segunda-feira, 15 de abril de 2019

AS RAZÕES DA MINHA FÉ - BASES PARA UMA DECLARAÇÃO DE FÉ REFORMADA



Em que eu acredito?

Aqui está uma confissão de fé desenvolvida por mim, Mizael Xavier, que retrata tudo o que creio em relação a Deus e a sua Palavra. Existem muitos outros pontos de fé ainda, mas todos partem desta confissão.

1. Revelação

Creio que a Revelação é um ato de Deus através do qual Ele torna a Sua pessoa e a Sua vontade conhecidas ao Homem. O conteúdo da revelação é o próprio Deus, tendo dois pontos focais: os propósitos de Deus e a pessoa de Deus. Antes que o homem conheça a Deus, é preciso primeiro que Deus se revele a ele. O homem não pode ver a Deus (Jo 1:18; 1 Tm 6:16; Ex 33:20), nem encontrá-lo, por mais que se esforce em buscá-lo (Jó 11:7; 23:3-9), nem ler os seus pensamentos mediante as suas próprias habilidades e teorias (Is 55:8ss). Por ser pecaminoso, o homem possui seus poderes e sua capacidade de percepção desfocados por satanás (2 Co 4:4) e pelo pecado (1 Co 2:14). O homem só encontra a Deus quanto este o busca, quando a ele se revela. O homem carrega dentro de si a centelha da revelação divina.

Deus se revela ao homem através da natureza (revelação natural), por meio das coisas criadas (Sl 19:1; Rm 1:20,21) e através da revelação na consciência humana da sua existência eterna (Rm 12:1-27; 2:1-16). Estas, porém, não produzem salvação, mas somente aquela registrada nas Escrituras. Se Revelação de Deus encontra-se nas Escrituras Sagradas, não pode haver novas revelações. Creio, também, que Deus se revelou a nós de maneira direta e perfeita por meio de Cristo (Hb 1:1; Jo 1:11-14). Só podemos conhecer a Deus perfeitamente através de Jesus. Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1:15), e a Sua glória é a glória de Deus revelada na sua face (2 Co 4:4-6). Se quisermos ver Deus, precisamos olhar para Jesus (Hb 1:3; Jo 14:9). Jesus é a revelação final e perfeita de tudo aquilo que Deus realmente é. Esse Jesus não é aquele das religiões, mas o Unigênito do Pai; ou melhor afirmando: o próprio Pai (Jo 14:8,9).


2. Escrituras

Creio que a Bíblia é o registro da Revelação especial de Deus. Ela foi escrita por homens de maneira sobrenatural, inspirados pelo Espírito Santo, que os guiava como instrumentos poderosos nas suas mãos para deixar gravada toda a revelação que Ele desejava (2 Tm 3:16,17; 2 Pe 1:21, Hb 1:1,2; 2 Tm 3:14-16). As Escrituras Sagradas que temos em mãos (Antigo Testamento e Novo Testamento) é totalmente perfeita, o que envolve a sua veracidade (que inclui inerrância, infalibilidade e confiabilidade), perspicuidade, suficiência e autoridade. Ela é também íntegra, imutável e a nossa única e suprema autoridade em matéria de fé e conduta prática (Mt 24:35; Hb 4:12). Aceitamos a Bíblia como tendo 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento, considerados canônicos pelas igrejas reformadas.


3. Trindade

Creio na existência de um só Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, Um em essência e Trino em Pessoa, ou seja: três modos ou formas em que existe a essência divina (BERKHOF; Mt 28:19; Jo 14:8-11; 16,17; 16:13-15; 1 Jo 5:5-8). A essência divina não está dividida em três pessoas, mas cada uma delas contém todas as perfeições divinas, não tendo existência fora ou à parte dela. Há provas escriturísticas da Trindade no Antigo Testamento (cf. Gn 1:26; 11:7; 16:7-13; 18:1-21; 19:1-22; Is 48:16; 61:1; 63:9,10) e, principalmente, no Novo Testamento (Lc 1:35; 3:21,22; Jo 14:16; Mt 28:19; 1 Co 12:4-6; 2 Co 13:13; 1 Pe 1:2). As três pessoas da Trindade são consideradas separadamente da seguinte forma:


3.1. Deus

Creio num único Deus e Soberano que criou e sustenta todas as coisas visíveis e invisíveis. Deus é espírito, um ser pessoal, real, verdadeiro e imortal, com poder para pensar, sentir e querer. Ele não possui matéria física nem está sujeito às limitações inerentes ao homem. Não pode ser visto com os olhos nem apreendido pelos sentidos. Ele é um espírito pessoal e possui consciência própria e perfeita a cerca de Si mesmo. Ele dirige e se basta a Si mesmo. Deus não precisa de nós para ser Deus.

a) A natureza de Deus. Deus ainda possui os seus atributos naturais. São eles:

·         Onipresença. Deus existe desde a eternidade. Ele não preenche espaço, não há lugar onde possa ser encontrado. Não há como se esconder de Deus (Sl 139).
·         Eternidade. Deus não se limita ao tempo. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre (1 Cr 16:36; 29:10; Sl 41:13; Is 9:6; Dn 2:20; Hc 1:12).
·         Onisciência. O conhecimento de Deus é perfeito e não pode ser medido. Ele conhece antecipadamente todas as coisas (Gn 16:13; Pv 15:3; Sl 139:2,3).
·         Sabedoria. Esse conhecimento implica em sabedoria e a capacidade de julgar todas as coisas retamente (Pv 3:19).
·         Onipotência. Ele é capaz de fazer todas as coisas que são dignas do Seu poder (Ex 21:1-6; Sl 123:2; Is 6:8-11).
·         Soberania. Deus é absoluto e único no universo, possuindo total liberdade, poder, conhecimento e sabedoria (Sl 115).
·         Constância. Deus não muda. A sua natureza não sofre modificações (Sl 55:19; Tg 1:17).

b) O caráter de Deus. Através da criação, da História, da Bíblia e da pessoa de Jesus Cristo, Deus revela o seu caráter, os seus atributos morais. Deus é muito mais que o Criador de todas as coisas: Ele é o nosso Pai. E como Pai divino Ele possui:

·         Bondade. Deus é perfeitamente bom. A bondade é o fundamento do Seu amor. Ele está sempre buscando a nossa felicidade, para o louvor da sua glória (Sl 145:9).
·         Amor. Deus é amor (1 Jo 4:8,16). O amor é a essência de Deus e a base para todas as suas qualidades morais. Esse amor é feito de atitudes (Jo 3:16) e se expressa através de Cristo.
·         Santidade. Na santidade temos a plenitude da excelência moral de Deus. Ele é absolutamente puro e não pode tolerar o pecado. Essa mesma santidade Ele exige de nós (Ex 15:11; Sl 77:13; Hb 12:10).
·         Justiça. Deus é justo na aplicação da Sua Lei. Sua Lei são preceitos que devem se constituir o nosso padrão. Se a justiça de Deus condena o pecador, o amor o leva à restauração (Sl 11:7; 50:6; 97:2; Is 30:18; Sf 2:3).


3.2. Jesus

Creio em Jesus Cristo enquanto o Verbo de Deus encarnado (Jo 1:1-14) como totalmente Deus e totalmente homem, conforme revelado nas Escrituras, que designam seu estado e seus ofícios, chamando-o de Filho de Deus, Filho do Homem, Homem de Dores, Senhor da Glória, Messias, Mediador, Senhor, Profeta, Sacerdote e Rei (Sl 8:4; Dn 7:13; Jo 12:34; At 7:56; Ap 1:13; 14:14; Lc 1:35; Mt 8:29; 11:27; 14:28-33; 21:3). Como Senhor, fica bastante claro que Jesus é o Deus Jeová (Mt 7:22; Mc 12:36,37; Lc 2:11; 3:4; 5:8; At 2:36; 1 Co 12:3; Fp 2:11). Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2:5; At 4:12), o cabeça e salvador da Igreja (1 Co 12:26,27; Ef 5:23,30; Cl 1:18). Ele pôs de lado a sua Majestade divina e humilhou-se ao assumir a forma humana para cumprir a Lei e os profetas (Mt 3:15; Gl 3:13; Fp 2:6-8). Por amor aos pecadores, Cristo sofreu na cruz para a redenção dos pecados da humanidade (Mt 4:1-11; Lc 22:28; Jo 12:27; Hb 2:18; 4:15; 5:7-9). Após a sua crucificação (Gl 3:13; Dt 21:23; At 2:27,31; 13:14,35), Ele ressuscitou em corpo glorioso e subiu aos céus (Lc 24:31,50-53; Jo 6:62; 14:2,12; 16:5,10,17,28; 17:5; 20:1-29; 21:7; At 1:6-11; Rm 4:25; 1 Co 15:50; Ef 1:20; 4:8-10; 1 Tm 3:16), sendo glorificado por Deus e entronizado à sua destra (Mt 26:64; At 2:33-36; 5:31; Ef 1:20-22; Hb 10:12; 1 Pe 3:22; Ap 3:21; 22:1), sendo as primícias dos que dormem (1 Co 15:20; Cl 1:18; Ap 1:5).

a) A natureza divina de Cristo. A deidade de Cristo é amplamente ensinada nas Escrituras. O Antigo Testamento já apontava para a vinda de um Messias divino (Is 9:6; Jr 23:6; Dn 7:13; Mq 5:2; Zc 13:7; Ml 3:1). O Evangelho de João também apresenta a Cristo como o Deus que se fez carne, exaltando-o sobremaneira (Jo 1:1-3,14,18,25-27; 11:41-44; 20:28). Em diversas outras passagens do Novo Testamento, Jesus é apresentado como Soberano Deus e Senhor (Mt 5:17; 9:6; 11:1-6,27; 14:33; Mc 8:38; Rm 7:7; 9:5; 1 Co 1:1-3; 2:8; 2 Co 5:10; Gl 2:20; 4:4; Fp 2:6; Cl 2:9; 1 Tm 3:16; Hb 1:1-3,5,8; 4:14; 5:8).

