domingo, 26 de abril de 2015

O PODER DESTRUIDOR DAS NOVELAS SOBRE AS FAMÍLIAS




Eis uma declaração categórica que com certeza tem levantado muitas questões: “Se uma novela tem o poder de destruir a sua família, sinto lhe dizer: o problema não está na novela, mas na sua família”. Tal declaração vem acompanhada da foto de duas atrizes globais se beijando na boca numa novela televisiva. Acusar a família de ser a culpada pela destruição moral e espiritual que as novelas têm perpetrado é no mínimo chocante. Mas é preciso chocar ainda mais afirmando que isso tem um fundo de verdade. Vamos, então, analisar os aspectos positivos e negativos, as verdades e as mentiras escondidas por trás dessa afirmação.
A primeira verdade é que as programações televisivas são feitas na medida do público que irá assistir. Erramos ao pensar que as redes de televisão vivem enchendo as suas programações com lixo cultural, programas de péssima qualidade. Em parte “nós” estamos errados. O que as emissoras fazem é apresentar aquilo que agrade ao público, que tenha audiência, tudo em nome do lucro. Abre-se mão da qualidade das programações em prol do ganho financeiro com as propagandas. Que empresa irá investir num anúncio em um programa que ninguém assiste? Geralmente, os programas são criados para agradar as classes C, D e E, o que se traduz no conteúdo das novelas e dos programas de auditórios, todos voltados para esse público. Isso não é preconceito, é fato cultural, social e mercadológico. As programações de maior qualidades ficam a cargo das TVs fechadas, cujo sinal é pago. Assim, o conteúdo das programações televisivas reflete a mentalidade das pessoas que as assistem. Em se tratando de uma novela, ela reproduz os anseios dessas pessoas, as suas aspirações, fala do seu dia a dia, reproduz a sua realidade. Todas as coisas acontecem de uma forma estigmatizada, claro, mas não deixam de refletir o que o grande público deseja assistir, produzindo a catarse que todos esperam.
A segunda verdade é: como estão as famílias hoje? Totalmente desestruturadas, individualizadas, informatizadas. Isso é culpa das novelas? Com certeza não. A culpada é a própria família que a cada dia tem mais se afastado mais do ideal divino de instituição familiar. Os pais já não param mais em casa e educam os seus filhos através dos tablets. Os valores morais estão sendo trocados por valores virtuais. A ética está relativizada e cada um é chamado a ser quem deseja ser e a fazer o que deseja fazer, sem medir as consequências. A lei anti-palmada impede a educação que sempre deu certo e coloca nas mãos de crianças e adolescentes a possibilidade de processarem os pais judicialmente (isto não é uma apologia ao espancamento). As meninas trazem seus namorados para dormirem na sua cama e os meninos, os namorados também. Aquilo que há séculos conhecemos como família tem se transformado num objeto amorfo, inominável, com belas exceções, graças a Deus. A regra ainda está clara. São essas famílias que se deixam influenciar pelas novelas, que tomam como verdade aquilo que nelas é exposto como uma quase revelação divina. As novelas ditam não somente os padrões da moda, mas também os padrões morais de muitas pessoas e muitas famílias. Por que? Porque elas já estão desestruturadas, porque lhes falta orientação, falta-lhes Deus e a sua Palavra. Esse tipo de família não pode ser destruída pelas novelas, porque já destruiu a si mesma há muito tempo. As novelas apenas refletem aquilo que já acontece cotidianamente na vida desses expectadores.
A terceira verdade é que a mídia influencia diretamente no comportamento das pessoas, e isto não é mito, é fato comprovado pela UNESCO. Como eu disse, não somente os padrões de moda são afetados pela produção midiática, os valores e o comportamento das pessoas também sofrem grave influência. No meu livro Memórias do silêncio: relatos e reflexões de uma vítima do bullying (2012, p. 128), faço uma explanação sobre a influência da mídia na mentalidade infantil e as suas consequências. Cito os autores Papalia, Olds e Feldman (2009, p. 378), que afirmam:

Em razão do longo tempo que a criança passa com essas mídias, as imagens que elas vêm podem tornar-se modelos primários e fontes de informações sobre como as pessoas se comportam no mundo. A imensa preponderância de estudos experimentais, longitudinais, epidemiológicos e transculturais sustenta uma relação causal entre violência na mídia e comportamento agressivo na infância, adolescência e idade adulta. De fato, a correlação mais forte com o comportamento violento é a da exposição previa à violência.

