TEXTO ÁUREO: 2 Timóteo 2:1-10
A NATUREZA DA NOSSA
GUERRA
·
Em
2 Timóteo 2:1-10, o apóstolo Paulo estimula Timóteo a participar de uma batalha
já travada há muitos séculos e que agora faz parte do cotidiano da Igreja do
Senhor: uma luta pela verdade. Todas as investidas de Satanás, o que inclui os
falsos profetas, os falsos mestres, os anticristos e o anticristo, são contra a
verdade do Evangelho, apresentando uma mentira travestida de verdade que impede
que as pessoas conheçam verdadeiramente a Cristo e o busquem pelas razões
corretas. No campo de batalha do crente, toda luta é uma luta contra a mentira
e a favor da verdade.
·
Toda
luta pela verdade (pregação e prática desta verdade) começa dentro de nós, na
nossa mente. Somente uma mente transformada e submissa a Deus pode viver em
santidade, resistir às investidas de Satanás e não conformar-se com este mundo
(Rm 12:1,2). Tanto o pecado que habita em nós quanto as ofertas de Satanás e a
sedução do mundo visam nos levar a pecar, a transformar a verdade de Deus em
mentira e a nos colocar no caminho do erro. Defender a verdade não significa
apenas pregá-la, mas viver de conformidade a ela. Se pregamos o que é certo e
praticamos o que é errado, a verdade não está em nós.
·
A
defesa da fé é algo tão importante que levou Judas, irmão de Jesus, quando foi
redigir a sua carta, a mudar o assunto que tinha em mente. Ao invés de escrever
acerca da comum salvação, ele se sentiu “obrigado” a exortar que se batalhasse
diligentemente pela fé “que uma vez por todas foi entregue aos santos” (v. 3).
O motivo dessa preocupação do apóstolo está claro no v. 4: “Pois, certos
indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram
antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que
transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.
·
Ao
aconselhar os presbíteros de Éfeso, Paulo tinha em mente, também, o problema
dos falsos mestres e dos falsos ensinos que penetrariam na igreja após a sua
partida (At 20:28-32). O seu conselho aos presbíteros foi que eles zelassem
pelo rebanho que o Espírito Santo os havia confiado (v. 28). Para isso,
encomendou-lhes ao Senhor e à palavra da sua graça (v. 32). Somente através da Palavra
de Deus é possível proteger-nos e proteger a Igreja contra os falsos ensinos.
·
O
apóstolo Paulo alertou Tito a respeito dos falsos mestres, em especial os da
circuncisão, afirmando que é preciso “fazê-los calar”, repreendendo-os
severamente para que sejam sadios na fé “e não se ocupem com fábulas judaicas,
nem com mandamentos de homens desviados da verdade” (Tt 1:10-14). Da mesma
forma, Paulo alertou Timóteo para admoestar “certas pessoas a fim de que não
ensinem outra doutrina, nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que
antes promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé” (1 Tm 1:3-7).
USANDO AS ESTRATÉGIAS
CORRETAS
Nesta batalha, não lutamos com a
nossa própria forma nem utilizamos as nossas próprias armas. O apóstolo Paulo
vai mostrar que o crente precisa estar revestido de um poder que vai além da
sua capacidade humana, e que envolve deixar-se encher pela graça de Deus e
envolver-se ativamente na batalha.
1. Fortificar-se na
graça (v. 1)
·
A
guerra pela verdade é uma guerra de Deus, onde atuamos como soldados usados por
Ele na propagação do seu Evangelho. Ao escrever “fortifica-te”, Paulo está
usando um termo grego que está na voz passiva (endynamoo), que seria melhor traduzido como “ser fortalecido”. Isto
significa que o crente atua de forma passiva, não luta com sua própria força,
mas no poder que Deus lhe dá. Escrevendo aos crentes de Éfeso, Paulo utiliza o
termo endunamousthe para afirmar:
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef
6:10). É Deus quem capacita aqueles que Ele chama para a sua obra.
·
Quanto
mais lutamos com as nossas próprias forças e desprezamos o verdadeiro poder,
tanto mais nos tornamos cansados e abatidos. Na luta pela verdade, o que fará a
diferença no campo de batalha será o tipo de arma que estamos utilizando. Se
lutamos revestidos do poder de Deus, confiantes de que Ele trabalha por nós, em
nós e através de nós, não nos cansaremos nem nos afadigaremos, mas teremos as
nossas forças constantemente renovadas (Is 40:28-31).
·
O
verdadeiro poder para realizarmos as obras de Deus e sairmos vitoriosos não vem
da nossa capacidade humana limitada, mas do seu Espírito que habita em nós:
“Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por
força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc
4:6). Davi, mesmo sendo rei e tendo um exército bem equipado à sua disposição,
escreveu: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriamos
em nome do Senhor, nosso Deus” (Sl 20:7).
·
O
poder (dumanis) que nos é dado por
Deus é para que sejamos as suas testemunhas, o que diz respeito à pregação
correta do Evangelho a todas as pessoas de todas as nações da terra: “mas
recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”
(At 1:8).
·
O
poder que opera na vida do soldado se Jesus não vem dele mesmo, mas de Deus,
que o capacita para a sua tarefa evangelizadora: “E é por intermédio de Cristo
que temos tal confiança; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar
alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem
de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da
letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co
3:4-6).
·
O
crente só pode obter vitória no campo de batalha se lutar com as armas
corretas. As nossas armas não são carnais, mas espirituais (2 Co 10:4,5) e têm
como objetivo apresentar a revelação divina conforme se encontra nas Escrituras
contra as mentiras apregoadas por
Satanás e seus servos.
·
O
conhecimento de Deus deve nos levar à submissão total a Ele. Se somos
fortalecidos pela sua graça, entendemos que dependemos de Deus e devemos lutar
conforme o seu padrão, não o nosso.
