Imitadores
de Deus – parte 1: O que imitar de Deus?
Efésios 5:1
A natureza que carregamos é caída e
depravada. Somente através da graça de Deus em Cristo conseguimos exalar algum
odor de santidade. E nós, cuja vida diante da eternidade divina é menos que um
piscar de olhos, somos chamados a imitar Aquele que é onipotente, onipresente e
onisciente. Como imitar a Deus sendo Ele totalmente Santo e incapaz de errar?
Este “mistério” é melhor esclarecido quando mudamos a questão: O que imitar de
Deus? Deus se revela a nós em sua Palavra como possuidor de vários atributos.
Essa porção ínfima que Deus permite nos revelar de Si contém alguns elementos
que podemos imitar, os seus atributos morais. Devemos lembrar apenas de duas
coisas: primeira, Deus possui esses atributos de maneira plena; segunda, a
nossa imitação não depende da nossa própria capacidade, mas da atuação do
Espírito Santo em nós. Os atributos morais de Deus são: santidade, justiça,
fidelidade, misericórdia, amor e bondade. Imitar a Deus é manifestar na nossa
vida atitudes coerentes com esses atributos. Como Deus demonstra a sua
benignidade? Através do amor sacrificial de Jesus e do perdão dos nossos
pecados. Como se manifesta a sua santidade? Por meio do seu caráter distinto de
todas as criaturas e exaltado acima delas. Como Deus demonstra seu caráter
justo? Através da sua retidão e da forma como ele distribui essa justiça no Universo
criado. Conhecendo Deus como Ele é, como a sua Palavra o apresenta, somos
capazes de ver brilhar em nós um pouco da sua natureza. A nossa luz deve
resplandecer diante dos homens por meio das nossas obras para que o Pai seja
glorificado nos céus. E isto é possível! Vamos nas próximas oito mensagens
estudar melhor esses atributos morais de Deus, a começar por sua Revelação
suprema: o Senhor Jesus. Ele é o nosso parâmetro. Imitando ao Senhor, estaremos
imitando a Deus, porque Ele é Emanuel, Deus conosco. A Ele toda glória pelos
séculos dos séculos. Amém.
Imitadores
de Deus – parte 2: Cristo como modelo
Filipenses 2:5-8
Ter o Senhor Jesus como modelo do
caráter divino a ser imitado, significa reconhecê-lo como Deus. Ele é a
revelação máxima do Pai e todo o seu esplendor. Jesus possuía todos os
atributos de Deus, inclusive os seus atributos morais. Ele era benigno, santo e
justo. A benignidade de Jesus se demonstra em seu amor sacrificial, em sua
renúncia das prerrogativas divinas temporariamente, em seu ministério
totalmente voltado àqueles que nada tinham em si e precisavam ser enriquecidos
pela graça de Deus. Jesus os amou até o fim (Jo 13:1). A sua santidade está
patente em seu caráter divino, perfeito e em todas as suas palavras e atitudes.
Jesus não pecou, mas viveu para servir e morrer por quem o desprezou. A justiça
do Senhor Jesus se demonstra na pregação do Reino de justiça de Deus e na sua
própria obra salvítica que deu a graça da justificação a todo o que nele crê,
bem como a nota de condenação àqueles que não creem. Ele é o justo juiz, Aquele
que julga retamente. Como Deus amoroso, santo e justo, o Senhor Jesus viveu de
modo íntegro e digno de ser imitado. Ele foi humilde e servo. Também foi
obediente à Palavra de Deus, a sua própria Palavra, cumprindo cabalmente tudo
aquilo que lhe dizia respeito. Ele andou com os desvalidos e marginalizados;
curou os degredados e desprezados da sociedade; devolveu a alegria de viver a
muitos desesperados e restaurou a fé de muitos que já a haviam perdido. Muito
mais que a restauração de enfermidades físicas, Jesus tratou das enfermidades
da alma, cuidado das pessoas de forma integral, holística. Não podemos dizer
que Jesus estava imitando a Deus, pois é Ele o próprio Deus. Mas em sua
realidade humana, deixou-nos exemplo para seguirmos os seus passos, mostrou-nos
ser possível. Mesmo o seu sofrimento é exemplo e modelo para nós. Como Ele
sofreu, também devemos sofrer.
