Publiquei numa rede
social uma postagem com um frase, sugerindo que as pessoas criassem um
comentário crítico. A frase é a seguinte: “Não devemos desistir jamais,
independente das pessoas e das circunstâncias. Desistir é para os fracassados”.
Poucas pessoas realmente rebateram o que a frase diz, mas a maioria concordou
com o que está escrito. Por que? Os jargões supremos da autoajuda – “Jamais
desista dos teus sonhos”, ou “Jamais desista de lutar” – estão impregnados na
mentalidade humana, acima de tudo aquela parcela da humanidade que não reflete
antes de agir. Do quê não devemos desistir? De sonhar ou de um sonho
específico?
Após alguns
comentários, postei uma foto de Adolf Hitler, na qual escrevi: “Ele não
desistiu jamais, independente das pessoas e das circunstâncias”. Hitler tinha
um sonho, um plano, uma meta e levou a sua ambição até as últimas consequências,
sendo a maior, a mais devastadora e a mais terrível, o Holocausto, onde milhões
de judeus e outras pessoas consideradas fora dos padrões do Reich perderam as
suas vidas. Todos concordamos que ele deveria ter desistido, não resta dúvida. Isto
quer dizer que nem todos os nossos sonhos são legítimos e nem todos eles serão
alcançados.
Nossos planos e
nossas metas devem incluir as pessoas. Ninguém faz ou deixa de fazer algo “independente
das pessoas”. Elas fazem parte de nós, da nossa realidade. Não devemos dar
atenção àquelas pessoas que tentam minar as nossas forças, desacreditar-nos
dizendo que não podemos, que não iremos conseguir, que não vale a pena. Enquanto
dei ouvido a essas informações distorcidas, não cheguei a lugar algum como
escritor. Ainda assim é preciso avaliar o que elas dizem. Pode ser que tenham
percebido alguma falha ou limitação em nós que não havíamos percebido. Então podemos
reavaliar nossas intenções, nossas ações e redirecionar nossos esforços.
Entretanto, quando
agimos “independente das pessoas”, corremos o risco de passar por cima delas,
de usá-las para nossos fins, de prejudicá-las. Isso pode acontecer com nossos
entes queridos, nossos amigos, nossos colegas de trabalho, nossos irmãos da
Igreja. É preciso agira com as pessoas e a favor delas. Não precisamos de inimigos
nem de rivais, mas de aliados. A Palavra de Deus nos convoca a uma vida de
partilha, de solidariedade, onde aquilo que sou e que tenho esteja a serviço da
comunidade. Esse é um pensamento cristão baseado no amor de Deus. A minha
vitória só é legítima quando outras pessoas também podem se sentir vitoriosas
com a minha conquista, mesmo que seja apenas a alegria de me ver bem.
E o que dizer das circunstâncias?
Nem sempre elas estarão a favor daquilo que desejamos e sonhamos. Geralmente o
mundo irá oferecer resistências, as situações políticas e econômicas tenderão a
erguer enormes barreiras para impedir o nosso avanço. Na família, na Igreja ou
no trabalho encontraremos fatos que nos desestimularão, que dificultarão a
nossa caminhada rumo ao alcance das nossas metas. É preciso convicção do nosso
chamado, do nosso sonho, do nosso ideal. É necessária bastante fé para
permanecermos firmes diante das investidas contrárias. Quando tudo está a
favor, é mais fácil lutar. Mas até que ponto devemos insistir? Será que devemos
mesmo lutar até as últimas consequências? Pode ser que elas não sejam nada
boas. Ao contrário do que diz a frase – “Desistir é para os fracassados” –
desistir é para os sábios, para aqueles que são humildes e inteligentes o
suficiente para saber o momento certo de parar, de retroceder, de voltar atrás
e fazer novos planos, traçar novas metas, estudar outros rumos.
A única derrota real
é jamais tentar. Mas tentar e desistir quando está claro que estávamos lutando
a luta errada, buscando o sonho errado e caminhando rumo ao abismo, é uma
grande vitória que podemos experimentar. Não devemos desistir por medo, baixa
autoestima, comodismo, preguiça, falta de confiança nos outros, pessimismo ou
falta de fé. Essas coisas não justificam a desistência de um sonho e podem,
sim, ser sinônimos de fracasso. Se as circunstâncias não forem boas, criemos
outras que sejam. Sejamos proativos e resilientes. Desistir de um sonho, sim;
mas desistir de sonhar, jamais!
Mizael Xavier
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