terça-feira, 26 de maio de 2015

O NEVOEIRO - Parte 1 – Uma cidade cheia de fé



No ano de 1685, numa cidade situada no interior
As pessoas não imaginavam que viveriam grande terror
Existindo em suas vidas normais nem podiam perceber
Que coisas muito estranhas estavam por acontecer.

Havia ali uma igreja onde o padre celebrava a missa
Seguir cegamente a Sé, esta era a sua premissa
Também havia uma delegacia com guardas e suas espadas
Encarregados de manter tudo em suas coordenadas.

Nesta cidade pacata havia um pequeno hospital
Para onde todos os doentes iam se tratar de algum mal
O comércio não era grande e pouco era o necessário
As pessoas naquela cidade se contentavam com o ordinário.

O prefeito da cidadezinha era de uma família abastada
Revezando-se na política e com o poder acostumada
O juiz era apelidado de “homem sanguinolento”
Julgava ricos e pobres segundo o seu entendimento.

Diferente de outras cidades pequenas daquelas redondezas
Ali havia um teatro, com artistas e suas proezas
Também havia uma praça que à noite era muito frequentada
Aos domingos, no fim da missa, sempre estava lotada.

Nada podia ser mais normal na vida daqueles moradores
Com a rotina jamais invadida, com suas alegrias e suas dores
Absortos em suas preocupações, entretidos em seus afazeres
Executando as suas tarefas, satisfazendo os seus prazeres.

Naquela cidade pequena havia uma peculiaridade:
As pessoas eram sérias e zelosas em sua religiosidade
Defendiam os bons costumes, a família e a moral
Consideravam-se pessoas boas, desprezavam todo o mal.

Honravam as suas tradições e seus rituais religiosos
Puritanos e ascéticos, da pureza eram desejosos
Não toleravam qualquer novidade que atentasse contra sua crença
Rechaçavam os presunçosos, condenavam a descrença.

As autoridades da cidade, embora justamente empoçadas
Não tinham a última palavra, estavam sempre devotadas
A um homem cuja tirania fazia do povo o seu serviçal
O seu nome era Alexandre, mais conhecido como Cardeal.

Eram tempos tenebrosos onde a superstição dominava
O medo subjugava as almas, embora a fé se declarava
Mas todos viviam bem se todas as regras fossem seguidas
Caso contrário podiam considerar suas almas perdidas.

E assim todos iam vivendo em uma aparente perfeição
Sufocando as suas angústias, adornando o seu coração
Era preciso manter a paz, a calma e a normalidade
O viajante que ali chegava não encontrava nenhuma maldade.

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