sábado, 1 de março de 2014

CARNAVAL, LECO LECO E A CULTURA LIXO




O carnaval chegou e com ele mais uma pérola da música baiana, o “Leco Leco”, da banda “Psirico”. Com a letra e o ritmo que lhes são peculiares, esse estilo de música, que atrai milhares de admiradores, repete o que as suas primas (pagode, samba, funk) já vêm produzindo: letras e coreografias que levam as pessoas – acima de tudo as mulheres, frise bem “as mulheres” – a executar movimentos rebolativos e sensuais, mexendo com todas as partes do seu corpo, principalmente aquelas mais admiradas pelos homens.

Essas músicas que mexem com a sensualidade feminina têm virado uma febre. Todos os estilos de música, desde o forró nordestino até o funk carioca, chamam as mulheres a expor seus corpos, passar a mão no ombro, na barriga, no bumbum, nas cochas e requebrar até o chão, de preferência imitando o ato sexual. Prestando atenção nas letras de inúmeros pagodes, vemos que elas foram feitas sob medida para isso, para que a mulher, seminua, exponha-se diante de todo mundo, mostrando sua sensualidade, expondo todas as partes do seu corpo nos mínimos detalhes. Em volta – e em baixo e em cima – os homens as admiram, desejam, usam, abusam.

Talvez essas mulheres não estejam compreendendo o que se está passando, o sadismo que se esconde por detrás dessas músicas e dessas letras. Mentes doentias e depravadas criando músicas para que as mulheres dancem para eles verem. Não está claro que a grande maioria dos cantores e compositores dessas músicas são homens? Não está claro que eles desejam transformar as mulheres em objeto de seu desejo, criando músicas que as levem a transpirar toda a sua sensualidade para que eles fiquem observando? Fomos transformados no País da bunda de fora, onde o turismo sexual é certeiro. A sensualidade da mulher brasileira é reconhecida mundialmente e usada como objeto de propaganda para atrair estrangeiros.

Basta olharmos os bailes funks, onde as funkeiras – Mcs – sobem ao palco para “cantar”, enquanto apontam seu bumbum turbinado para a plateia e ficam rebolando de forma a imitar o ato sexual. Na plateia, crianças, adolescentes e jovens fazem o mesmo. Enquanto “as mina pira” e descem até o chão, “os mano abusa” delas. Meros objetos, bonecas, pedaços de carne, brinquedos sexuais. A isso não chamam pornografia, abuso sexual, atentado violento ao pudor. A isso chamam cultura, a isso chamam música.

Por outro lado, o que essas músicas demonstram é tão somente o conteúdo mental e espiritual, tanto de quem produz quanto de quem aprecia. A nossa sociedade – em especial a nossa infância, adolescência e juventude – está carente de referenciais, de princípios, de valores. Consegui-se criar uma atmosfera tal de “liberdade de expressão”, que situações como essas relatadas aqui perderam a importância. Somos obrigados a aceitar as coisas como estão sob o risco de estarmos sendo reacionários e agindo contra o Estado democrático. Mas nossos cidadãos continuam sem uma ideologia que traga algo de bom e verdadeiro para as suas vidas: mentes vazias. A sua cultura é aquela dos guetos, das ruas, que nem sempre trazem proveito à sua alma.

Seria necessária uma reeducação cultural. Qual cultura é a correta? Todas, contanto que não trate o ser humano como uma coisa, contanto que traga benefícios com valores morais e espirituais, contanto que beneficie a todos e não apenas a alguns. Uma cultura construída em cima da ridicularização do outro, da vulgarização da sensualidade, da coisificação da mulher, da banalização da pornografia e do incentivo à promiscuidade – palavra abominada pelo mundo – e da prostituição não é cultura, mas um atentado à humanidade. Talvez devamos fazer uma ponte com o futebol: enquanto milhares de pessoas se preocupam apenas com a bola no pé, fecham os olhos para a realidade social em que vivem, não possuem visão crítica da sociedade, não questionam o poder e os poderosos. Assim, enquanto estão preocupadas em produzir e consumir uma cultura totalmente desprovida de valores, as pessoas – com os olhos fixos no rebolado “das mina” – não enxergam um palmo na frente do nariz e engolem o que lhes enfiam pela garganta (a mídia, os corruptos, a FIFA...).

Como mudar a cultura? Mudando as pessoas. E como mudar as pessoas? Transformando a sua mentalidade? E como transformar a sua mentalidade? No caso do Brasil, mais uns 500 anos de processo. Ou algo mais fácil: através da mentalidade de Cristo, onde todas as culturas são boas, porque são construídas sob os alicerces do amor a Deus e ao próximo, onde cai por terra essa cultura lixo que transforma as pessoas – em especial as mulheres – em ridículos fantoches.


obs; muito depois de publicar esse texto tive a notícia de que não é Leco Leco, mas Lepo Lepo, e fiquei extremamente feliz em ter errado! Isso mostra o quanto eu realmente estou por fora dessa porcaria que chamam de música.



Um comentário:

  1. O pior é que nós somos obrigadas a ouvir essas "pseudo-músicas" mesmo não querendo. Muitas vezes a caminho da igreja passo por uns três carros com som altíssimo com verdadeiras mensagens pornográficas, tenho que orar sobre meu filho pequeno pra que Deus não permita que sua mente guarde e aprenda essas imundices até inconscientemente. A maioria dessas jovens que caem nas graças dessas músicas não tem nenhuma estrutura emocional, espiritual ou psicológica vinda da família, e por fim dão a mesma educação a seus filhos. É um ciclo de pecado que só Jesus pode quebrar.

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