domingo, 25 de setembro de 2016

A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO NA CARTA AOS ROMANOS




Mortos para o pecado e vivos para Deus
Romanos 6:8-14

O cristão é um tipo de ser humano diferente de todos os outros. Ele é um morto-vivo. A sua natureza humana e caída está morta para o pecado (v. 2), crucificada com Cristo na cruz, enquanto vive para Deus através do seu novo nascimento. Muitos no mundo estão mortos-mortos: mortos em seus delitos e pecados e mortos para Deus. Como Cristo morreu pelos nossos pecados, nós também morremos (v. 2,3) e fomos nele batizados como o selo da nossa participação nessa morte e ressurreição, sendo este selo válido somente ao ser ratificado pela fé (Shedd). Quem morreu “está justificado do pecado” (v. 7). Se estamos justificados do pecado, cremos que já não podemos mais viver no pecado ou perder a justificação que nos foi outorgada. Alguns enxergam este fato de um ponto de vista equivocado. Já que estão salvos, seus pecados estão perdoados e seu lugar está garantido no céu, creem que podem viver pecando, confiando no perdão de Deus.
Contra a ideia de que é possível viver pecando para que a Graça seja sempre mais abundante, Paulo apresenta dois resultados decorrentes da nossa união com Cristo: a) a remoção de nossa culpa através do sacrifício de Cristo; b) a eficácia da ressurreição numa vida nova de santidade. A culpa foi removida e não pode ser recolocada sobre o cristão novamente. Mas cabe a nós compreendermos que morremos para o pecado e não devemos continuar pecando só porque não podemos perder a salvação. Se em nosso íntimo cogitamos a possibilidade de continuar em nosso pecado, devemos rever a nossa conversão, se realmente morremos com Cristo e somos novas criaturas (6:4). Certamente não nos transformaremos em pequenos deuses incapazes de pecar, mas ainda teremos que suportar a nossa natureza humana, caída. Mas a graça de Deus em nós e o seu Santo Espírito nos incomodam e nos estimulam a buscar a santidade, a viver de acordo com o nome que ostentamos pela fé: filhos de Deus.

Leitura complementar: 2 Coríntios 5:14; 2 Timóteo 2:11; Colossenses 2:12; Gálatas 6:15; João 5:28,29; 1 Coríntios 15:20-23; Efésios 4:21-24.


O pecado não tem domínio sobre nós
Romanos 6:8-14

Há algum tempo travei um diálogo com uma pessoa na Internet que insistia em dizer aquele que é convertido a Jesus não comente mais pecado. Difícil imaginar um ser humano que não peque, porque somente Jesus é sem pecado. Por outro lado, é fato bíblico que o cristão não deve viver pecando. Uma vez redimidos do pecado e selados com o Espírito Santo, somos estimulados e capacitados a fazer a coisa certa. Paulo ensina que a santidade é uma consequência da nossa união com Cristo. Se morremos com Cristo, devemos viver para Ele: mortos para o pecado e vivos para Deus (v. 11). Temos um corpo mortal, não somente espiritual (v. 12). Neste corpo ainda existe a semente do pecado e cabe a nós, por meio da Graça de Deus, mortificar a carne. De fato, se o pecado tem domínio sobre nós, se não procuramos viver uma vida de santidade, existe a possibilidade de que jamais tenhamos sido salvos.
O salvo entende que o pecado na sua vida deve ser um acidente de percurso e que ele deve abominá-lo. Quem tem prazer no pecado, não está em Cristo. É preciso, porém, fazer a diferença entre o pecado original e a Lei que nos condenavam, e a carne que habita em nós. Dos primeiros fomos justificados por Cristo;do segundo mortificamos dia após dia, pois a carne não se converte (cf. Rm 8:13). Os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Isto não quer dizer que não pecaremos mais, mas que o pecado não pode ter mais domínio sobre nós, pois agora estamos debaixo da maravilhosa Graça do Senhor. Alguns vivem a se martirizar porque não conseguem alcançar um nível de perfeição na medida do Senhor Jesus. Outras creem que podem continuar pecando porque já estão salvas. Ambas estão erradas. Fomos salvos para vivermos em santidade. A santificação é um processo diário operado por Deus. Se nós estamos pecando e isso faz doer o nosso coração, é um sinal de que estamos no caminho certo.

