do estudo utiliza a salvação do ladrão ao lado de Jesus na cruz, que poderia
ter sido condenado pelo nosso olhar julgador, mas que foi salvo pelo Senhor.
Todavia, é certeza de que aquele ladrão não era criança. Ainda outros exemplos
são utilizados na defesa da salvação de crianças: a morte do filho de Davi (2
Sm 12:23), a morte do filho da sunamita (2 Rs 4) e as crianças sacrificadas a
Moloque (Ez 16:21). O autor questiona: “Esses pequeninos, que morreram nos
braços ardentes de Moloque como criancinhas, eram filhos de Deus. Porventura
esses inocentes não receberiam de Deus o descanso eterno, visto serem seus
filhos?”.
Todavia,
nenhum desses textos traz qualquer conteúdo com relação à salvação da alma nem
dão apoio aos argumentos do autor do site. O próprio autor se contradiz quando
argumenta que os filhos dos crentes não são necessariamente salvos. Ele
declara: “Dessa forma, ao afirmar que as crianças poderiam ser salvas à parte
da fé, mas não à parte de Cristo, o Evangelho não é comprometido”. Ele
compromete ainda mais o seu argumento ao dizer: “Cristo salva adultos em
conjunção com uma fé consciente; mas Cristo salva crianças à parte de uma fé
consciente. Não somos salvos por causa da fé, mas por causa de Cristo. Nossa fé
é uma manifestação da salvação. Ela não é a causa da salvação, mas o efeito da
salvação”. Isto vai totalmente contra a doutrina da salvação que envolve o
tripé: fé-arrependimento-conversão. Essa fé envolve consciência de um pecado
que já existe e é condenatório. Por isso o batismo de infantes é biblicamente
errado: a criança não tem consciência da sua condição caída, não pode ouvir a
Palavra e raciocinar sobre o que escutou. Portanto, não pode ser salva e, por
conseguinte, batizada. Lembremos que a questão aqui não é o batismo, mas a
salvação em si, pois o batismo não é necessário à salvação, embora o
catolicismo romano, por exemplo, pratique o batismo infantil como um meio de
garantir que as crianças sejam salvas, como um dom especial de Deus. Mas isso
não é bíblico.
Predestinação. Alguns argumentam
que 100% das crianças que morrem antes de atingir a idade da razão estão
predestinadas ao céu. Quando pensamos sobre isso, devemos recorrer à Bíblia
para ver o que ela tem a nos ensinar. Quando fazemos isso, vemos que essa
teoria não é bíblica. O que a Bíblia diz a respeito da predestinação é que Deus
nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo e nos predestinou para Ele,
“para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da
sua vontade”, conforme escreveu Paulo aos efésios (1:4,5). O objetivo dessa
predestinação é para que sejamos para o louvor da sua glória, nós os que de
antemão esperamos em Cristo (v. 12). Paulo escreve, ainda: “em quem também vós,
depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo
nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (v. 13). Como
vemos, a predestinação envolve crer em Cristo após a escuta da Palavra da
verdade. A salvação não é por outro meio senão a fé (Ef 2:8,9). Aquele que está
predestinado a crer em Cristo para a salvação não morrerá sem antes crer, por
isso muitas crianças creem a Jesus de coração sincero e o servem pelo resto de
suas vidas. Há injustiça da parte de Deus em permitir que uma criança vá para o
inferno? Pelo contrário, há imensa misericórdia em permitir que algumas vão
para o céu. Deus tem misericórdia de quem lhe aprouver, segundo o beneplácito
da sua soberana vontade. Assim, “não depende de quem quer ou de quem corre, mas
em usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:15).
Delas é o Reino dos
céus.
