UMA CONVERSA SOBRE A VALIDADE DOS DÍZIMOS E A IMPORTÂNCIA DAS OFERTAS
Diálogo entre o escritor Mizael Xavier e um padre sobre os dízimos e as ofertas.
(ATENÇÃO: Diálogo desenvolvido com base no ensino do livro: A GRAÇA DE OFERTAR: OFERTANDO A DEUS COM AMOR E COM A VIDA, de Mizael Xavier. À venda em e-book na Amazon).
Padre: Caro Mizael, você certamente concorda que o dízimo é uma prática que tem suas raízes na Bíblia e é claramente instruída nas Escrituras. Desde o Antigo Testamento, vemos o povo de Deus sendo chamado a trazer o dízimo para sustentar a obra divina. Essa tradição é mantida pela Igreja, pois acreditamos que, assim como foi para os israelitas, o dízimo é uma forma de adoração e gratidão a Deus.
Mizael Xavier: Concordo, padre, que o dízimo tem uma longa tradição no Antigo Testamento. Ele foi instituído para o povo de Israel, servindo como provisão para os levitas, que eram encarregados do serviço no templo. Porém, é importante ressaltar que o dízimo estava diretamente ligado à lei mosaica e a uma estrutura religiosa que foi substituída por uma nova aliança, estabelecida em Cristo. Na nova aliança, vemos que os apóstolos ensinam a prática de ofertas voluntárias e não mais um dízimo obrigatório.
Padre: Mas, Mizael, os princípios do Antigo Testamento não foram abolidos por Cristo; Ele mesmo disse que não veio para abolir a Lei, mas para cumpri-la. Se a prática do dízimo foi boa para Israel e serviu para sustentar a casa de Deus, por que deveríamos descartá-la? Muitos cristãos também têm uma necessidade de um sistema concreto para contribuir com a igreja.
Mizael Xavier: Jesus cumpriu a Lei, padre, mas com isso Ele também trouxe uma nova maneira de nos relacionarmos com Deus. O sistema levítico foi encerrado, e nós agora somos chamados a um sacerdócio universal, onde cada um dá conforme propôs em seu coração, com amor e liberalidade. Paulo fala claramente em 2 Coríntios 9:7: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” A nova aliança nos desafia a dar não por obrigação, mas como expressão voluntária de nosso amor a Deus e ao próximo.
Padre: Eu entendo seu ponto sobre o sacerdócio universal e a liberalidade, Mizael, mas temo que, sem o dízimo, a Igreja não conseguiria manter suas atividades. Muitas igrejas dependem dessas contribuições fixas para ajudar os necessitados, manter a liturgia, o clero e as obras sociais.
Mizael Xavier: Concordo que o apoio financeiro é fundamental para manter a obra, e a generosidade é parte importante da fé cristã. No entanto, o dízimo não deve ser imposto como uma obrigação da nova aliança. Quando a Igreja incentiva os fiéis a darem por amor, a contribuição vem com mais alegria e mais significado. O próprio Paulo ensina que devemos dar com generosidade, mas sem coação ou imposição, confiando que Deus proverá.
Padre: É uma visão interessante, Mizael, e não discordo da importância do coração generoso. Talvez possamos ver o dízimo como uma sugestão, um guia para aqueles que desejam contribuir de maneira consistente, mas sem o peso de uma obrigação legalista.
Mizael Xavier: Exatamente, padre. Que os membros contribuam de forma que sintam alegria em participar e apoiar a obra, e que o foco esteja em ajudar de maneira generosa e voluntária. Essa, creio, é a verdadeira essência da contribuição na nova aliança: uma expressão de amor e fé, sem imposições.
Padre: Mizael, compreendo seu ponto sobre a voluntariedade, mas a prática do dízimo também é uma maneira de lembrar aos fiéis sobre a importância de colocar Deus em primeiro lugar. O dízimo, sendo 10% de tudo o que recebemos, é um lembrete de que tudo pertence a Deus e que Ele deve ser honrado com as primícias dos nossos recursos.
