Eis uma declaração
categórica que com certeza tem levantado muitas questões: “Se uma novela tem o
poder de destruir a sua família, sinto lhe dizer: o problema não está na
novela, mas na sua família”. Tal declaração vem acompanhada da foto de duas
atrizes globais se beijando na boca numa novela televisiva. Acusar a família de
ser a culpada pela destruição moral e espiritual que as novelas têm perpetrado
é no mínimo chocante. Mas é preciso chocar ainda mais afirmando que isso tem um
fundo de verdade. Vamos, então, analisar os aspectos positivos e negativos, as
verdades e as mentiras escondidas por trás dessa afirmação.
A primeira verdade
é que as programações televisivas são feitas na medida do público que irá
assistir. Erramos ao pensar que as redes de televisão vivem enchendo as suas
programações com lixo cultural, programas de péssima qualidade. Em parte “nós”
estamos errados. O que as emissoras fazem é apresentar aquilo que agrade ao
público, que tenha audiência, tudo em nome do lucro. Abre-se mão da qualidade
das programações em prol do ganho financeiro com as propagandas. Que empresa
irá investir num anúncio em um programa que ninguém assiste? Geralmente, os
programas são criados para agradar as classes C, D e E, o que se traduz no
conteúdo das novelas e dos programas de auditórios, todos voltados para esse
público. Isso não é preconceito, é fato cultural, social e mercadológico. As
programações de maior qualidades ficam a cargo das TVs fechadas, cujo sinal é
pago. Assim, o conteúdo das programações televisivas reflete a mentalidade das
pessoas que as assistem. Em se tratando de uma novela, ela reproduz os anseios
dessas pessoas, as suas aspirações, fala do seu dia a dia, reproduz a sua
realidade. Todas as coisas acontecem de uma forma estigmatizada, claro, mas não
deixam de refletir o que o grande público deseja assistir, produzindo a catarse
que todos esperam.
A segunda verdade
é: como estão as famílias hoje? Totalmente desestruturadas, individualizadas,
informatizadas. Isso é culpa das novelas? Com certeza não. A culpada é a
própria família que a cada dia tem mais se afastado mais do ideal divino de
instituição familiar. Os pais já não param mais em casa e educam os seus filhos
através dos tablets. Os valores
morais estão sendo trocados por valores virtuais. A ética está relativizada e
cada um é chamado a ser quem deseja ser e a fazer o que deseja fazer, sem medir
as consequências. A lei anti-palmada impede a educação que sempre deu certo e
coloca nas mãos de crianças e adolescentes a possibilidade de processarem os
pais judicialmente (isto não é uma apologia ao espancamento). As meninas trazem
seus namorados para dormirem na sua cama e os meninos, os namorados também.
Aquilo que há séculos conhecemos como família tem se transformado num objeto
amorfo, inominável, com belas exceções, graças a Deus. A regra ainda está
clara. São essas famílias que se deixam influenciar pelas novelas, que tomam
como verdade aquilo que nelas é exposto como uma quase revelação divina. As
novelas ditam não somente os padrões da moda, mas também os padrões morais de
muitas pessoas e muitas famílias. Por que? Porque elas já estão
desestruturadas, porque lhes falta orientação, falta-lhes Deus e a sua Palavra.
Esse tipo de família não pode ser destruída pelas novelas, porque já destruiu a
si mesma há muito tempo. As novelas apenas refletem aquilo que já acontece
cotidianamente na vida desses expectadores.
A terceira verdade
é que a mídia influencia diretamente no comportamento das pessoas, e isto não é
mito, é fato comprovado pela UNESCO. Como eu disse, não somente os padrões de
moda são afetados pela produção midiática, os valores e o comportamento das
pessoas também sofrem grave influência. No meu livro Memórias do silêncio: relatos e reflexões de uma vítima do bullying
(2012, p. 128), faço uma explanação sobre a influência da mídia na mentalidade
infantil e as suas consequências. Cito os autores Papalia, Olds e Feldman
(2009, p. 378), que afirmam:
Em
razão do longo tempo que a criança passa com essas mídias, as imagens que elas
vêm podem tornar-se modelos primários e fontes de informações sobre como as
pessoas se comportam no mundo. A imensa preponderância de estudos
experimentais, longitudinais, epidemiológicos e transculturais sustenta uma
relação causal entre violência na mídia e comportamento agressivo na infância,
adolescência e idade adulta. De fato, a correlação mais forte com o
comportamento violento é a da exposição previa à violência.
