segunda-feira, 20 de agosto de 2018

BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO: O QUE É?



A blasfêmia contra o Espírito Santo

            Assim como eu, você com certeza já foi repreendido por alguém quando criticou certas manifestações estranhas que acontecem em muitas igrejas: pessoas rodando como peão, gritando e batendo palma freneticamente, pulando, jogando-se ao chão ao serem tocadas por algum objeto ungido, falando línguas estranhas e incompreensíveis como se fosse o seu segundo idioma, profetizando toda sorte de bênçãos, revelando o futuro das pessoas, batendo tambor e dançando vestidas de branco como num terreiro de macumba, entre tantas outras cenas bizarras. Se você lê e estuda a Palavra de Deus, é claro que não consegue se sentir bem diante dessas coisas, porque nenhuma delas está na Bíblia. E quando falamos isso, lá vem aquela velha ameaça de estarmos blasfemando contra o Espírito Santo. Essas ameaças geralmente partem de quem não tem o costume justamente de ler e estudar a Bíblia, mas acredita em novas revelações, inclusive aquelas que aparecem no Facebook e no Whatsapp. Se pedimos que nos expliquem essas manifestações, essas pessoas começam dizendo “Eu acho...”, como se o que elas acham ou deixam de achar fosse a Palavra de Deus para nós, digno de fé e confiança.
Para termos a nossa mente tranquila, precisamos abordar um tema importantíssimo para a nossa compreensão daquilo que é de Deus: a blasfêmia contra o Espírito. As pessoas que acreditam, defendem e praticam muitas das coisas que citamos, geralmente são de denominações consideradas neopentecostais. Elas defendem que o Espírito possui total liberdade para agir como quiser, insistindo que o seu agir não está limitado pela Bíblia. Afinal de contas, o vento sopra onde quer (Jo 3:8). Precisamos, então, compreender o que é a blasfêmia contra o Espírito. Compreendendo isto, saberemos discernir as ações do Espírito de Deus das manifestações puramente carnais ou diabólicas. Por exemplo: a vassoura consagrada para varrer todo mal da nossa casa é de Deus ou do diabo? Através dessa vassoura Deus por fazer o milagre acontecer e tirar toda maldição da nossa vida? É o que faz a Igreja Despertar da Fé, no centro de Belo Horizonte, Minas Gerais, como vemos em vídeo divulgado na Internet.
            Quando entendemos claramente o que é a blasfêmia contra o Espírito Santo revelada na Bíblia, temos segurança para julgar todas as coisas sem o medo de incorremos neste pecado imperdoável. Então podemos iniciar afirmando: a blasfêmia contra o Espírito Santo é o que está ensinado em Marcos 3:28,29, Mateus 12:32 e Lucas 12:10. Não é aquilo que pensamos ser, mas aquilo que a Palavra de Deus declara que é. Não é qualquer pecado que julgamos grande e imperdoável, mas o que o Senhor afirmou ser imperdoável. Vamos analisar o texto de Marcos 3:20-35, observando o seu contexto e todos os fatos que levaram o Senhor ao ensino dos vs. 28 e 29. Neste ponto, Jesus já vinha sofrendo uma forte oposição dos escribas e fariseus, que contestavam a natureza do seu ministério e a validade dos sinais que Ele realizava, motivados por ciúmes. No capítulo segundo, dois episódios nos chamam a atenção. Primeiro, Jesus havia sido acusado de ser blasfemador ao perdoar os pecados de um homem que havia sido curado de paralisia (v. 7). Somente Deus tem poder para perdoar os pecados; agindo assim, Jesus fazia-se igual a Deus, o que para os judeus era inadmissível e digno da mais severa punição. Mais adiante, o Senhor foi advertido pelos fariseus porque os seus discípulos não guardavam o sábado (v. 24), rebatendo-lhes: “de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (v. 28). Isto significa que Jesus é o dono do perdão, da cura e do dia santo dos judeus.