b) A natureza humana de Cristo. Como homem, Cristo foi gerado pelo Espírito Santo e concebido no ventre de uma jovem chamada Maria, possuindo todas as propriedades da natureza humana, como um corpo material e uma alma racional (Mt 1:23; 26:28,38; Lc 23:46; 24:39; Jo 1:14; 11:33; 1 Tm 3:16; 1 Jo 4:2; Hb 2:14; Is 7:14; 9:6,7), porém, sem pecado (Lc 1:35; Jo 8:46; 14:30; Hb 4:15; 7:25-28; 2 Co 5:21; 1 Pe 2:22; 1 Jo 3:5). Que Cristo veio na forma humana está patente nas Escrituras. Ele chama a si mesmo de “homem”, como também é chamado por outros (Jo 8:40; At 2:22; Rm 5:15; 1 Co 15:21). Como todo ser humano, Jesus experimentou as mesmas necessidades humanas que nós e esteve sujeito aos mesmos sofrimentos (Mt 4:2; 8:24; 9:36; Mc 3:5; Lc 2:40,52; 22:44; Jo 4:6; 11:35; 12:27; 19:28,30; Hb 2:10,18; 5:7,8).

c) A suficiência de Cristo. Creio na intercessão de Jesus Cristo, como único medidor e Salvador entre Deus e os homens, porque Ele ressuscitou (Jo 14:6-13; 1 Tm. 2:5; At 4:11,12). A ressurreição de Cristo é o fundamento da fé cristã e a legitimação da missão evangelística da Igreja (At 17:31; 24:21; 26:7,8; Rm 14:9; 1 Co 15:15-22; Cl 1:18; 2 Tm 4:1; 1 Pe 4:5). Paulo chega a escrever que se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação e a nossa fé, de modo que nos tornamos falsas testemunhas diante de Deus (1 Co 15:14,15). Tendo a plena certeza da ressurreição gloriosa do Senhor, a pregação evangélica deve anunciar que Cristo ressurgiu dentre os mortos e vive para sempre. Pregar a ressurreição de Cristo implica pregar também a nossa própria ressurreição (Rm 6:4-9; 2 Co 13:14; 2 Tm 2:11). A pregação que não está fundamentada na ressurreição de Cristo nem demonstra amor pela sua vinda é fruto de uma fé vã e mentirosa.


3.3. Espírito Santo

Creio no Espírito Santo como uma pessoa divina, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho (Jo 14:16,17,26; 15:26; 16:7-15; Rm 8:26). Ele falou através dos profetas e autores sagrados, e expressa vontade, caráter e intelecto (1 Co 2:13; 2 Pe 1:21. O Espírito Santo atua soberanamente na geração da fé necessária à salvação, no arrependimento, na regeneração e na santificação dos verdadeiros cristãos (Jo 3:3-7; 16:7-11; 2 Co 5:17; Ef 1:13,14; 2:8,9; Tt. 3.5). Ele atua na Igreja, formando-a e habitando nela de forma vivificadora (Ef 1:22,23; 2:22; 1 Co 3:16; 2:14ss) e no mundo. O Espírito reúne os cristãos pelo amor, de modo que eles vivem unidos, tendo tudo em comum (At 2:1-13, 37-39). É o Espírito quem leva o perdido à salvação pela graça de Deus (Jo 16:7-11; At 2:36-38); é Ele quem nos regenera; é Ele quem nos santifica e nos torna obedientes, submissos e nos disciplina (1 Pe 1:22,23). Esta presença se deixa evidenciar pelos frutos, cujo fruto original e que gera a todos os outros é o amor. (Gl 5:22). É o Espírito quem auxilia o crente nas suas orações, quem o capacita espiritualmente para ler, entender e seguir a Palavra (Jo 14:26; 15:26; 16:13,14; At 5:32; Hb 10:15; Rm 8:26,27; 1 Co 2:13-15; 1 Jo 2:27). O Espírito produz a edificação através da participação de cada membro da Igreja, o corpo, de maneira individual e ao mesmo tempo coletiva, por meio dos dons espirituais e do amor (1 Co 12:4-11; 27-31; cap. 13; Ef 4:11-13; 1 Ts 5:19-21).


4. Homem

Creio que Deus criou homem e mulher conforme a sua imagem e semelhança, sendo homem e mulher (Gn 1:26,27). A natureza humana é constituída de corpo e alma (Mt 6:25; 10:28), ou corpo e espírito (Ec 12:7; 1 Co 5:3,5; 7:34; 2 Co 7:1; Ef 2:3; Cl 2:5; Rm 8:10). Essa alma – ou espírito – é imortal e é um ato criativo direto de Deus; ela é parte integrante o ser humano desde a sua concepção. De acordo com Berkhof (1992, p. 123), a opinião reformada distingue a imagem de Deus no homem em dois sentidos: restrito e abrangente. O sentido restrito consiste nas qualidades espirituais com que o homem foi criado por Deus: o verdadeiro conhecimento, retidão e santidade (Ef 4:24; Cl 3:10). No sentido abrangente, entende-se que o homem é um ser espiritual, racional, moral e imortal, no corpo; este não como substância material, mas como instrumento da alma, e no seu domínio sobre a criação inferior. Nesse sentido abrangente, o homem ainda carrega a imagem de Deus em si; todavia, no sentido restrito, ele passou a carregar uma natureza caída, corrompida pelo pecado, o que o impede de aspirar ao verdadeiro conhecimento, à retidão e à santidade. É preciso que haja uma intervenção de Deus para que esse estado original seja restaurado, o que implica na obra salvífica de Cristo e nas suas implicações positivas para o pecador.


5. Pecado original

Creio na pecaminosidade universal, na depravação total e a culpabilidade de todos os homens, desde a Queda de Adão, início da ira de Deus e a condenação de todos os perdidos que não foram escolhidos para a salvação. Nenhum ser humano nascido a partir da Queda está isento do pecado original nem da necessidade da fé e do arrependimento para alcançar a salvação. Todos somos pecadores (Gn 2:16,17; 3:1-24; Jo 8:34; 1 Jo 1:8,9; 3:8; Rm 3:9-23; 5:12-21; 6:3; 7:14-17; Hb 9:27; Pv 28:13; Sl 32:1,5; 25:11). Creio que a Queda do homem trouxe consequências temporais e eternas para o ser humano. São elas:

a) Perda da liberdade. Se antes da Queda o homem possuía uma inclinação positiva para amar a Deus e praticar o bem, após a Queda esta liberdade foi perdida, tornando-o propenso apenas para o mal. Havia a possibilidade de pecar, mas não havia a necessidade moral pra fazê-lo (Rm 3:10,11). O homem está perdido e é de todo corrupto (Gn 6:5; Jr 17:9; Pv 28:26; Mt 15:19; Rm 7:18). Qualquer bem só pode nascer em seu coração se pela graça de Deus for produzido.

b) Obstrução do conhecimento. A capacidade intelectual do homem foi afetada na Queda. Não somente a capacidade de compreender Deus, mas em todas as áreas da vida (Rm 1:18-28. Por esta causa, o homem não pode entender a verdade de Deus, necessitando da iluminação do Espírito Santo para compreendê-la corretamente e sem distorções (1 Co 2:13-15). Aquilo que ele supostamente compreende está afetado pelo pecado e não conduz ao conhecimento perfeito de Deus.

c) Perda da graça de Deus. Na Queda, o homem foi destituído da glória de Deus (Rm 3:23). A assistência graciosa que o homem possuía para a prática do bem lhe foi tirada e ele passou a viver sem essa graça, sendo propenso apenas para o mal. Sem esta graça maravilhosa, qualquer esforço do perdido de se aproximar de Deus é totalmente inútil (Ef 2:8,9; 2 Tm 2:1; 2 Co 12:9; At 15:11; Hb 4:16).

d) Perda do paraíso. Perder o paraíso nada mais é que estar longe da comunhão com o Pai. Reverter os efeitos da Queda só é possível por meio da justificação pela fé em Jesus Cristo (At 13:39). Embora não tenhamos aqui a comunhão perfeita que havia no paraíso, o Senhor nos promete vida em abundância, a certeza de que Ele é a nossa suficiência (1 Co 6:11; 2 Co 3:1-18) e de que sempre estará conosco (Mt 28:20).

e) Presença da concupiscência. A concupiscência é a propensão humana para o pecado, a busca pelo paraíso por meio da sensualidade. É interessante definirmos o que é o pecado. O pecado é uma inclinação interior para fazermos aquilo que Deus desaprova. O pecado é, também, a rebelião e a desobediência contra Deus. Nós o somos por causa de uma avaliação feita pelo próprio Deus (Rm 3:23,24). A incapacitação espiritual também é uma característica do pecado. O homem é um ser incapaz de se relacionar com Deus sem a salvação. Estamos todos mortos e afastados de Deus antes de sermos convencidos pelo Espírito Santo; somos pecadores não-arrependidos (Rm 3:9-18).

f) Morte. Na criação, o homem possuía capacidade tanto para morrer quanto para não morrer, mas ao desobedecer, atraiu a morte para si e para toda a humanidade. A morte do homem pós-Queda é evidenciada da seguinte maneira: morte espiritual (separação de Deus) e morte física (capacidade para morrer fisicamente). Além da morte, o próprio corpo humano está sujeito à degeneração, isto é, deteriorar-se com o passar dos anos até morrer, algo que provavelmente não deveria ser possível no paraíso. Quando morremos em Cristo, apenas fazemos uma mudança para nosso destino real e derradeiro: o céu, onde estaremos para sempre com o Senhor (Fp 3:20; 2 Co 5:1-10; Ef 1:14; 1 Pe 2:9). Aqueles que morrem sem Cristo, passam pela segunda morte (Ap 20:14,15; 21:8).

g) Culpa hereditária. O pecado original é muito mais que uma ação praticada pelo primeiro casal. Esta ação trouxe consequências para toda a raça humana, de modo que o pecado tornou-se uma condição de toda a humanidade, transmitida de Adão para nós (Rm 3:23; 5:12). Nenhuma criatura está isenta da culpa original. Este fato é suficiente para compreendermos a graça de Deus em Cristo: todos pecaram e somente através da obra vicária de Cristo na cruz é possível haver redenção. A graça exclui a nossa participação e reúne a todos os seres humanos num único rebanho de condenados, até alcançarem a justificação pela fé. Esse conhecimento é deveras importante para a evangelização, pois demonstra que ninguém é bom demais para merecer o céu e que a salvação não pode ser conquistada por meio de obras, como pregam algumas correntes do cristianismo.