Leitura complementar: 2 Coríntios 5:21; Mateus 4:1; Hebreus 2:18; 4:15; Tiago 1:13; 1 Coríntios 10:12,13; 1 João 2:1-6; 2:15-17; 3:4-6; Romanos 6:16-22.


Somos servos da justiça
Romanos 6:14,18

Uma vez tendo o pecado cancelado por Cristo na cruz, o cristão não pode mais viver sob o seu domínio. Devemos entender aqui o pecado sob duas formas: a) o pecado original que condena o homem e o destitui da glória de Deus, o qual se deu a conhecer pela Lei. Se Cristo veio cumprir a Lei, o pecado não tem mais domínio sobre aquele que crê; b) o pecado da carne. A carne não se converte, ela se mortifica. Para o primeiro, Cristo já pagou a dívida, não é possível mais sermos condenados por causa do pecado originário da Queda, uma vez que, pela Graça, cremos para a salvação. O segundo, que continua a se fazer presente em nós, é mortificado pelo Espírito Santo, mas não pode nos condenar, pois nossa dívida já foi paga. A tentação não condena o cristão, pois já nenhuma condenação há para ele (Rm 8:1). Uma vez que ele se arrepende dos seus pecados, volta a ter comunhão com Deus e é feito servo da justiça.
Essa justiça não provém dos nossos mecanismos de autojustiça, com os quais muitas pessoas tentam se justificar diante de Deus e alcançar o seu favor. Ela parte de uma ação gratuita de Deus que nos imputa uma justiça que não temos nem podemos alcançar por nossos próprios méritos. Se a justiça que alcançamos e da qual somos servos não nos foi dada com base no merecimento, ela também não será tirada por desmerecimento. E se somos filhos da justiça, temos ainda mais certeza de não nos perdermos, pois o Senhor não abandona os seus filhos. Ele rejeita o incrédulo, a criatura que se mantém rebelde, 20mas jamais vira as costas àqueles que são seus. A promessa que Jesus fez aos seus discípulos é que estaria com eles até o final dos séculos. A nós que também cremos e o seguimos, a promessa permanece. Deus não muda, não volta atrás, não rasga a nossa certidão de adoção nem apaga o nosso nome do Livro da vida. A sua justiça é para sempre, não pode ser revogada. Se fosse possível o Senhor nos abandonar, certamente muitas doutrinas bíblicas estariam em cheque-mate.

Leitura complementar: 1 Coríntios 10:13; 2 Pedro 2:9; Josué 1:9; Salmo 117:2; João 14:16,17.


Nenhuma condenação para os que estão em Cristo
Romanos 8:1,2

Imaginemos esta cena: um homem é culpado de vários crimes, julgado e condenado. Seu pai, porém, oferece-se para tomar o seu lugar e pagar por sua dívida para com a sociedade. Então o juiz manda prender o pai do criminoso e sentencia-o à pena de morte. Logo após a execução, porém, o juiz revoga a sentença e, mesmo com o pai tendo sido morto em seu lugar, condena o seu filho. É exatamente isto que Deus “não faz” conosco! Seu Filho pagou o perco pelo nosso resgate, morreu no nosso lugar e nos livrou da condenação. Uma vez que cremos em Jesus Cristo, não estamos mais condenados nem é possível que Deus revogue a sua sentença e nos culpe novamente. O texto de Romanos 8:1 encerra toda a verdade desta epístola e da salvação. Nele compreendemos que existem duas realidades: a Lei, que condena o homem, e Cristo, que o liberta. O texto começa dizendo “Agora, pois...”. O termo grego usado é aqa e significa “portanto, consequentemente”, e é uma inferência tirada daquilo que a precede. Isto é, a consequência de tudo aquilo que Paulo vinha afirmando nos capítulos anteriores é que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
A lei da vida, que é a lei de Cristo, a lei da Graça, nos livrou da Lei do pecado e da morte (v. 2). Aquele julgamento contrário que havia contra nós foi cancelado e a nossa dívida já foi paga. A consequência natural da Graça é o livramento do pecado e a certeza da nossa salvação. Se nenhuma condenação pode haver, como pode o cristão incorrer novamente nesta condenação da qual já foi liberto? Podemos estar certos de que estaremos com o Senhor quando Ele vier em glória levar a sua noiva para as bodas do Cordeiro. Alguns não creem dessa forma e precisamos respeitá-los. Mas crer na salvação eterna nos dá esperança no momento presente, porque sabemos que estamos com o Senhor.

