No
ano de 1685, numa cidade situada no interior
As
pessoas não imaginavam que viveriam grande terror
Existindo
em suas vidas normais nem podiam perceber
Que
coisas muito estranhas estavam por acontecer.
Havia
ali uma igreja onde o padre celebrava a missa
Seguir
cegamente a Sé, esta era a sua premissa
Também
havia uma delegacia com guardas e suas espadas
Encarregados
de manter tudo em suas coordenadas.
Nesta
cidade pacata havia um pequeno hospital
Para
onde todos os doentes iam se tratar de algum mal
O
comércio não era grande e pouco era o necessário
As
pessoas naquela cidade se contentavam com o ordinário.
O
prefeito da cidadezinha era de uma família abastada
Revezando-se
na política e com o poder acostumada
O
juiz era apelidado de “homem sanguinolento”
Julgava
ricos e pobres segundo o seu entendimento.
Diferente
de outras cidades pequenas daquelas redondezas
Ali
havia um teatro, com artistas e suas proezas
Também
havia uma praça que à noite era muito frequentada
Aos
domingos, no fim da missa, sempre estava lotada.
Nada
podia ser mais normal na vida daqueles moradores
Com
a rotina jamais invadida, com suas alegrias e suas dores
Absortos
em suas preocupações, entretidos em seus afazeres
Executando
as suas tarefas, satisfazendo os seus prazeres.
Naquela
cidade pequena havia uma peculiaridade:
As
pessoas eram sérias e zelosas em sua religiosidade
Defendiam
os bons costumes, a família e a moral
Consideravam-se
pessoas boas, desprezavam todo o mal.
Honravam
as suas tradições e seus rituais religiosos
Puritanos
e ascéticos, da pureza eram desejosos
Não
toleravam qualquer novidade que atentasse contra sua crença
Rechaçavam
os presunçosos, condenavam a descrença.
As
autoridades da cidade, embora justamente empoçadas
Não
tinham a última palavra, estavam sempre devotadas
A
um homem cuja tirania fazia do povo o seu serviçal
O
seu nome era Alexandre, mais conhecido como Cardeal.
Eram
tempos tenebrosos onde a superstição dominava
O
medo subjugava as almas, embora a fé se declarava
Mas
todos viviam bem se todas as regras fossem seguidas
Caso
contrário podiam considerar suas almas perdidas.
E
assim todos iam vivendo em uma aparente perfeição
Sufocando
as suas angústias, adornando o seu coração
Era
preciso manter a paz, a calma e a normalidade
O
viajante que ali chegava não encontrava nenhuma maldade.
CONTINUA NO LIVRO:
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