6. Salvação

Creio na redenção da culpa, pena, domínio e presença do pecado, somente por meio da morte expiatória do Senhor Jesus Cristo, no sangue do Unigênito Filho encarnado de Deus, nosso representante e substituto (Rm 3:24; 4:25; 5:6-10; 1 Co 1:30; 15:50-57). O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida (Rm 6:23). Deus não sente prazer na morte do ímpio, por isso lhe forneceu um meio de salvação: seu único Filho, que morreu na cruz para salvar o pecador (Jo 3:16; 1 Pe 2:22-24; 3:18; 2 Co 5:21). A dívida impagável que temos com Deus foi liquidada por Cristo ao derramar o seu sangue. Através de Cristo somos regenerados, a ira de Deus que está sobre nós é aplacada, a paz entre nós Ele é feita e finalmente somos com Ele reconciliados (Cl 2:13-15). Quando levados a aceitar a Jesus como nosso Senhor e Salvador, somos selados com o Espírito Santo e nos tornamos seus filhos (Ef 1:13). Esta salvação é unicamente pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Não existe nada que possamos ou precisemos fazer, apenas crer quando convencidos do pecado pelo Espírito (Rm 5:1; Ef 2:8,9). Embora Deus abomine o pecado, Ele nos ama e prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). A fé em Jesus nos garante a vida eterna nos céus (Jo 6:68; 17:3; 1 Jo 5:11-13; Gl 6:7,8). Por meio dele somos justificados (Rm 5:1,2), ou seja: considerados justos diante de Deus e totalmente livres de condenação para sempre (Rm 8:1,2).


7. Justificação do pecador

Creio na doutrina da justificação pela fé, salvação eterna do crente, sem concurso do mérito próprio. A justificação do pecador é somente pela graça de Deus, na suficiência do sangue remido de Jesus Cristo, com eterna segurança (Jo 10:27-29; Rm 8:1,2, 31-39; 11:5,6; Ef 2:1-9).

a) Sua natureza. A palavra “justificação” é um termo forense que nos lembra o tribunal de Deus: o homem é condenado por seu pecado, julgado e absolvido, declarado justo, isto é, justificado. Esta justificação independe de nossa atuação neste tribunal em defesa de nossos interesses, mas é um Dom gratuito de Deus o qual nos é outorgado pela fé em Cristo (Rm 1:17; 3:21,22). Este veredicto divino ninguém pode contradizer, embora tenhamos um passado pecaminoso e ainda estejamos sujeitos ao erro (Rm 8:34). Na justificação, Deus perdoa todos os nossos pecados e nos imputa justiça (Rm 8:1). Somos justificados pela fé e temos paz com Deus (Cl 1:20; Rm 5:1). Esta justificação nos dá nova posição diante de Deus e nos considera justos, o que independe de nossa maldade ou bondade.

b) Sua necessidade. O homem encontra-se em estado de rebeldia contra Deus e necessita de uma reparação para reatar os laços de comunhão perfeita que outrora gozava no paraíso, o que só pode ocorrer por meio da justiça de Deus imputada ao pecador, que o torna aceito através da fé em Cristo (Rm 1:16,17). Todos são indesculpáveis (Rm 1:19,20; 2:14,15) e estão sob condenação (Rm 3:19,20). Esta justiça divina tem como finalidade fazer o homem reto, justo, o que é obra exclusiva de Deus, não podendo o homem concorrer para que isso ocorra. É obra do Espírito Santo (Rm 3:21; Gn 3:15; 12:3; Gl 3:6-8; Jr 23:6; 31:31-34).

c) Sua fonte. A única fonte possível para que o pecador possa justificar-se diante de Deus e ter livre a cesso à Sua presença é a Graça (Ef 2:8,9). Graça significa, antes de tudo, um favor imerecido que nos é dado através da bondade de Deus e não incorre em nenhuma dívida para com Ele. Ela é um benefício legítimo de Deus, independente de merecermos ou não, porque de fato não o merecemos (Rm 6:23). Esta Graça revela-se na expiação de Cristo, onde toda a nossa dívida foi paga pelo seu sangue (Rm 3:24; Ef 1:6).

d) Seu fundamento. Somente provendo justiça ao homem Deus pode tratá-lo como pessoa justa. Mas de que forma? Mediante a redenção que há em Cristo, que nos favorece com o título de “justos” (Rm 3:24; Ef 1:7). Cristo morreu na cruz para nos salvar e tornou-se a propiciação externa para a nossa justificação, através da fé. Para apresentar-se diante de Deus, necessitamos de um caráter renovado, recriado pela pureza do sangue de Cristo (Ap 19:8; 3:4; 7:13,14) e só poderemos conseguir isto através da “justiça de Deus”, comprada pela morte expiatória de seu Filho Unigênito na cruz do Calvário (Is 53:5,11; 2 Co 5:21; Ro 4:6; 5:18,19), independente de nossas obras (Rm 3:28; Gl 2:16). Esta justificação pela fé é um ato inicial da vida cristã, que deve se estender através da nossa santificação, onde somos feitos novas criaturas (2 Co 5:17). Se nos revestimos da justiça de Cristo, devemos, também, purificarmo-nos, do mesmo modo como Ele é puro (1 Jo 3:3).

e) Seu meio. A justificação do pecador é somente através da fé despertada nele pelo Espírito Santo, que lhe dá uma mudança de posição e condição diante de Deus (Rm 3:22; 4:11; 9:30; Hb 11:7; Fp 3:9; Ef 2:8,9). Através da fé, os méritos de Cristo são comunicados aos pecadores, que sofrem uma transformação diante de Deus, chamada de justificação, e uma transformação espiritual, chamada de regeneração. Esta justificação pela graça independente das obras do homem (Rm 3:20, 24) remove o perigo do orgulho de autojustiça e auto-esforço e o medo de ninguém ser suficientemente capaz de conseguir a salvação. Esta fé não somente salva o pecador como transforma o seu coração, seus pensamentos e suas atitudes (Ef 3:17; 1 Ts 1:3; Rm 14:23; 2 Ts 2:12), implicando em sujeição à justiça de Deus (Rm 10:3). É uma fé que, quando viva, produz obras (Ef 2:10; Tg 2:18,26).


8. Conversão e o crente genuíno

Creio que a conversão do pecador a Jesus é uma obra exclusiva do Espírito Santo, quando Deus o escolhe/elege e chama (Ef 1:3-14; Rm 8:28-33; 1 Ts 5:9; 2 Ts 2:13) regenerando-o (Jo 1:12,13; 3:3-8; 2 Co 5:17; Ef 2:1-5), dando-lhe a fé necessária á conversão (Ef 1:9; 2:8,9), produzindo nele o arrependimento e convertendo-o (At 26:18; 2 Cr 7:14; At 2:38; 3:19; Mt 4:17; Tt 1:21; Cl 2:12), para que os seus pecados sejam cancelados e ele se torne filho de Deus (Rm 8:14-23; 9:4,26; Jo 1:12; 8:44; 1 Jo 3:1,2,10; 4:3-6; Gl 3:26; 4:4-6; Ef 1:5) e nova criatura (2 Co 5:17; Gl 2:20). Aceitamos o seguinte padrão para definir a conversão sincera do pecador:

a) Um chamado especial de Deus. Aqueles que se convertem genuinamente a Cristo são objetos do chamado especial de Deus. Embora haja um chamado geral à conversão (p. ex. Mt 11:28 e 22:14), somente nos eleitos ela é operada. De acordo com Millard J. Erickson, falando a respeito do chamado especial (1992, p. 362): “Deus atua de forma particularmente eficaz com os eleitos, dando-lhes condições de reagir com arrependimento e fé, e fazendo com que de fato assim reajam”. Ainda segundo o mesmo autor, “O chamado especial é, em grande medida, a obra da Iluminação do Espírito Santo, dando ao receptor a capacidade de compreender o verdadeiro significado do evangelho. Essa obra do Espírito é necessária porque a depravação que caracteriza todos os homens os impede de captarem a verdade revelada de Deus” (idem). Somente iluminado pelo Espírito Santo o pecador pode compreender a loucura de Deus na cruz (2 Co 5:19; 1 Co 1:18-25; 12:3). Uma vez iluminado, a sua resposta sempre será positiva, isto é: a conversão, porque o Espírito Santo já está operando nele.