Imitadores
de Deus – parte 3: Santidade
Êxodo 15:11
As Escrituras Sagradas declaram que Deus
é Santo (Is 6:3). Originalmente, a palavra santo
significa “separado”. Deus está separado da criação de maneira transcendente,
distinto de todas as criaturas e exaltado acima delas. Essa santidade também
carrega um aspecto ético e diz respeito ao seu caráter puro. A santidade é
muito mais que um atributo, mas é a própria natureza de Deus. Somente Deus
possui santidade em si mesmo e de forma plena, ao contrário da nossa natureza
caída que necessita absorver a natureza divina para que sejamos santos. A
santidade de Deus não se revela apenas na sua magnanimidade, mas na lei moral
implantada no coração do homem, na sua consciência, e que tem o seu principal
termo na Revelação especial de Deus: a Bíblia Sagrada. Temos em Cristo o modelo
perfeito da santidade divina (At 3:14). Como imitadores de Deus e de Cristo, o
próprio Deus, somos chamados a viver uma vida santa, o que diz respeito ao
nosso procedimento, isto é, comportamento puro, fruto de uma identificação com
Deus (1 Pe 1:15,16). Essa santidade que o Senhor tem plena em Si, é
desenvolvida em nós no decorrer da nossa caminhada cristã, quando somos salvos
pela graça e santificados pelo Espírito Santo. Ela é posicional e instantânea,
isto é: somos separados para Cristo no momento da nossa conversão (1 Co 1:2;
6:11); e também prática e progressiva, como desenvolvimento da nossa salvação
por meio da obediência à Palavra de Deus (Fp 2:12-16). O nosso chamado é à santidade de vida, a
parecer-nos com o Senhor, como novas criaturas mortas para o pecado e vivas
para Deus (1 Pe 1:2,15; 2:5; Cl 3:5-9; Ef 4:22). Esta é uma obra do Espírito
Santo em nós, que gera seus frutos (Gl 5:22-25). Sejamos santos no nosso
proceder, imitando a Deus, separando-nos do mal e absorvendo os frutos da sua
justiça, seja por palavras, pensamentos ou ações.
Imitadores
de Deus – parte 4: Justiça
Esdras 9:15
Deus é justo. A sua justiça está
estreitamente relacionada com a sua santidade. Fazemos aqui um parêntese para
lembrar que os atributos de Deus não existem de maneira separada. Quando Deus
manifesta a sua justiça, Ele está agindo com fidelidade, misericórdia, amor e
bondade. Da mesma forma, o amor de Deus demonstra o seu caráter santo e justo,
bem como a sua bondade parte de um Deus misericordioso e fiel. Deus é justo em
tratar de modo reto todas as suas criaturas. Segundo Pearlman (1997), podemos
ver Deus manifestar este atributo quando livra o inocente, condena o ímpio e
exige que se faça justiça (Is 11:3); quando perdoa o pecador penitente (Sl
51:14; 1 Jo 1:9); quando salva o seu povo (Is 46:13); quando dá vitória à causa
de seus servos fiéis (Is 50:4-9). O Deus que é justo também requer justiça. A
justiça de Deus que se revela no Evangelho (Rm 1:17) para justificar aquele que
tem fé em Jesus Cristo (Rm 3:21-26). A justiça que falta ao pecador, Deus lhe
atribui (Rm 4:1-8; 2 Co 5:21). Essa justiça é gratuita e está disponível a
todos os homens em Cristo (5:17-21). A justiça de Deus nos faz pessoas novas
(Ef 4:23,24), cheias do fruto da justiça (Fp 1:11). A justiça de Deus que nos
alcança e nos justifica deve ser buscada e nos leva a exercer essa mesma justiça,
tanto no nosso relacionamento com Deus quanto o nosso relacionamento com as
pessoas. Em todas as áreas da nossa vida temos a oportunidade de nos portar de
maneira justa, tomando decisões que levem em conta a prática da justiça de Deus.
Nas negociações, na luta por justiça social do Evangelho Integral, na educação
dos filhos, na aplicação das leis, no uso e na distribuição dos recursos
naturais, no trato com funcionários e colegas de trabalho, em todo o tempo é
tempo de imitar a justiça de Deus. Também esta é uma obra do Espírito Santo, da
graça de Deus em nós.
