segunda-feira, 28 de maio de 2018

A JORNADA CRISTÃ EM 11 MOMENTOS - PARTE 1



TEXTO ÁUREO: Mateus 14:22-33


 INTRODUÇÃO

            A caminhada na vida cristã começa quando, pela fé, aceitamos a Jesus como o nosso único e suficiente Senhor e Salvador. Nos bastidores desta nossa aceitação, Deus já estava trabalhando. Ele não somente nos escolheu antes da fundação do mundo e também nos predestinou, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4,5). Deus também providenciou um meio para nos regenerar e assim podermos crer, pois estávamos mortos em nossos delitos e pecados e não podíamos responder ao chamado para a vida. Era preciso que Ele, por meio do seu Santo Espírito, fizesse esta obra em nós (Ef 2:1,8,9). É o Senhor quem nos chama, é Ele quem nos envia e nos capacita, não somente para crermos para a salvação, como também para permanecermos nela e praticarmos as boas obras destinadas a nós (Ef 2:10).
            Esta jornada que se iniciou desde a eternidade, estende-se por toda a nossa vida, até alcançarmos a nossa pátria celestial, onde reinaremos para sempre com o Senhor (Fp 3:20,21). Enquanto estamos neste mundo, porém, vivemos as nossas lutas diárias: luta contra a natureza pecaminosa que guerreia dentro de nós contra a vontade do Espírito; luta contra as forças hostis do inimigo que tenta de todas as formas nos tragar; luta contra um mundo que jaz no maligno e que nos odeia por causa da nossa identificação com Cristo; luta em defesa da fé contra os falsos ensinos que penetram como câncer na Igreja; luta em prol do crescimento do corpo de Cristo, da sua constante edificação e santificação no Senhor. Só será possível lutarmos esta guerra se estivermos seguros da vitória que já é nossa, de a nossa fé estiver firmada na Rocha, que é o Senhor Jesus e a sua Palavra de vida eterna.
            No episódio narrado em Mateus 14:22-33, temos um exemplo de vários momentos da jornada cristã. Ela se inicia com a convocação dos discípulos a seguirem até o outro lado do mar, onde mais tarde os encontraria. A viagem não foi tranquila, pois havia muito vendo contrário e fortes ondas. No meio da viagem, eles recebem a visita inusitada do Senhor, que vinha caminhando sobre as águas, o que os encheu de terror, porque com certeza aquilo não era algo comum de se ver. Muito embora o Senhor os tenha acalmado, anunciando ser Ele quem estava ali, os discípulos duvidaram, e Pedro foi ter com Ele sobre as águas. Diante da falta de fé de Pedro e dos demais discípulos, o Senhor repreende Pedro: “por que duvidaste?”. Podemos retirar deste relato onze lições importantes sobre esses diversos e adversos momentos que enfrentamos na nossa jornada pela vida cristã. A lição que aprenderemos é aquela ensinada pelo apóstolo Paulo: “Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1:6).


1. Momento da chamada (v. 22)

Como dissemos na introdução deste estudo, somos frutos de um chamado específico de Deus: um chamado à salvação. Aqueles que entraram no barco obedecendo à ordem de Jesus eram os seus doze discípulos, escolhidos por Ele pessoalmente para o ministério apostólico. Nenhum deles havia se alistado no exército de Cristo, mas todos estavam ali porque foram escolhidos. O Senhor lhes disse: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15:16). Da mesma forma nós fomos escolhidos em Cristo para a salvação, para nos tornarmos seus discípulos e servos, segundo a sua vontade soberana (Ef 1:4-14). O chamado de Deus é eficaz e irresistível: uma vez que somos convencidos pelo Espírito Santo dos nossos pecados, a nossa resposta sempre será positiva. Esta foi a resposta que os discípulos deram ao ser convocados.
A nossa escolha tem um propósito e vai além do que apenas herdar a vida eterna. Ela envolve o que faremos aqui nesta vida enquanto o Senhor não vier nos buscar. O que Deus espera de nós nessa jornada é a obediência ao nosso chamado, o que pode envolver atuar em diversas frentes de batalha, incluindo o chamado missionário, a Grande Comissão (Mt 28:19,20; Mc 16:15). Ao se dirigir aos seus discípulos, o Senhor os “compeliu”, que significa, no grego, compelir por meio de força ou ameaça; ou constranger por meio da súplica; ou, também, persuasão (cf. At 26:11; 28:19; 2 Co 12:11;Gl 2:13,14; 6:12; Mc 6:45; Lc 14:23). Isto quer dizer que o convide de Jesus era pertinente e deveria ser obedecido, não restando outra saída aos seus discípulos a não ser entrar no barco e seguirem para a outra margem do lago. A Igreja é do Senhor e está ao seu serviço. É Ele quem dá a direção a ser tomada, quem a guia. Como escolhidos, chamados e comissionados por Deus, devemos agir sempre como seus discípulos. Somos seus embaixadores neste mundo e devemos iluminá-lo com a luz de Cristo, seguindo com fé a jornada que Ele nos propôs, tanto na própria salvação quanto no ministério cristão.

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