Mizael Xavier: Concordo que devemos colocar Deus em primeiro lugar, padre, mas será que um valor fixo consegue refletir a verdadeira entrega do coração? Na nova aliança, a generosidade vai além de porcentagens ou números exatos. Lembre-se do exemplo da viúva pobre, em Marcos 12:41-44, que deu tudo o que tinha, mesmo que fosse pouco em valor. Jesus não destacou o valor monetário, mas a disposição do coração dela. Ele nos mostra que o ato de dar deve partir da gratidão e não de uma quantia estabelecida.
Padre: É verdade que Jesus valorizou a intenção da viúva, mas também não podemos esquecer que o dízimo traz um senso de disciplina financeira e fidelidade. Muitos fiéis se sentem motivados a contribuir regularmente quando têm uma meta clara, e o dízimo ajuda a estruturar esse compromisso. Como manter esse senso de disciplina sem uma diretriz prática como os 10%?
Mizael Xavier: O compromisso e a disciplina são importantes, sim, mas devem vir do coração, não de uma obrigação percentual. Em 1 Coríntios 16:2, Paulo aconselha os cristãos a reservarem algo “conforme a sua prosperidade”. Ou seja, ele deixa claro que cada um deve contribuir de acordo com o que possui, e não por uma porcentagem fixa. Isso é ainda mais verdadeiro na nova aliança, em que a liberdade no Espírito nos permite dar de acordo com o quanto Deus tem nos abençoado.
Padre: Mizael, admiro sua base bíblica, mas temo que, sem uma prática padronizada, como a do dízimo, a igreja possa enfrentar dificuldades financeiras. Muitas igrejas locais dependem dessas contribuições para obras de caridade e evangelismo, e temo que a liberalidade não seja suficiente para suprir essas necessidades.
Mizael Xavier: Entendo essa preocupação, padre, mas a questão é que, na nova aliança, a confiança não está em um sistema financeiro específico, mas na fidelidade de Deus e na generosidade do povo. Em Atos 4:34-35, vemos que os cristãos contribuíam de acordo com a necessidade, e não faltava nada. Não havia dízimos, mas ofertas voluntárias. Quando damos com amor e sem imposição, o povo de Deus sente o desejo de contribuir ainda mais. Essa confiança gera uma igreja sustentada pela generosidade genuína, e não por uma regra.
Padre: Então, você acredita que o verdadeiro sentido do dar deve ser completamente voluntário, sem nenhum tipo de orientação percentual?
Mizael Xavier: Exatamente, padre. Quando o Espírito Santo age no coração do cristão, ele sente naturalmente o desejo de contribuir conforme as necessidades e conforme Deus o abençoou. Uma doação pode ser de 5%, 10%, 20% ou até mais, mas isso vem do amor e do entendimento de cada um. Paulo reafirma isso em Romanos 12:8, quando nos incentiva a “contribuir com generosidade”. Não se trata de números, mas de amor e de confiança em Deus.
Padre: Mizael, você me fez refletir profundamente sobre isso. Talvez, de fato, o dízimo como regra fixa não se encaixe na liberdade e na generosidade que Cristo ensinou. Vejo que a verdadeira entrega é aquela que vem do coração, sem imposições. Talvez seja mais valioso ensinar os fiéis sobre a importância da generosidade e deixar que o Espírito Santo os conduza a contribuir.
Mizael Xavier: Isso mesmo, padre! Ao permitir que o Espírito Santo direcione os corações, estamos praticando a verdadeira nova aliança, onde não estamos presos a um sistema de obrigações, mas livres para amar e doar com alegria. Assim, a obra de Deus é sustentada pelo amor e pela gratidão, o que torna cada oferta uma verdadeira expressão de adoração.
Padre: Concordo, Mizael. Vou começar a ensinar aos meus paroquianos sobre essa liberdade em Cristo, incentivando-os a dar com amor, sem imposição. É um caminho de fé e generosidade que, com certeza, vai tocar os corações. Muito obrigado pela conversa e por me ajudar a ver essa perspectiva.
Mizael Xavier: Fico muito feliz em poder compartilhar essa visão, padre. Que Deus continue abençoando sua missão, e que a igreja seja fortalecida pela generosidade de seus membros, para a glória de Deus.
ATENÇÃO: DIÁLOGO FICTÍCIO, MAS COM CONTEÚDO VERDADEIRO, PARA FINS DIDÁTICOS.
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