b) Arrependimento. A verdadeira conversão produz arrependimento e leva à confissão de pecados (At 19:18). O arrependimento é o aspecto negativo da conversão e mostra a necessidade de abandonar o pecado para ter comunhão com Deus. O verdadeiro arrependimento implica em mudança real de comportamento, como ocorreu com Pedro em contraste com Judas (Jo 21:15-19). Pedro teve remorso por haver traído o seu Mestre; este remorso o levou a uma mudança total de atitude, o que fica comprovado em toda a sua carreira de apóstolo e evangelista.

c) Novo nascimento. Uma explicação para definir o sentido de conversão é aquela dada por Jesus a Nicodemos: “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3:7). Por que deveríamos nascer novamente? E como se dá este novo nascimento? Qual a finalidade dele? Certamente este “nascer de novo” nos identifica com Cristo, o qual nos dá uma nova identidade como filhos de Deus. Antes do novo nascimento existe algo imprescindível: a fé (Ef 2:8,9). Essa fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10:17). O nosso primeiro nascimento é aquele em que nascemos mortos espiritualmente (Ef 2:1; Rm 5:12). É um nascimento produzido em pecado e para o pecado. O novo nascimento é operado pelo Espírito para a vida. Ele nos ressuscita em Cristo e nos reconcilia com o Pai (2 Co 5:17; 1 Jo 3:1,2; 1 Pe 1:23; Rm 6:4-7; Gl 2:20). O novo nascimento é a regeneração, onde morremos para o pecado e somos gerados para Deus como novas pessoas em Cristo. A natureza morta cede o seu lugar a uma vida nova, transformada, santificada e repleta de frutos de justiça e obediência a Deus. Além de nos tornar filhos de Deus, a regeneração nos garante a herança eterna nos céus. Sem participar dela, ninguém poderá chegar à glória celestial.

d) Fé. Quando cremos em Jesus Cristo, podemos reconhecer a nossa condição de pecadores, arrependermo-nos e sermos convertidos por Ele. Não é possível haver a genuína conversão se o arrependimento não for seguido pela fé em Jesus. Sentir-se culpado pelos próprios pecados e pedir perdão a Deus não resolve a questão da culpa hereditária. Sem aceitar a Cristo como Senhor e Salvador, ninguém pode se considerar convertido (Rm 10:1-10). Esta fé não deixa o homem confundido, porque “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (vs. 12,13). A salvação é fruto da fé. Através da fé em Cristo o homem é justificado e muda de posição diante de Deus. Antes desta mudança, ele não passa de um cadáver espiritual, um morto-vivo (Ef 2:1. Se não houve a fé salvadora, se o pecador não foi tocado pelo Espírito Santo, a sua conversão não é verdadeira.

e) O tempo da conversão. Como ocorre a conversão? Ela é instantânea, no momento em que o pecador ouve o apelo do Evangelho e decide radicalmente atender ao chamado de Deus ou é um processo no qual o pecador se converte aos poucos? Essas duas linhas de pensamento são possíveis. Algumas pessoas, a exemplo de Nicodemos (cf. Jo 19:39) parecem experimentar uma conversão gradativa a partir do momento em que ouvem a mensagem de Cristo. Outras passam por um momento de crise em que se convertem em um instante, como o exemplo do carcereiro (At 16:30). O importante é sabermos que em ambos está a ação do Espírito Santo, quer mostrando aos poucos a verdade da salvação, quer impactando com essa verdade a vida de alguém ao ponto de num único instante levá-lo ao arrependimento e à conversão. Por outro lado, se já existe uma ação eficaz do Espírito Santo encaminhando o pecador à conversão, esse tal já é dele.

f) Mudança de posicionamento. Por fim, a conversão não é apenas a inserção de um indivíduo na vida da comunidade cristã, da Igreja como instituição, mas uma mudança de posicionamento diante de Deus que redunda em transformação de vida, onde uma mudança sensível e necessária se faz real. Essa mudança é operada exclusivamente pela graça de Deus e nos leva a uma vontade diferente daquela que tínhamos quando ainda estávamos mortos, gerando compromisso com a sua Palavra e uma consequente mudança de comportamento. A conversão é evidenciada, não apenas afirmada. Ela é prática, não apenas proclamada. Não é um levantar da mão após o apelo fervoroso do pastor, mas um entregar de vida e coração nas mãos do supremo Pastor da nossa alma. Além de um preço que já foi pago na cruz, a conversão tem consequências atuais e eternas (Ef 4:28,29; 1 Co 6:10,11). Podemos ver essa mudança de posicionamento na vida dos crentes de Tessalônica. Aqueles irmãos davam testemunho da sua fé em toda a Macedônia e Acaia. O ingresso do Evangelho naquela cidade por meio de Paulo e seus companheiros, converteu aquelas pessoas da adoração aos ídolos para o Deus vivo e verdadeiro (1 Ts 1:8-10). A Igreja de Tessalônica é fruto da obra missionária, da pregação do Evangelho de Deus (1 Ts 2:1,2).


9. Igreja

Creio numa única Igreja de Cristo, invisível, santa e universal, que é o Corpo de Cristo, à qual pertencem todos os genuínos cristãos, que serão ressuscitados, transformados, trasladados e arrebatados, na vinda de Jesus, como “igreja triunfante” (orgânica e invisível), e que na terra se manifesta nas Igrejas locais, como “igrejas militantes” (igreja visível; Mt 16:18; 1 Co 12:12,13; Ef 4:1-16; Cl 4:15; Rm 16:4,5,16; 1 Pe 2:9,10; Ap 2:1,8,12,18; 3:1,7,14). A Igreja do Senhor Jesus Cristo não é: um templo (At 17:24), a casa de Deus (Ef 2:19-22), uma denominação evangélica (Hb 10:25) ou uma empresa particular. (2 Pe 2:1-3). Ela é:

a) Assembleia dos crentes. O termo grego para Igreja – ekklesia – significa literalmente uma comunidade, ou assembleia, de “chamados para fora”. Durante o seu ministério, Jesus utilizou o termo “igreja” somente duas vezes, em Mateus 16:18 e 18:17. Usado como ajuntamento de pessoas, de crentes, o termo aparece em Atos 19:32,40 e  1 Coríntios 1:2. A Igreja não era considerada um prédio, mas a reunião daqueles que professavam a fé em Cristo com o objetivo de colocarem em prática os seus ensinos e viverem sob a atuação do Espírito Santo em suas vidas. Igreja não era um “lugar”, mas a comunidade dos salvos, dos adoradores de Cristo (1 Co 16:19; Cl 4:15).

b) Igreja como totalidade do corpo de Cristo na Terra. Quando a Bíblia fala da igreja como sendo um único organismo vivo não está se referindo a uma instituição civil. Também não está falando de uma denominação evangélica com seu templo cede e suas várias congregações. A igreja de Cristo é formada pela totalidade dos membros de seu corpo, os cristãos de todas as épocas espalhados pelo mundo inteiro, independente das denominações evangélicas as quais pertençam. Alguns exemplos:

·         Atos 10:28: este texto pode ser uma referência à igreja de Éfeso especificamente, como também pode ser à totalidade do corpo de Cristo, sendo a cidade de Éfeso um grande berço missionário.
·         1 Coríntios 10:32; 11:22; 12:28; 15:9: Paulo perseguia “a Igreja” de Cristo, embora saibamos que ele percorria várias cidades onde esta igreja se reunia.
·         Gálatas 1:13; Filipenses 3:6; Efésios 1:22,23; 3:21; 5:23,32: igreja como corpo de Cristo, que é a cabeça.
·         Colossenses 1:18; 1 Timóteo 3:5; Hebreus 12:23: aqui como a igreja celeste.

c) Templo de Deus. Além de ser o corpo de Cristo, a “ekklesia” é, também, o Templo de Deus, onde Ele habita através do seu Santo Espírito (1 Co 3:16,17). Da mesma forma que Deus morou no tabernáculo no Templo no Antigo Testamento, Ele mora agora na sua igreja através do Espírito que lhe deu para confirmá-la, santificá-la e fortalecê-la (1 Pe 2:5,6; Êx 25:8; 1 Rs 8:27; Ef 2:21,22). Ela é também a noiva de Cristo, uma ilustração muito usada nas Sagradas Escrituras para descrever o povo de Deus e sua comunhão com Ele (2 Co 11:2; Ef 5:25-27; Ap 19:7; 21:2; 22:17).
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d) A igreja local. A igreja de Cristo é universal por sua missão de levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo e por estar presente em todos os países. É única porque está formada por um único corpo, cuja cabeça é Cristo. Mas ela é também local, isto é: formada por um grupo de crentes em determinada localidade geográfica. Na era apostólica não existiam diversas denominações, mas uma única Igreja que se congregava como assembleia em cidades diferentes, mas todas eram consideradas uma mesma Igreja. Esta igreja cristã única em Cristo Jesus tem suas congregações espalhadas pelo mundo, que, unidas, formam um corpo só no Espírito: Jerusalém (At 5:11; 11:22; 12:1,5; 15:4), Damasco (At 8:3), Judéia, Galiléia, Samaria (At 9:31), Antioquia (At 13:1; 14:23,27), Listra, Icônio (At 14:23), Éfeso (At 20:17; Ap 2:1), Roma (Rm 16:5), Ásia (1 Co 16:19; 1 Pe 1:1), Macedônia (2 Co 8:1), Corinto (1 Co 1:2; 2 Co 1:1), Galácia (Gl1:2; 1 Pe 1:1), Tessalônica (1 Ts 1:1; 2 Ts 2:1), Ponto, Capadócia, Bitínia (1 Pe 1:1), Esmirna (Ap 2:8), Pérgamo (Ap 2:12), Tiatira (Ap 2:18), Sardes (Ap 3:1), Filadélfia (Ap 3:7) e Laodicéia (Ap 3:14). É provável que se tratavam de igrejas independentes entre si, a não ser no amor e na caridade de umas para com as outras. Elas eram administradas por aqueles que os Apóstolos escolhiam e, de um modo geral, pelos próprios Apóstolos que as fundavam.

e) Igrejas locais, congregações. As igrejas espalhadas pelas diversas cidades reuniam-se, muitas vezes, nas casas dos crentes: Priscila e Áquila (Rm 16:5), Ninfa (Cl 4:15), Filemom (Fm 2). Muitos outros textos indicam uma pluralidade de congregações independentes entre si, seguindo o mesmo Senhor e sendo ensinadas por Ele. Paulo se refere a muitas igrejas (Rm 16:16; 2 Co 8:23; 11:8). Às vezes se expressa à igreja local como sendo “igreja de Deus”, da mesma forma que trata a igreja universal (1 Co 1:2; 2 Co 1:1; At 16:5; 1 Co 7:17; 11:2,18; 14:4; 16:19; 2 Co 8:23; 11:8; 14:19,35; 1 Tm 5:16; 3 Jo 10; Ap 1:4; 2:23; 16:5; 22:16).


