INTRODUÇÃO
O maior desafio da humanidade hoje não está
na conquista de outros planetas, na descoberta de novas tecnologias, na solução
para os problemas sociais que afligem o mundo. Estas coisas sempre foram
buscadas, com ou sem avanços. O maior desafio que enfrentamos hoje é na criação
dos nossos filhos num ambiente caótico e hostil como a sociedade em que vivemos
atualmente. O mundo está cada vez mais desprovido de valores e repleto de
mecanismos pecaminosos geradores de morte. Desde cedo as
crianças são bombardeadas por estímulos e informações que, na maioria das vezes,
não são saudáveis. E são esses estímulos e essas informações que construirão o
seu caráter, determinando o seu comportamento presente e futuro dentro da
família e em toda a sociedade. O que antes chamávamos de valores morais são considerados
conceitos ultrapassados ou ideais reacionários promovidos pela religião, que
limitam a liberdade humana e lhe impõe um estilo de vida particular. Não
existem mais limites e a própria sexualidade é questionada. O modernismo
ateísta, infiltrado em todos os âmbitos da sociedade, tenta provar que Deus é
inútil. Quando as pessoas não compram essa ideia, continuam a crer em Deus, mas
vivem como se Ele não existisse.
Então nossos filhos vêm a um mundo tomado pela
incredulidade, pela relativização dos valores, pelo consumismo desenfreado,
pela falta de ideais altruístas, pela sensualidade generalizada no imaginário e
na cultura, pela violência cada dia mais crescente, pela falta de perspectivas,
pelo individualismo, pelo ódio. O nosso desafio é educar através do exemplo,
manter uma vida santa e íntegra diante de Deus, vivendo e ensinando aos nossos
filhos os valores eternos do Pai celestial e da sua Palavra. Este é um
empreendimento que demanda tempo, oração e muitas lágrimas derramadas aos pés
da cruz, mas que possui frutos duradouros e eternos. O
papel da educação cristã é crucial para proteger o intelecto, a emoção e a
espiritualidade dos filhos, fornecendo-lhes uma base bíblica sólida para a
construção do seu caráter.Esta é a nossa missão como pais. Viver no mundo sem ser
do mundo, nadar contra as ondas da depravação total, apresentar-nos a nós e aos
nossos filhos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus em um culto
racional e constante é a meta de pais que farão a diferença.
Uma questão crucial
neste tema é que, enquanto os filhos não são convertidos pelo Espírito Santo a Jesus,
necessitam bem mais que uma educação baseada em princípios bíblicos, mas
carecem ainda de evangelização. Entender as coisas espirituais e praticá-las só
é possível a partir do momento que o indivíduo é inserido no corpo de Cristo
por meio da conversão. Enquanto isso não acontece, por melhor que seja a
educação dos pais, os filhos ainda serão carnais, ímpios; eles estarão ainda
perdidos e não levarão a sério as coisas de Deus. Assim, o lar é o local onde o
evangelismo de crianças deve começar. Se elas não tiverem o exemplo e a
pregação dos seus pais, dificilmente aceitarão de outras pessoas ou, por outro
lado, acabarão se deixando influenciar pelo exemplo e pela pregação errados.
Este evangelismo no lar envolve[1]:
Ensino
A apresentação do Evangelho por meio da
educação pelos pais é o contato mais direto que a criança terá com a Palavra de
Deus. Os pais crentes devem educar os seus filhos na disciplina e na
admoestação do Senhor (Ef 6:4). A admoestação está ligada à censura e
advertência, à instrução por meio da Palavra, o que envolve a disciplina, como
uma forma de treinamento da criança (cf. 1 Co 10:11; Tt 3:10). Esta educação,
que em outros textos bíblicos traz o termo grego paideia, também está associada às recompensas e punições que esta
educação carrega. Em Provérbios 22:6, Salomão nos instrui: “Ensina a criança no
caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. A
criança que cresce num lar cristão deve receber instruções morais baseadas na
Bíblia, aprendendo a amar a Deus e a obedecê-lo, sendo íntegra, justa,
obediente, honesta, amorosa, praticante do bem, solidária, amante da Bíblia. Ela
deve ser estimulada a ter intimidade com Deus por meio da oração. O ensino da
palavra de Deus no lar leva a criança ao desenvolvimento mental (Pv 1:1-4; Sl
119:130), físico (Pv 3:2; 4:20-22), emocional (Sl 119:24, 25, 40, 44, 45, 49, 50,
88, 93, 107, 154, 165), social (Pv 3:1-4; Sl 119:23, 24, 42, 51, 52), moral e
espiritual (Pv 3:1-3; 4:4-12; 6:6-27; Sl 119:9-11,24, 29, 30, 59, 60, 163).