Leitura complementar: Efésios 2:1; João 6:44; Filipenses 1:29; Romanos 2:4; João 10:27-29; Romanos 8:31-39; 1 João 1:9; 2:1,2; Judas 24,25.


Somos habitação do Espírito
Romanos 8:9-11

Certo dia, atendendo ao convite de uma amiga, participei de um culto em uma luxuosa igreja. Ao iniciar a reunião, o pastor gabou-se da suntuosidade do seu auditório, afirmando que na cidade não havia templo mais bonito e confortável do que aquele. Ele talvez desconheça que o templo de Deus somos nós, que um auditório bonito e confortável não garante santidade nem filiação divina. A beleza que Deus quer de nós é a do coração, nós os que somos salvos e selados com o Espírito Santo. A garantia da nossa salvação e ressurreição é a presença do Espírito de Cristo que habita em nós. O cristão é propriedade exclusiva de Jesus Cristo. Embora ainda possa incorrer no risco do pecado, este não tem mais domínio sobre ele, porque o que nele habita é a divina semente (cf. 1 Jo 3:9). A vivificação do nosso corpo mortal é uma promessa de Deus e o propósito da vinda de Cristo. Ele morreu para que tivéssemos vida em seu Nome e os que vão até Ele, de modo algum Ele os lançará fora (Jo 6:37). “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (v. 2).
Em 1 Coríntios 3:16, Paulo indaga aos crentes de Corinto: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. Para o apóstolo Paulo, mesmo os gentios, outrora desprezados por ele como raça inferior e indigna, são chamados de templo de Deus. Por ter o Espírito Santo habitando dentro de si, este novo homem não tem mais nenhum direito sobre si mesmo, mas é Deus quem deve governar a sua vida e as suas atitudes. Os sacrifícios oferecidos pelos judeus, que há muito já haviam perdido o sentido para Deus, foram de vez substituídos pelo sacrifício de Cristo e o sacrifício diário e individual de uma vida santa que glorifique o Senhor. Onde quer que estejamos, seja num prédio feito de madeira com chão de terra ou numa catedral luxuosa, o templo somos nós.

Leitura complementar: Efésios 1:13,14; 4:30; 2 Coríntios1:21,22; 5:5; João 20:31; Isaías 1:10-17; 1 Coríntios 6:19; João 14:16-26; Romanos 14:17; Hebreus 9:14; Atos 2:38.