10. Governo da Igreja

Creio no governo Teocrático-Congregacional, o governo que emana de Deus, sendo Cristo a cabeça da Sua Igreja, que é o Seu Corpo, com o qual permanece em relação vital e orgânica, enchendo-o de vida e controlando-o pelo seu Espírito (Jo 15:1-8; Ef 1:10,22,23; 4:15; 5:30; Cl 1:18; 2:19; 3:11). Como cabeça da Igreja, Jesus reina e tem toda autoridade sobre ela (Mt 16:18,19; 23:8,10; Jo 13:13; 1 Co 12:5; Ef 1:20-23; 4:4,5,11,12; 5:23-24). Ele está sobre tudo e sobre todos para que em tudo tenha a preeminência (Is 9:6; Cl 1:16-20; Ef 2:20-22; 4:11-16; 1 Co 3:11; 12:12-31; 1 Pe 2:6). Cristo exerce autoridade sobre a Igreja e a governa por meio da sua Palavra, única fonte e padrão de autoridade para os crentes, de modo que todos estão condicionados a obedecê-la. Todos aqueles que fazem parte da Igreja de Cristo devem se submeter ao controle do Espírito Santo e da sua Palavra. A Igreja se reúne em conselhos presididos pelo pastor presidente e seu corpo de ministros para discutir interesses da congregação e, assim, tomar decisões em comunidade e com a participação ativa dos membros.


11. A segunda vinda de Cristo

Creio na certeza da Segunda vinda do Senhor Jesus Cristo em corpo glorificado, juntamente com os cristãos ressuscitados, após o arrebatamento de Sua Igreja triunfante e a consumação do Seu Reino milenar naquela manifestação. A sua segunda vida foi declarada pelo próprio Senhor Jesus (Mt 24:25,30; 25:19,31; 26:64; Mc 13; Lc 21:5-36 Jo 14:3). Os anjos também se referiram a ela após a ascensão do Senhor aos céus (At 1:11). Também os apóstolos falaram inúmeras vezes sobre ela (At 3:20,21; Fp 3:20; 1 Ts 4:13-18; 5:1-11; 2 Ts 1:7,10; Tt 2:13; Hb 9:28).

a) Acontecimentos que precedem a segunda vinda. A Bíblia registra diversos acontecimentos que ocorrerão antes que o Senhor venha resgatar a sua Igreja e julgar a humanidade.

·         A vocação dos gentios. É necessário que o Evangelho da salvação seja pregado a todos os povos, para que todos ouçam a mensagem da cruz e assim creiam em Cristo para a salvação eterna (Mt 24:14; Mc 13:10; Rm 11:25). Isto não significa que todos crerão, mas que aqueles que foram escolhidos para a adoção de filhos sejam convertidos pelo Espírito Santo e creiam (Ef 1:2-14; Jo 6:37-62).
·         Conversão de Israel. Toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamento, apontam para uma conversão futura de Israel (Zc 12:10; 13:1; 2 Co 3:15,16), o que não significa uma volta de Israel ao seu estado original de povo de Deus com a conversão de todos os judeus a Cristo, mas do remanescente, os eleitos conforme o antigo pacto e predestinados para a salvação pela graça (Rm 11:11-32).
·         A vinda do anticristo. Antes da volta gloriosa do Senhor para o resgate da sua Igreja, ainda será revelado o anticristo, descrito na Bíblia como o homem da iniquidade, o perverso, por meio de maravilhas e sinais operados pelo poder de Satanás, colocando-se a si mesmo em oposição a Cristo, mas sendo morto pelo sopro do Senhor quanto este voltar (2 Ts 2:3-10). A vinda do anticristo pode ser vista pelo seu espírito que já opera no mundo por meio dos “falsos cristos” e dos “anticristos”, conforme vemos no Novo Testamento (1 Jo 2:18-22; 4:3; 2 Jo 7).
·         Sinais e maravilhas. A segunda vinda do Senhor Jesus Cristo será precedida por diversos sinais e maravilhas, como guerras, fome e terremotos, o que será apenas o princípio das dores (Mt 24). Também será precedida pela grande tribulação, quanto alguns crentes sofrerão perseguição e martírio de falsos profetas que enganarão a muitos. Os poderes do céu serão abalados antes do Senhor voltar (Mt 24:29,30; Mc 13:24,25; Lc 21:25,26).

b) A segunda vinda em si. Após a realização de todos os sinais que antecedem a sua vinda, o Filho do Homem virá sobre as nuvens, com grande poder e glória (Mt 24:30). Embora a volta de Cristo seja iminente (Mt 16:28; 24:34; Hb 10:25; Tg 5:9; 1 Pe 4:5; 1 Jo 2:18), todas as coisas mencionadas acima precisam acontecer antes que Ele venha (Mt 24:14; 2 Ts 2:2,3; 2 Pe 3:9). Esta será uma vinda: a) pessoal (At 1:11; 3:20,21; Mt 24:44; 1 Co 15:23; Fp 3:20; Cl 3:4; 1 Ts 2:19; 3:13; 4:15-17; 2 Tm 4:8; Tt 2:13; Hb 9:28); b) física (At 1:11; 3:20,21; Hb 9:28; Ap 1:7); c) visível (Mt 24:30; 26:64; Mc 13:26; Lc 21:27; At 1:11; Cl 3:4; Tt 2:13; Hb 9:28; Ap 1:7); d) repentina (Mt 24:37-44; 25:1-12; Mc 13:33-37; 1 Ts 5:2,3; Ap 3:3; 16:15); e) gloriosa e triunfante (Hb 9:28; Mt 24:30; 2 Ts 1:7,10; 1 Ts 4:14-16; Ap 19:11-16).


15. Ressurreição dos mortos

Creio na ressurreição dos mortos, na vida eterna dos salvos e na condenação eterna dos injustos que não aceitaram Cristo Jesus como Senhor e Salvador (Dn 12:1; Jo 5:28,29; At 17:31; 24:15; Hb 9:27,28; Ap 20:11-15). Esta ressurreição se dará com a volta de Cristo e pode ser encontrada nos escritos do Antigo Testamento (Êx 3:6; Sl 49:15; 73:24,25; Pv 23:14; Is 26:19; Dn 12:2). No Novo Testamento, a ressurreição é claramente ensinada por Jesus (Mt 22:23-33; Jo 5:25-29; 6:39,40,44; 11:24,25; 14:3; 17:24) e pelos apóstolos (1 Co 15; 1 Ts 4:13-17; 2 Co 5:1-10; Ap 20:13). Esta ressurreição será corporal (Rm 8:23; 1 Co 6:13-20; Rm 8:11; 1 Co 15). Ela envolve tanto os justos como os injustos (Dn 12:2; Jo 5:28,29; At 24:15). A ressurreição coincide com a volta de Cristo, o fim do mundo, precedendo imediatamente o juízo final (1 Co 15:23; Fp 3:20,21; 1 Ts 4:16), estando ligada ao último dia (Jo 6:39,40,44,54; 11:24) e ao juízo final (Jo 5:27-29; Ap 20:11-15).


12. Juízo final

Creio na Soberania de Deus na criação, revelação, redenção, governos e nos grandes julgamentos. A Bíblia ensina claramente a respeito do juízo final, tanto no Antigo Testamento (Sl 96:13; Ec 3:17; 12:14) quanto, principalmente, no Novo Testamento (Mt 11:22; 16:27; 25:31-46; At 17:31; Rm 2:5-10,16; 14:12; 1 Co 5:10; 2 Tm 4:1; Hb 9:27; 1 Pe 4:5; Ap 20:11-14). Está claro, também, que todos os indivíduos da raça humana terão de comparecer perante o tribunal de Deus para serem julgados (Ec 12:14; Sl 50:4-6; Mt 12:36,37; 25:32; Rm 14:10; 2 Co 5:10; Ap 20:12). O julgamento seguirá imediatamente a ressurreição dos mortos (Jo 5:28,29; Ap 20:12,13). Ele será:

·         Dos crentes no Tribunal de Cristo, para receber segundo o que cada um tiver feito por meio do corpo, bem ou mal, após o arrebatamento. Creio que o crente comparece diante de Deus já de posse da sua salvação e livre de condenação (Jo 3:16,36; Rm 8:1; 14:10; 1Co 3:11-15; 2 Co 5:10; Ap 22:12). Os justos são apresentados como ministros de Deus em conexão com a obra do juízo (BERKHOF; Mt 13:30,41; 25:31; 2 Ts 1:7,8).
·         O julgamento das nações vivas na Sua vinda Gloriosa (Mt 25:31-46; Ap 1:7).
·         O julgamento de Satanás e seus demônios (Mt 8:29; 1 Co 6:3; 2 Pe 2:4; Jd 6).
·         E, finalmente, o julgamento dos incrédulos e condenados no juízo final (Ap 20:11-15; 21:8; Mt 16:16; Hb 9:27).


