CHORE!

Chore!

Texto áureo: Mateus 26:75

Mizael de Souza Xavier

No texto acima, vemos o amargo choro de Pedro, após o cantar do galo, porque, assim como havia predito Jesus, Pedro o negaria três vezes antes que o galo cantasse. Pedro caiu em si, talvez tenha lembrado de que dissera ao Senhor que de modo algum o negaria e de tudo que vivera, ouvira e aprendera estando com seu amado Mestre. O choro de Pedro refletia a vergonha e o arrependimento. Embora muitos pregadores modernos insistam que, na vida cristã, não exista espaço para a tristeza, o fato é que ele existe e que chorar nunca foi pecado, muito pelo contrário, sempre foi incentivado e compreendido por Deus. Diante da perda de um amigo muito querido, Jesus chorou (João 11:35), como também chorou diante da incredulidade de Jerusalém (Lucas 19:41-44). Paulo orava e chorava enquanto escrevia suas cartas (2 Coríntios 2:4). Deus não nos manda parar de chorar, mas nos promete a alegria da manhã (Salmo 30:5) e que nossas lágrimas serão enxugadas por Ele (Salmo 30:11; Apocalipse 21:4). Deus é sensível às nossas dores.

Se existem motivos para chorar, choremos! Não podemos agir como se Deus não entendesse nossas fragilidades e tristezas, como se Ele proibisse ou não se importasse com as nossas lágrimas. O choro não é sinal de falta de fé e de confiança em Deus quando choramos aos pés da cruz, muito pelo contrário: ele nos mostra o quanto somos dependentes do nosso Pai que vem ao nosso socorro e nos consola. Sem chorar, não seremos consolados (Mateus 5:4). Choramos como Pedro, quando nos deparamos com os nossos pecados e nos arrependemos (2 Coríntios 7:10). Choramos quando nos sentimos oprimidos (Salmo 6:6,7; 42:3) e também pelo sofrimento dos outros (Lamentações 1:16; 3:48-50). Choramos na certeza de que Deus conhece todas as nossas lágrimas, mesmo antes delas caírem, mesmo quando nem sabíamos que iríamos chorar (Salmo 56:8) e que não nos deixará sem resposta e sem o seu providencial consolo (Salmo 55:16,17).

Lembremos de Maria Madalena, quando foi visitar o túmulo onde o Senhor havia sido sepultado. As suas lágrimas de tristeza logo foram substituídas pela alegria da notícia de que o Senhor havia ressuscitado (João 20:11-18). Deus não nos deixará chorar para sempre, porque a alegria eterna já nos aguarda, porque o Senhor ressuscitou! Banhemos com nossas lágrimas os pés da cruz, mas com esta certeza plena: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8:18). Jamais percamos a fé e a esperança, na certeza de que Deus está no controle de tudo e que o seu consolo sempre nos alcançará. Ele é a nossa alegria, o nosso consolo, a nossa paz e a nossa esperança eterna.

Pensar-Sentir-Agir: Romanos 12:15; Eclesiastes 3:4; Salmo 30:11; 119:136.

Ação transformadora: Seja sincero ao chorar, abra seu coração para Deus.

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