Somos filhos de Deus
Romanos 8:16,17

Muitos que ainda não fazem parte da família de Deus creem que todos os seres humanos são filhos de Deus. Mas para ser filho de Deus, é necessário passar por um processo de adoção que obedece a uma única regra: fé em Jesus Cristo (Jo 1:12,13). O Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus, o que quer dizer que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. (cf. Ef 1:4). Assim que cremos, fomos selados com o Espírito Santo, o qual é o penhor da nossa herança e a garantia de que seremos resgatados por Deus. Independente de cair ou não em pecado, de desviar-se ou manter-se firme a vida inteira, o cristão estará no céu, pois a presença do Espírito Santo dentro dele lhe dá essa garantia. Isto não abre espaço para que ele viva pecando por já estar seguro da sua salvação. O verdadeiro cristão não permanece no pecado, não sente prazer em pecar (Rm 6:1-4). O simples pensamento de aproveitar-se da segurança da salvação para viver pecando, já é o suficiente para mostrar que tal pessoa nunca foi salva, nunca pertenceu de fato a Deus e que o Espírito Santo não habita nela. 
A salvação não é fruto da nossa justiça, como o apóstolo Paulo afirma: “não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:11,12). A justificação é “unicamente” pela Graça de Deus (Rm 3:24; 5:9). Somos salvos pela justiça de Cristo imputada a nós (cf. 2 Co 5:21; Tito 3:5-7). Aqueles que não creram em Cristo para a salvação, não fazem ainda parte da família divina, não são filhos de Deus, mas criaturas apenas. Além disso, não possuem a salvação, não tem esperança de entrar no céu, mas permanecem sob a ira de Deus (Jo 3:36). Se estamos em Cristo, podemos estar certos de termos um Pai fiel, amoroso, misericordioso, que em breve nos levará de volta ao nosso verdadeiro lar.

Leitura complementar: 1 João 3:1,10; 5:12; Marcos 3:35; Romanos 8:14-17; Gálatas 4:4,5; 2 Coríntios 6:17; Mateus 5:9.


Temos a esperança eterna
Romanos 8:24

Enquanto está no mundo perdido e sem Deus, o homem está desesperado, embora muitos não se deem conta disto nem o admitam por não crerem na existência de Deus e na vida após a morte. Todavia, aqueles que estão em Cristo podem crer e esperar por uma vida eterna além desta vida terrena. Embora não possamos contemplar com os nossos olhos as promessas de Deus para nós, aguardamos o momento em que a vida se manifestará e nos glorificará juntamente com Cristo nos lugares celestiais. Alguns creem que podemos perder a salvação, o que equivale a crer que Deus não pode realizar aquilo que nos prometeu. Mas se de fato cremos em Deus, temos a esperança da vida eterna que Ele nos prometeu. O apóstolo João nos confirma que somos filhos de Deus e ainda o veremos como Ele é e seremos como Ele (1 Jo 3:2). E é esta esperança que desperta em nós o desejo de santidade, de ser como Cristo agora, nesta vida (Tt 2:12-14).
Sem esta esperança na vida eterna não há o desejo ardente de santidade, mas apenas o desânimo de saber que, a qualquer momento, podemos nos perder novamente. A busca por santidade sem a esperança na promessa de Deus transforma-se em ativismo religioso, onde corremos em busca de ser aquilo que não somos, de crescer por nossos próprios esforços. Se a esperança de Deus não está em nós, não é Ele quem opera a santidade, mas a nossa própria capacidade. Juntamente com a fé e o amor, a esperança é aquilo que permanece no cristão (1 Co 13:13). Nesta esperança temos a plena convicção de que já somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. A nossa esperança está além daquilo que os nossos olhos podem ver e a nossa mente pode compreender, porque a nossa pátria está nos céus e a nossa esperança não está limitada às coisas desta vida.

Leitura complementar: 1 Coríntios15:19; Romanos 12:12; 1 Pedro 1:3; Colossenses 1:27; Efésios 4:4; 1 Tessalonicenses 2:16; 1 Timóteo 4:10; Tito 2:13; Hebreus 10:23.