13. Dons espirituais

Creio na vigência do exercício dos Dons Ministeriais e Espirituais, tal qual se encontram na Palavra de Deus (Mc 16:17-20; At 2:1-13; 38,39; 10:44-47; Rm 12:3-8; 1 Co 13,14; Ef 4:11). Não creio na manifestação do “dom de línguas” como um segundo revestimento de poder ou um “segundo batismo”, nem como evidência de conversão. Assim que o pecador se converte, é selado com o Espírito Santo (Ef 1:13,14), passando a possuir um ou mais dons dados pelo Espírito Santo para a edificação do corpo de Cristo, que é a Igreja (1 Co 12:1-31). A evidência de que o crente possui o Espírito Santo está nos frutos que este produz em sua vida (Gl 5:22,23). Reconhecemos e aceitamos os seguintes dons do Espírito Santo: serviço (Rm 12:7), ajuda ou socorro (1 Co 12:28), misericórdia (Rm 12:8), contribuir (Rm 12:8), profecia (Rm 12:6; 1 Co 14:1-22), exortação (Rm 12:8), ensino (Rm 12:7), liderança ou presidir (Rm 12:8), administração ou governos (1 Co 12:28), evangelista (Ef 4:11), hospitalidade (1 Pe 4:9,10), palavra de sabedoria (1 Co 12:8), palavra de conhecimento (1 Co 12:8), fé (1 Co 12:9), curar (1 Co 12:9), operar milagres (1 Co 12:10), discernimento de espíritos (1 Co 12:10), variedade de línguas (1 Co 12:10), interpretação de línguas (1 Co 12:10) e celibato (1 Co 7:7).


Bibliografia consultada


BERKHOF, Louis. Manual de doutrina cristã. Minas Gerais: CEIBEL, 1992.

ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1992.


Mizael Xavier


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terça-feira, 19 de março de 2019

EU NÃO TENHO SORTE NO AMOR



Para muitas pessoas, encontrar um amor duradouro é como ganhar na loteria, não pelo alto valor do prêmio, mas pela questão da sorte. Eu mesmo já repeti inúmeras vezes a mesma ladainha de tantas pessoas que jamais alcançam êxito nas suas tentativas de amar e ser amado: “Eu não tenho sorte no amor”. Confesso que, no meu caso, essa é uma justificativa evasiva para não ter que viver explicando a todos que me perguntam sobre algo tão complexo e complicado como a minha vida amorosa. Quando alguém me pergunta o motivo de eu estar só, geralmente respondo que é pura falta de sorte e pronto. Todavia, pode ser que para você isso seja mais que uma resposta evasiva, mas reflita seu sentimento de desânimo e incapacidade diante dos reveses da sua vida amorosa. Talvez você tenha jogado, apostado alto em diversos relacionamentos na tentativa de tirar a sorte grande, mas sem sucesso. Então você se acha realmente um azarado amoroso.
            Essa “falta de sorte”, na verdade, esconde outras questões mais substanciais, coisas que escondemos dentro de nós e dos olhares dos outros, mas que nos impedem de acertar na nossa vida amorosa e nos mantêm reféns de diversos relacionamentos infrutíferos. Neste caso, a solução para a “falta de sorte” é bastante simples. É tudo uma questão de modificar o nosso comportamento diante da vida e do amor para que alcancemos o que desejamos. Vejamos algumas questões que nos ajudarão a mudar a nossa perspectiva e os nossos resultados.

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Muitos alvos, muitos erros

            Pode ser que este não seja o seu caso, mas um dos maiores motivos para termos esta sensação de má sorte no amor é que miramos em muitos alvos, às vezes vários ao mesmo tempo, sem conseguir jamais atingir o alvo certo. Pode ser que você esteja entre os que têm investido em muitas relações amorosas – algumas profundas, outras superficiais –, conquistando ou deixando-se conquistar por uma pessoa atrás da outra, usando-se e deixando-se usar, semeando e colhendo ilusões, causando e sofrendo desilusões, e ainda se pergunta a razão de não acertar nunca, de não ter sorte no amor. Talvez você não queira verdadeiramente amar ou o que conhece por amor é uma visão distorcida da verdade. Brincar com os sentimentos dos outros acaba destruindo os seus próprios sentimentos.
            Muitas relações pode denunciar uma inconstância afetiva ou a busca pelo preenchimento de alguma carência, geralmente emocional ou sexual. Quem sabe esta “maré de azar amorosa” esteja ligada a autossabotagem! Você, consciente ou inconscientemente, vai destruindo aos poucos todas as chances que tinha de ser feliz, cometendo erros para se punir por alguma coisa, usando as pessoas para isso. Então você descobre que no amor você não joga até acertar, não faz testes até descobrir a fórmula mágica de uma vida plena e feliz ao lado da pessoa amada. Para viver o amor, você se guarda, investe na própria emoção e se prepara para a pessoa certa. Se você acha que precisa aproveitar bastante antes de se “amarrar”, não se espante se ainda está sozinho e se continuará assim por muito tempo. Isso não é falta de sorte, mas o resultado das suas péssimas escolhas, da sua inconstância e da sua incapacidade de se concentrar em fazer apenas uma pessoa feliz.


Amar não é sorte, é investimento

            Se quisermos ter sucesso no amor, precisamos investir nele. Imagine que você pretenda iniciar um negócio, empreender. Uma das primeiras coisas que você vai precisar fazer para que o seu negócio cresça é investir nele. Se não fizer isso, fechará as portas em poucos meses. O fracasso no amor não é falta de sorte, mas o resultado da nossa falta de investimento na relação, crendo que tudo surgirá do nada sem esforço algum da nossa parte. Você deve investir, em primeiro lugar, em si mesmo, desenvolvendo e aprimorando o seu caráter, cuidando das suas emoções. É preciso saber que teremos de abrir mão de algo, acima de tudo de pensamentos e sentimentos que não combinam com o amor, como o egoísmo, por exemplo. É necessário conhecer-se, amar-se, respeitar-se, estar aberto a mudanças, ser humilde para admitir suas falhas, reconhecer suas limitações e se empenhar em ser melhor a cada dia, explorando os seus pontos fortes e aprimorando os seus valores. Seja o melhor para dar o melhor de si e exigir o melhor dos outros.
            Em segundo lugar, você deve desenvolver a capacidade de conhecer o outro, de enxergá-lo e dar-lhe o devido valor. Muitos fracassam em suas relações porque desejam tanto ser felizes, que se esquecem de fazer a pessoa amada feliz. Tudo dá errado quando não nos importamos com quem está do nosso lado, quando não buscamos compreendê-lo como ele é, não como imaginamos que ele seja ou queiramos que seja para suprir nossas necessidades. Amar é investir tempo e vontade em estar junto, importar-se, ser presente, dar carinho, ser atencioso, aceitar as falhas, se prontificar em ajudar no crescimento do outro e de ambos. Quanto mais investimos na pessoa amada, maior será o nosso retorno, na certeza de que ela estará investindo em nós, de modo que ambos nos completaremos. Isso não é sorte, é resultado.


O que realmente importa?

            Quanto mais tempo você gasta com relacionamentos vazios, mais desgastado fica o seu coração e menos capacidade você terá de viver um amor verdadeiro. Somente a graça de Deus pode renovar diariamente o nosso interior. Por nós mesmos, produzimos desgastes emocionais que aos poucos vão corroendo a nossa sensibilidade, tornando-nos pessoas frias e indiferentes. Relacionar-se muitas vezes sem amor e por impulsos meramente sexuais não nos ensina a amar de verdade, não nos diz nada sobre o que é ser feliz, não nos mostra a alegria de pertencermos a alguém que também é nosso. Chega um momento em que olhamos para tudo o que fizemos e vemos que nada conquistamos, que o tempo passou e continuamos sozinhos ou atrelados a pessoas que em nada nos acrescentam ou que sofrem porque nada temos para lhes dar.
            Envolver-nos em relacionamentos tóxicos com pessoas desprovidas de afeição pode fazer com que o nosso cérebro processo informações distorcidas, tais como: ninguém presta, ninguém é capaz de nos fazer felizes, o amor não existe, não merecermos ser amados, entre tantas outras que congestionam a nossa mente. No final das contas, ou nos tornamos insensíveis e embrutecidos ou desacreditados de tudo e de todos. Vemos como podemos estar dos dois lados: o primeiro é o lado de quem engana; o segundo, de quem é enganado. De qualquer forma, culpamos a falta de sorte pela nossa solidão, pelo nosso fracasso em manter relacionamentos. Jogamos o jogo errado usando regras injustas e esperamos ter sucesso. Se realmente nos importa amar, se de fato nos preocupamos com o nosso bem-estar emocional, devemos investir no que importa: um relacionamento sadio, alicerçado sobre o amor, que gera frutos de respeito e exclusividade. Ser lapidado pelo amor pode até doer, mas traz benefícios verdadeiros para a nossa vida e a de quem se relaciona conosco. Não é preciso pressa. Ao invés de nos machucarmos até não sentirmos mais nada, plantemos boas sementes no nosso coração. Os frutos serão saborosos.