Esta não é uma verdade apenas para padrões violentos de comportamento, como para qualquer padrão ético e moral apreendido pelos telespectadores. De fato, a mídia constrói comportamentos durante o período de vida de uma pessoa. Dessa forma podemos afirmar que as novelas – tema central desse estudo – ajudam a transformar a mentalidade das pessoas e das famílias, destruindo-as paulatinamente. Isto significa que as pessoas, as famílias permitiram essa influência. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos, ainda não foi criada uma forma de lobotomia capaz de implantar no cérebro de alguém uma mentalidade que ela não permita. Aqui pode-se falar de dois poderes: o do controle remoto e o do botão liga-desliga. As pessoas se deixam influenciar e permitem que em suas famílias cheguem certas informações e, mais ainda, transformam, por sua própria vontade, essas informações em verdades para a sua vida e em padrões para o seu comportamento. Se as famílias estão destruídas, dentro desse contexto, é porque permitiram essa destruição. Famílias já destruídas aplaudem essas programações e essas novelas sem se darem conta do abismo em que se encontram, porque, para elas, esse é o padrão, esse é o jeito certo de pensar e fazer as coisas. E é para essas famílias que as novelas globais existem.
            Desejaria terminar esse texto apresentando alguma afirmação contrária ao que o autor da frase citada anteriormente disse, mas sou levado a concordar com ele pelos motivos citados acima. O ser humano é influenciado constantemente pelo ambiente à sua volta (informações e situações), mas essa influência não é passiva, possui dois lados: o que influencia e o que se deixa influenciar. Ser influenciado não é errado e não se pode fugir disso o tempo todo, mas deixar-se influenciar é o verdadeiro cerne do problema. Temos o poder de mudar de canal, de desligar a TV, de pegar a Bíblia ou um bom livro para ler. Podemos ensinar os nossos filhos a respeito daquilo que eles assistem na TV, nas novelas, mostrando a forma correta de pensamento e ação. Podemos e devemos estabelecer critérios e limites para tudo aquilo que possa causar alguma influência naquilo que temos de mais precioso: a nossa família. Mas não o fazemos. Quando nos vemos alienados, idiotizados, conformados com um mundo pervertido, ganancioso e corrupto, colocamos a culpa nas mídias, na novela. No fundo, os culpados somos nós mesmos. São as nossas escolhas que determinam quem seremos e onde estaremos.
             Se não posso discordar da frase, quero apresentar uma proposta: desligue a televisão e abra a Bíblia! As novelas sempre serão um problema, um atentado à família, uma agressão à nossa inteligência, uma violação da nossa fé em Deus. As novelas sempre serão o retrato hediondo da sociedade que o ateísmo pretende construir: uma sociedade sem família e sem Bíblia, como anseiam os ativistas gays. As novelas sempre tentarão distorcer os valores morais, acima de tudo os valores cristãos. Elas pervertem o anseio divino pela salvação da humanidade. As novelas, acima de tudo as chamadas “globais”, têm por objetivo claro e descarado destruir o que Deus quer construir. Tudo aquilo que conhecemos como pensamento bíblico, essas novelas destroem. Elas são contra Deus, contra a Bíblia. Mas esse não é o lado mais nefasto da história. O que realmente é terrível, inconcebível e amedrontador é que a grande maioria das pessoas que se presta ao papel de assistir a esses teatros macabros se diga cristã, sejam católicos ou protestantes. Esse é o pior erro. É isso que você precisa mudar. Ore. Leia a Bíblia. Submeta-se a Deus.

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Um comentário:

  1. toma vergonha seu noveleiro!
    claro que novela influencia!
    a novela pregando sistematicamente todo tipo de besteira e vc acha mesmo que isso nao é copiado? que isso nao inspira acoes nas pessoas?
    acha mesmo que elas so querem copias os cabelos, as unhas, as roupas e as joias das personagens???
    acorda pra vida!

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