Um argumento usado a favor da salvação de crianças está nas palavras de Jesus
quando os discípulos queriam impedir que algumas crianças fossem até Ele:
“Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o
reino dos céus” (Mt 19:13,14). Se aceitarmos que, por meio desse texto, todas
as crianças serão salvas, independente de crerem ou não em Cristo, devemos
aceitar que todos os pobres também o serão, pois o Senhor afirmou em Lucas
6:20: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus”. Então o
fato de alguém ser pobre já lhe garante morada no céu? Quando lemos o texto de
Lucas 6:20 na versão de Mateus 5:3, percebemos que esses pobres são “pobres de
espírito” (ou “humildes de espírito”), indivíduos que se reconhecem falidos
espiritualmente, carentes da uma salvação que não podem prover para si próprios
e que somente Deus pode lhes dar. Quando lemos Mateus 19:13,14 na versão de
Lucas 18:16, percebemos que o Reino de Deus não pertence às crianças porque
elas são crianças, mas pertence àqueles que o recebem como uma criança. Jesus
não está afirmando que todas as crianças estão salvas, mas está demonstrando
uma predileção por elas, desejando que aqueles que se supõem religiosos e
tementes a Deus, tomem-nas como exemplo de humildade, de subserviência e louvor
a Deus (Mt 21:15,16; cf. Sl 8:2). Embora as crianças gozem de uma proteção
especial de Deus (Mt 18:10), elas não estão livres das questões espirituais que
possam afetá-las, a começar pela realidade do pecado. Em Marcos 9:14-29,
encontramos a história de um jovem possesso por um espírito mudo desde a sua
infância (v. 21). As crianças estão sujeitas a todas as investidas do diabo, a
todas as influências da carne e à sedução do mundo, o que demonstra que são
pecadoras e carentes de salvação.
Filho de crente,
crente não é.
Um dos grandes erros de muitas crianças, adolescentes e jovens que são filhos
de crentes, que frequentam assiduamente uma igreja, que participam da escola
bíblica, que realizam apresentações de dança e teatro em ocasiões especiais é
achar que tudo isso as torna crentes. Muitos adultos frequentam a Igreja nessa
mesma situação, servem do seu jeito, vivem uma vida religiosa, mas jamais
aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador. Mesmo que tenha sido educada
dentro dos princípios da Palavra de Deus e, juntamente com sua família, pratique
muitos desses princípios, ainda assim a criança precisa passar pela experiência
da conversão para se considerar salva. A salvação não é uma doença transmitida
de uma pessoa para outra ou uma molécula de DNA dos pais que passa a fazer
parte intrinsecamente dos seus filhos. Todos devemos conhecer histórias de
pastores que possuem filhos nas drogas;
de crianças que foram criadas dentro da Igreja e que pararam de
frequentá-la assim que entraram na adolescência. Da mesma forma ouvimos
histórias de crentes que estão firmes no Senhor e que se converteram ainda
crianças, com menos de dez anos de idade, às vezes aos cinco anos. Quando Paulo
fala, em 1 Coríntios 7:14 a respeito da santificação dos filhos pela presença
de um crente na família, não está afirmando que esses filhos sejam crentes. Se
assim o fosse, o marido descrente seria crente pela fé da esposa e vice-versa.
Numa família de crentes, as crianças estão sob a influência de Deus por meio
dos seus pais, o que não acontece numa família de descrentes, onde a influência
é totalmente maligna.
O evangelismo começa
em casa.
As razões do evangelismo de crianças já ficaram óbvias. Além de serem
pecadoras, elas possuem uma alma imortal (Ez 18:4). Ao invés de desanimar os
pais, a realidade da condenação de crianças deve animá-los a educar seus filhos
nos caminhos do Senhor, a orar por eles e evangelizá-los. Uma coisa é ensinar a
criança a desenvolver valores cristãos, outra coisa é comunicar-lhe que esses
valores só poderão ser desenvolvidos se ela se converter. Muitos pais querem
que seus filhos tenham atitudes próprias de discípulos de Jesus sem eles jamais
terem se tornado discípulos de Jesus. É preciso haver conversão. As crianças
podem perfeitamente crer em Jesus e segui-lo conscientemente (Mt 18:6). Timóteo
é um exemplo de como alguém desde criança pode se dedicar a Deus (2 Tm 3:15). O
lar é o local onde o evangelismo de crianças deve começar. Se elas não tiverem
o exemplo e a pregação dos seus pais, dificilmente aceitarão de outras pessoas.