É preciso criar uma reputação

            Em muitos casos, precisamos admitir que a pessoa não consegue ser feliz no amor porque não consegue encontrar alguém com coragem o suficiente para amá-la. A Internet nos permite ir além da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade, até mesmo do nosso país. Podemos conhecer alguém que mora do outro lado do mundo. Já conversei com pessoas das Filipinas, da Tailândia, de Portugal e de alguns países da África. As pessoas que estão distantes não acompanham de perto a nossa vida cotidiana para saber quem somos de verdade, apenas aquilo que lhes repassamos pelas redes sociais. Mas mesmo no mundo virtual, as notícias se espalham muito rapidamente, alcançando quem está perto ou quem está longe, quem tem contato direto conosco ou quem nos conhece apenas por um perfil na Internet. Está cada vez mais difícil se esconder, fingir ou manipular alguém.
            Apesar disso, muitos se esforçam por manter uma aparência que não conseguirão sustentar por muito tempo. Logo, pode ser que a má sorte no amor esteja ligada à má fama conquistada entre o público que se pretende alcançar e espalhada pelos quatro ventos. Após diversas investidas e inúmeras vítimas, muitos homens acabam sendo conhecidos como garanhões, galinhas, aqueles que pegam todas, que gostam de brincar com os sentimentos dos outros e só pensam em sexo. Infelizmente, a maioria não deve se importar com isso, não deve ter sentimentos. Mas creio que não é o seu caso, creio que você sente desejo de amar e ser amado, mas que pode estar sofrendo dificuldades por conta da sua má reputação. Pense nisso: quanto melhor você for como pessoa, maiores probabilidades terá de atrair alguém especial. Reputação é tudo! Uma vez que você a perde, é muito difícil recuperá-la. Por isso, crie uma boa reputação, sendo justo e honesto com as pessoas. Não iluda nem engane ninguém. Você poderá acabar sozinho, e um dia essa solidão vai doer, por mais frio que você seja.


Cuidado com quem você escolhe

            Vimos que muitos alvos geram muitos erros. Por outro lado, um único alvo errado também pode nos causar grandes problemas. A razão de estarmos sós, de não termos “sorte no amor”, pode estar ligada aos tipos de pessoas que escolhemos para nos relacionar, geralmente pessoas com uma reputação não muito boa. Como afirmei anteriormente, todos somos dignos de amor. Mesmo aquela pessoa que achamos mais indigna precisa e deve ser amada. O problema é: não sabemos na vida de quem Deus irá operar uma grande transformação, quem de caráter questionável um dia se tornará uma pessoa de boa índole, capaz de nos fazer felizes e ser feliz ao nosso lado. Credito que não devemos deixar de nos relacionar com alguém por causa dos seus defeitos, pois temos os nossos próprios. Mas existem algumas situações e pessoas que podem ser evitadas por quem deseja entrar em um relacionamento duradouro. Muitas pessoas não têm nada para oferecer a si próprias, como respeito próprio, quem dirá a nós. Desejar que alguém que vive de bailes e bares, que não tenha responsabilidade alguma com a própria vida, que não valorize a família, que só tenha vínculos com pessoas erradas nos dê amor, respeito, fidelidade e atenção, é como jogar pedras na lua.
            Pode ser que as pessoas erradas para nós não sejam más, mas apenas indivíduos emocionalmente instáveis, que não estão dispostos a se abrir para o amor, que possuem feridas grandes demais e não se permitem ser tratadas. Algumas podem ser egocêntricas, materialistas e abusadoras. Entramos numa relação onde daremos muito de nós e receberemos pouco ou nada em troca. Envolver-se com pessoas comprometidas na esperança de “ter sorte no amor” também é perigoso, além de moralmente errado. Então como escolher a pessoa certa? Existe esta pessoa certa? O que existe são pessoas, mas precisamos ter princípios e valores que norteiem a nossa escolha, o que não impedirá de encontrarmos indivíduos complicados que precisaremos aprender a lidar. O que nos ajuda é saber discernir entre aqueles que claramente nos farão infelizes, algo que muitas vezes fica bastante claro logo no início da relação: pessoas prepotentes, egocêntricas, controladoras, ciumentas, estúpidas, agressivas, ébrias, preguiçosas e sem uma bússola moral.


Você não soube amar

            O sucesso no amor se resume em conhecer o caminho das pedras. O amor tal qual Deus o projetou tem a sua essência e os seus valores, belamente descritos no capítulo treze da primeira epístola de Paulo aos Coríntios e no capítulo quinto da sua epístola aos Gálatas. Hoje somos ensinados que existem diversas formas de amor e inúmeras maneiras de amar, o que não é verdade. Logo, pode ser que o seu “jeito de amar” tenha afastado até hoje as pessoas de você. Talvez a sua concepção teórica e prática de amor tenha contribuído apenas para magoar as pessoas, usá-las, decepcioná-las, e agora você está só, sentindo-se sem sorte. Imagine que o seu jeito de amar na sua própria concepção de amor. Suponhamos que você conheça alguém que também tenha o seu próprio jeito de amar baseado em uma concepção diferente e até mesmo inversa à sua. Em que você acha que dará este relacionamento? Até que ponto os dois conseguirão equilibrar as suas diferenças?
            Já aprendemos no quarto capítulo o que é o amor. Se você aprender a forma correta de amar e ser amado, todas as suas práticas também serão corretas e as chances de ter sucesso em um relacionamento serão bem maiores. Fora isso, não espere uma vida amorosa espetacular com mentiras, traições, abusos, indiferenças, falta de diálogo, ausência de carinho e atenção. Não espere ser amado por quem não recebe o seu amor, por quem percebe que não passa de um objeto de desejo. Se você acha que pode amar várias pessoas e se dedicar a elas, não se surpreenda se elas começarem a se cansar, se descobrirem o seu esquema de mentiras e te abandonarem. Isso não é falta de sorte, mas são as consequências da sua incapacidade em amar de verdade. Então não reclame de não ter sorte no amor, apenas se arrependa, peça perdão a Deus e a quem você magoou e comece a fazer a coisa certa. Não espere pela sorte, mas faça o seu próprio caminho.


Não carregue toda a culpa

            O lamento pela falta de sorte nem sempre vem de quem errou ou escolheu a pessoa errada, mas de quem fez de tudo para acertar e procurou se relacionar com alguém que tinha tudo para dar certo, mas não deu. Quando fazemos a litura correta da nossa história, percebemos que não precisamos carregar toda a culpa, às vezes nenhuma parte dela. O relacionamento amoroso é construído por duas pessoas que decidem viver juntas e trabalhar para que a sua união dê certo, cumprindo cada uma o seu papel para a felicidade de ambos. Pode ser que você tenha se esforçado bastante pela pessoa errada ou pela certa que não foi capaz de retribuir o seu amor, o que levou a relação a entrar em colapso. Devemos sempre dar o nosso melhor, o que não significa que receberemos o melhor do outro em troca. Existem tantos motivos para não sermos amados como existem para sermos amados. Talvez o amor que você sentia aumentou vertiginosamente, enquanto o do outro ia diminuindo. Os motivos? Você pode tentar pesquisar.
            Eu costumo reconhecer todos os meus erros nas oportunidades que tive de conhecer alguém especial e acabei fazendo tudo errado. Mas não abro mão dos meus acertos, dos meus esforços em ser o melhor para quem eu achava que seria o meu grande, único e eterno amor. O meu último namoro terminou no momento da relação em que eu mais me dedicava em amar, mais acertava, mais dava o máximo de mim, apesar dos obstáculos que havia entre nós, como a distância. Apesar dos meus esforços, tudo chegou ao fim. Isto não significa que não tenho sorte no amor, mas que a outra parte não quis mais receber todo o amor que eu tinha para lhe dar. Esta é a grande importância de agirmos corretamente, de amarmos na medida certa, de fazermos a nossa parte: saímos com a consciência tranquila. É certo que corremos o risco do abandono, mas sem riscos é impossível viver. Se não quisermos nos arriscar, provavelmente nem sairemos de dentro de casa com medo do que pode nos acontecer ao sobrarmos a esquina.


Baixa autoestima

            A crença na falta de sorte no amor pode indicar problemas com a nossa autoestima. Se não me vejo capaz de amar nem digno de ser amado, dificilmente investirei em uma relação pensando que dará certo. A minha autoestima baixa impedirá que eu desenvolva todo o meu potencial como pessoa e como amante, o que me trará problemas na condução de uma relação amorosa. Não é uma questão de falta de sorte, mas de autoconhecimento e autoaceitação. Durante muitos anos cultivei ideias destrutivas sobre mim que me diziam que eu jamais poderia ser feliz, porque não merecia, porque era uma pessoa desprezível e incapaz de despertar a afeição das mulheres, mesmo quando havia pessoas interessadas em mim. A timidez também me atrapalha, como também atrapalha tantos que não conseguem sequer namorar, pois têm vergonha de si mesmos e desconfiam da sua capacidade e valor. E por não se acharem merecedores de alguém que vale a pena amar, lançam-se em qualquer tipo de relacionamento apenas para não estarem sozinhos ou para dar uma resposta à sociedade, envolvendo-se com pessoas que também não buscam nada além de aventuras infrutíferas.
            A baixa autoestima fecha as portas para envolvimentos perenes. Se não me acho capaz de ser feliz nem de fazer alguém feliz, todas as minhas ações serão no sentido contrário, da autossabotagem. Não há como um relacionamento se sustentar dessa forma. De fracasso em fracasso vamos imaginando que não temos sorte no amor quando, na verdade, não temos raízes em nós mesmos, não somos capazes de sustentar a nossa emoção, impedindo que ela cresça e se fortaleça. Somente cultivando a nossa autoestima podemos estar livres para amar. Para isso é preciso rever a nossa forma de pensar sobre nós mesmos e a respeito da nossa capacidade de amar. Que mensagens você escutou do seu ex-companheiro que precisam ser reeditadas? Pode ser que elas tenham incutido na sua mente que ninguém poderá lhe amar ou que você não poderá amar ninguém. Mude esse pensamento e o amor virá até você. Isso não é sorte, é transformação.