A obra de Cristo é completa
Romanos 8:29,30

O ser humano é um ser inconstante. Ele vive de modismos: hoje ama uma coisa, e amanhã a abandona por outra mais nova, mais na moda. Nem sempre ele consegue levar até o fim os seus sonhos, planos e projetos, mas abandona-os pelo meio do caminho, por se achar incapaz, por comodismo, por falta de recursos ou porque encontrou cosia melhor para fazer e investir, deixando o que começou para trás, inacabado. Assim também são os seus relacionamentos. Parece que cada namoro é um teste em busca do aperfeiçoamento até chegar à pessoa ideal, deixando para trás muitos corações machucados. Os casamentos dificilmente duram até que a morte os separe. As obras das mãos dos homens são tão volúveis quanto o seu coração. Louvado seja Deus, porque com Ele é tudo muito diferente. A sua vontade soberana não fica incompleta nem é abandonada, mas executada cabalmente. Como ensina o apóstolo Paulo aos romanos, a obra de Deus na vida do cristão redimido é completa, definitiva e eficaz: Ele conhece (v. 29) predestina, chama, justifica e glorifica.
A glorificação é o clímax do chamamento cristão, onde seremos como Deus é e o veremos como Ele é (cf. 1 Jo 3:2). Esta é uma promessa que não pode falhar, pois Deus já determinou que fosse assim. Como poderia Deus nos perder? Os seus planos para nós seriam frustrados e essa sequência de bênçãos seria perdida. O texto não afirma que de “todos” os que foram conhecidos, predestinados, chamados e justificados, apenas “alguns” chegariam à eterna glória. Os que Ele de antemão conheceu, com certeza serão glorificados. Uma vez que entramos no barco de Deus para passarmos para o outro lado da margem, nada pode nos fazer naufragar e perecer. É o Senhor quem nos conduz em segurança. Ele nos dá essa certeza e podemos confiar em seus soberanos e maravilhosos planos.

Leitura complementar: Filipenses 1:6-11,27,28; 2:2-16; 3:13-16; 4:8,9 1 Pedro 1:3; 1 João 3:9.


O cristão vence o mundo
Romanos 8:35-39

O cristianismo de hoje vive na era da vitória. Esta é cantada em todos os louvores e faz parte de grande parte das pregações triunfalistas em diversas igrejas. Não está em vista, porém, a vitória de Cristo sobre a morte e o inferno, uma vitória que nos concede, por meio da sua graça, redenção e vida eterna nos céus. É uma vitória material, geralmente financeira. A vitória dessas pessoas que assim pregam e vivem está em viver feliz e satisfeito neste mundo. Mas para a Palavra de Deus, o cristão obtém vitória sobre o mundo. Paulo deixa bem claro aos cristãos de Roma que Deus é por nós e, portanto, nada nem ninguém poderá ser contra nós ou nos separar do seu amor (vs. 31-35). Ele indaga: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?” E afirma: “É Deus quem os justifica” (v. 33). E ainda: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (v. 34).
Em Cristo, o cristão está definitivamente ligado a Deus e não há nada que possa separá-lo do seu amor, nem mesmo os seus pecados, pois já foram cancelados. Essa vitória talvez não faça mais sentido na vida de cristãos que possuem o seu coração e a sua esperança naquilo que é terreno e passageiro, sem anelar por algo superior guardado nos céus. Para nós que esperamos no Senhor e que fomos chamados segundo o seu propósito, a vitória é certa e nada poderá tirá-la de nós. Não nos importa se andaremos de ônibus ou de carro importado; não nos importa se a nossa casa será na periferia ou de frente para o mar. O que realmente tem importância é que pertencemos a Deus, somos seus filhos e estaremos com Ele nos céus. As ondas do mar da vida podem tentar nos afogar, os grandes precipícios do pecado podem tentar nos destruir, mas o Senhor está conosco e jamais nos abandonará.

Leitura complementar: 1 João 2:15,16; 5:4,5; Romanos 12:3; Hebreus 10:22; 2 Coríntios 4:13.