2. Multiplicar o
conhecimento (v. 2)
Uma das grandes estratégias na defesa da
verdade é propagá-la, criando uma rede multiplicadora desta verdade,
utilizando-se de pessoas convertidas e idôneas para pregá-la, ensiná-la e defendê-la.
Vemos aqui o poder do ensino das Sagradas Escrituras no fortalecimento da fé
cristã e no avanço do Evangelho. O apóstolo Paulo deixa bastante claro o que
deveria ser transmitido: “o que de minha parte ouvistes”. Em sua primeira
epístola a Timóteo, Paulo já o havia exortado a guardar o que lhe fora confiado
(1 Tm 6:20) contra aqueles que ensinavam doutrinas contrárias à verdadeira com
intuitos gananciosos (6:3-10). O mesmo conselho ele dá a Tito, exortando que
ele fale somente o que convém à sã doutrina (Tt 2:1). Não é qualquer mensagem
que o soldado de Cristo deve propagar e defender, mas o conteúdo da pregação evangélica,
que pode ser resumido na seguinte sentença de Paulo: “mas nós pregamos a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (1 Co 1:23). A
mensagem que pregamos e defendemos é a mensagem da cruz de Cristo (v. 18), o
próprio Jesus como Senhor e a nós mesmos como seus servos (2 Co 4:5; Ef 3:8; Gl
3:1). O conhecimento divino que deve fazer parte da artilharia do bom soldado
de Cristo em defesa da fé deve ser:
·
A ressurreição de Cristo. A ressurreição de
Cristo é o fundamento da fé cristã e a legitimação da missão evangelística da
Igreja (At 17:31; 24:21; 26:7,8; Rm 14:9; 1 Co 15:15-22; Cl 1:18; 2 Tm 4:1; 1
Pe 4:5). Paulo chega a escrever que se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa
pregação e a nossa fé, e modo que nos tornamos falsas testemunhas diante de
Deus (1 Co 15:14,15).
·
Ensino bíblico coerente com as Escrituras (At 17:11). O soldado
do Senhor precisa ter um conhecimento sólido da Bíblia para não se desviar
dela. Nenhuma mensagem pode ser diferente do Evangelho que está registrado nas
páginas da Bíblia, seja por ignorância ou por má fé (Gl 1:6-9). Paulo exorta a
Tito que ele se apegue à palavra fiel, que é segundo a doutrina (Tt 1:9).
·
Jesus como a própria mensagem. A nossa mensagem é
uma: o Senhor Jesus, poder e sabedoria de Deus (1 Co 1:22-24; cf. At 24:11; 2
Co 4:5). O Jesus que anunciamos é Deus, Senhor e Cristo (At 2:36; 5:42;
10:36-42).
·
Fé num único Deus. A evangelização deve anunciar ao
mundo um único e verdadeiro Deus (At 14:15-17; 17:23-34; 26:15-18; Rm 1:19-25;
Ef 4:17-19), ensinando aos que vivem na ignorância, aos ateus e aos idólatras a
necessidade de adorar somente ao Deus Trino (1 Ts 4:5; 2 Ts 1:8; Gl 4:8; 1 Co
15:34; Ef 4:17-19; 1 Pe 1:14; Jr 10:25; Jó 18:21).
·
O Evangelho da graça. Testemunhar do
Evangelho da graça de Deus foi o ministério recebido do Senhor Jesus pelo
apóstolo Paulo (At 20:24), o que equivale a pregar o Reino de Deus. Logo, vemos
claramente que a proclamação do Reino envolve o anuncio da graça de Deus em
Cristo.
·
Uma mensagem libertadora. O Cristo que se
revela nas Escrituras, muda radicalmente a nossa razão de viver. A mensagem
evangelística é uma mensagem de libertação. A compreensão da verdade salvadora
era algo que somente Deus poderia dar ao perdido, porque o seu coração está
endurecido (Mt 13:10-15). Jesus é a verdade (Jo 14:6) e o seu Espírito é
libertador (2 Co 3:17).
·
Uma mensagem escatológica. A mensagem da
pregação evangelística é escatológica: ela inicia demonstrando a salvação
providencial em Cristo e terminha com a proclamação da sua vinda gloriosa para
arrebatar a Igreja e julgar a humanidade. Esta era a pregação do Senhor:
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2; cf. 4:17). Esta
deve ser a pregação do bom soldado do Senhor: a proclamação da salvação em
Cristo e a vinda do seu Reino glorioso, como já declarava o Antigo Testamento
(Is 56:11; Jl 3:14; Zc 1:14) e como pregou o apóstolo Pedro (At 3:18-21). A
declaração “Jesus está vindo!” deve voltar a fazer parte da nossa pregação,
declarando abertamente que Deus julgará o mundo (Hb 9:27) e que o inferno é uma
realidade, mesmo que para alguns o Senhor pareça demorar-se (2 Pe 3:9,10).
Mizael Xavier
LEIA TODO ESTE ESTUDO E APRENDA TUDO SOBRE BATALHA ESPIRITUAL NO MEU LIVRO QUE VOCÊ COMPRA PELA AMAZON EM FORMATO DE E-BOOK:
CONHEÇA E ADQUIRA OS MEUS E-BOOKS COM TEMAS TEOLÓGICOS,
ESPIRITUAIS, POESIA, TEATRO, CONTOS E MUITO MAIS! ACESSE O SITE OU O APLICATIVO
DA AMAZON E ADQUIRA OS SEUS. VEJA ALGUNS TÍTULOS QUE ESTÃO DISPONÍVEIS:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, jamais comente anonimamente. Escrevi publicamente e sem medo. Faça o mesmo ao comentar. Grato.