segunda-feira, 4 de julho de 2022

ARMAMENTO CIVIL: SIM OU NÃO?

 



ARMAMENTO CIVIL: SIM OU NÃO?

Mizael Xavier

Para muitas pessoas, é difícil a compreensão do desarmamento como uma estratégia de governos totalitaristas na sua escalada rumo ao poder. O povo desarmado significa que não haverá possibilidade de resistência no momento do confronto entre o povo livre e aqueles que desejam suprimir essa liberdade a qualquer custo. Além disso, pelo fato de o atual presidente do Brasil defender o armamento civil contra a criminalidade que a cada dia está mais armada e mais feroz, algumas dessas pessoas erguem a sua voz contra as armas e os clubes de tiro, enfatizando a educação e os livros como as verdadeiras armas contra traficantes, sequestradores, ladrões de banco e demais bandidos fortemente armados com fuzís, metralhadoras, granadas e lança-mísseis. A princípio, a ideia está correta, devemos investir em educação, sempre. A educação é a chave para qualquer bem social. Mas preciso fazer algumas observações importantes.

Primeira, a educação escolar e acadêmica não existem para formar o caráter de ninguém, mas para ensinar as matérias que lhes são próprias (português, matemática, química, gestão, direito, engenharia, etc.). É ignorância acreditar que trocar armas por livros irá suprimir a índole de quem deseja roubar, sequestrar, traficar, assassinar e praticar corrupção ativa ou passiva. Se assim o fosse, não existiria criminoso algum com um curso escolar, seja ele primário ou universitário, mas todos os criminosos seriam pessoas que jamais tiveram a oportunidade de frequentar uma escola ou ler um livro. E sabemos que não é assim. Os maiores criminosos possuem algum nível escolar e já leram ao menos um poema na vida nas redes sociais. O problema não é a educação e a leitura, mas o desejo de fazer o mal. Às vezes, mesmo a educação familiar e cristã não são capazes de tirar alguém do caminho do crime. Ele vai e pronto.

Segunda, os críticos do armamento covil e dos clubes de tiro não sabem separar uma coisa da outra, ou seja: educação e segurança pública. Desde que Caim matou Abel, jamais deixou de existir o ensino e os livros, como também jamais deixou de existir o crime. O governo deve investir todos os seus talentos e recursos na educação, principalmente de base, mas não pode descuidar da segurança pública. Ele precisa fomentar o gosto pela leitura e pela escrita, apoiar os novos escritores, incentivar a produção literária, construir bibliotecas, mas sem esquecer que o crime existe e que jamais acabará. O cidadão não precisa de arma para se proteger de quem pratica o bem, mas de quem faz o mal. A educação é um processo longo, impossível de ser praticado no momento de um assalto ou de um sequestro. A jovem que é sequestrada para ser estuprada não terá tempo hábil para ler um livro para o criminoso nem ensiná-lo sobre língua portuguesa ou filosofia. Naquele momento, o que ela precisa é de proteção. Os críticos do desarmamento confundem as coisas quando falam sobre leitura e educação no combate à violência, porque, no momento em que a violência está sendo praticada por quem despreza a leitura e a educação, esse discurso morre.

Terceira, como cidadãos, temos o direito de nos proteger contra aqueles que odeiam a educação e abominam os livros, que tiveram a chance de estudar, mas preferiram uma vida de crimes. Em que paraíso terrestre viveremos 100% sem assaltos, sequestros, assassinatos, feminicídios? Esse ideal de mundo perfeito só será possível no céu, quando o Senhor Jesus vier resgatar a sua Igreja e julgar a humanidade. Enquanto isso, o mal persistirá e com tendências sempre a piorar. Se os criminosos podem (não podem, claro, mas não se importam com isso) andar armados, por que os cidadãos de bem não podem fazer o mesmo? O desarmamento só beneficia os bandidos e os governos totalitários, que transformam em refém a população e tira dela qualquer chance de insurreição. Não existem “vítimas da sociedade” enquanto pais de família e jovens acordarem de madrugada para trabalhar duro, às vezes catando material reciclável pelas ruas, para ter o que comer e pagar as suas contas. O caminho do crime é uma estrada que todos já conhecem onde vai dar e alguns a escolhem mesmo assim. Escolhem matar, assassinar, sequestrar em vez de ganhar um salário honesto. Querem tudo com o mínimo de esforço possível. Querem alimentar seus vícios às custas do trabalho alheio.