Falta de atitude

            A “falta de sorte” no amor bem que pode ser traduzida por “falta de atitude”. Muitos acham que um relacionamento amoroso é como um caminhão que desce uma ladeira na banguela: deixe que a lei da gravidade cumpra o seu papel. Na estrada do amor não é assim, a vida precisa ser dirigida para que o caminhão do amor não sofra um grave acidente. Uma pessoa sem atitude não age diante da vida, não previne nem soluciona problemas, não planeja, não está disponível, não se envolve efetivamente na relação. Tudo depende o outro. Ele fica a espera de que as coisas aconteçam. Não há atitude para promover a felicidade; se o casal está em crise, nada é feito para mudar. A cada fim de relacionamento, a única coisa que a pessoa sem atitude pode fazer é se lamentar: “Eu não tenho sorte no amor”.
            Já passei por algumas situações em que não fui capaz de conduzir uma relação por minha falta de atitude. Um relacionamento funciona como um jogo de futebol: não basta saber as regras do jogo, conhecer o adversário, ter preparo físico e treinar incansavelmente acreditando na vitória; é preciso entrar em campo e jogar. Se não estamos jogando, se não investimos em nós mesmos e na pessoa amada, dificilmente seremos vitoriosos. O aprendizado é muito importante. Quanto mais conhecermos acerca de nós mesmos, do outro e do que é uma relação a dois, mais probabilidades teremos de ser felizes no amor. Não dependeremos de sorte, mas do nosso investimento, da parceria firmada entre nós e quem está do nosso lado. É preciso atitude para reconhecer as nossas falhas e dar os passos para a mudança. Atitude para compreender, perdoar, aceitar, ser fiel, ajudar, cuidar, proteger, crescer juntos. Se nada disso for feito, a “maré de azar” amorosa não tarda a chegar.


O melhor está por vir

            Eu acredito na seguinte premissa: se você continua só, é porque o seu verdadeiro amor ainda não apareceu. Quanto mais ansiosos estivermos, menos desenvolveremos duas capacidades: a de saber esperar e a de discernir quem é esse verdadeiro amor. A cada nova paixão, pensaremos: “É ele!”. Quando terminar, diremos: “Não era ele”. E de fato não era! Se fosse, estaria conosco. E se foi embora, foi para que soubéssemos que ainda não era o tempo nem a pessoa. E como sabemos quem será? Mais adiante aprenderemos como avaliar se tal pessoa é a certa para nós, alguém que entrará na nossa vida e será nosso até que a morte nos separe. Se para milhões de pessoas no mundo inteiro isso em sido possível desde que Deus criou o mundo e os seres humanos, por que conosco seria diferente? Todo Adão tem a sua Eva, toda Maria tem o seu José. A não ser, claro, que fechemos todas as portas ou nos tornemos pessoas tão desprezíveis que ninguém terá coragem para nos amar.
            Achei que o meu último relacionamento, aquele que me motivou a escrever este livro, seria o derradeiro, que viveríamos felizes para sempre, mas eu estava errado. Falta de sorte? Jamais!  Eu fui agraciado por Deus com uma pessoa maravilhosa com quem tive a oportunidade de conviver por três anos. Durante esse tempo aprendi muitas coisas sobre mim, amadureci como pessoa capaz de amar, desenvolvi habilidades de relacionamento que precisavam ser aprimoradas, sorri, sonhei, fui feliz. Infelizmente acabou. Sou muito grato a Deus e a ela! Se fui capaz de viver algo tão lindo que não foi meu derradeiro amor, imagino como será quando ele chegar! O melhor está por vir na minha vida e na sua, basta apenas confiarmos em Deus e não andarmos ansiosos. Não é a sorte que irá determinar quem, como, quando e onde, mas Deus. e é claro: atitude!


Mizael  Xavier

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

VANTAGENS DE UM HOMEM SÓ




            Muitos que lerem este texto jamais concordarão com o que aqui está escrito. Todos sabemos: o homem não nasceu para viver só, mas em comunidade. Já no princípio da criação, o próprio Deus reparou a solidão masculina e lhe deu uma companheira. Mas estar com alguém, viver uma relação a dois, traz muitas implicações e inconvenientes. Se postos numa lista, talvez nos assuste! Então, será melhor estar só, livre de compromisso amoroso? Quais seriam as vantagens de viver na solidão? Elas realmente existem? Claro que sim, e é por isso que este texto foi escrito. Todos nós, homens, e, talvez, mulheres também, precisamos ter consciência dos prazeres que uma vida só pode nos proporcionar, ou das dores que ela pode nos poupar.
            Antes de enumerarmos as vantagens de um homem só, precisamos atentar para a diferença entre estar só e estar solitário. Estar só significa não ter algum relacionamento em especial, um compromisso amoroso (namoro, noivado, casamento). Neste caso estamos sós, mas não somos solitários, temos familiares, parentes e amigos que no acompanham. Assim, não damos a mínima para uma companheira. Já estar solitário significa não ter ninguém, ou ter familiares, parentes e amigos que não preenchem o vazio que uma companheira nos deixa. Neste caso esta falta é muito sentida. De qualquer uma das formas, estar só é uma questão de escolha.

Primeira vantagem. Quando o homem está só, isto é, quando ele não desfruta de nenhum relacionamento amoroso, não tem em quem pensar. Sendo assim, ele tem a sua mente livre para se preocupar com outras coisas, como sua profissão, seus estudos, sua vida espiritual, sua saúde, seus familiares e amigos. Sua mente não está cativa a uma só pessoa, então ele tem mais tempo para se preocupar com uma quantidade maior de indivíduos.

Segunda vantagem. A bem da verdade, a maioria dos relacionamentos traz muitas dores de cabeça. O homem só está livre de todas elas. Não precisa se preocupar em ligar, chegar na hora a encontros, lembrar datas especiais, dar presentes... Não vive a se preocupar se está sendo traído, se está agradando, se está sendo romântico ou bruto, se está fazendo a outra pessoa feliz. A falta de compromisso emocional elimina ansiedade, estresse, atritos, depressão...

Terceira vantagem. O homem só é um homem livre! Ele pode sair a hora que quiser, com quem quiser, para onde quiser, para fazer o que quiser e como bem entender. É livre, inclusive, para não fazer nada disso. Não tem obrigação com horários, com satisfação a ser dada. Está livre, inclusive, de ter de inventar desculpas sobre onde estava, o que estava fazendo e com quem (principalmente por celular). O homem só escolhe suas próprias roupas, perfumes, filmes, comidas, passeios... Ele é dono absoluto de si!

Quarta vantagem. O homem só é mais feliz. Ele não corre o risco de ser abandonado. Por não estar com alguém por quem esteja apaixonado, ele jamais sofrerá uma perda, jamais terá de remoer um passado amoroso, amargar a dor de ver sua amada nos braços de outro homem. Além disso, estar só é a receita mais infalível para não levar o famoso “chifre”. Não leva “bolo”, não é cobrado e ninguém fala dele pelas costas com as amigas, contando os detalhes mais mínimos de sua personalidade e performance sexual.

Quinta vantagem. O homem só tem mais reservas financeiras! Se está namorando alguém, todos os seus gastos são em dobro: o cinema, a pizza, a praia, presentes. Se está só, tudo se reduz pela metade. Assim sobra dinheiro para investir mais em seus estudos, para comprar mais coisas para si, ir a lugares mais variados. Sendo assim, estar sem “esposa” é mais econômico do que estar sem “namorada”. Casamento gasta muito, início ao fim, principalmente se o casal tiver filhos!

Sexta vantagem. O homem só não é obrigado a suportar aquilo que não gosta. Ele não é obrigado a ouvir um tipo de música só para satisfazer a vontade de outra pessoa. Por exemplo, se ele curte o bom e velho Rock’n’roll, não é obrigado a agüentar forró ou axé music. Também não se vê impelido a assistir filmes, ir a festas e shows ou qualquer outro evento que não seja da sua vontade. É livre para escolher estar onde quiser, fazendo e ouvindo o que desejar.

Sétima vantagem. O homem só pode fazer aquelas coisas muito comuns à raça masculina e que as mulheres detestam e por isso vivem a perturbá-lo. Ele pode esquecer a tábua do vaso levantada, deixar louça suja na pia para lavar mais tarde, soltar gases livremente sem que haja alguém o tempo todo reclamando. Mas atenção: aqui é uma questão de ser higiênico ou não! Diz uma piada que as mulheres se casam e passam a vida inteira tentando mudar o marido, para anos mais tarde lamentar-se: Você não é o mesmo com quem me casei! O homem só está livre desse tipo de disparate.

Oitava vantagem. O homem que decide ser só pode desfrutar da sua condição financeira e da sua condição física sem se preocupar se ela é do agrado de alguém. Ele pode não ter carro, moto ou celular; pode ser analfabeto sem ter vergonha de não saber enviar um e-mail. Infelizmente no mundo de hoje as pessoas valorizam mais o que se tem do que p que se é. O homem só pode ser feliz sendo quem é com o que tem.

Gostar de estar só não significa desejar estar só para sempre, mas não viver triste, deprimido ou ansioso pela falta de alguém. Estar só com qualidade é saber esperar o tempo certo e a pessoa certa, sem pressa, sem medo de ser feliz.

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