Imitadores
de Deus – parte 5: Fidelidade
Deuteronômio 7:9
Outro atributo moral de Deus é a sua
fidelidade. Desde o início da criação, mesmo com a Queda do homem, Ele
permanece fiel àquilo que propôs à humanidade, o que podemos perceber logo no
início, ao prometer-nos um salvador (Gn 3:14,15). Em Deus não pode haver sombra
de mudança, Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para todo sempre, cumprindo tudo
o que falou e prometeu (Nm 23:19; Tg 1:17). Podemos confiar plenamente nele,
porque as suas palavras não falharão. Ainda que sejamos infiéis, Deus permanece
fiel, não por tolerar os nossos pecados, mas porque não pode negar a si
próprio. Deus permanece fiel a Ele próprio, à sua Palavra e seus soberanos
propósitos (2 Tm 2:13). A sua fidelidade anda acompanhada da sua justiça, que
nos perdoa quando pecamos e pedimos perdão (1 Jo 1:9). Como imitar a Deus em
sua fidelidade? Como sermos parecidos com o Pai que é totalmente digno de
confiança? Todos os homens de Deus que têm a sua história relatada na Bíblia
foram fiéis àquilo que Deus lhes propôs, mesmo com todas as suas debilidades,
como aconteceu com Moisés, e os seus pecados, como vemos na vida de Davi. A
fidelidade de Abraão a Deus gerou obediência. Esses homens e mulheres (cf. Hb
11) puderam ser fiéis porque eram guiados por Deus, porque receberam dele um
chamado e a capacitação para implementá-lo. Ser fiel a Deus significa obedecer
a sua Palavra, praticá-la. Significa, também, ouvir a voz do Espírito e dizer
não à carne, ao mundo e ao diabo. Sendo fiel a Deus, somos fiéis às pessoas,
demonstrando amor, solidariedade, cooperação, sendo dignos de confiança. Aquilo
que Deus tem proposto para a nossa vida e ministério é o que devemos buscar.
Mesmo diante da adversidade e das lutas, sejamos sempre fiéis àquele que sempre
nos é fiel e que jamais nos abandona. Ele é sempre o mesmo na distribuição da
sua justiça e do seu juízo.
Imitadores
de Deus – parte 6: Misericórdia
Efésios 2:4
Deus é misericordioso. Para termos a
certeza disso, basta pensarmos na razão de ser da cruz. Deus se dando ao mundo
para salvá-lo (Lc 1:78). Diante do nosso pecado, das nossas misérias e da nossa
rebeldia, Ele age de maneira favorável, oferecendo-nos a salvação que de outro
modo não poderíamos conquistar. A bondade de Deus é uma expressão do seu amor
(Jo 3:16) e pode ser percebida por meio da longanimidade como ele trata o
pecador (2 Pe 3:8,9). As misericórdias do Senhor não têm fim e são a causa de
não sermos consumidos (Lm 3:22,23). O Salmo 103:8 declara que Deus é compassivo
e misericordioso, o que o torna tardio em se irar e compreensivo para com as
nossas debilidades limitadoras humanas (vs. 9-18). Por causa da misericórdia de
Deus podemos ter esperança (Sl 130:7) e confiança (Sl 52:8). Ele é também a
esperança dos aflitos e socorre os desesperados (Sl 31:9; 40:11; 57:1). Como
podemos experimentar as misericórdias de Deus e não agirmos com misericórdia
com aqueles que dela precisam? A parábola do credor incompassivo exemplifica
isso (Mt 18:23-35). Os misericordiosos alcançarão misericórdia (Mt 5:7). Diariamente
temos a oportunidade de manifestar esta imitação de Deus na nossa vida, olhando
ao nosso redor e percebendo as almas perdidas que precisam ouvir o Evangelho da
salvação. Essas almas vivem em corpos, do contrário seriam fantasmas. Então
carecem de cuidado material também. Alguns passam fome, outros estão entregues
às drogas, outros são vítimas de violência, alguns sofrem com dores de
separações e mortes. Como filhos da misericórdia, servos do bondoso Deus, é
nosso dever e prazer demonstrar uma fé prática que alcance essas vidas. Um
coração alcançado por Deus transborda de amor pelas pessoas. Sejamos
misericordiosos na prática das boas obras, do perdão e do amor.