Este evangelismo no lar envolve:
·
Ensino. A apresentação do Evangelho por meio da
educação dos pais é o contato mais direto que a criança terá com a Palavra de
Deus. Os pais crentes devem educar os seus filhos na disciplina e na
admoestação do Senhor (Ef 6:4). Em Provérbios 22:6, Salomão nos instrui:
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não
se desviará dele”. A criança que cresce num lar cristão deve receber instruções
morais baseadas na Bíblia, aprendendo a amar a Deus e a obedecê-lo, sendo
íntegra, justa, obediente, honesta, amorosa, praticante do bem, solidária,
amante da Bíblia. Ela deve ser estimulada a ter intimidade com Deus por meio da
oração. O ensino da palavra de Deus no lar leva a criança ao desenvolvimento
mental (Pv 1:1-4; Sl 119:130), físico (Pv 3:2; 4:20-22), emocional (Sl 119:24,
25, 40, 44, 45, 49, 50, 88, 93, 107, 154, 165), social (Pv 3:1-4; Sl 119:23,
24, 42, 51, 52), moral e espiritual (Pv 3:1-3; 4:4-12; 6:6-27; Sl 119:9-11,24,
29, 30, 59, 60, 163).
·
Testemunho pessoal. Diante de tudo o que é ensinado à
criança a respeito de Deus e da sua Palavra, o exemplo dos pais é que falará
ainda mais alto. Não adianta ensinar à criança algo que ela percebe no próprio
testemunho dos pais que aquilo não está sendo verdade, não é praticado. Os pais
precisam educar os seus filhos por meio de um testemunho coerente, praticando
aquilo que ensinam.
·
Evangelização. Por fim, o ensino e o testemunho pessoal
devem vir acompanhados da evangelização. Isto é: a criança deve ser orientada
quanto à realidade do seu pecado e a necessidade de crer em Jesus para ser
salva. A prática da Palavra só é possível a partir da conversão, quando o
pecador recebe o Espírito Santo que o estimula e capacita para praticá-la. A
educação cristã para aqueles que não são crentes serve como um ensino moral
elevado capaz de promover o bem e formar boas pessoas e bons cidadãos; mas se o
aprendizado não vier acompanhado da conversão, não produz pessoas salvas.
A ação evangelística
na Igreja.
Para a família crente, o evangelismo começa no lar. A Igreja pode e deve apoiar
os pais nessa obra santa de pregar o Evangelho aos pequeninos, dando-lhes o
suporte espiritual de competência do corpo de Cristo, com seus dons e
ministérios. Existem grupos e instituições especializados na evangelização de
crianças, como a APEC. A Internet está repleta de técnicas interessantes para
falar do amor de Deus aos infantes. É importante que a Igreja tenha uma boa
equipe pedagógica para ensinar às crianças a Palavra de Deus. Vamos comentar
aqui duas ações possíveis:
·
EBD. Ensino do plano de salvação na Escola
Bíblica Dominical, deixando claro para as crianças que elas são pecadoras e
carecem de salvação. Este ensino deverá ser numa linguagem que alcance a
capacidade intelectual das crianças, podendo utilizar uma pedagogia lúdica, por
meio de histórias, filmes, desenhos, teatro, música, entre outros. O mesmo
princípio para os adultos se aplica aqui: o conteúdo a ser ensinado é o
Evangelho da cruz. Não basta ensinar as crianças sobre o “papai do céu”; elas
precisam saber quem de fato Ele é e o que Ele espera delas. Falar sobre céu e
inferno também deve estar no cronograma de ensino. Se queremos que nossas
crianças sejam salvas, precisamos apresentar-lhes as duas realidades: a do
pecado e a da fé para se salvar. Aqui pode-se incluir a escola bíblica de
férias.
·
Cultos realizados por crianças e para crianças. O departamento
infantil da Igreja pode realizar cultos com a participação de crianças já
convertidas, orientando-as a testemunharem a respeito da sua fé para crianças
que ainda não se converteram, criando um ambiente de pregação evangelística com
todos os recursos capazes de chamar a atenção dos pequeninos, entendendo que,
assim como nos adultos, a salvação das crianças é operada pelo Espírito Santo.
·
Formas lúdicas de evangelismo de crianças. Lição com objetos,
histórias da Bíblia, fantoches, flanelógrafo, música, drama, trilhas sonoras,
celebrações especiais, etc.
Ação evangelística
fora da Igreja.