Quem está em Cristo não é confundido
Romanos 9:31-33

O mundo vive em constante insegurança, por isso colocamos tantas cercas elétricas nos protegendo dos perigos fora dos muros das nossas casas. Na nossa vida espiritual ocorre o mesmo. Afiramos: “sei em quem tenho crido”, mas essa certeza não garante segurança alguma para a vida de alguns. Alguns se confundem porque creem em seu próprio poder para desenvolver a sua santidade e manter-se firme na graça de Deus. Confiam em suas próprias forças porque no fundo não acreditam que Deus é poderoso para mantê-los firmes até o dia do juízo. E mais: acreditam que Deus pode descartá-los facilmente. Os judeus viviam firmes na sua crença em Jeová, mas rejeitaram aquele que o próprio Jeová enviou. A Rocha que os judeus rejeitaram e nela tropeçaram, mantém o cristão em pé e ele não pode tropeçar (Jo 11:9). O cristão não está seguro pelos seus méritos, pelo seu excelente grau de santidade alcançado por meio de orações e jejuns, de esmolas e dons espirituais. Os Coríntios, por exemplo, possuíam muitos dons e eram reputados por Paulo como carnais (1 Co 3:2).
O que firma os passos do cristão é o alicerce sobre o qual está edificado: Jesus Cristo. Ele pode pecar, mas os seus pecados já foram expiados; ele pode até se desviar, mas o alicerce continua firme e não pode ser abalado (1 Co 3:10,11). Isto não significa que ele pode viver pecando, porque o seu novo nascimento o estimula a não pecar mais. Quem crê em Cristo não será confundido. Não é preciso insegurança quanto a obra que Deus realizou em nós, sobre o fato de sermos santos, sobre o perdão dos nossos pecados, sobre recompensa eterna nos céus. Deus não mentiu nem se arrependerá. Ele não voltará atrás no seu decreto nem nos rejeitará. Os judeus perderam a bênção, mas aqueles que creem, vão sendo salvos, porque jamais serão confundidos.

Leitura complementar: Salmo 89:20-30; João 10:28,29; Efésios 4:30; Hebreus 13:5; Deuteronômio 29:19.


Os dons de Deus são irrevogáveis
Romanos 11:29

Paulo fala aos romanos que os dons e a vocação de Deus são “irrevogáveis”. Isto é, Deus não se arrepende, não voltará atrás em seus atos de Graça, dos quais o maior de todos é a salvação em Cristo Jesus. As promessas de Deus para o povo de Israel deveriam se cumprir e tiveram o seu termo em Cristo. Deus não voltará atrás. Da mesma forma para conosco, o seu povo escolhido em Cristo, Ele não voltará atrás. Deus não revoga a sua aliança, o seu perdão, a sua justificação, a redenção, a salvação e a ressurreição. Quem salva é Ele e Ele é poderoso para nos levar seguros para a glória nos céus. Não são os nossos pecados que podem nos separar de Deus, mas a nossa falta de fé: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3:18). Uma leitura sincera da Bíblia mostrará que a única forma de nos excluirmos para sempre da presença de Deus é pela incredulidade. Essa incredulidade não significa duvidar por algum momento que Ele está no controle da nossa vida ou entrar em desespero no momento de uma grande tribulação.
Por vezes Jesus censurou os apóstolos por conta da sua pequena fé, da sua incredulidade, mas isso não os excluiu dos seus planos eternos. A incredulidade que nos afasta de Deus completa e eternamente é a rejeição da sua graça em Cristo, a rebeldia insistente de não crer que Ele existe e que é Soberano. É a incredulidade dos apóstatas, que experimentam o dom de Deus, visitam a igreja e depois de um tempo saem escarnecendo dos crentes, de Deus, de Jesus, da Bíblia, do Espírito Santo. Deus jamais nos abandona, jamais nos deixa de lado. Se cada vez que pecássemos Deus apagasse o nosso nome do Livro da Vida, nunca teríamos nosso nome lá, porque nascemos em pecado e em pecado vivemos. Apenas da graça de Deus dependemos e é ela quem nos conduz à vitória final no céu.

Leitura complementar: Romanos 11:30-32; Lucas 8:13; 1 Timóteo 4:1-13; 3:1-7; 2 Pedro 3:3-7; Apocalipse 13:3,4.