Testemunho pessoal
Diante de tudo o que é ensinado à criança a
respeito de Deus e da sua Palavra, o exemplo dos pais é que falará ainda mais
alto. Não adianta ensinar à criança algo que ela percebe que não está sendo
verdade no próprio testemunho dos pais, que não é praticado por eles. Os pais
precisam educar os seus filhos por meio de um testemunho coerente, praticando
aquilo que ensinam.
Evangelização
Por fim, o ensino e o testemunho pessoal
devem vir acompanhados da evangelização. Isto é: a criança deve ser orientada
quanto à realidade do seu pecado e a necessidade de crer em Jesus para ser
salva. A prática da Palavra só é possível a partir da conversão, quando o
pecador recebe o Espírito Santo que o estimula e o capacita para praticá-la. A
educação cristã para aqueles que não são crentes serve como um ensino moral
elevado capaz de promover o bem e formar boas pessoas e bons cidadãos; mas se o
aprendizado não vier acompanhado da conversão, não produz indivíduos salvos. Um
dos grandes erros de muitas crianças, adolescentes e jovens que são filhos de
crentes, que frequentam assiduamente uma igreja, que participam da escola
bíblica e que realizam apresentações de dança e teatro em ocasiões especiais é
achar que tudo isso as torna crentes. Muitos adultos frequentam a Igreja nessa
mesma situação, servem do seu jeito, vivem uma vida religiosa, mas jamais
aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador. Mesmo que tenha sido educada
dentro dos princípios da Palavra de Deus e, juntamente com sua família,
pratique muitos desses princípios, ainda assim a criança precisa passar pela
experiência da conversão para se considerar salva. A salvação não é uma doença
transmitida de uma pessoa para outra ou uma molécula de DNA dos pais que passa
a fazer parte intrinsecamente dos seus filhos.
Todos provavelmente conhecemos histórias de
pastores que possuem filhos nas drogas; de crianças que foram criadas dentro da
Igreja e que pararam de frequentá-la assim que entraram na adolescência. Da
mesma forma, ouvimos histórias de crentes que estão firmes no Senhor e que se converteram
ainda crianças, com menos de dez anos de idade, às vezes aos cinco anos. Quando
Paulo fala, em 1 Coríntios 7:14, a respeito da santificação dos filhos pela
presença de um crente na família, não está afirmando que esses filhos sejam
crentes. Se assim fosse, o marido descrente seria crente pela fé da esposa e
vice-versa. Numa família de crentes, as crianças estão sob a influência de Deus
por meio dos seus pais, o que não acontece numa família de descrentes, onde a
influência é totalmente maligna.
O objetivo deste
estudo é abordar a educação cristã sob dois aspectos importantes no processo de
transmissão da Palavra de Deus aos filhos: uma comunicação eficaz baseada no
respeito mútuo e no constante diálogo; e a prática dos estímulos corretos que
visam levar às práticas corretas, de acordo com os princípios éticos, morais e
espirituais apresentados na Bíblia. A educação não é uma operação invasiva, mas
um processo dinâmico de conquista diária, onde quem ensina também é ensinado. Ela
é baseada na afetividade, pois educar sem amor não é educar. Muitos ditadores
conquistam a obediência e ensinam seus cidadãos por meio da coerção, com
ameaças e punições. Não é isto que a Bíblia nos ensina; não é este o exemplo do
Senhor Jesus.
[1] Adaptado do
livro “Ide e pregai: curso de formação de evangelistas”, de minha autoria,
ainda a publicar.
Mizael Xavier
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