Nem todas as crianças que frenquentam a Igreja possuem pais crentes. Alguns
pais descrentes permitem que suas crianças frequentem a igreja evangélica,
principalmente quando é perto de casa, por entenderam o valor da educação
cristã para os seus filhos, ou porque um parente ou vizinho convertido as
levam. Neste caso, as crianças não possuem suporte espiritual dos pais. Além
dessa situação, existem crianças que jamais frequentaram uma Igreja e não o
fariam se muitos cristãos não levassem até elas a Palavra de Deus. A Comunidade
Evangélica Bara (hoje Igreja Cristã Eterna Aliança), há alguns anos manteve um
trabalho com crianças no bairro de Passagem de Areia, em Parnamirim, RN, que
atendia em torno de cem crianças, que todos os domingos se reuniam numa escola
da comunidade para ouvir a Palavra de Deus. Muitas delas se converteram e ainda
servem a Jesus. A Igreja pode criar estratégias para atingir as crianças por
meio das suas famílias ou atingir as famílias por meio das suas crianças. As
formas de se fazer isso são infindas.
O que fazer e o que
não fazer?
O evangelista de crianças precisa ter conhecimento do mundo infantil, da forma
como a criança entende e lida com as coisas da vida, como ela compreende Deus.
Assim ele saberá que linguagem utilizar, que temas abordar e a melhor forma de
repassá-los. Uma das primeiras lições é o conhecimento do pecado. Não pode
haver conversão sem quem alguém se entenda pecador. A criança precisa ter
consciência que seus atos não são “coisas de criança”, mas ofensas contra Deus.
Não podemos subestimar a capacidade do infante de saber o que é certo e o que é
errado. Uma criança de peito já consegue manipular a mãe para lhe dar o que ela
tanto quer: leite, por exemplo. Nos primeiros anos ela já demonstra egoísmo,
raiva, mentira, inveja. Marilene do Amaral Silva Ferreira, no site monergismo.com,
nos alerta a respeito de cuidados que precisamos tomar na evangelização de
crianças. Eis alguns deles:
·
Jamais
forçar uma conversão. A criança precisa fazer a sua decisão para Cristo por
meio do convencimento do Espírito Santo. Uma conversão forçada irá gerar
dúvidas na mente da criança ou o falso entendimento de que é crente, quando na
verdade não é.
·
Não
oferecer brindes e recompensas para quem aceitar a Jesus. Além de ser uma
barganha com a criança, ensina-a a barganhar com Deus. Não vamos levar para o
mundo infantil essa prática deplorável já utilizada no mundo adulto.
·
Não
manipular as crianças com perguntas, muitas vezes constrangedoras, para
forçá-las a aceitarem a Jesus. Por exemplo: quando perguntamos “Quem quer
aceitar a Jesus?” e alguma criança responde que sim, as outras podem se sentir
constrangidas em aceitar também para não ficar diferentes da outra, por amizade
com aquela que aceitou, etc.
·
Não
meter medo falando do inferno com insistência. Embora o inferno seja uma
realidade, a forma como a criança compreenderá isso irá diferir do adulto. Ela
precisa apenas entender-se pecadora e saber que se crer em Jesus poderá ir para
o céu.
·
Algumas
ações positivas: manter um relacionamento saudável com a criança, demonstrando
interesse nela, incentivando sempre a sua expressão e participação. A criança
gosta de se sentir amada e valorizada. Não podemos menosprezar a dignidade da
criança como ser humano nem suas potencialidades. Elas são inteligentes,
espertas, criativas e têm muito a contribuir. O plano de salvação deve ser
apresentado no nível de conhecimento das crianças, utilizando métodos lúdicos
ou não. Elas devem ser incentivadas a trabalhar, participar, e sempre elogiadas
quando o fazem. Após a conversão da criança, os pais devem tomar conhecimento e
encaminhá-las no seu crescimento espiritual com a colaboração da Igreja. Em se
tratando de filhos de descrentes, os pais devem ser comunicados e a Igreja deve
se disponibilizar a acompanhar a criança convertida e seus pais.
Mizael Xavier
LEIA ESTE ESTUDO COMPLETO E MUITAS OUTRAS LIÇÕES SOBRE EVANGELISMO NO LIVRO QUE VOCÊ PODE ADQUIRIR PELA AMAZON EM FORMATO DE E-BOOK:
CONHEÇA TAMBÉM OUTROS LIVROS DO AUTOR TAMBÉM PUBLICADOS NA AMAZON:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, jamais comente anonimamente. Escrevi publicamente e sem medo. Faça o mesmo ao comentar. Grato.