O Senhor é poderoso para nos suster
Romanos 14:4

O Senhor é poderoso para suster o seu servo. Mesmo se cair não ficará prostrado. Quem defende a perda da salvação afirma que o cristão desviado, se morrer desviado, não vai para o céu. Entretanto, a salvação é algo que acontece aqui e se estende à eternidade. Estamos salvos, mas ainda não participamos da ressurreição final para a vida. Deus é poderoso para salvar o cristão aqui e na glória. Se ele vier a morrer estando desviado, a glória de Deus o acompanhará, pois quando creu, foi salvo para a eternidade. O corpo pode morrer, mas a alma vive para Cristo. Como já vimos, aqueles que crêem em Cristo já foram salvos desde a eternidade. A vida eterna não é algo ainda a se revelar, mas é algo já presente. O que ainda se revelará é a vida eterna com Deus nos céus, sem a morte física e sem o pecado para sempre. Parece-nos que alguns têm em mente que, uma vez convertido, o crente não pode pecar. Somente uma vida totalmente isenta de pecado ou até mesmo da capacidade de pecar pode levar o convertido a jamais cair em qualquer tipo de pecado. Isso é impossível e não é bíblico.
O pecado sempre estará presente na nossa carne, tentando-nos. Cabe a nós, pelo poder do Espírito Santo, mortificar a carne e seus feitos. Se por ventura cairmos, o Espírito Santo não nos abandona, mas Ele próprio nos incomoda e nos coloca de pé novamente. A vida cristã é de dependência total e diária de Deus. não são os nossos esforços, o poder da nossa fé, a nossa alta espiritualidade que fortalecem a nossa alma, mas o agir de Deus. Somos apenas vasos nas mãos do Senhor, servos que só são úteis porque são usados por Ele. Ninguém pode nos separar do seu amor nem apagar os seus planos para nós. nenhum pecado que cometemos é maior que a graça que em nós habita. Graças damos a Deus pelo seu maravilhoso poder que nos leva até onde, sozinhos, jamais iríamos.

Leitura complementar: Salmo 37:23,24; 145:14; Provérbios 24:16; Jó 4:4; Miqueias 7:8.


Somos confirmados segundo o Evangelho
Romanos 16:25,26

O cristão é guardado pelo poder de Deus que o confirma segundo o Evangelho de Paulo e a pregação de Jesus Cristo (2 Tm 1:12; Jd 24). Que Evangelho? Que pregação? A própria epístola é a resposta a esta pergunta: o Evangelho da Graça de Deus, onde somos salvos por meio da fé, independente das obras. É a Graça de Deus que nos salva e nos leva firmes para a glória. Se perdêssemos a salvação todas as vezes que pecássemos, estaríamos anulando a cruz de Cristo, pois na cruz ele nos perdoou de todos os nossos pecados, cumpriu a Lei e nos deu salvação em seu Nome (Ef 2:11-16; Cl 1:20; 2:14). O cristão já está confirmado por Cristo diante de Deus, que o confirmará até o fim (1 Co 1:8). Paulo diz que somos confirmados segundo o seu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo, “conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos”. Que mistério é este? É o Evangelho da Graça de Deus para a obediência por fé entre todas as nações (v. 26).
O cristão é confirmado na Graça de Deus abundante em Cristo Jesus, independente da Lei e das obras. Se não são as obras ou a Lei que confirmam a nossa salvação, porque haveremos de perdê-la por meio delas? Se já não estamos mais debaixo da Lei e se Cristo já a cumpriu por nós, porque por ela haveria ainda de nos condenar? Em Romanos 1:16, Paulo diz não se envergonhar do Evangelho, porque ele é poder de Deus para salvar aquele que crê. Imaginar que, após sermos salvos pelo Senhor Jesus, poderíamos entrar novamente em condenação, significa questionar o poder que o Evangelho possui de salvar totalmente o pecador. A pregação de Jesus nos garante a vida eterna (Jo 3:36), ela nos promete a ressurreição e a subida com o Senhor aos céus. Se o Senhor nos prometeu, Ele cumprirá.  Não por nossas obras, mas pelo seu sangue vertido na cruz.

Leitura complementar: 1 Coríntios 1:17; 15:1-4; 2 Coríntios 11:4; Efésios 6:15; 1 Tessalonicenses 1:4,5.

MIZAEL XAVIER

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