            A essa altura já estava bastante claro que a popularidade de Jesus crescia entre os populares, acima de tudo as pessoas sempre desprezadas pelos fariseus e escribas. Aqueles que possuíam apenas a figura desses líderes religiosos como modelo, passaram a enxergar em Jesus alguém diferente, como lemos em Mateus 7:28,29, após o Sermão do Monte: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Em Mateus 12:22,23, que está dentro do contexto de Marcos, Jesus acabara de realizar a libertação de um endemoninhado cego e mudo. A admiração da multidão despertou a inveja nos escribas e fariseus, o que desencadeou a sua hostilidade contra Jesus. Até mesmo a sua família não cria nele, afirmando que estava fora de si e saiu para prendê-lo (Mc 3:21). Nesta feita, os escribas que haviam descido de Jerusalém, diziam: “Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que ele expele demônios” (v. 22). Eles estavam afirmando que Jesus estava endemoninhado e atuava pelo poder de Belzebu, transformando a encarnação de Deus numa obra maligna ou na encarnação do próprio mal.
            Da acusação dos escribas contra Jesus, surge o significado de “blasfêmia contra o Espírito”: ela é um pecado consciente e deliberado contra o conhecimento claro da verdade e da evidência da divindade de Cristo, atribuindo a obra do Espírito Santo ao próprio Satanás” (LOPES, 2016). É preciso, entretanto, cuidado na compreensão deste ensino, para não cairmos no erro de definirmos de acordo com o nosso próprio entendimento que obra é do Espírito. Jesus não está abrindo espaço para condenarmos como blasfemador aquele que, por exemplo, afirma que o falar em línguas estranhas não é do Espírito; ou que uma pessoa que se contorce, roda e se joga ao chão gritando também não é uma obra do Espírito Santo. Se assim fosse, qualquer novidade espiritual criada pelas igrejas que fazem uso desse tipo de manifestação teria que ser aceita como divina, sem questionamento, sob o risco de blasfêmia contra o Espírito. O que a Bíblia nos ensina sobre isto é que essa é uma blasfêmia consciente contra a verdade, atribuindo o que é de Deus a Satanás. O que nos levará ao restante deste capítulo, onde apresentaremos meios de discernir o que é de Deus ou não.
            Logo, blasfemar contra o Espírito Santo é declarar que Jesus opera segundo o poder de Satanás, como seu aliado. Podemos aqui fazer uma ponte entre a realidade apresentada em Hebreus 6:4-6 e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Os judeus acusavam Jesus Cristo de blasfemar quando se autoafirmava Deus (Jo 10:33). Do mesmo modo, Jesus os acusava de blasfêmia por imputarem os seus milagres à atuação do diabo (Mt 12:22-31). Nos dois episódios vemos a negação do caráter messiânico de Jesus, tanto afirmando que Ele não era o Ungido do Senhor, quanto dizendo que as suas obras eram feitas pelo poder de Belzebu. Em ambos os casos a condenação é cabida pela total incredulidade. Não é uma simples negativa ou dúvida a respeito de alguma obra de Cristo, mas da sua própria natureza divina. Não é possível trazer ao arrependimento os que assim creem. Existe aí um endurecimento total do coração que extingue toda possibilidade de conversão (cf. Hb 10:26-31). Sendo impossível discernir entre aquilo que é divino e o que é diabólico, como voltar-se para Deus? Podemos ver aqui uma clara apostasia (cf. 3:12; 6:4-8; 12:25; cf. tb. Is 1:2,29,30; 2 Pe 2:21). A blasfêmia contra o Espírito Santo é uma demonstração de que o blasfemador jamais foi convertido.

Mizael  Xavier

Este estudo faz parte do livro BATALHA ESPIRITUAL: UMA LUTA EM DEFESA DA VERDADE, de minha autoria. COMPRE AGORA NA AMAZON:



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