Imitadores
de Deus – parte 7: Amor
1 João 4:8
Deus é amor. O amor é tido como a
maior manifestação da bondade de Deus e toda a sua essência. Já afirmamos que
nenhum dos seus atributos existe de maneira separada, de modo que, ao
manifestar a sua justiça ao condenar o pecador ao inferno, devemos ver aí o
amor de Deus agindo. Sobre este amor, precisamos entender ainda que, primeiro,
Deus nos ama por amor a si próprio, para o louvor da sua glória; e, segundo, o
seu amor está condicionado à sua Palavra. Isto é: nem tudo o que dizemos que
Deus concordará porque é um Deus amoroso é verde. A manifestação suprema do
amor de Deus está na cruz (Jo 3:16). Embora geralmente nos encontremos amando
somente por palavras, Deus prova o seu amor para conosco através de Cristo (Rm
5:8). Este amor é misericordioso (Ef 2:4), sem medidas (Rm 8:39) e salvador (Tt
3:4-7). Deus ama a todos sem distinção, embora abomine o seu pecado. Mas o seu
amor pela Igreja é especial e a ela Ele fala da maneira ímpar (Jo 6:27; Rm 5:8;
1 Jo 3:1) A imitação do amor de Deus é a que mais nos é cobrada na Bíblia, ao
ponto de seus escritores afirmarem que é o amor que nos identifica com Ele e
que se não nos amarmos uns aos outros nem guardarmos os seus mandamentos – o
amor – não temos parte alguma com Ele (Jo 15:12; 1 Jo 4:7-8; 1 Ts 3:12). As
qualidades deste amor estão expressas em 1 Coríntios 13. E os seus frutos estão
descritos em Gálatas 5:22,23. Este amor deve se manifestar através dos outros
atributos, do cuidado com o outro, do exercício dos dons, do evangelismo, da
Missão Integral, da unidade do corpo de Cristo. Da mesma forma como Deus se
envolveu pessoalmente conosco ao nascer numa estrebaria e experimentar do nosso
cotidiano, o seu amor nos leva a nos envolvermos ativamente com as pessoas,
suas necessidades, suas crises, suas dores. É um amor além do discurso
teológico, é vivo, é pratico.
Imitadores
de Deus – parte 8: Bondade
Salmo 31:19
Deus é bom, e isso pode ser comprovado
através da realidade como a conhecemos: o universo criado e a existência
humana. Somos um ato da bondade de Deus, que nos criou e nos deu todas as
coisas que temos desfrutado. A natureza, o ar, o alimento, a saúde, as
oportunidades de fazer o bem e viver em paz, a sua Palavra, as bênçãos e
livramentos diários, seus propósitos eternos para a nossa salvação, todas essas
coisas são frutos da bondade de Deus. Ele é bom em Si mesmo (Mc 10:18; Lc
18:18,19). A sua bondade se manifesta através da sua benevolência, do seu
cuidado carinhoso para com a sua criatura (Sl 145:915,16), do seu amor
misericordioso e salvador (Jo 3:16), da sua graça (Ef 2:7-10), da sua
misericórdia ou benignidade (Sl 136) e da sua longanimidade (Rm 2:4). Deus é
bom em tudo o que faz, mesmo quando exerce o seu juízo contra aqueles que o
merecem (Rm 11:22). A bondade se encontra entre os frutos do Espírito (Gl 5:22)
e é um fruto de quem vive na luz (Ef 5:8,9). Ela se manifesta no caráter e no
comportamento de quem pertence a Deus. Paulo exorta aos crentes de Éfeso a
serem bondosos uns para com os outros (Ef 4:32). Ele próprio havia sido alvo da
bondade cristã em suas viagens missionárias (At 27:3). Como manifestar essa
bondade nos dias de hoje? A despeito do evangelho triunfalista e individualista
que vem sendo pregado, somos chamados a nos importar com o sofrimento das
pessoas e agir de maneira misericordiosa, buscando compreender as suas dores,
ajudando-as a superá-las. A pregação e a vivência integral do Evangelho de
Cristo nos conduzem a atos gratuitos de amor, quando, tomados pelo Espírito,
deixamos as quatro paredes do templo para usar o templo do Espírito Santo, que
somos nós, para influenciar o mundo com a simplicidade do Evangelho. Imitar a
Deus em sua bondade é amar como Ele nos amou.