Quarta, possuir uma arma é uma escolha. Quem escolhe ter uma arma em casa, assume os seus riscos. Ele deverá guardá-la em local seguro e longe de crianças, fazer sempre a sua manutenção, assumir as consequências do seu mau uso. O cidadão de bem sabe de tudo isso. Ele não vai sair atirando em todo mundo por qualquer motivo. Já os criminosos não possuem qualquer cuidado com suas armas e estão dispostos a usá-las contra trabalhadores, desafetos, mulheres grávidas, crianças, policiais, freiras, pastores, adolescentes, animais ou qualquer coisa que se mova ou olhe de maneira torta para eles. Não importa o local nem a hora. E se suas mães ou pais “merecerem”, eles não se importarão em eliminá-los. Ou seja: dá-se aos criminosos o direito de possuir armamento pesado, mas priva-se o cidadão de bem da possibilidade de se proteger deles.

Quinta, desarmar a população é uma velha estratégia de governos socialistas e comunistas. Eles querem que o poder de fogo esteja somente do seu lado. Restringem o trabalho da polícia, exaltam o crime, fomentam a violência, destroem as famílias, desprezam a fé cristã, negligenciam o ensino escolar básico, investem pesado em cursos universitários capazes de espalhar sua doutrina satânica, aparelham o Estado, aliciam professores que aliciarão seus alunos, apoiam ditaduras, abominam a democracia das redes sociais, valorizam tudo que vai contra Deus, a família, a cidadania, a fé cristã ou qualquer coisa que não seja compatível com seus interesses. Um povo armado não se dobra diante deles.

Sexta, alguns pseudocristãos de esquerda apelam para Deus e para a Bíblia, para verdades desconexas. A violência jamais será a resposta. Deus condena o assassinato. O Senhor Jesus nos ensina sobre amar ao próximo e aos inimigos, sobre fazer o bem a quem nos faz o mal, sobre dar a outra face. Todas essas verdades são absolutas e imutáveis. O armamento civil, todavia, não é um artifício de ódio, de desejo por vingança, de sede de sangue, de vontade de sair atirando e matando todo mundo. O cidadão de bem não deseja possuir uma arma para matar por puro prazer e maldade. A arma é um último recurso a ser utilizado na sua proteção pessoal e da sua família. Ela não será usada, a não ser quando houver uma necessidade extrema. O cidadão de bem não quer matar, mas se proteger de quem tem sede de matar. Ele utilizará a sua arma apenas quando necessário, não por ódio, mas por necessidade de garantir uma segurança que o poder público não pode garantir, em uma cultura de egoísmo e terror em que o nosso país vive. Como patriota, ele também estará disponível na hora de defender a sua amada pátria contra o terror do comunismo. E é isso que mais assusta os desarmamentistas.

Por fim, sou cristão, creio em Deus e na Bíblia. Não me importo que o cidadão de bem ande armado, porque estou seguro de que, com a graça de Deus, nada farei contra ele que mereça levar um tiro. Quem deve temer o cidadão armado são os criminosos e os governos comunistas. Apoio e valorizo as Forças Armadas do nosso país, bem como as polícias Militar, Civil e Federal. Quanto mais armadas e preparadas essas autoridades estiverem, melhor para quem pratica o bem. E quanto mais armados e preparados os que praticam o bem estiverem, pior para os bandidos e os que desejam transformar nosso Brasil em um submundo socialista. Fica aqui as exortações do apóstolo Paulo:

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem terão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência” (Romanos 13:1-5).

E se a autoridade (Estado) criar leis que contrariem o Senhor da Lei? Então os cristãos sofrerão bastante, porque “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). Todavia, naquilo que é justo, estaremos sempre a obedecer.

Mizael Xavier

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