Esta não é uma
verdade apenas para padrões violentos de comportamento, como para qualquer
padrão ético e moral apreendido pelos telespectadores. De fato, a mídia
constrói comportamentos durante o período de vida de uma pessoa. Dessa forma
podemos afirmar que as novelas – tema central desse estudo – ajudam a
transformar a mentalidade das pessoas e das famílias, destruindo-as
paulatinamente. Isto significa que as pessoas, as famílias permitiram essa
influência. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos, ainda não foi criada
uma forma de lobotomia capaz de implantar no cérebro de alguém uma mentalidade
que ela não permita. Aqui pode-se falar de dois poderes: o do controle remoto e o do botão liga-desliga. As pessoas se deixam
influenciar e permitem que em suas famílias cheguem certas informações e, mais
ainda, transformam, por sua própria vontade, essas informações em verdades para
a sua vida e em padrões para o seu comportamento. Se as famílias estão
destruídas, dentro desse contexto, é porque permitiram essa destruição.
Famílias já destruídas aplaudem essas programações e essas novelas sem se darem
conta do abismo em que se encontram, porque, para elas, esse é o padrão, esse é
o jeito certo de pensar e fazer as coisas. E é para essas famílias que as
novelas globais existem.
Desejaria
terminar esse texto apresentando alguma afirmação contrária ao que o autor da
frase citada anteriormente disse, mas sou levado a concordar com ele pelos
motivos citados acima. O ser humano é influenciado constantemente pelo ambiente
à sua volta (informações e situações), mas essa influência não é passiva,
possui dois lados: o que influencia e o que se deixa influenciar. Ser
influenciado não é errado e não se pode fugir disso o tempo todo, mas deixar-se
influenciar é o verdadeiro cerne do problema. Temos o poder de mudar de canal,
de desligar a TV, de pegar a Bíblia ou um bom livro para ler. Podemos ensinar
os nossos filhos a respeito daquilo que eles assistem na TV, nas novelas,
mostrando a forma correta de pensamento e ação. Podemos e devemos estabelecer critérios
e limites para tudo aquilo que possa causar alguma influência naquilo que temos
de mais precioso: a nossa família. Mas não o fazemos. Quando nos vemos
alienados, idiotizados, conformados com um mundo pervertido, ganancioso e
corrupto, colocamos a culpa nas mídias, na novela. No fundo, os culpados somos
nós mesmos. São as nossas escolhas que determinam quem seremos e onde estaremos.
Se não posso discordar da frase, quero
apresentar uma proposta: desligue a televisão e abra a Bíblia! As novelas
sempre serão um problema, um atentado à família, uma agressão à nossa
inteligência, uma violação da nossa fé em Deus. As novelas sempre serão o
retrato hediondo da sociedade que o ateísmo pretende construir: uma sociedade
sem família e sem Bíblia, como anseiam os ativistas gays. As novelas sempre
tentarão distorcer os valores morais, acima de tudo os valores cristãos. Elas pervertem
o anseio divino pela salvação da humanidade. As novelas, acima de tudo as
chamadas “globais”, têm por objetivo claro e descarado destruir o que Deus
quer construir. Tudo aquilo que conhecemos como pensamento bíblico, essas
novelas destroem. Elas são contra Deus, contra a Bíblia. Mas esse não é o lado
mais nefasto da história. O que realmente é terrível, inconcebível e
amedrontador é que a grande maioria das pessoas que se presta ao papel de
assistir a esses teatros macabros se diga cristã, sejam católicos ou
protestantes. Esse é o pior erro. É isso que você precisa mudar. Ore. Leia a
Bíblia. Submeta-se a Deus.
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toma vergonha seu noveleiro!
ResponderExcluirclaro que novela influencia!
a novela pregando sistematicamente todo tipo de besteira e vc acha mesmo que isso nao é copiado? que isso nao inspira acoes nas pessoas?
acha mesmo que elas so querem copias os cabelos, as unhas, as roupas e as joias das personagens???
acorda pra vida!