Imitadores
de Deus – parte 9: Paulo como modelo
1 Coríntios 11:1
A nossa última fronteira na imitação
de Deus é imitar pessoas que se tornaram modelos, padrões de qualidade de vida
na fé compatíveis com o caráter de Deus, com os seus atributos comunicáveis. É
incrível que possa haver pessoas que alcançaram tal nível de intimidade e
compromisso com Deus ao ponto de poderem dizer: “Sejam meus imitadores, como eu
sou de Cristo” (1 Co 11:1). O apóstolo Paulo não estava se comparando a Jesus,
mas incentivando os crentes de Corinto a imitarem-no naquilo que ele se
mostrava como modelo, o que podemos ver nos versículos anteriores do capítulo
10. Em 1 Coríntios 4:16 a imitação de Paulo está ligada à sua vivência no
ministério, o que envolve compromisso com o Evangelho que se prega e sofrimento
por fazê-lo (vs. 1,2,11). Em 2 Tessalonicenses, a imitação que Paulo requer dos
irmãos diz respeito ao comportamento deles na pregação da Palavra, de modo
ordenado, trabalhando ao invés de serem pesados aos outros (3:7-12). Em
Filipenses 3:17, além de se colocar como exemplo, Paulo evoca outros irmãos que
andam conforme o exemplo que tinham neles (Paulo e Timóteo). Nos versículos
anteriores, ele havia falado sobre não confiar na própria carne, algo que ele
mesmo podia fazer, devido ao seu extenso currículo como fervoroso membro do
judaísmo (vs. 3-6). Todavia, tudo o que ele era foi considerado menos que nada
por amor a Cristo (v. 7). Paulo era alguém que, deixando para traz a Lei da
autojustiça, submetia-se a justificação pela fé em Cristo para alcançar a
ressurreição, buscando a perfeição em meio às suas debilidades (vs. 8-16). Como
vemos, Paulo não está afirmando nesses textos ser um cristão perfeito, digno de
ser imitado. Mas naquilo que ele imita a Cristo, exorta aos irmãos que o façam
também. Com certeza havia áreas na sua vida nada dignas de serem imitadas, o
que não o descredencia como modelo, mas apenas afirma sua humanidade.
Imitadores
de Deus – parte dez: Modelos de fé
Hebreus 6:12
Como vimos, a despeito das suas limitações
que o levam a se autodeclarar o principal dos pecadores (1 Tm 1:15), havia em
Paulo elementos de fé e de prática que eram dignos de serem imitados e ele
exorta os irmãos a seguirem o padrão que viam nele. No mundo existem cristãos
batalhando por sua fé, dando a vida pelo Evangelho, propagando o amor de Deus
por meio das suas obras em favor dos pobres, pregando a Palavra com autoridade
teológica e espiritual, sendo modelos de caráter em meio a um mundo desprovido
de valores, sendo alicerces da igreja onde muitos são mercenários. Tais
cristãos são dignos de serem padrões para a nossa caminhada no Evangelho. Não
são pessoas perfeitas, possuem pecados que precisam ser abandonados, mas se
reconhecem a caminho e permitem que Deus trabalhe em suas vidas. Tornar-se
modelo não significa tornar-se perfeito, mas ser alguém que busca essa
perfeição. Imitemo-los nessa busca. O escritor de Hebreus convoca os seus
leitores a imitarem a fé daqueles que perseveraram zelosamente na fé até o fim
para alcançarem a promessa (6:12). No capítulo 11 ele lista vários desses
modelos, pessoas que enfrentaram toda sorte de adversidades em busca de coisas
superiores, celestiais. O mesmo autor (13:7) também exorta que sejam utilizados
como modelos aqueles que originalmente lhes pregaram o Evangelho, atentando
para “o resultado da vida que tiveram” (KJA), ou “o fim da sua vida” (ARA). A
fé daqueles pregadores gerou resultados para a sua vida e a dos crentes
hebreus. Que estilo de vida poderia gerar resultados tão preciosos? Era isso
que eles deveriam imitar. Existem, porém, modelos indignos de imitação, pessoas
que praticam o mal e não conhecem a Deus (3 Jo 11). Os fariseus eram um exemplo
(Mt 23:1-12). Eles não imitam a Cristo e, por mais belas que sejam as suas palavras,
o seu modelo é desprezível.
MIZAEL XAVIER
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